Este filme é assumidamente uma comédia, entretanto, em alguns
momentos, apresenta uma substância interessante, ao propor subliminarmente algo
além da arte de fazer graça, pois a despeito de ser uma peça humorística,
mostra uma verdade inquestionável dentro da estrutura gigantesca que move o
dito, “Show Business”. Qual verdade?
Bem, a resposta é óbvia em torno de que sem a presença dos trabalhadores
que compõe a equipe técnica a fornecer o suporte para os artistas, simplesmente
não existiria a possibilidade para as apresentações ao vivo se concretizarem com a devida qualidade. Ou
a trocar em miúdos, e como o próprio filme alardeou como a sua frase promocional,
quando do seu lançamento: “bands make it
Rock, but roadies make it roll” (“bandas produzem Rock, mas roadies fazem-no rolar”). Claro que
tal frase em inglês tem uma outra conotação bem mais certeira em sua intenção
assertiva, mas em português, dá para ter a compreensão do que se afirma. Em
suma, o papel dos roadies, é muito importante na cadeia de atividades que é formada
para um artista apresentar-se ao vivo e sem tal profissional, ficaria
impossível cumprir tal tarefa com a devida segurança para o artista exercer a sua arte e também a proporcionar qualidade para o público.
Para quem não sabe, é preciso esclarecer que a palavra
“roadie”, é um anglicismo que foi adotada por todo mundo como um jargão do meio
musical, a designar o trabalhador dos bastidores de um show, e a atender não
apenas artistas ligados ao Rock, mas da música em geral. Tal trabalhador é
responsável por montar e desmontar o palco, cuidar dos equipamentos, e dar
suporte aos músicos durante toda a apresentação, ao resolver possíveis panes
ocorridas em meio ao espetáculo, afinar instrumentos, ajudar na troca de
instrumentos etc. Em uma equipe bem profissional, o “roadie” não carrega os
instrumentos para tirar e guardar em caminhões e/ou vans, pois tal tarefa é
feita pelos “carriers”, os carregadores.
O roadie, seria um profissional mais
especializado, pronto para atender as demandas mais técnicas do artista no
palco e geralmente com conhecimento de tecnologia e luthieria, ou seja,
preparados para cuidar tecnicamente de equipamentos e instrumentos avariados em
meio às turnês. Lógico, quando a verba é mais curta, a produção do artista
contrata roadies que disponham-se a também atuar como carriers, pois tudo
depende do orçamento do qual o contratante contém.
Esclarecido o que faz um “roadie”, é preciso também
comentar sobre o significado do termo. Tal neologismo é uma corruptela da
palavra inglesa, “Road”, que significa “estrada”. Portanto, “roadie” poderia
ser entendido com “estradeiro” e nesses termos, a designar o ajudante que
acompanha o artista em suas turnês, daí a ideia da estrada, a sugerir o artista
a viajar para cumprir shows em diversas cidades e a caracterizar dessa forma,
uma turnê.
Então, sobre o filme, tenho a dizer que ele
apresenta um bom número de inserções musicais com artistas famosos, no entanto, por constituir-se de uma comédia, a ênfase é nítida nas piadas,
gags & afins, em detrimento de assistir-se os artistas em ação, porém, isso
acaba por ocorrer em algumas situações, de shows em pequenas casas noturnas a
grandes shows ocorridos em festivais e arenas renomadas. A história é simples e
mostra-se inverossímil em via de regra, mas funciona perfeitamente para dar
vazão ao desenvolvimento do filme, portanto, não cabe uma avaliação mais
rigorosa, visto tratar-se de uma intenção humorística, no cômputo geral e
assim, não haveria razão nenhuma para se estabelecer uma avaliação mais criteriosa
em termos de seriedade. Humor é para rir, somente isso e nada mais, em tese.
Travis W. Redfish (interpretado pelo cantor, Meat
Loaf), é um rapaz simples do interior. Caipira assumido, tem uma vida prosaica
como caminhoneiro, a fazer entregas de cerveja pelo interior do Texas, ao lado
do seu amigo, B.B. Muldoon (interpretado por Gailard Sartain).
O negócio é
gerido pelo seu pai, uma figura deveras estrambótica, chamada: Corpus C.
Redfish (interpretado por Art Carney), ao mostrar-se como uma espécie de
sujeito tresloucado que vive em função de uma série de geringonças engraçadas,
construídas com material reciclável em via de regra, como se estes fossem
aparelhos eletrodomésticos e também completamente viciado em assistir TV,
inclusive com vários aparelhos ligados em canais diferentes, o dia inteiro.
Existe ainda a figura de uma irmã tão excêntrica quanto o pai, Alice Poo
(Rhonda Bates). Pois então, Travis sai com o seu sócio, B.B. Muldoon para fazer
uma entrega e a vida para ambos é divertida no caminhão, na medida em que
adoram estar a rodar, enquanto escutam Country Music no rádio do bólido, pelas estradas
completamente desertas, e em meio ao calor forte que faz no Texas, costumeiramente. E assim, a
rir das bobagens que falam o tempo todo, sobretudo. Nesse aspecto, o filme
também caberia na designação de um “road movie”, pois muito da sua ação é
cumprida em cenas literalmente filmadas em estradas.
Eis que tudo muda, quando ambos avistam um “motor
home” (no Brasil, mais conhecido como “trailer”), parado na estrada,
aparentemente quebrado, com pessoas a sinalizar no sentido de pedir ajuda.
Travis e B.B. atendem o pedido naquele típico espírito solidário que existe
entre os caminhoneiros. Os rapazes do “motor home”, alegam ser roadies do
artista orientado pelo Country-Rock, Hank Williams Junior, e também de sua
banda, The Bama Band, e que estariam atrasados para chegar em uma cidade onde o
seu patrão apresentar-se-ia.
Travis não sabe nem o que significa ser ‘roadie”,
mas ao avistar a figura de Lola Bouilliabase (interpretada por Kaki Hunter),
fica encantado pela moça. Ela insinua-se para ele e declara ser uma “groupie”,
sem nenhum pudor, mas Travis nem sabe o que isso significa exatamente, em
princípio.
Bem, algo inesperado ocorre para os membros dessa equipe de roadies
(Joe Spano, como “Ace”; Richard Marion como George e Sonny Carl Davis, como “Bird”),
quando Travis conserta o carro com um expediente a usar objetos inusitados e ao
ver que ele seria uma figura a fazer o carro andar com essa simplicidade total,
o convidam a dirigir o motor home até ao seu destino. Encantado com Lola, ele
aceita na hora o convite, praticamente apenas por tal motivação.
Quando chegam ao local, uma casa noturna bem
típica, como uma espelunca interiorana sulista, são duramente recepcionados por
fãs de Hank Willian Junior, por estar atrasados e assim, a montagem do palco do
artista, postergar a hora do show ocorrer. Pior ainda, o promotor do
espetáculo, um sujeito rude (Mohammed Johnson, interpretado por Don Cornelius),
os recebe com bastante aspereza e sob ameaças, exige a montagem do palco em um
prazo absurdo.
Maus profissionais por natureza, os rapazes ficam apreensivos em
não cumprir a tarefa, e por conta da sua inoperância precipitar-se em ser despedidos sumariamente, mas
Travis, que nunca montou um palco na vida, o faz sozinho, com uma tremenda
rapidez e eficiência, inclusive ao usar de expedientes completamente inusitados
para solucionar pendências de última hora, ao demonstrar que essa sua qualidade
para improvisar soluções, era nata. O promotor do show, logo percebe o talento de
Travis para ser um ‘quebra galho” ou “pau para toda a obra” como se diz no jargão popular e sem pestanejar, o
contrata para ser o “Road Manager”, ou seja, o gerente geral dos roadies e
responsável pela logística do artista, isto é, a comandar todo o trabalho
estrutural e logicamente ganhar muito mais que os demais.
Isso desperta os
sentimento de inveja em princípio entre os outros rapazes, mas como o filme é uma comédia, isso não é
retratado de uma forma corrosiva. Pelo contrário, Travis, por seu jeito simples
e amigável, torna-se querido por todos, rapidamente. Nos bastidores, Travis
observa que Lola ficara muito entusiasmada ao abordar o grande, Roy Orbinson
(ele mesmo no filme), que ali encontra-se para atuar como convidado de Hank.
Ela oferece-se como groupie para Roy, e Travis demonstra sentir ciúmes. Então
ocorre o show de Hank Willians Junior com a sua, The Bama Band e a sonoridade
Country-Rock do trabalho desse artista, que é filho de um grande astro da
Country Music, Hank Willians (este mais raiz, digamos assim), mostra-se muito agradável.
Infelizmente
o foco não é a música em si e assim, enquanto o artista apresenta-se, muitas
gags ocorrem, com direito a confusões geradas por mal-entendidos e a culminar
em uma briga típica de salão sulista, com a pancadaria a generalizar-se, embora
muitos mantenham-se alheios e a banda a tocar normalmente e com os seus
componentes a limitar-se em desviar de garrafas arremessadas. A
briga generalizada só encerra-se quando Roy Orbinson e Hank Willian Junior
rapidamente cantam em duo: “Eyes of Texas”, canção folclórica que é uma espécie de
hino das universidades de Austin e El Paso, e motivo de orgulho em todo o
estado. Portanto, naturalmente gera-se a comoção no ambiente.
Uma briga em particular a envolver Travis, por
conta de um outro acidente casual, mostra ele e o seu oponente a portar-se como
touros em uma arena a duelar. Travis desfere uma cabeçada certeira no seu
oponente que desmaia, nocauteado (bem, a insinuação da chifrada tal qual um
touro não é muito sutil, mas gera graça, ao menos para o público infantil). No entanto, Travis fica desnorteado e
o seu amigo, B.B. alega aos demais que isso ocorre de vez em quando com Travis,
ao travar o cérebro (Brain Locked). Tal avaria teria ocorrido quando Travis
serviu na guerra (Vietnã, deduzo), e só contava com um antídoto: a ingestão de
uma quantidade absurda de cerveja, isto é, a piada popularesca absoluta, que em
termos de Brasil, fez a fama do comediante, Mussum, aliás, com tal mote baseado em
termos de enaltecimento do alcoolismo.
Desorientado, Travis parece estar sob a
ação de alguma droga alucinógena, ao formular frases sem sentido. Ele entra
então com Lola na limusine do empresário, Mohammed e dirige como um louco, ao
despertar a perseguição policial inevitável. É engraçado, certamente, embora
tal sequência mostre-se como um clichê em centenas, quiçá milhares de filmes,
inclusive baseados no humor e para ficar no plano musical, é muito parecida com
“The Blues Brothers”, onde a dupla protagonista fica o filme inteiro a fugir da
polícia, com tomadas de carros a colidir, voar sob altura inimaginável,
submergir, explodir etc.
Em “Roadie”, esse expediente é mais comedido, mas
ocorreu, enfim. Bem, para dar vazão à gag, eis que no ato final dessa fuga, a
limusine entra direto no compartimento de um avião de carga e os personagens
vão parar em Los Angeles, com carro e tudo, onde o empresário queria ir e
apesar da loucura toda, Travis é ainda mais elogiado pela sua eficiência em
promover essa ida a tal cidade californiana, em tempo recorde.
Uma vez em Los Angeles e enaltecido pelo promotor
do show, Travis parece ter se adaptado rapidamente ao mundo do Rock’n‘ Roll,
mas ao mesmo tempo, ainda mantém a sua ingenuidade interiorana. Cada vez mais
obcecado pela groupie, Lola, fica chocado quando esta revela-lhe ter apenas
dezesseis anos de idade, ao fazê-lo recuar em seu ímpeto, visto que em qualquer
lugar do mundo, mas principalmente nos Estados Unidos, essa idade para uma moça
é muito perigosa, aliás, não para a moça exatamente, mas para qualquer rapaz
que aventure-se em querer namorar uma menina com tal idade. No filme usa-se a
expressão: “sixteen, jail” (dezesseis, cadeia), para definir bem o perigo.
Muitas piadas boas são apresentadas (mérito do
roteiro), nesse instante e também citações ao Rock, pois menciona-se com apoio
de um figurante sósia, a presença do astro, Peter Frampton, a estar hospedado
no mesmo hotel. Uma confusão envolve Travis & Lola, que inocentes, levam
roupas sujas para lavar em uma lavanderia pública, mas não sabem que a
embalagem do sabão em pó que pegaram no camarim, na verdade estava repleta com
outro tipo de pó, que seria distribuído nos bastidores do show em L.A.
Agentes
da polícia estão no encalço e os seguem, com a informação sobre o pacote e
assim prontos a dar o flagrante, mas através de uma trapalhada, tudo torna-se
cômico, pois uma senhora idosa que estava na lavanderia, erra ao pegar o pacote
deles e ao perceber que aquilo era na verdade, cocaína, resolve levar a droga
para a sua casa e deixa o outro pacote, que era dela e conter sabão em pó
verdadeiro e assim, frustra inteiramente a tentativa de flagrante da parte dos
policiais. Mais hilário ainda, foi a maneira com qual a “gag” foi construída,
pois os policiais anunciam a abordagem, apontam armas, revistam o casal e eles
nem percebem a situação, entretidos em uma briga particular por algum motivo
fútil.
De volta ao camarim da casa noturna onde o show
ocorrerá, a empresária de uma banda cujos integrantes estão paramentados e
maquiados bem à moda da então moderna vertente "New Wave", está muito nervosa e
afirma que consta no contrato que a banda só entrará no palco se a droga for
disponibilizada aos seus componentes, em referência ao tal pacote de sabão em
pó, indevidamente trocado na lavanderia por Travis & Lola. Sem entender
nada do que afirmam, pois o casal nem percebera a situação, são acusados por
ter criado a celeuma. Ainda sem entender nada, mas a tomar a iniciativa, Travis
parte para cima e coloca medo nos músicos e na produtora da banda, ao
obriga-los a tocar. Hilário, ele coloca os músicos no palco na base da pancada
e eles saem a tocar com muito medo do brutamontes. Mais engraçado ainda, Travis
apanha o microfone sem querer e conversa com Lola, à distância. Ela também
apanha um microfone e o diálogo deles sincroniza-se com a música que a banda
está a tocar, a produzir uma boa piada, sem dúvida. Não há menção oficial sobre
a banda que atuou nessa cena.
Surge a próxima etapa da turnê e agora, o show
ocorrerá em um festival montado em uma área rural em alguma localidade do
estado do Idaho. Ao chegar lá, no entanto, o empresário Mohammed, é interpelado
por uma oficial de justiça, amparada por dezenas de policiais, com a ordem
judicial expressa de se cortar a energia elétrica para o espetáculo, sob a
alegação de que seria uma medida para economizar energia. Mohammed não tem
dúvidas, ao chamar Travis para achar uma solução inusitada, ao já conhecer a
capacidade dele para tais feitos, tal como o detetive MacGyver, do seriado de
TV, famoso.
Muito bem, em meio a uma fazenda, Travis pede para que os roadies
busquem no pasto a maior quantidade possível de esterco e daí, mediante a sua
combustão a alimentar um moinho e tudo devidamente ligado em um dínamo
improvisado e com o apoio de todas as baterias de carros e caminhões
disponíveis, juntas... bingo!
Está garantida a energia para prover o festival.
Ocorre o show da banda "Blondie", que também era da cena New Wave norte-americana,
com a sua famosa vocalista, Debbie Harry, ou a blondie de fato, a angariar a
atenção, sem dúvida alguma. Confesso, gostava muito mais dela em sua banda
anterior, “The Wind in the Willows”, nos anos sessenta, mas paciência, foi com
a Blondie que ela ficou mais famosa. Nesse ínterim, Travis e Lola estão em
embate psicológico e cada um a preocupar-se em produzir ciúmes no outro. Lola
entra em todos os camarins de motor home possíveis e Travis parece ter
despertado a atenção de Debbie Harry, ninguém menos.
Travis e Debbie ficam próximos e em um bar,
assistem a apresentação de Asleep the Wheel, uma banda bem tradicional no meio
da Country Music e mediante mais um arsenal de piadas, eis que Lola enquadra
Debbie Harry e Travis sai atrás dela. O casal vai parar em Nova York e Lola
revela para Travis que ainda é virgem, apesar de ser uma groupie, a configurar
a mais engraçada piada do filme, muito provavelmente, e que o seu sonho é
perder a virgindade com Alice Cooper.
Travis, alheio ao mundo do Rock, fica
estupefato ao imaginar ser Alice, uma mulher, mas daí vem a explicação sobre o
nome artístico do senhor, Vincent Furnier. É óbvio que Travis fica furioso com
essa constatação da obsessão de Lola e assim, por birra, leva-a aos bastidores
do Madison Square Garden, onde Alice Cooper fará um show naquela noite, e ao
invadir as dependências da arena, coloca Lola na frente para assistir o
soundcheck. Alice Cooper aparece sem a sua costumeira indumentária &
maquiagem e a portar-se como uma pessoa normal, para a surpresa de alguns. Uma
microfonia infernal irrompe no palco e mesmo assim, Travis intima Alice Cooper
a jantar com Lola e ele, para agradar a sua paquera. Alice descobre que o rapaz
é Travis Redfish e nesta altura, a sua fama como roadie já o transformara em
alguém famoso no meio.
Imediatamente, Alice exige que Travis trabalhe com
ele e não deixe nada de errado ocorrer no show e na contrapartida, aceita
jantar com o casal, onde aparece paramentado como a personagem cênica de Alice
Cooper, de fato e em tal cena, muitas piadas boas são usadas, inclusive com
Alice a auto satirizar-se. Travis cria uma engenhoca bem ao seu estilo, para
garantir que o show não falhe e dá para ver um pedaço do show de Alice, quando
ele canta a canção, “Pain” (durante o soundcheck ele cantara um trecho da
música: “Only Women Bleed”, especialmente para Lola). Não é nem de longe um bom momento da carreira
de Alice, mas destaca-se a presença do guitarrista escocês, Davey Johnstone em
sua banda, devidamente licenciado por Elton John, com quem tocava há anos e
neste caso, de fato, Davey tocou com Alice em sua turnê de 1980.
Travis fica a saber que a sua irmã vai casar-se com
o seu velho amigo, B.B. e decide apanhar o seu caminhão e não perder a
cerimônia no Texas. Ele lança um ultimato à Lola, mas ela vacila, ao sugerir
que desejava ir junto, mas o seu sonho de dormir com Alice Cooper estava muito
perto de concretizar-se, e então Travis parte aborrecido, mas chega em seu
rancho a tempo para presenciar a cerimônia, com direito a muitas ocorrências
cômicas, certamente, como por exemplo, o noivo de sua irmã desmaiar embriagado,
bem na hora de beijar a noiva.
Lola liga inesperadamente e diz estar no ponto
de ônibus da cidade, pois viera imediatamente atrás. Então ela afirma que não
dormiu com Alice Cooper e a virgindade será perdida com Travis, a caracterizar
um final digno de novela. Apesar disso, ainda bem que não tratou-se de novela e
sim, a cena final é hilária, com o casal a ser surpreendido na estrada por um
disco voador e os extraterrestres a abduzi-los, no entanto, a intenção dos
alienígenas é boa, pois a nave estava com uma falha e eles desejavam que Travis
a consertasse com as suas criativas invenções para fazer funcionar qualquer
coisa, mediante recursos inacreditáveis. Final Sci-Fi para uma comédia Rock
Movie, com sabor Road Movie, igualmente, e a tratar de Roadies, para fechar o
trocadilho.
Comédia boa, a risada é garantida. Bons atores e
bons números musicais, embora entrecortados e também por não configurar ter
sido a ênfase da história, mas notoriamente o pano de fundo. Falou-se sobre a
profissão de “roadie” de uma forma superficial, mas certamente divertida e com
a presença de alguns astros musicais, a agregar bastante valor, sendo assim,
trata-se de um bom filme, no cômputo geral.
A trilha sonora, aliás, é muito boa, com a presença
de músicas de Jerry Lee Lewis, Cheap Trick, Utopia, Stephen Bishop & Yvone
Elliman, Teddy Pendergrass, Roy Orbinson & Emmylou Harris, Pat Benatar, Joe
Ely Band, Styx, Alice Cooper, Blondie, Hank Willian Junior, B-52’s, Sue Saad
and the Next, Asleep the Whells, Alvin Crow e Adolf Hofner and His Texas, e com
alguns destes artistas citados a participar do filme, em aparições, como já foi
comentado.
Foi dirigido por Alan Rudolph e lançado em junho de
1980. Teve um desempenho apenas razoável na bilheteria das salas de cinema e
também amargou críticas duras por parte dos jornalistas tradicionais, pelo fato de ter sido considerado uma comédia popularesca. Passeou
bastante pela TV aberta e paga, até que em 2013, foi lançado enfim em formato
DVD/Blue Ray. Não é fácil para achá-lo em portais de filmes, a não ser em
certas redes que cobram a manutenção de um cadastro burocrático. Gratuitamente, só existe
fragmentos desse filme no YouTube.
Esta resenha faz parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll" em seu volume III e está disponível para a leitura a partir da página 95.