Artista
inquieto por natureza, o baixista, cantor e compositor, Pepe Bueno sempre
portou-se sob extremo entusiasmo na sua relação ao Rock, desde o tempo em que esteve à frente do Tomada,
uma banda que escreveu belas páginas na história do Rock brasileiro, a partir do
final dos anos noventa.
Com o Tomada a trabalhar com força total, Pepe achou uma brecha para lançar um álbum solo em 2008, denominado: “Nariz de Porco Não Tem Tomada”, um dito popular a provocar uma brincadeira com a sua própria banda. Alguns anos depois, eis que Pepe retornou a movimentar a sua carreira solo, quando lançou o CD “Eu, o Estranho”, o seu segundo álbum solo, em 2016.
Desta feita, porém, a despeito da atividade do Tomada continuar com força na ocasião, o segundo disco solo trouxe uma nova possibilidade para Pepe, além de um uma simples vazão para a sua energia criativa extra-banda, ao ser exercida a contento. Isso por que tal álbum inspirou o avanço de uma carreira solo com maior ênfase e para tal, o artista batizou doravante tal trabalho como: “Pepe Bueno & Os Estranhos”.
Para ler pela primeira vez ou reler a resenha que elaborei sobre o álbum anterior: “Eu, o Estranho”, eis o Link disponível em meu Blog 1:
Com o Tomada a trabalhar com força total, Pepe achou uma brecha para lançar um álbum solo em 2008, denominado: “Nariz de Porco Não Tem Tomada”, um dito popular a provocar uma brincadeira com a sua própria banda. Alguns anos depois, eis que Pepe retornou a movimentar a sua carreira solo, quando lançou o CD “Eu, o Estranho”, o seu segundo álbum solo, em 2016.
Desta feita, porém, a despeito da atividade do Tomada continuar com força na ocasião, o segundo disco solo trouxe uma nova possibilidade para Pepe, além de um uma simples vazão para a sua energia criativa extra-banda, ao ser exercida a contento. Isso por que tal álbum inspirou o avanço de uma carreira solo com maior ênfase e para tal, o artista batizou doravante tal trabalho como: “Pepe Bueno & Os Estranhos”.
Para ler pela primeira vez ou reler a resenha que elaborei sobre o álbum anterior: “Eu, o Estranho”, eis o Link disponível em meu Blog 1:
Nesse
ínterim, Pepe Bueno lançou diversos vídeoclips, pois entre outros atributos
pessoais, ele é também um experiente editor de peças audiovisuais.
Recentemente, 2019, eis que Pepe anunciou o lançamento de mais um álbum, sob a chancela, “Pepe Bueno & Os Estranhos”, e denominado: “Preces & Tentações”. Cercado por um batalhão de músicos geniais, não haveria possibilidade desse novo trabalho não atender a expectativa natural da parte de qualquer ouvinte que esteja a acompanhar a carreira solo de Pepe Bueno, à frente de seus talentosos e “estranhos” (no ótimo sentido), companheiros de jornada, ou mesmo dos trabalhos do Tomada e para ir além, ao citar esses artistas que dão-lhe o devido suporte, ao pensar-se em cada um, individualmente, em face de seus trabalhos a bordo de bandas significativas e em alguns casos, algumas a revelar-se históricas.
Recentemente, 2019, eis que Pepe anunciou o lançamento de mais um álbum, sob a chancela, “Pepe Bueno & Os Estranhos”, e denominado: “Preces & Tentações”. Cercado por um batalhão de músicos geniais, não haveria possibilidade desse novo trabalho não atender a expectativa natural da parte de qualquer ouvinte que esteja a acompanhar a carreira solo de Pepe Bueno, à frente de seus talentosos e “estranhos” (no ótimo sentido), companheiros de jornada, ou mesmo dos trabalhos do Tomada e para ir além, ao citar esses artistas que dão-lhe o devido suporte, ao pensar-se em cada um, individualmente, em face de seus trabalhos a bordo de bandas significativas e em alguns casos, algumas a revelar-se históricas.
Posto isso,
cabe dizer que sim, “Preces & Tentações”, atende prontamente as expectativas
geradas em torno de uma coleção de boas canções pautadas pelas melhores
referências do passado nobre do Rock, a observar não apenas o aspecto em torno
da estética escolhida para assim poder expressar-se, mas também através da
fidedignidade da formatação musical em relação aos arranjos individuais da
parte dos instrumentistas e cantores envolvidos no bojo da obra.
E ao ir além, sobre a questão da temática das letras, realça-se a preocupação de Pepe e de seus Estranhos, no sentido em buscar os melhores timbres, o melhor áudio e nesse particular, arrole-se entre os “estranhos”, também a participação especial dos técnicos de gravação, mixagem e masterização do trabalho, envolvidos, indelevelmente comprometidos com as mesmas ideias artísticas.
E ao ir além, sobre a questão da temática das letras, realça-se a preocupação de Pepe e de seus Estranhos, no sentido em buscar os melhores timbres, o melhor áudio e nesse particular, arrole-se entre os “estranhos”, também a participação especial dos técnicos de gravação, mixagem e masterização do trabalho, envolvidos, indelevelmente comprometidos com as mesmas ideias artísticas.
O mesmo
pode-se afirmar sobre o aparato gráfico do trabalho ao mencionar o trabalho de
ilustração/lay-out da capa do álbum.
Bastante provocativa, a imagem de uma freira estilizada com detalhes que sugerem traços fisionômicos reptilianos, avança sobre o conceito do realismo fantástico em uma primeira instância, no entanto, logicamente abre a possibilidade para diversas interpretações análogas.
Desenho criativo, sem dúvida, também faz jus à questão da estranheza em si, ou seja, a tratar-se de um conceito que inspirara o título do álbum anterior de Pepe (“Eu, o Estranho”), e por ter ficado tão forte no imaginário proposto pelo artista, eis que batizou a sua banda de apoio, posteriormente.
Criação e lay-out de Sandro Saraiva, certamente que é um cartão de visita sob o ponto de vista visual, a revelar-se atrativo para o álbum.
Bastante provocativa, a imagem de uma freira estilizada com detalhes que sugerem traços fisionômicos reptilianos, avança sobre o conceito do realismo fantástico em uma primeira instância, no entanto, logicamente abre a possibilidade para diversas interpretações análogas.
Desenho criativo, sem dúvida, também faz jus à questão da estranheza em si, ou seja, a tratar-se de um conceito que inspirara o título do álbum anterior de Pepe (“Eu, o Estranho”), e por ter ficado tão forte no imaginário proposto pelo artista, eis que batizou a sua banda de apoio, posteriormente.
Criação e lay-out de Sandro Saraiva, certamente que é um cartão de visita sob o ponto de vista visual, a revelar-se atrativo para o álbum.
Sobre as
canções, é preciso acrescentar mais algumas observações pertinentes. Enquanto o
leitor continua a acompanhar a resenha, convido-o a escutar o álbum, na
íntegra, através do link abaixo, no YouTube:
“Respira”
Tratada como
uma vinheta, essa faixa com pequena duração é marcada fortemente pelo
experimentalismo explícito. Mediante uma linha mestra proporcionada pelo baixo,
no sentido de um "looping", dá-se a margem ideal para que os outros instrumentos
participantes aventurem-se em voos, caso dos teclados e das guitarras em
sobreposição e devidamente sustentadas por uma linha de bateria a buscar um
certeiro sentido tribal.
Lembra de certa forma, o Space-Rock da transição dos anos 1960, para a década de 1970, além do Krautrock germânico mais radical da década de setenta. Vozes a balbuciar palavras aparentemente desconexas, ajudam a manter o clima em tom da estranheza generalizada e certamente a mostrar-se como uma introdução perfeita para uma banda que observa a estranheza como o seu mote. Entretanto, isso é uma pista falsa se o ouvinte está a conhecer esse trabalho pela primeira vez, pois a seguir, o trabalho expressa na continuidade do álbum, a característica mais Pop da música convencional e com muitos méritos.
Lembra de certa forma, o Space-Rock da transição dos anos 1960, para a década de 1970, além do Krautrock germânico mais radical da década de setenta. Vozes a balbuciar palavras aparentemente desconexas, ajudam a manter o clima em tom da estranheza generalizada e certamente a mostrar-se como uma introdução perfeita para uma banda que observa a estranheza como o seu mote. Entretanto, isso é uma pista falsa se o ouvinte está a conhecer esse trabalho pela primeira vez, pois a seguir, o trabalho expressa na continuidade do álbum, a característica mais Pop da música convencional e com muitos méritos.
“Calma”
Trata-se de
uma bela balada, com uma melodia agradabilíssima, e cuja vocalização principal
foi defendida por um grande parceiro de Pepe, na figura do cantor, guitarrista
& compositor, Fernando Ceah. Não consta na ficha técnica uma especificação
formal e elucidativa, mas ao levar em conta que Ceah é um grande letrista, é
possível que tal letra tenha sido a sua contribuição à canção, visto que ele é
coautor da música junto à Pepe e também a contar com o baterista superb,
Junior Muelas.
O backing vocals com a palavra: “calma”, a intercalar e a comandar o refrão central, é muito bom. Tem tudo a ver com a menção feita na faixa anterior, que chama-se: “respira”, ou seja, respirar e acalmar-se talvez seja a única solução para enfrentarmos a loucura diária, imposta-nos em torno das agruras da sociedade pautada pelo mega consumo, e assim criada para justificar a preocupação em ter que honrar os boletos que mandam-nos diariamente em nossas respectivas residências. Em suma, só resta mesmo ao cidadão comum, buscar acalmar-se para que não sucumba ao colapso nervoso total.
Na parte musical, é adorável o uso de bases com farto uso da caixa Leslie. Contra-solos inspirados de guitarra, pincelam a canção a colori-la muito bem.
A levada da cozinha é flutuante. O cowbell inserido como detalhe percussivo, segue essa ideia da simplicidade, mas é na singeleza que tais sutilezas realçam-se com muita felicidade. Uma parte inspirada no Hard-Rock é muito bonita, com peso, mas não mostra-se desmesurado, ao manter-se melódico, portanto. O apoio do órgão Hammond também é discreto, mas muito eficaz.
O backing vocals com a palavra: “calma”, a intercalar e a comandar o refrão central, é muito bom. Tem tudo a ver com a menção feita na faixa anterior, que chama-se: “respira”, ou seja, respirar e acalmar-se talvez seja a única solução para enfrentarmos a loucura diária, imposta-nos em torno das agruras da sociedade pautada pelo mega consumo, e assim criada para justificar a preocupação em ter que honrar os boletos que mandam-nos diariamente em nossas respectivas residências. Em suma, só resta mesmo ao cidadão comum, buscar acalmar-se para que não sucumba ao colapso nervoso total.
Na parte musical, é adorável o uso de bases com farto uso da caixa Leslie. Contra-solos inspirados de guitarra, pincelam a canção a colori-la muito bem.
A levada da cozinha é flutuante. O cowbell inserido como detalhe percussivo, segue essa ideia da simplicidade, mas é na singeleza que tais sutilezas realçam-se com muita felicidade. Uma parte inspirada no Hard-Rock é muito bonita, com peso, mas não mostra-se desmesurado, ao manter-se melódico, portanto. O apoio do órgão Hammond também é discreto, mas muito eficaz.
“E com fé eu
vou... das seis às seis eu tenho meta a cumprir... calma... calma... calma”
“Esconderijo”
Eis aqui um
canção a conter um sentido R’n’B, bem forte, por investir em uma ótima melodia.
Lembrou-me bastante o trabalho do grupo britânico, "Faces", no início dos anos
setenta, mas claro, essa colocação é uma mera impressão pessoal de minha parte,
e portanto não significa que Pepe Bueno & Os Estranhos tiveram tal
inspiração exatamente como eu intuí. Sob um instrumental excelente, dá-se a
margem para que Pepe a cante com desenvoltura e coloque à disposição do ouvinte, o seu bom baixo, com
tranquilidade, igualmente.
“Vida”
É
interessante o seu início, a mostrar-se bluesy, com o piano e o baixo a mantê-la
amena, sob uma batida marcada pelos tambores, predominantemente, na bateria.
O solo de guitarra é muito melódico e ao mesmo tempo encorpado pelo excelente trabalho de áudio a garantir-lhe um timbre memorável. Excelente também se mostra a participação dos teclados, inclusive a apresentar a inserção do mellotron, um tipo de timbre ultra identificado com as décadas de 1960 & 1970, e que sempre enriquece sobremaneira qualquer trabalho com tal intenção em demarcar as influências do melhor do Rock.
O solo de guitarra é muito melódico e ao mesmo tempo encorpado pelo excelente trabalho de áudio a garantir-lhe um timbre memorável. Excelente também se mostra a participação dos teclados, inclusive a apresentar a inserção do mellotron, um tipo de timbre ultra identificado com as décadas de 1960 & 1970, e que sempre enriquece sobremaneira qualquer trabalho com tal intenção em demarcar as influências do melhor do Rock.
“Último Dia
de Verão“
Eis aqui, ótimo
trabalho com violões, mesclados com as guitarras. Evoca-se a riqueza musical do
Southern Rock, sem dúvida. Mediante o uso dos teclados com muita propriedade, a
conter uma ótima linha de baixo e sob uma melodia muito boa, eis aqui, uma
canção muito boa em todos os quesitos.
“Cá, Entre
Nós”
Uma balada
Bluesy, lenta e introspectiva, e que contém novamente um aparato instrumental
de primeira linha. Teclados, guitarras, violão, baixo e bateria em perfeita
sintonia, ofertam em sintonia, uma amálgama perfeita para a melodia vocalizada
fluir e narrar uma história de amor, para citar logradouros paulistanos, ou seja,
a conter uma urbanidade perfeita.
“Não Muda
Mais” (Você é uma Maluca)
Conduzida
pela voz rasgada do cantor & guitarrista, Xande Saraiva, trata-se de um
Blues-Rock vigoroso, com ótima instrumentação. Tem muito a ver com os
primórdios da carreira do Tomada, portanto, é uma raiz natural de Pepe Bueno, a
mostrar-se sempre presente em sua obra, que bom.
Uma novidade
interessante, no release do álbum, é mencionada a existência de três faixas
adicionais, que serão disponibilizadas a posteriori, quando o álbum for lançado
em formato físico, em CD tradicional. Tratam-se de: “Tempo, Um Mundo Diferente”,
“África” e a releitura de uma canção de Guilherme Arantes, “Estranho”. Este
álbum foi produzido em vários estúdios, daí a existência de vários endereços na
ficha técnica.
Eis então um
novo álbum de Pepe Bueno & Os Estranhos, a mostrar uma continuidade sólida
em relação ao trabalho anterior, e que eu recomendo, certamente.
Gravado nos
estúdios: Orra Meu, Carlini’s Studio, Casa 88 e Curumim, de São Paulo-SP e
também no estúdio Área 13 de São José do Rio Preto-SP
Técnicos de
gravação (captura): Marcello Schevano, Gustavo Barcellos, Rafael Magno,
Gabriel Martini, Roy Carlini, Fernando Ceah, Claudio “Moko” Costa e Alberto
Sabella
Mixagem:
Pepe Bueno e Gabriel Martini
Masterização: Renato Copolli
Capa
(Arte-final e Lay-Out): Sandro Saraiva
Fotos:
Cristina Piratininga Jatobá e Marcelo Creelece
Produção
Geral: Pepe Bueno
Selo:
Curumim
Pepe Bueno
& Os Estranhos:
Pepe Bueno:
Baixo, Voz, Guitarra, Violão e Lap Steel
Pi
Malandrino: Guitarra
Alberto
Sabella: Teclados e Trutuka (um instrumento de sopro)
Junior
Muelas: Bateria e Percussão
Xande
Saraiva: Guitarra e Voz
Roy Carlini: Guitarra
Rodrigo Hid: Teclados
Caio Lobo:
Voz
Marcello
Schevano: Guitarra
Gabriel
Martini: Bateria
Claudio
“Moko” Costa: Guitarra
Chico
Marques: Voz
Fernando
Ceah: Voz
Para
conhecer melhor o trabalho de Pepe Bueno & Os Estranhos, acesse:
Multi Link
para escutar o álbum em diversas plataformas digitais :
Contato
direto com Pepe Bueno via E-mail:
Site
oficial de Pepe Bueno: