Facilita ao
extremo a vida do crítico, que escreve resenhas sobre discos, quando o produto
nem foi ouvido, mas ele já sabe que é bom. Na contrapartida, dificulta muito a
sua dissertação, quando o trabalho em si foi realizado por amigos fraternais de
longa data e cuja relação musical foi estreita em trabalhos realizados no
passado, em comum.
Eis o que ocorreu-me quando recebi uma cópia do CD “High Level Low Profile” do CaSch, banda formada há bem pouco tempo por Rolando Castello Junior e os irmãos Schevano, Ricardo e Marcello. Ética e estética a duelar em minha mente, fui obrigado a precaver-me para não soar ao leitor, um resenhista parcial por manter tal laço de amizade com os três componentes e ao mesmo tempo, não exagerar na dose da imparcialidade forçada e ser áspero em minha avaliação da obra, apenas para não dar margem de dúvida aos que poderiam relevar as minhas ponderações.
Eis o que ocorreu-me quando recebi uma cópia do CD “High Level Low Profile” do CaSch, banda formada há bem pouco tempo por Rolando Castello Junior e os irmãos Schevano, Ricardo e Marcello. Ética e estética a duelar em minha mente, fui obrigado a precaver-me para não soar ao leitor, um resenhista parcial por manter tal laço de amizade com os três componentes e ao mesmo tempo, não exagerar na dose da imparcialidade forçada e ser áspero em minha avaliação da obra, apenas para não dar margem de dúvida aos que poderiam relevar as minhas ponderações.
O CaSch é
uma banda formada por três instrumentistas virtuosos e experientes. O álbum foi
gravado em um estúdio com nível internacional e a sua operação técnica, a cargo
de técnicos gabaritados, mediante alto padrão, portanto, não haveria nenhuma possibilidade desse álbum não ficar excepcional.
A proposta sonora, ao longo das cinco faixas apresentadas nesse EP, foi a de unir o Hard-Rock mais moderno, com peso e tendência aos andamentos acelerados, quase no limite do Heavy-Metal, ao velho estilo setentista do Rock Progressivo, a apresentar o virtuosismo em torno de passagens intrincadas em suas tradicionais suítes. Competência para tocar Prog Rock a moda antiga, é o que os componentes dessa banda tem de sobra, aliadas ao fato que no seu natural arquivo de influências, tal escola antiga pulsa com muita força e propriedade, sei disso por experiência própria ao conhecê-los muito bem.
E a opção pelo som mais moderno e pesado do Hard-Rock atual, também passa com naturalidade pelos irmãos Schevano, visto que ambos mantém há anos, a sua banda, "Carro Bomba", que transita por tal seara. Igualmente para o Rolando Castello Junior, pode-se afirmar, visto que a condução da Patrulha do Espaço em seus últimos anos de carreira pendeu para essa sonoridade. Portanto, a opção do trio por essa mistura, foi muito natural em termos de escolha estética.
A proposta sonora, ao longo das cinco faixas apresentadas nesse EP, foi a de unir o Hard-Rock mais moderno, com peso e tendência aos andamentos acelerados, quase no limite do Heavy-Metal, ao velho estilo setentista do Rock Progressivo, a apresentar o virtuosismo em torno de passagens intrincadas em suas tradicionais suítes. Competência para tocar Prog Rock a moda antiga, é o que os componentes dessa banda tem de sobra, aliadas ao fato que no seu natural arquivo de influências, tal escola antiga pulsa com muita força e propriedade, sei disso por experiência própria ao conhecê-los muito bem.
E a opção pelo som mais moderno e pesado do Hard-Rock atual, também passa com naturalidade pelos irmãos Schevano, visto que ambos mantém há anos, a sua banda, "Carro Bomba", que transita por tal seara. Igualmente para o Rolando Castello Junior, pode-se afirmar, visto que a condução da Patrulha do Espaço em seus últimos anos de carreira pendeu para essa sonoridade. Portanto, a opção do trio por essa mistura, foi muito natural em termos de escolha estética.
Sobre as
letras, foi feita a opção pelo uso do idioma inglês e certamente que tal
estratégia da banda mostra-se a mais acertada pelo trabalho que propuseram-se a
fazer, porém, principalmente a pensar na questão do mercado interno brasileiro,
que nunca foi tão desfavorável para o Rock como um todo, e na atualidade, dá
mostras até de um maior recrudescimento do pouco que havia disponível.
Portanto, os amigos estão certos em direcionar os seus esforços ao mercado internacional e certamente, com um produto dessa qualidade em mãos, a banda haverá por obter êxito artístico e comercial.
Ainda a falar sobre as letras, elas tem em linha geral, um cunho pesado, a acompanhar a sonoridade, certamente, mas além disso, por conter críticas ácidas à sociedade, com questionamentos duros, mas realistas sobre o papel opressor exercido pelos dogmas religiosos e na condução das forças governamentais totalitárias. Todavia, houve espaço para um pouco de descontração, vide a ode que foi feita a uma amigo querido e comum para todos nós, na canção: “Big Paul’s Basement”. Não cabe aqui esmiuçar, mas apenas reforço que o porão descrito, de fato, foi por décadas o espaço mais Rock’n' Roll daquele bairro da zona sul de São Paulo, onde situou-se (falo sobre o bairro de Moema), e dali, a vibração, sob o sentido sonoro e pelo astral, igualmente, fez balançar os galhos das árvores do Parque do Ibirapuera.
Portanto, os amigos estão certos em direcionar os seus esforços ao mercado internacional e certamente, com um produto dessa qualidade em mãos, a banda haverá por obter êxito artístico e comercial.
Ainda a falar sobre as letras, elas tem em linha geral, um cunho pesado, a acompanhar a sonoridade, certamente, mas além disso, por conter críticas ácidas à sociedade, com questionamentos duros, mas realistas sobre o papel opressor exercido pelos dogmas religiosos e na condução das forças governamentais totalitárias. Todavia, houve espaço para um pouco de descontração, vide a ode que foi feita a uma amigo querido e comum para todos nós, na canção: “Big Paul’s Basement”. Não cabe aqui esmiuçar, mas apenas reforço que o porão descrito, de fato, foi por décadas o espaço mais Rock’n' Roll daquele bairro da zona sul de São Paulo, onde situou-se (falo sobre o bairro de Moema), e dali, a vibração, sob o sentido sonoro e pelo astral, igualmente, fez balançar os galhos das árvores do Parque do Ibirapuera.
Antes de avançar
nesta resenha, preciso comentar que o nome da banda foi uma das melhores
escolhas que eu já testemunhei para batizar-se uma banda de Rock. A junção
feliz pela coincidência, do sobrenome dos três componentes, ficou magnífica.
“Cas” de Castello com o “Sch” de Schevano, a formar o “CaSch” e ao manter o "S"
maiúsculo para realçar a letra que os une, foi uma tacada de mestre para quem
idealizou tal junção. E ainda tem o subliminar da letra “S” poder sugerir o
sinal de cifrão e a sonoridade do neologismo, “CaSch”, soar como a gíria em
inglês, “Cash”, a denotar dinheiro, ou seja, no mercado internacional isso
causará furor.
A respeito
da capa, impressionei-me com o capricho gráfico ao fazer uso de uma embalagem
com padrão luxuoso. Também apreciei a qualidade das fotos e a ficha técnica bem
escrita, e nesse caso, sei bem que não haveria de ser diferente por tratar-se
desses três artistas que eu conheço bem, portanto, sei que pautam-se sempre pelo esmero,
em tudo que assinam.
Marta Benévolo, vocalista da Patrulha do Espaço nos últimos anos de existência da banda, é uma artista plástica e designer, sensacional e trabalhou com afinco nesse Lay-Out caprichado e a ilustração da capa ficou a cargo do desenhista, André Kitagawa.
Sobre a sonoridade, eu já falei que é impossível alguma produção sair do estúdio Orra Meu de São Paulo, sem qualidade, dada a sua capacitação técnica, tanto em termos de equipamentos e tecnologia disponível, quanto dos profissionais super preparados que ali trabalham, incluso os próprios irmãos, Schevano, mas há para acrescentar que a mixagem e masterização feita pelo excepcional, Heros Trench, veio de encontro à proposta da banda em soar pesada e coadunada com estéticas modernas do Hard-Rock e Heavy-Metal internacional. Nesse sentido, a escolha foi a mais acertada possível, visto ser tal técnico, muito experiente; competente e tarimbado para esse tipo de escola dentro do Rock nacional.
Sobre as músicas, eis abaixo a especificação das minhas impressões:
“High Level”
Marta Benévolo, vocalista da Patrulha do Espaço nos últimos anos de existência da banda, é uma artista plástica e designer, sensacional e trabalhou com afinco nesse Lay-Out caprichado e a ilustração da capa ficou a cargo do desenhista, André Kitagawa.
Sobre a sonoridade, eu já falei que é impossível alguma produção sair do estúdio Orra Meu de São Paulo, sem qualidade, dada a sua capacitação técnica, tanto em termos de equipamentos e tecnologia disponível, quanto dos profissionais super preparados que ali trabalham, incluso os próprios irmãos, Schevano, mas há para acrescentar que a mixagem e masterização feita pelo excepcional, Heros Trench, veio de encontro à proposta da banda em soar pesada e coadunada com estéticas modernas do Hard-Rock e Heavy-Metal internacional. Nesse sentido, a escolha foi a mais acertada possível, visto ser tal técnico, muito experiente; competente e tarimbado para esse tipo de escola dentro do Rock nacional.
Sobre as músicas, eis abaixo a especificação das minhas impressões:
“High Level”
Hard-Rock
bastante acelerado, certamente a observar as tendências contemporâneas dentro desse
estilo, apresenta uma condução geral da cozinha que mostra um fôlego
impressionante. O Riff é muito poderoso e o duo estabelecido entre o baixo e
a guitarra, tem uma precisão absurda. A harmonia que remonta ao espectro sombrio, faz
parte da temática expressa na temática da letra, a evocar a obscura
beligerância interna do Ser Humano. Rolando impõe a sua técnica, milhas acima da
média dos bateristas comuns, com uma condução matadora, sua praxe, aliás.
“God”
Essa canção soa
mais Prog-Rock, em princípio, por conta da sua introdução com teclados
grandiloquentes. Mostra-se excelente o timbre do baixo, o que também não é uma novidade
visto que conheço bem o Ricardo Schevano e sei o quanto ele aprecia as
sonoridades vintage. O solo do Marcello é impressionante. Não surpreende-me
algo desse nível perpetrado por ele, mas precisa ser realçado, com muito
entusiasmo de minha parte.
Sobre a condução da cozinha, Ricardo e Rolando mostram-se tão entrosados que eu creio terem construído uma fortaleza. É uma base sólida, precisa e inapelável. Há uma bonita intervenção ao piano e mais uma dose de Prog-Rock clássico, advém ao final.
Sobre a condução da cozinha, Ricardo e Rolando mostram-se tão entrosados que eu creio terem construído uma fortaleza. É uma base sólida, precisa e inapelável. Há uma bonita intervenção ao piano e mais uma dose de Prog-Rock clássico, advém ao final.
“Earth Spinning Backwards”
Esta faixa
tem mais a ver com o puro Prog-Rock clássico setentista, por conter menos o peso do Hard-Rock
moderno. Os teclados mostram-se proeminentes e mais uma vez a letra propõe
imagens fortes a corroborar um discurso eloquente. A voz do Marcello mostra-se
diferente e não falo sobre o processamento do áudio da gravação, que sim, é
muito caprichado, mas o seu estilo, normalmente mais agressivo, a parecer um
cantor de Soul Music, com a voz rasgada, mostra-se adocicado, bem mais melodioso do que
habituáramo-nos a ouvi-lo em seus trabalhos anteriores com a Patrulha do Espaço e
sobretudo com o Carro Bomba, onde por força das circunstâncias de sua
sonoridade, a volúpia faz-se mister.
“Big Paul’s Basement”
Eis aqui um
Rock’n' Roll bastante vigoroso que tem o peso moderno em sua sonoridade, como
modus operandi, mas em seu âmago traz a bandeira do velho Blues-Rock
setentista. Riff forte, melodia empolgante e ótimas atuações dos três componentes em suas
atuações individuais. Slide guitar sob muito bom gosto a permear o colorido
constante junto à base, baixo que preenche tudo (Ricardo mostra-se um baixista
sensacional, na verdade), e a bateria de Rolando, espetacular, como sempre.
“Flesh”
Essa seja
talvez a faixa mais genuinamente Prog-Rock, mas há a ressalva que o peso está muito
destacado, em princípio pela clara inspiração nos sons ultra densos do King
Crimson, em sua fase setentista em torno dos LP’s “Larks Tongues in Aspic” e “Red”,
mas há também a menção ao King Crimson mais moderno, com um peso Prog
contemporâneo, todavia construído em torno de uma resolução harmônica
dissonante, bem típica do trabalho dessa grande banda britânica, que eu sei bem,
todos os meus amigos do CaSch, apreciam, como eu.
Todavia, também apresenta muitas nuances de outras influências marcantes do Rock Progressivo clássico, expresso por outras tantas bandas e assim, com muitas evoluções em torno de partes e pontes/convenções, o tema é longo, rico e emociona pela belíssima profusão de solos sob diversos teclados, todos tipicamente vintage.
Tudo é muito bem tocado, com extremo bom gosto e virtuosismo da parte dos três instrumentistas. Por ser um EP com apenas cinco músicas, é óbvio que ao encerrar, fica aquela vontade para degustar mais e assim, espero que um novo trabalho seja lançado em breve, a dar continuidade.
Ainda não existe a postagem do álbum, na íntegra, no YouTube. Por enquanto, fique apenas coma faixa: “God” para experimentar a sonoridade da banda:
Todavia, também apresenta muitas nuances de outras influências marcantes do Rock Progressivo clássico, expresso por outras tantas bandas e assim, com muitas evoluções em torno de partes e pontes/convenções, o tema é longo, rico e emociona pela belíssima profusão de solos sob diversos teclados, todos tipicamente vintage.
Tudo é muito bem tocado, com extremo bom gosto e virtuosismo da parte dos três instrumentistas. Por ser um EP com apenas cinco músicas, é óbvio que ao encerrar, fica aquela vontade para degustar mais e assim, espero que um novo trabalho seja lançado em breve, a dar continuidade.
Ainda não existe a postagem do álbum, na íntegra, no YouTube. Por enquanto, fique apenas coma faixa: “God” para experimentar a sonoridade da banda:
Eis o Link
para acessar no You Tube:
Enfim, este
primeiro registro do CaSch é exatamente o que os Rockers antenados na
trajetória desses grandes músicos esperariam que eles apresentassem, ou seja, um
trabalho sob padrão internacional.
Gravado,
mixado e masterizado no estúdio Orra Meu, em São Paulo-SP
Técnicos de
gravação: Marcello Schevano, Ricardo Schevanno, Gustavo Barcellos, André
Miskalo e Breno Calmon
Técnico de mixagem
e masterização: Heros Trench
Ilustração
da capa: André Kitagawa
Lay-Out:
Marta Benévolo
Fotos: Adrian
Arellano, Bolívia & Cátia, Santi Sombra, Sebas Michia e Zapata Leon
Produção
geral: CaSch
Formação do CaSch:
Formação do CaSch:
Marcello
Schevano: Voz; Guitarra e Teclados
Ricardo
Schevano: Baixo
Rolando
Castello Junior: Bateria
Para
conhecer melhor o trabalho do CaSch, acesse a sua página no Facebook: