Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste meu primeiro Blog, reúno a minha produção geral e divulgo as minhas atividades musicais. Não escrevo apenas sobre música, é preciso salientar ao leitor, pois abordo diversos assuntos variados. Como músico, iniciei a minha carreira em 1976, e já toquei em diversas bandas. Atualmente, estou a trabalhar com Os Kurandeiros.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Série "D" Garantida e Cabe até Outras... - Por Luiz Domingues
A verdade é uma só : durante anos (talvez décadas), pode-se afirmar que a CBF centrou toda a sua atenção à sua "galinha dos ovos de ouro", a seleção brasileira. Ao perceber a notoriedade mundial que o time de camisa amarela causava no planeta, graças às suas conquistas naqueles torneios quadrienais de poucos jogos e critérios não muito justos de disputa e avaliação técnica, a entidade focou todo o seu empenho em promover cada vez mais a sua seleção.
Claro, o retorno financeiro decorrente disso mostrou-se fabuloso e por muito tempo, essa ganância obscureceu os olhos da instituição para com o seu bem mais precioso, que ficou relegado ao limbo : o seu campeonato nacional de clubes. Com descaso; desorganização generalizada; tabelas mal elaboradas; fórmulas tresloucadas e injustas; mudança repentina de regulamentos para privilegiar certos clubes; comissão de arbitragem mal cuidada e tribunais esportivos sujeitos à ações pouco confiáveis, a CBF abusou de seu desdém pelos seus afiliados e que afinal de contas, são em tese, os seus filhos, que sustentam todo o empreendimento.
Com a recente renúncia do ex-presidente, Ricardo Teixeira, abriu-se a perspectiva nada animadora para que outra figura duvidosa, José Maria Marin assumisse o cargo. Homem idoso e conservador, tinha todo o perfil de ser um mero continuador da política de seu antecessor e do mentor honorário desse Status Quo, o decano : João Havelange.
Nos estertores de seu mandato, Teixeira acenara com a extinção da série D do campeonato brasileiro, dada a falta de interesse de clubes em participar, sem perspectivas para obter recursos da própria CBF, tampouco de setores privados. Acostumados a amargar prejuízos sem fim, a bancar do próprio bolso as despesas de viagens; estadia; traslados; alimentação e demais encargos, seria normal que tais clubes humildes desistissem de disputar o campeonato, ao preferir fechar as suas portas e dispensar diversos profissionais.
A grande questão foi : a falta de apoio total da entidade máxima, que prefere gastar seus milhões para levar a sua seleção à torneios inúteis, geralmente realizados em países exóticos (habitualmente no Oriente Médio, curioso, não ?), e sob diversas categorias (sub-"isso", sub-"aquilo"), para chegar-se em um ponto onde só faltou investir na seleção "sub-zigoto"...
Sei que a minha opinião gera polêmica, pois contraria o pensamento da maioria, mas penso exatamente o inverso : disputas entre seleções nacionais é que deveriam ficar em segundo plano. Se eu fosse dirigente de futebol, trabalharia ao máximo para promover os campeonatos entre clubes, para dar apoio total aos meus afiliados.
E convenhamos, se a seleção brasileira tem esse perfil ganhador e que encanta o mundo (ou encantou, sejamos realistas, tudo muda no dinamismo do futebol), de onde vem esse encanto ? Qual foi a base desse celeiro de craques ? E quando já estava desolado com a perspectiva aventada sobre a possível extinção da série D, leio na mídia que o Sr. José Maria Marin tomou a resolução em mantê-la, e dar o devido apoio financeiro e logístico para que os clubes disputem-na com dignidade.
Apoio integralmente essa decisão e vejo com otimismo tal medida, pois seria um indício de que a CBF finalmente trataria o campeonato brasileiro em suas quatro divisões, com a atenção e carinho que merecem ? Torço para que seja isso, pois se bem trabalhado em sua organização, pode e deve render dividendos tão bons quanto o time da camisa amarela em seus amistosos caça-níqueis e esportivamente entediantes.
E vou além : pelo tamanho geográfico do Brasil, a CBF deveria até cogitar a existência de mais séries, ao englobar as disputas regionais. Quem sabe a aglutinar as disputas regionais, torna o brasileirão, um campeonato que dure o ano todo, intercalado à Copa do Brasil e aos torneios internacionais como Libertadores da América e Copa Sulamericana ?
Dessa forma, as equipes pequenas também seriam atendidas e não ficariam condenadas a existir por poucos meses ao ano, só a contar com a motivação de seu campeonato estadual. Para concluir : no Brasil, pela dimensão continental de seu território e tradição no esporte, cabem ainda as séries E; F; G...
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