Kim Kehl & Os Kurandeiros
1° de fevereiro de 2015
Domingo - 17:00 Horas
Gambalaia
(Espaço de Artes & Convivência)
Rua das Monções, 1018
Bairro Jardim
Santo André - SP
Banda de abertura : O Livro Ata
KK & K :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo
Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste meu primeiro Blog, reúno a minha produção geral e divulgo as minhas atividades musicais. Não escrevo apenas sobre música, é preciso salientar ao leitor, pois abordo diversos assuntos variados. Como músico, iniciei a minha carreira em 1976, e já toquei em diversas bandas. Atualmente, estou a trabalhar com Os Kurandeiros.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
Mazzaropi, de Jeca Não Teve Nada - Por Luiz Domingues
Preconceito elitista geralmente esconde algo em suas entranhas, pior que a própria arrogância explícita em sua manifesta ação pura e simples. Infelizmente, denota em muitos casos, uma certa dose de inveja, pelo objeto de seu desprezo conter um reconhecimento popular que dificilmente alcançará. Claro que não é uma regra, mas muitas vezes a crítica de arte usa desse expediente não recomendável, para denegrir certas manifestações artísticas que julga “menores”, e o fato de algumas delas estar marcadas pelo sucesso popular, trata por potencializar opiniões desdenhosas, e que em alguns aspectos são injustas, por que nem tudo o que é popular, é popularesco.
Um caso singular de um artista bastante questionado por setores intelectualizados da crítica, é o de Amácio Mazzaropi. Como ator; produtor e diretor de cinema, asua obra foi / é, do agrado popular, contudo provoca o desdém de alguns críticos.
Amácio nasceu na capital de São Paulo, no ano de 1912, mas mudou-se com a família para o interior do estado, precisamente na cidade de Taubaté, ainda na tenra infância.
Ele frequentou muito a fazenda de seu avô materno, no município vizinho de Tremembé, e certamente que o ambiente de uma propriedade rural o influenciou culturalmente. Na vida escolar, ele gostava em participar das atividades sob cunho artístico, e destacava-se como declamador em saraus de poesia, além de gostar de cantar, também. Não demorou muito e descobriu o circo, e convenhamos, tal manifestação tradicional de arte mambembe, mantinha muita força no interior, e em meio a uma fase onde não havia TV; rádio, e o cinema apenas engatinhava nos grandes centros, era realmente um acontecimento que movimentava as pequenas cidades, principalmente.
Claro, quando comunicou aos familiares que estava com a intenção em ser um artista circense, teve uma oposição ferrenha, mas absolutamente esperada por conta da mentalidade da época. Tenaz, Amácio seguiu atrás do seu sonho e foi parar no Circo La Paz, não necessariamente a compor o papel de um palhaço tradicional e caracterizado (Clown), mas a divertir a plateia com anedotas, e a contar “causos”e assim a portar-se como um "entertainer".
Nos anos trinta do século vinte, formou a sua trupe de teatro e passou a excursionar. Atuou como ator, mas também rapidamente tornou-se um produtor, e passou a ganhar a experiência que ser-lhe-ia vital em sua carreira, futuramente, quando finalmente foi atingir o cinema. Antes porém, teve uma importante experiência radiofônica, onde obteve grande sucesso com o programa : “Rancho Alegre”, de onde tirou uma boa base para a sua cinematografia posterior, além de precipitar a oportunidade para levá-lo para a TV, também. Convidado por Abílio Pereira de Almeida e Franco Zampari, mentores da Cia. Cinematográfica Vera Cruz, tornou-se ator contratado desse estúdio, e ali sim, iniciou a sua trajetória de fama em nível nacional.
A sua estreia em “Sai da Frente”, de 1952, foi um estouro de bilheteria e dali em diante, Amácio faria mais alguns filmes importantes nessa Companhia. Esse primeiro filme dele na Vera Cruz, é uma das comédias nonsense mais sensacionais da história do cinema brasileiro, e já colocou a Vera Cruz e Amácio Mazzaropi, como grandes concorrentes da Atlântida, representados pela sua dupla genial, Oscarito & Grande Otelo.
“Nadando em Dinheiro” também é um filme muito interessante, e ainda ambientado na urbanidade de São Paulo. Lembra muito o humor leve e refinado do diretor, Ernest Lubitsch.
“Candinho”, de 1953, é particularmente, o meu predileto dessa fase dele a serviço da Vera Cruz. Baseado em um conto de Voltaire (“Candido”, ou “O Otimismo”), foi adaptado à realidade brasileira, e pela primeira vez a personagem por ele vivida, foi a de um homem interiorano e muito ingênuo, que tendo que interagir na cidade grande de São Paulo, envolve-se em confusões, conflitos, e com a sua simplicidade prosaica, acaba por dar-se bem.
Pungente e com momentos brilhantes, até, trata-se de um filme memorável da Vera Cruz, com muitos méritos não só pela adaptação boa de um conto de um autor clássico estrangeiro para a realidade brasileira, mas por ter em Mazzaropi, uma interpretação muito marcante; boa trilha sonora e presença de um bom elenco, inclusive a destacar o lendário sambista, Adoniran Barbosa, ao revelar-se um comediante nato, no alto de seu famoso bordão pessoal : “não faz mal, não tem importância"...
Com a lastimável derrocada financeira da Vera Cruz, Mazzaropi seguiu em frente, ao filmar em outras produtoras de menor porte, quando finalmente sentiu que mediante a sua fama crescente, e com a experiência de produção que ganhara, precisava mesmo era ser independente e criar a sua própria companhia, e assim, nasceu a “PAM” (Produções Amácio Mazzaropi). O primeiro filme de sua produtora particular, foi : “Chofer de Praça”, mais ou menos a repetir a fórmula das comédias urbanas anteriores que fizera, como em “Sai da Frente; “O Gato de Madame”, e “Nadando em Dinheiro”.
Mas foi em 1959, que ele voltou a fazer o caipira prosaico, e não poderia ter sido mais propício e direto, ao interpretar : “Jeca Tatu”, personagem clássico criado por Monteiro Lobato. Foi um estouro de bilheteria, e dali em diante, a sua imagem ficou intrinsecamente ligada à personagem, e salvo mudanças bissextas, o caipira-mor permeou a sua produção cinematográfica até o final, mesmo que não necessariamente o “Jeca Tatu” fosse oficialmente retratado em todas as películas, mas convenhamos, para o grande público, o caipira em questão seria sempre o Jeca...
Esperto, Amácio sempre ficou atento aos acontecimentos do cotidiano, e os roteiros de seus filmes foram a amalgamar-se às situações de momento.
Nesses termos, quando o “Spaghetti Western” tornou-se a última moda no cinema internacional, nos anos sessenta, lá estava Mazzaropi a lançar : “Uma Pistola para Djeca”; ou quando o assunto da vez fora a telenovela, “Beto Rockfeller”, Amácio foi de “Betão Ronca Ferro”...
Um outro filão que buscou, foi o de enfocar histórias a homenagear colônias estrangeiras aqui radicadas, casos de “Portugal, Minha Saudade”, e “Meu Japão Brasileiro”. No tempo em que ganhar na “Loteria Esportiva” foi o grande sonho de todo brasileiro mediano, Amácio rapidamente lançou : “Um Fofoqueiro no Céu”.
Com motivações religiosas ou até sobrenaturais, ele levou o seu caipira para produções como : “Jeca Contra o Capeta”; “Jeca e a Égua Milagrosa”, e “Jeca Macumbeiro”.
Dois filmes chamam a atenção pela ousadia, além do entretenimento, que fora a sua real intenção; Em “Jeca e seu Filho Preto”, Mazzaropi tocou em um assunto que era (é) uma tabu na sociedade da época. Por décadas, o Brasil viveu a mentira que em tal país não havia racismo, e curiosamente, Mazzaropi foi um dos poucos artistas que enfocou o problema de peito aberto, mesmo sendo popular e desprezado pelos intelectuais. E outro caso, foi o de : “A Banda das Velhas Virgens”, considerado um clássico de sua filmografia, e que já foi inclusive, mote para tese de mestrado.
Choque de gerações também foi tema para ele filmar. “O Puritano da Rua Augusta” é um exemplo nesse sentido. Desta feita na ambientação urbana de São Paulo, como sugere o título, Mazzaropi faz um patriarca retrógrado, a tentar impor limites aos seus filhos jovens e também aos seus amigos, a quem chama no filme como : “Playboyzada”... hilário !
Corintiano fanático na vida real, ele produziu uma comédia a explorar essa paixão pelo futebol ("O Corintiano"), onde ele faz um torcedor fanático do Corinthians, que vive às turras com o seu vizinho italiano, e obviamente palmeirense.
Com cenas reais de estádio, é interessante também por esse quesito, ao mostrar o estádio do Pacaembu dessa época (1965), onde nostalgicamente a rivalidade era forte, mas não fazia de adversários, inimigos de uma batalha campal... portanto, o filme tem esse adendo interessante como documento histórico, pelas externas.
Com a carreira consolidada, Amácio Mazzaropi chegou em um ponto de sua carreira onde praticamente criou um público cativo, e semelhante ao cantor / compositor, Roberto Carlos, na música, ou seja, independente da crítica e das mudanças comportamentais e estéticas da sociedade, todo ano Amácio lançava o seu produto, com a garantia de retorno financeiro, a estabelecer uma rotina perpétua e sem maiores riscos.
Com essa segurança financeira, ele conseguiu manter o seu estúdio sempre bem equipado, e chegou a construir um hotel na sua fazenda / estúdio, para hospedar o elenco de atores e equipe técnica, e assim minimizar custos de produção, e ao mesmo tempo, ao oferecer conforto para todo mundo trabalhar sossegado. Só parou mesmo de trabalhar quando foi vencido pela doença e “partiu para o lado de lá”.
Amácio Mazzaropi atuou no circo; rádio; TV e foi sem dúvida no cinema que ele construiu a sua fama maior, e deixou o seu legado artístico. O seu cinema foi popular ao extremo, e mesmo ao falhar em alguns quesitos a abraçar a pieguice inerente que o caráter prosaico sempre traz em seu bojo, eu enxergo muitos méritos na sua obra, muitos mesmo. A crítica mais intelectualizada despreza-o, e eu entendo o raciocínio formatado dessas pessoas que assim pensam, mas discordo dessa visão, por acreditar que existe uma carga de preconceito sobre ele, e sobre a sua obra.
O seu estúdio hoje em dia é um museu, com visitação aberta ao público. Sem dúvida é uma atração turística bacana para a cidade de Taubaté, no interior de São Paulo.
A sua filmografia está toda disponibilizada em DVD, os seus filmes são exibidos constantemente em canais de vocação cultural da TV a cabo, e na TV Cultura de SP (que nunca o abandonou, é verdade). Existe diversas publicações sobre a sua vida e obra, e um site oficial mantido por sua família, que é um excelente museu virtual, cuja visita eu recomendo :
http://www.museumazzaropi.org.br/o-museu/
Se o caipira clássico que ele tanto retratou em seus filmes, foi um sujeito prosaico, ingênuo e passível em ser enganado por qualquer malandro de rua, na vida real, Amácio Mazzaropi foi mais que um artista inspirado, mas como produtor cultural, foi muitíssimo esperto, por saber explorar ao máximo o seu produto.
Matéria publicada inicialmente no Site / Blog Orra Meu, em 2014
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Kim Kehl & Os Kurandeiros - 24/1/2015 - Sábado / 21 H. - Santa Sede Rock Bar - Santana / São Paulo / SP
Kim Kehl & Os Kurandeiros
24 de janeiro de 2015
Sábado - 21:00 Horas
Santa Sede Rock Bar
Avenida Luiz Dumont Villares, 2104
Santana
Estação Parada Inglesa do Metrô
São Paulo - SP
KK & K :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo
24 de janeiro de 2015
Sábado - 21:00 Horas
Santa Sede Rock Bar
Avenida Luiz Dumont Villares, 2104
Santana
Estação Parada Inglesa do Metrô
São Paulo - SP
KK & K :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo
sábado, 17 de janeiro de 2015
Nutopia, Onde Todos Somos Livres ! - Por Luiz Domingues
A primeira
fase da carreira dos Beatles, foi marcada pela explosão da Beatlemania, e
certamente que é muito efusiva, embora sob uma análise fria, não pode ser
considerada revolucionária pela música; conteúdo das letras, tampouco arranjos
musicais inovadores ou performance instrumental e vocal deslumbrante. Calma,
leitor, pois com isso não estou a afirmar que não gosto dos álbuns iniciais dos Beatles, e
da sua fase a fazer uso dos terninhos e cabelos considerados longos para os padrões da época,
mas bem curtos pelo que veio depois no cenário do Rock. Pelo
contrário, gosto bastante desses álbuns iniciais, a conter Rock’n Roll in
natura; doses maciças de R’n’B; Soul music; baladas; pop bubblegum, e que tais.
Todavia,
inegavelmente, foi a partir da segunda fase da banda, no pós-1966 que a
excelência musical tornou os Beatles, a mais revolucionária banda do mundo,
a justificar plenamente o posto que já havia alcançado como a mais famosa e a considerar
que a fama nem sempre é argumento irrefutável em termos de qualidade artística. Nessa
metamorfose criativa que alcançara após o lançamento dos álbuns Rubber Soul e
Revolver, a loucura ganhou carta branca nos estúdios Abbey Road e sabiamente, o
produtor, George Martin abriu a sua mente e embarcou junto nesse conceito de
experimentação artística total, ao dar vazão para que a banda lançasse os seus
melhores álbuns doravante, e propiciar daí em diante que entrasse na história.
Dentro desse
contexto, John Lennon mergulhou de cabeça no processo criativo total e mais que
isso, tomou consciência de seu poder influenciador como ídolo em alcance
mundial.
Influenciado
por Yoko Ono, uma artista plástica avantgarde, e pouco interessada na
efemeridade da fama pop, Lennon deu vazão ao seu lado sociopolítico e tornou-se
um ativista, quando tornou-se incisivo a expressar a sua opinião, e usando sua fama para defender a
causa da paz; pelo fim das guerras; da exploração e da fome no mundo. A sua voz dentro do trabalho dos
Beatles já enveredara para esse caminho do ativismo antistablishment, mas foi
em sua carreira solo que ele deu foi mais contundente a respeito do mundo dominado
pelos interesses escusos; da mesquinharia e da truculência da geopolítica
bélica, em favor de corporações e massacrar as pessoas, a visar o dinheiro,
pura e simplesmente.
Claro que
ele comprou uma briga e tanto com os poderosos de plantão. Tornou-se o inimigo
público número um dos Estados Unidos, a incomodar pelo simples fato em pregar a
paz e criticar a estupidez da Guerra do Vietnã.
O governo
Nixon não mediu esforços para deportá-lo, ao usar todo o tipo de esforço
jurídico para negar-lhe o Green Card, que garantir-lhe-ia a residência naquele
país, ao usar como argumento um fichamento ocorrido na Inglaterra por posse de
maconha, ainda nos anos sessenta.
Não sou apologista das drogas, contudo,
contesto veementemente um julgamento moral pífio dessa natureza, no sentido de
que consumir marijuana seria execrável sob o padrão de moralidade dessa gente, mas
arremessar bombas Napalm sobre crianças e idosos indefesos, algo válido... enfim, nem quero continuar essa discussão sob valores e hipocrisia. O FBI e a
CIA grampeou e o perseguiu de todas as formas. Claro que outras agências
internacionais coalizadas com o serviço secreto norteamericano permaneceu com a atenção voltada aos seus movimentos,
também.
Destemidamente,
Lennon seguiu em frente, ao lançar os seus álbuns solo, plenos de canções com forte teor pacifista. A canção,
“Imagine”, por exemplo, soa piegas para alguns, mas contém em seus versos, uma
aula de supraconsciência.
Um mundo sem
fronteiras, sem diferenciações, onde todos são iguais, aponta para uma
sociedade livre do egoísmo e das mesquinharias materialistas. É um sentido igualitário que nada tem a ver com o pensamento marxista e totalitário, pois pelo contrário, em nada combina com o sentido libertário que ele defendeu. No entanto, o ideal
hippie da fraternidade total entre os homens incomodava / incomoda as
corporações. Para essas pessoas que só pensam no dinheiro, e pouco incomodam-se em relação ao estrago que causa por conta de sua sanha, Lennon e os seus sonhos em torno da
fraternidade & paz, tornou-se um empecilho aos seus planos.
Ridicularizá-lo
teria sido um caminho, mas ídolo mundial que era, certamente que uma campanha,
ainda que velada, poderia surtir efeito contrário, a martirizá-lo e assim os
marqueteiros do mal evitaram tal procedimento, pelo menos em um primeiro instante. Foi quando
Lennon teve uma sacada genial, e para ironizar o imbróglio que o governo
norteamericano havia criado para negar-lhe o Green Card, e ter assim elementos para
expulsá-lo dos Estados Unidos, eis que ele anunciou um manifesto, ao criar um país fictício
chamado : “Nutopia”.
Esse
neologismo por ele criado, tratou-se da junção das palavras : “New” (novo / nova), com
“Utopia”.
Esse estado
fora assumidamente fictício em termos territoriais, mas apresentava-se como um estado a requerer reconhecimento internacional e nesses
termos, seriam considerados cidadãos de “Nutopia” , todas as pessoas que
compactuassem com os seus ideais de liberdade; paz & fraternidade total. Ao bastar apenas estar em acordo com tais preceitos, qualquer pessoa poderia ser considerada uma
cidadã de “Nutopia” , e mais que isso, “embaixador(a)” daquele país. Ao seguir
esse raciocínio, Lennon apelou para o governo norteamericano, a “imunidade
diplomática”, em um ato de rebeldia e a configurar um autêntico tapa de luva de pelica aos que o
perseguiam.
Lançado o
manifesto em 1° de abril de 1973, para ironizar o dia da mentira, continha em seu
texto original os seguintes dizeres :
“We announce the birth of a
conceptual country, NUTOPIA. Citizenship of the
country can be obtained by declaration of your awareness of NUTOPIA. NUTOPIA has no land, no boundaries, no passports, only
people. NUTOPIA has no laws other than cosmic.
All people of NUTOPIA are ambassadors of the country.
As two ambassadors of NUTOPIA, we ask for diplomatic
immunity and recognition in the United Nations of our country and its people”.
Na tradução livre :
“Nós
anunciamos o surgimento de um país conceitual, chamado Nutopia. A cidadania
deste país pode ser obtida pela declaração de sua consciência (quanto à
existência) de Nutopia. Nutopia não possui território, não tem fronteiras, não
emite passaportes; possui apenas gente. Nutopia não dispõe de nenhuma lei além
das leis cósmicas. Todas as pessoas de Nutopia são embaixadoras do país. Na
condição de embaixadores de Nutopia, nós pedimos imunidade diplomática e
reconhecimento, pela ONU, de nosso país e de seu povo”.
Eis o vídeo
da declaração de Nutopia, disponível no You Tube :
Outro vídeo
a explicar os propósitos desse país fictício :
O estandarte
de Nutopia, era / é uma bandeira inteiramente branca, e a sua simbologia dispensa
maiores explicações, acredito. Todavia,
“Nutopia” foi além da provocação e ironia fina. A visão do
país sem fronteiras, onde as pessoas seriam aceitas pela afinidade com os ideais
fraternais, revelara por trás de um simples manifesto / statement com efeito
artístico / estético / mercadológico, algo muito mais profundo.
A
supraconsciência por trás dessa suposta utopia, era / é uma realidade a insinuar uma lógica muito avançada. Acima de
qualquer conspurcação torpe, perpetrada pela pequenez de detratores incautos,
supraconsciência responde à parâmetros de cosmoética.
Um mundo sem
mesquinharias, é sobretudo um triunfo do homem sobre o seu próprio Ego. Lennon deixou-nos em 1980, assassinado por um psicopata. Perdemos muito com a falta de sua
inteligência, milhas acima da média, e sobretudo sobre a sua determinação para sonhar com um mundo
melhor, e inevitavelmente a incentivar-nos a embarcar dentro desse sonho, também.
Os
detratores adoram usar a expressão : “O sonho acabou”, extraída da música “God”(de
1970, contida no álbum “Plastic Ono Band”), e fora de contexto, para ironizar o
fim do sonho Hippie. Contudo, não vejo graça alguma em uma colocação desse tipo, no
sentido de que só perdemos com essa inversão de valores, pois sem sonho, não
andamos para a frente e viver no pesadelo dos escombros niilistas, não leva-nos
à parte alguma, além da desolação e decorrente subserviência ao materialismo. Yoko Ono
mantém os ideais do casal vivos em ações midiáticas nos dias atuais, mas sem a mesma força que
teriam se Lennon estivesse conosco, fisicamente, até hoje.
Uma dessas
ações pró-Paz, dá-se em manter um site aonde em alguns segundos, é possível qualquer pessoa cadastrar-se e tornar-se um cidadão de Nutopia, e assim adquirir o status de embaixador
desse país dos sonhos. Eu, Luiz
Domingues, sou um embaixador de Nutopia, e acredito em um mundo fraternal, sem
guerras e sem egoísmo.
Se você
quiser tornar-se um cidadão desse belo país, acesse o link :
Matéria publicada inicialmente na Revista Gatos & Alfaces, em 2014.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Kim Kehl & Os Kurandeiros - 17/1/2015 - Sábado / 21 h. - Casa Amarela - Osasco / SP
Kim Kehl & Os Kurandeiros
17 de janeiro de 2015
Sábado - 21:00 Horas
Casa Amarela
Rua Mário Menin, 90
Centro
Osasco - SP
KK & K :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Nelson Ferraresso - Teclados
Luiz Domingues - Baixo
17 de janeiro de 2015
Sábado - 21:00 Horas
Casa Amarela
Rua Mário Menin, 90
Centro
Osasco - SP
KK & K :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Nelson Ferraresso - Teclados
Luiz Domingues - Baixo
sábado, 10 de janeiro de 2015
Os Nossos Melhores Cérebros... a Serviço dos Outros - Por Luiz Domingues
A
expressão: “Brain Drain”, criada pelos norte-americanos, reflete e explica
muito de sua grandeza como super potência, ou melhor, a maior potência do
Planeta. O que faz com que um país, seja considerado membro do seleto rol do “Primeiro Mundo?
São
muitos os indicadores, naturalmente. Os óbvios (economia & lastro;
instituições fortes, poderio bélico, organização social, tecnologia,
educação, setores produtivos), e também os mais sutis, que ficam na
retaguarda de toda a sociedade, caso dos ditos “melhores cérebros”, ou
a trocar em miúdos, profissionais altamente gabaritados sob o ponto de
vista intelectual e consequentemente, com o melhor nível de capacitação,
prontos, portanto para dar o melhor de si para a cadeia produtiva,
pública ou privada.
Essa
é uma das chaves para o sucesso de uma nação e o óbvio investimento em
educação de máxima qualidade é um caminho para se chegar até esse ponto.
Todavia, o outro lado, o “dark side” (não o do Pink Floyd, que mediante um
prisma torna-se multifacetado), mas a se revelar um dispositivo bastante comum e
aceitável dentro dos parâmetros do megacapitalismo: não basta formar
grandes cérebros, mas é preciso cooptar os cérebros brilhantes alheios, também. Não
acho isso um demérito, em tese, mas é assim que o mundo funciona desde as cavernas e cabe a quem não concorda, ter ao menos espaço para protestar, que fique claro. Na prática, quem reúne as melhores
condições, culmina em contratar os melhores profissionais.
Quando
éramos crianças, escolhíamos os nossos times de futebol nas aulas de
educação física, mediante o sorteio de par e ímpar, e a cada escolha do
adversário, escolhíamos o próximo jogador para o nosso time, baseado no
critério evidente de buscarmos a melhor qualificação possível,
e assim reforçar o nosso time com os melhores jogadores. Essa é uma visão a apontar para um equilíbrio mais justo de forças, ao não promover o absoluto massacre do mais forte sobre o mais fraco.
Porém, na vida social comum, esse fator de equilíbrio não existe e na selva de pedra a que somos forçados a viver e aceitar tais regras, vence o instinto de sobrevivência. Nessa
linha de raciocínio, não é considerada como uma ação antiética a postura de atrair os
melhores cérebros do planeta para reforçar os quadros da pesquisa
tecnológica de ponta, e com tal contingente de gênios a trabalhar em
equipe, não há como uma nação não se impor no cenário mundial, com
postura de liderança. Assim é a selva e neste caso, cabe aos que se opõem a esses paradigmas, quebrá-los.
Na prática do mundo desigual, o
grande dilema para os países mais debilitados, é o de criar mecanismos para
que os seus melhores cérebros fiquem e trabalhem em seus respectivos
países. Ao falar especificamente do Brasil, sempre foi gritante a relação do descaso com a educação, ao longo da história e assim, um governo que verdadeiramente se esforça para quebrar esse panorama de descuido tem sido algo muito notável. No entanto, a reação tem sido grande da parte de quem sonha em fazer do Brasil novamente uma fazenda colonial nos moldes do século dezenove.
É
importante ter em mente que os grandes cérebros a serem trabalhados,
começam na tenra infância, e não apenas na graduação final dentro das
universidades. E essa preocupação está na pauta desde que temos visto uma abordagem da parte de quem pensa na frente e não para trás.
A
base, na cadeia educacional, começa pela pré-escola, com uma
capacitação excelente no desenvolvimento cognitivo das crianças, desde o
berço, mentalidade que é comum para um país sob alto grau de
desenvolvimento, como o Japão, por exemplo. Não obstante os esforços e avanços bons dos últimos anos, o
ensino fundamental precisa se aperfeiçoar ainda mais e dessa forma, merece receber mais ações de ajustes na sua reformulação
pedagógica, a passar pela reformulação da didática, conteúdo, estímulo à
capacidade criativa e reflexiva das crianças e adolescentes etc.
Nas universidades, o estreitamento da relação entre elas, instituições de ensino, com a sociedade, tem que ser total. Já avançamos muito, mas a margem para melhorar é enorme .De
forma tímida, existe tal conexão, via associações de indústria e
comércio, como Fiesp e Fierj, por exemplo, mas fica a enorme ressalva de que tais instituições pensam muito mais em seus interesses, portanto, fazer com que a inteligência alimenta as cadeias produtivas é uma meta, entretanto, a se estabelecer um equilíbrio sadio no sentido de que todos ganhem e não apenas o "Deus mercado".
Se houver um ponto de equilíbrio, onde os senhores rentistas entendam que acumular e especular precisa ter um limite e que a contrapartida razoável precisa apontar para uma sociedade que forneça oportunidades para os menos favorecidos, isso pode e deve ser
multiplicado à décima potência. Nesse sentido, o
governo pode dar mais ouvidos aos think tanks, para buscar essa
inteligência sociológica e logística, na condução de sua política
estratégica.
Já
temos ótimos exemplos de polos de tecnologia de ponta, em que gente
brilhante vem a trabalhar e agregar, caso de cidades como Recife e
Campinas, por exemplo, mas em um país das dimensões e potencialidades do Brasil, isso
precisa multiplicar-se de forma epidêmica, para espalhar-se por todos os
quadrantes, do Oiapoque ao Chuí, literalmente. Formar,
capacitar e estimular os melhores cérebros a ficar no país e usar a sua
capacidade dentro de nossa economia e não a serviço de nações
estrangeiras, faz-se mister.
E tudo começa e acaba na grande chave do desenvolvimento de uma nação: a educação, mas subentendido que sem manipulações a pender para privilegiar interesses escusos.
O
restante, em termos de necessidades, vem por dedução óbvia, com indústria; comércio e agricultura
de ponta (neste aspecto, é preciso haver o equilíbrio também no sentido do agro-investidor ganhar a consciência de que precisa ter maior responsabilidade social, pois o maior produtor de alimentos do mundo não pode ser o mesmo país no qual grande contingente de pessoas, passa fome), instituições fortes, economia sólida, democracia inabalável e
blindada contra radicalismos totalitários, investimento maciço em cultura, ações concretas de cidadania,
ecologia e sustentabilidade, forças armadas bem equipadas, com o máximo
de inteligência tecnológica e motivadas para trabalhar pela nação e
jamais serem usadas para manobras políticas golpistas perpetradas por
radicais infiltrados em suas fileiras, reforma fiscal, política, do
código criminal etc.
Essa
é a cartilha que impulsionou a grandeza das nações de primeiro mundo, e
antes que me considerem um ingênuo, pois é óbvio que existe também o “dark side” (aí sim, o lado obscuro, mesmo), com corporativismos, intervenções
invasivas na autonomia dos países pobres via belicismo, reserva de
mercado, sanções econômicas e pressão política de toda sorte e
geralmente antiética.
É fato que tudo isso foi gerado graças aos
cérebros privilegiados. Um
exemplo clássico, deu-se no término da Segunda Guerra Mundial, quando
os melhores quadros da inteligência que servia ao nazismo pelo lado da ciência, foram
convidados a trabalhar para os norte-americanos, vide Van Braun e outros
tantos. Cérebro
privilegiado move o mundo para frente, portanto, o desafio é não deixar
que os nossos melhores saiam, para trabalhar em favor dos outros.
Matéria publicada inicialmente no Blog Planet Polêmica, em 2014.