quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Livro: Quando os ventos sopram na pradaria (uma fábula Sioux)/Walter LP Possibom - Por Luiz Domingues

Para efeito da percepção generalizada, é bem incomum o ponto de vista indígena ser levado em consideração. Mais do que isso, pode-se afirmar que nem mesmo o devido respeito que a sua cultura milenar merece receber, é observado, infelizmente.

Ainda bem que há pessoas que pensam muito diferente e este é caso de um grande estudioso e admirador das tradições indígenas, de sua cultura milenar e sobretudo, a reconhecer o seu admirável senso de honradez, a nos proporcionar uma visão muito mais justa.

Falo a respeito de Walter LP Possibom, grande músico (guitarrista, cantor e compositor, que é membro fundador da banda de Rock, "Delta Crucis"), médico na formação acadêmica e que construiu uma sólida carreira paralela como escritor, a lançar inúmeras obras muito relevantes, em termos de romances muito bem escritos, livros técnicos de medicina e uma enciclopédia incrivelmente profunda sobre a história do Rock, entre outros trabalhos. E como se não bastasse, ele também é um ativista cultural incansável, ao manter um Blog e ser colaborador de uma webradio, ou seja, a alta carga de produtividade é a sua marca registrada.  

Com o dom da palavra de uma forma natural pela veia literária nata, a assertividade do médico, a enorme sensibilidade do músico e a força da comunicação do ativista cultural, Walter Possibom usou tais predicados somados para produzir mais um belo romance, desta feira ambientado na cultura da nação Sioux, uma das mais tradicionais a habitar as pradarias da América do Norte.

Apaixonado pela cultura indígena, ele nem precisaria empreender uma grande pesquisa propriamente dita para dar conteúdo ao romance, no entanto, ele mergulhou no estudo, porque certamente quis enfatizar tais aspectos com bastante ênfase ao construir o seu romance.

Portanto, "Quando os ventos sopram na pradaria" (uma fábula Sioux), tem o elemento da farta explanação sobre inúmeros aspectos da cultura Sioux e também de outras tribos contemporâneas (amigas ou inimigas), a citar com bastante propriedade a organização social de tal nação, a abranger todos os quesitos imagináveis.

O ponto altamente positivo que realço, foi que ao ler o romance, notei que Walter Possibom usou as personagens com muita sapiência nesse sentido de expressar as diversas nuances da cultura Sioux, ou seja, a leitura segue a estrutura básica do romance, no tocante à construção dos arcos narrativos, percepção psicológica de cada personagem, saga com observação da famosa "jornada do herói" (ou monomito), e a acrescentar doses maciças de sentimento de amor terno, a destacar ser essa a energia fundamental que move o casal de personagens protagonistas, Wakanda e Yoomee, ambos filhos de chefes de tribos, que se apaixonam e lutam pelo seu amor, a cumprir muitos protocolos de sua cultura até concretizar a sua união.

A saga apresenta também os momentos de conflito a gerar angústia e "torcida" da parte do leitor, ou seja, a tal "jornada do herói" descrita por Joseph Campbell e que os escritores e roteiristas de cinema e série de TV usam sem parcimônia, e técnica da qual Walter Possibom foi muito feliz ao usar, e assim garantir a emoção, algo primordial para um bom romance. 

Chama a atenção a entrelinha muito clara que acompanha a obra inteira a respeito da mensagem da ética que o permeia. A todo instante, as personagens se expressam sob as suas decisões a serem adotadas, das grandes questões sociopolíticas às questões mais triviais de fácil resolução no cotidiano e há um padrão muito bem delineado para tratar qualquer problema, a denotar um senso de honradez, respeito, consideração ao semelhante, enfim, a revelar um bojo de predicados da mais alta estirpe e nos demonstrar como a alma indígena valoriza a ética como um princípio pétreo de sua sociedade.

Claro, nem todas as nações indígenas construiram seus princípios da mesma forma. Há ao longo da história a revelação de conflitos e práticas cruéis da parte de certas tribos inimigas, a denotar que sempre houve uma graduação natural, ou seja, com a existência de certas nações com princípios nada nobres, onde o egoísmo lhe impelia a cometer atrocidades a troca de obter os seus objetivos torpes, mas nesse ponto, cabe a reflexão que isso não é nenhuma novidade para os homens brancos que vieram do outro lado do oceano atlântico.

Não cometerei o dito "spoiler" ao contar a história em sua totalidade, e dessa forma, fica como um incentivo para que o leitor desta resenha busque a leitura da obra, para nela se envolver e se emocionar.

Transcrevo, entretanto, uma oração Sioux que o autor disponibilizou nas últimas páginas da obra, logo após o encerramento do romance, pois reflete o espírito que norteia essa nação e revela por conseguinte, a sua ética elevada. 

Oração Sioux:

"Oh Grande Espírito, cuja voz eu ouço no vento
E cujo respiro  dá vida a todo o Universo
Ouve-me, sou pequeno e débil, um de teus muitos filhos
Deixa-me passear na beleza e permite-me que meus olhos sempre possam contemplar o vermelho e a púrpura do pôr do sol
Faça com que minhas mãos respeitem as muitas coisas que as Tuas criastes e agudiza meus ouvidos para ouvir a Tua Voz
Faz-me sábio para compreender todas as lições que Tu escondeste por trás de cada folha e de cada rocha
Dá-me força não para ser mais forte que meu irmão, senão para lutar contra o  meu pior inimigo: eu mesmo
E faz-me sempre pronto para ir ante Ti com as mãos limpas e o olhar reto para que quando a luz se desvaneça como se desvanece no pôr do sol meu espírito possa chegar ante Ti sem nenhuma vergonha"
.

Sobre a capa, a ilustração mostra a paisagem da pradaria exuberante, terra dos Sioux, ante a vegetação a predominar os tons verde e amarelo, a interagir com o alaranjado do crepúsculo no horizonte, ambiente idílico de onde o casal de índios sioux, Wakanda e Yoomee contemplam a natureza que o Grande Espírito lhe designou como o seu Lar.  

Recomendo a leitura do livro: "Quando os ventos  sopram na pradaria" (uma fábula Sioux), do grande autor, Walter LP Possibom, um escritor inspirado e sempre preocupado em deixar nas entrelinhas de suas obras, o seu grande apreço pelos valores éticos.

Livro "Quando os ventos  sopram na pradaria" (uma fábula Sioux)
Autor: Walter LP Possibom
Coordenação editorial: Daniel Alves Machado e Denny Guimarães de Souza Salgado
Revisão: Walter LP Possibom
Projeto gráfico e editoração eletrônica: Denny Guimarães de Souza Salgado e Paulo de Tarso Soares Silva
Ilustração da capa: João Rafael Corrêa Lima
Editoração eletrônica da capa: Denny Guimarães  de Souza Salgado
Impressão e acabamento: Editora Kiron
Editora Kiron
Lançamento em 2019

Leia também a minha resenha sobre um outro trabalho de Walter Possibom, o livro "Um Brilho nas Sombras" (uma fábula Rock'n' Roll).

Eis o link para acessar:
http://luiz-domingues.blogspot.com/2016/09/um-brilho-nas-sombras-walter-lp.html

Leia no meu Blog 2 a entrevista que conduzi com Walter Possibom a repercutir o lançamento da sua impressionante  obra: "Enciclopédia Rock, Suas Histórias & Suas Magias"

Eis o link para acessar:
http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com/2022/10/entrevista-walter-possibom-musico.html

Para conhecer ainda mais o trabalho de Walter Possibom como músico, ativista cultural e escritor, acesse: 

Blog Planet Caravan:
https://jjplanetcaravan.blogspot.com/

Blog Planet Caravan no Facebook:
https://www.facebook.com/BloggerPlanetCaravan

Canal do grupo de Rock Delta Crucis no YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCB602J1NIhNiicree6adEFw

domingo, 18 de fevereiro de 2024

CD Prazer te Conhecer/Balls - Por Luiz Domingues

O grupo de Rock, "Balls", brilhou intensamente na cena paulistana dos anos 2010, muito por conta da excelência técnica de seus componentes, aliado a uma carga de influências das mais nobres que a banda abraçou como um farol estético muito claro a ser seguido, ou seja, a se tratar da firme determinação de seguir vertentes setentistas clássicas e mais do que isso, com muito requinte.

Dentro dessa escolha que a banda fez, escolas tais como o Blues-Rock, Hard-Rock, Southern-Rock e Jazz-Rock, ou seja, vertentes bem típicas dos anos setenta, foram visitadas com grande desenvoltura e criatividade, a usar as ferramentas de cada estilo de uma maneira muito consciente, no sentido de que denota conter grande conhecimento de causa da parte da banda, como uma unidade e claro, para cada componente no âmbito pessoal.

Se no primeiro álbum a banda já mostrou um vigor impressionante, neste segundo trabalho de sua trajetória, não apenas reafirmou, como ampliou o seu poder de fogo. Aliás, por falar no primeiro álbum, se ainda não leu, deixo o meu convite para que o leitor visite o meu Blog 1 e leia a resenha que eu preparei sobre esse trabalho, ou releia, se for o caso:

Eis o link de acesso:

http://luiz-domingues.blogspot.com/2023/03/cd-ballsballs-por-luiz-domingues.html

Muito bem gravado no quesito da produção (tem o dedo mágico do grande Edu Gomes na captura sonora de estúdio), o CD "Prazer te Conhecer", mostra a banda ainda mais afiada na execução vigorosa de seus temas, detalhista nos arranjos e a denotar aquela gana Rocker tipicamente setentista, que é na prática, um acréscimo de energia e tanto.

No quesito das letras, a opção predominante foi em torno do romantismo, posso afirmar. A relação homem-mulher é abordada quase na mesma intensidade com a qual esse tema era muito recorrente nos tempos sessentistas da Jovem Guarda, claro, guardadas as devidas proporções. 

Em termos de formação da banda para esse segundo trabalho, houve apenas uma mudança, quando o novo baixista, Paulo Pascale, assumiu o posto e claro, a imprimir o seu estilo próprio, com bastante brilho. 

Sobre a apresentação gráfica do disco, a banda optou mais uma vez pela simplicidade visual ao usar o cinza em diversas matizes como cor predominante e a mostrar a ilustração de uma garota sensual bem no canto do enquadramento, mediante bolhas d'água por toda parte, a sugerir uma superfície de vidro sob a ação de vapor, presumivelmente. 

Já no encarte, as fotos dos componentes ilustram a exibição das letras e da ficha técnica de uma maneira bem funcional.

Sobre as canções que compõem o álbum em si, vale a pena destacar mais alguns detalhes. Convido o leitor a escutar o disco enquanto lê o restante desta resenha, e para tal, ouça de maneira completa através do YouTube:

Eis o link para acessar:
https://www.youtube.com/watch?v=c8LkHnHBkj8&list=OLAK5uy_lKxIg8KACPTw2Zw8rZSc_QEIp0_xDA1e8&index=1 

1) Na estrada (Danilo Martire/Fernando Gargantini/Pi Malandrino)

É bem interessante a linha melódica dessa canção e isso é realçado pela ótima interpretação vocal, mediante o apoio dos backings vocals.

Rock com característica Hard, contém solos de guitarras com extremo bom gosto melódico e bem destacados pelo fato de terem sido muito bem timbrados.

2) No Lixo, há luxo (Pi Malandrino/Pepe Bueno)

Esse tema lembra bem o estilo do Hard-Rock brasileiro a la "Golpe de Estado", isto é, a mostrar riff forte, refrão ganchudo, "cozinha" poderosa e ótimos solos.

3) Prazer te conhecer (Pi Malandrino/Erika Dernovsk)

O Blues-Rock mostra a sua face com toda a pompa em "Prazer te Conhecer", a faixa que dá nome ao CD. A canção apresenta aquele clima acentuado no estilo do "Free" ou seja, a usar do andamento lento aliado a uma ótima melodia bem desenhada como essência básica. E também é notável por exibir como acréscimo o ótimo trabalho de guitarras para engrandecê-la.

O duo final de guitarras lembrou-me bastante o som do "Wishbone Ash", com o devida ressalva de se tratar da minha mera idiossincrasia.

4) À primeira vista (Fernando Gargantini/Pi Malandrino/Paulo Pascale/Lauro Santiago/Danilo Martire)

Ao iniciar-se como uma balada, esse tema já chama a atenção pelo bom uso dos detalhes rítmicos empregados, com contratempo estratégico e uso criativo de percussão.

Mas tudo muda quando o riff mais pesado dá entrada um Hard-Rock cheio de energia e pulsação. E ao final a docilidade da balada reaparece para rapidamente fechar a canção.

5) Pneumonia (Pi Malandrino/Fernando Gargantini)

Rock'n 'Roll de enorme apelo dançante, tem o elemento Pop muito forte na sua estrutura, tanto pela melodia contagiante, quanto pela indução clara do backing vocals que convida o ouvinte a interagir.
Gostei muito de um intermezzo, algo nada Pop, aliás, que quebra o apelo radiofônico da canção, mas é justamente aí que (na minha opinião), reside o fator da criatividade, no sentido de ser perfeitamente possível fazer Pop-Rock, com forte apelo popular, mas a incrementá-lo com ornamentos mais robustos. 

6) Doce Fantasia (Fernando Gargantini/Pi Malandrino/Danilo Martire)

Texas Blues na veia! Esse tema empolga desde o início por toda a sua intenção e assertividade dentro do estilo.

7) Olha pra mim (Pi Malandrino/Danilo Martire)

Tema Pop-Rock com vestimenta Hard-Rock, tem o apoio do órgão Hammond, a lhe conferir um sabor irresistível. Gostei muito das convenções, duetos de guitarra e linha de bateria muito bonita. 

8) Raio e Tempestade (Fernando Gargantini/Pi Malandrino/Danilo Martire 

Mais um Blues-Rock com riff forte, gostei bastante do arranjo de guitarras, principalmente perceptível ao se ouvir com fone de ouvido, ou seja, eu recomendo o uso desse expediente, portanto. 

9) Casa comigo (Pi Malandrino/Danilo Martire)

Outro Rock'n' Roll direto e reto, esse tema dá o recado com bastante força, tanto pelo riff poderoso, quanto na levada firme. O solo em dueto e muito bem feito é a prova cabal de que ter dois guitarristas ótimos e super entrosados é um luxo para qualquer banda e o Balls teve essa sorte.

A parte que usa o staccato, algo bem no estilo do "AC/DC", é bem interessante no sentido de se mostrar como um recurso que ao vivo o Balls deve ter usado bastante em seus shows, para gerar euforia em seu público.

10) Nossa história (Fernando Gargantini/Danilo Martire)

A levada de Blues ritmado, é irresistível, logo de início.  E assim a música segue com a sua pegada blues até desembocar em uma jam-session... 

11) Gran finale (instrumental) (Fernando Gargantini/Pi Malandrino/Paulo Pascale/Lauro Santhiago)

Na verdade, essa faixa está contida na faixa anterior como a sua continuidade natural e foi creditada separadamente por ser um tema instrumental com solos e a demarcar o encerramento da canção anterior e no caso, também do disco.

Com clima de jam-session final, empolga pela sua contundência instrumental, com a banda a soltar a mão para encerrar o disco em alta voltagem e possivelmente na mesma predisposição de "Free Bird" do Lynyrd Skynyrd. como uma inspiração, digamos assim.

Em síntese, o Balls apresentou mais um bom trabalho e do qual eu recomendo a audição, sem sombra de dúvida. 

CD Prazer te conhecer/Balls  
Gravado no estúdio Cakewalking - São Paulo-SP - Fevereiro a abril de 2014
Técnico de áudio (gravação/captura): Edu Gomes
Mixagem e masterização: Pi Malandrino
Ilustrações de capa: Aloísio de Castro
Projeto gráfico e diagramação: Danilo Martire
Foto: Tony Sampaio
Arranjos: Balls
Produção geral: Pi Malandrino e Fernando Gargantini

Formação do Balls neste trabalho:
Lauro Santhiago: Bateria
Danilo Martire
: Voz
Fernando Gargantini
: Guitarra e backing vocals
Pi Malandrino
: Guitarra e backing vocals
Paulo Pascale
: Baixo

Músicos convidados:
Mateus Schanosky: teclados na faixa "Olha pra mim"
Paulo "Coruja" Oliveira
: gaita em "Doce Fantasia"
Pepe Bueno
: backing vocals em "Pneumonia"

Para conhecer melhor o trabalho do Balls, acesse:

Canal do YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCfo61bnRtXLBYku-ZNsua1w

Segundo canal do YouTube:
https://www.youtube.com/@BallsAndRoll

Facebook:
https://www.facebook.com/Bandaballs/about_details

Spotify:
https://open.spotify.com/artist/2an1YxR2qW382iv02VHbQC

Deezer:
https://www.deezer.com/en/artist/10462499

YouTube Music:
https://music.youtube.com/channel/UCcaF8OLntZ3HUcFiWblIwOg

Site oficial:
www.balls.com.br

Contato direto com a banda:
balls@balls.com.br

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Carna Rock! - Los interessantes hombres sin nombre/Boca do Céu e Os Kurandeiros - Sábado, dia 17/2/2024 - 20 horas - Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) - Bairro da Penha - São Paulo-SP

Carna Rock!

Sábado, dia 17 de fevereiro de 2024 - 20 horas

Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) 

Mestre de cerimônias: Rogério Utrila

As bandas: "Los Interessantes Hombres Sin Nombres" e "Boca do Céu" realizam a abertura do show: "Pronto Pra Festa", D'Os Kurandeiros"

Rua Doutor Suzano Brandão, 573/543

Penha

200 metros da estação Penha do Metrô

São Paulo-SP

Ingressos antecipados com desconto pelo site Sympla:

https://www.sympla.com.br/evento/carnarock-2024/2311373?share_id=copiarlink

Los Interessantes Hombres Sin Nombres anunciam o lançamento do livro: "70 poemas sem nome" de Marcos Mamuth:

Marcos Mamuth: Guitarra e voz

Ayrton Mugnaini Junior: Baixo e voz

Carlinhos Machado: Bateria e voz

 

Boca do Céu lança o single "1969":

Osvaldo Vicino: Guitarra e voz

Luiz Domingues: Baixo e voz

Laert Sarrumor: Voz

Wilton Rentero: Guitarra

Carlinhos Machado: Bateria

musicista convidada: Renata "Tata" Martinelli: Voz


Os Kurandeiros lançam o show: "Prontos para a festa":

Kim Kehl: Guitarra e voz

Carlinhos Machado: Bateria e voz

Phill Rendeiro: Guitarra e voz

Renata "Tata" Martinelli: Voz e percussão

Luiz Domingues: Baixo e voz