O Rhythm and
Blues, ou mais conhecido pela sua abreviatura, “R’n’B”, foi uma corruptela
cunhada pela revista Billboard, nos anos 1940, para classificar um derivado do
Blues que detinha características mais comerciais, no bom sentido do termo,
por ser, digamos, mais palatável ao público em geral, notadamente a audiência das
pessoas com a etnia caucasiana nos Estados Unidos. Mais que
isso, R’n’B, passou a denotar um tipo de música Pop, e dotado de um forte poder dançante, com raiz negra, e dotado de um forte
poder dançante, mas aberta também a abraçar o romantismo de certa forma.
No entanto, foi a
partir de meados dos anos 1950, que tal vertente ganhou força e ao tornar-se
muito popular, explodiu através das emissoras de rádio e na TV, para lançar dúzias de artistas e entre
eles, muitos que se consolidaram icônicos para a história da música mundial.
Doravante professado em maioria pela população negra, do R’n’B
derivou a Soul Music e o Funk, e nem vou perder tempo nesta resenha para
explicar a questão do "Funk" que cito, ser o “verdadeiro” e não o simulacro, cuja nomenclatura foi usurpada décadas depois etc.
De volta ao cerne da questão, em meio à explosão dos artistas R’n’B na década de cinquenta, notabilizou-se alguns artistas solo, cantores e cantoras, mas o formato mais usual para os artistas dessa vertente, foi em torno de grupos vocais masculinos e femininos, para variar as suas formações entre trios; quartetos e quintetos, predominantemente. Em sua maioria esmagadora, foram grupos formados por pessoas negras, mas depois da explosão do Rock’n' Roll (este a poder ser considerado um irmão caçula do R’n’B e filho do Blues, igualmente), eis que a plateia branca havia aderido em massa ao estilo, e claro, não demorou para aspirantes a artistas formarem seus grupos vocais nesse estilo, mas sendo criados por rapazes e moças da raça ariana.
De volta ao cerne da questão, em meio à explosão dos artistas R’n’B na década de cinquenta, notabilizou-se alguns artistas solo, cantores e cantoras, mas o formato mais usual para os artistas dessa vertente, foi em torno de grupos vocais masculinos e femininos, para variar as suas formações entre trios; quartetos e quintetos, predominantemente. Em sua maioria esmagadora, foram grupos formados por pessoas negras, mas depois da explosão do Rock’n' Roll (este a poder ser considerado um irmão caçula do R’n’B e filho do Blues, igualmente), eis que a plateia branca havia aderido em massa ao estilo, e claro, não demorou para aspirantes a artistas formarem seus grupos vocais nesse estilo, mas sendo criados por rapazes e moças da raça ariana.
Quando
começou a surgir grupos vocais nessas características, formados por jovens
brancos, houve também uma certa diluição, ao criar-se um tipo de R’n’B um pouco
diferente do original, mais diluído ou açucarado, pensemos assim, por ser mais Pop em sua atribuição, ainda que
normalmente praticado pelos artistas negros. Portanto, grupos formados por jovens brancos sorridentes
a usar "sweaters" comportados, e parecer-se com formandos para apresentar-se em festas
da High School, quando não em seus famosos “Proms”, os bailes de formatura que tem
significado muito importante na cultura dos norte-americanos e tirante o horror
movido a humilhação de “Carrie, a Estranha”, o evento do Prom, normalmente é o dia mais
esperado por rapazes e moças adolescentes em vida escolar, ao justificar ficar-se o ano
todo a pensar nele, no sentido das expectativas juvenis em torno de imaginar-se com quem a pessoa vai fazer par e sonhar em ser parte do casal consagrado
como “Rei e Rainha” do baile, em seu ápice.
Pois é nesse clima de “R’n’B de branco”, para tocar-se em bailes "Pom", mais proeminente ao final da década de cinquenta e começo dos anos sessenta, que concebeu-se a história de um grupo vocal feminino fictício, chamado: “The Bouffant’s” (“as toucas”, para fazer menção aos penteados exagerados e armados desse começo de década, e que quase todas as garotas norte-americanas usavam no seu cotidiano).
Pois é nesse clima de “R’n’B de branco”, para tocar-se em bailes "Pom", mais proeminente ao final da década de cinquenta e começo dos anos sessenta, que concebeu-se a história de um grupo vocal feminino fictício, chamado: “The Bouffant’s” (“as toucas”, para fazer menção aos penteados exagerados e armados desse começo de década, e que quase todas as garotas norte-americanas usavam no seu cotidiano).
Aqui, cabe
salientar que o termo “fictício” é parcial, pois tudo gira em torno da reunião
do trio vocal a convite de uma emissora de TV que deseja realizar um especial
nostálgico sobre esse breve período da história da música norte-americana, e a contar
com alguns de seus expoentes para cantar ao vivo em um palco de um Night Club.
Causa uma
certa estranheza portanto, pois se “The Bouffant’s” é um conjunto vocal
fictício, e por conseguinte, tudo gira em torno da canção que vão apresentar
nesse especial e que seria o seu principal sucesso lançado em 1962, denominado
“My Boyfriend’s Back” (aliás, o título do filme), para quem acompanha a história
da música Pop norte-americana, sabe bem que essa canção é um sucesso real, e não
inventado para o filme e fez a fama de um grupo verdadeiro daquela época,
chamado : “The Angels”, formado por três garotas brancas.
No "still" acima, uma imagem do grupo vocal real, "The Angels", cuja música, "My Boyfriend's Back", fez sucesso em 1963
Então o
filme é uma biografia do “The Angels”, mesmo velada? Pois aí é que está a
confusão, pois não é o que parece, mesmo subliminarmente. Ao passar a
imagem de ser uma obra fictícia, não há nenhum indício de que os produtores
tenham tido a intenção de mencionar o trio verdadeiro, mesmo de longe, mas
apenas usou-se a canção para dar mote à produção, sob uma interpretação livre e
sim, fictícia da história.
Tudo bem, estamos
diante então de uma história inventada sobre um grupo R’n’B vocal e feminino
dos anos 1950/1960, mas não ambientado nessa época, e sim, ao enxergar pelo lado das
artistas envelhecidas, ao tratar-se de um show em tom de reunião saudosista, ao final
dos anos 1980.
Portanto, a minha dose de paciência como espectador, pôs-se a diminuir na medida em que o mote mais interessante diluiu-se cada vez mais, porém, entusiasta da música que sou, e especificamente do R’n’B; da Black Music em geral e desse período da história (refiro-me à décadas de cinquenta e sessenta, deixo claro), arrisquei assistir, por que haveria por conter alguma menção salutar, nem que fosse uma eventual cena a conter uma memória, com um das senhoras protagonistas da história, a relembrar fatos de sua juventude e da carreira do grupo (isso na verdade, só ocorre e bem de leve, nos créditos iniciais do filme, infelizmente).
Portanto, a minha dose de paciência como espectador, pôs-se a diminuir na medida em que o mote mais interessante diluiu-se cada vez mais, porém, entusiasta da música que sou, e especificamente do R’n’B; da Black Music em geral e desse período da história (refiro-me à décadas de cinquenta e sessenta, deixo claro), arrisquei assistir, por que haveria por conter alguma menção salutar, nem que fosse uma eventual cena a conter uma memória, com um das senhoras protagonistas da história, a relembrar fatos de sua juventude e da carreira do grupo (isso na verdade, só ocorre e bem de leve, nos créditos iniciais do filme, infelizmente).
Com essa expectativa
e esperançoso de que no mínimo a música haveria de salvar a experiência ou
paciência em perder-se noventa minutos para assistir, infelizmente os minúsculos
lampejos desses fatores citados, não abonam o filme como um todo.
Senão vejamos: a começar pelo roteiro, o filme é permeado por clichês típicos de obras baseadas em cinebiografias a focar na carreiras de astros musicais. O primeiro ponto é retratar a abordagem do produtor da TV, Harry Simon (interpretado por John Sandford), para cada senhora remanescente do grupo. Pois a realidade ao final da década de oitenta, é bem diferente das vividas pelas três adolescentes de 1962, portanto, o que poderia render boas piadas ou drama, mais parece enredo de “Soap Operas”, os novelões insuportáveis dos norte-americanos, que chegam a ser mais cafonas que as nossas novelas e até mesmo que as novelas mexicanas, geralmente hors concours nesse quesito.
Senão vejamos: a começar pelo roteiro, o filme é permeado por clichês típicos de obras baseadas em cinebiografias a focar na carreiras de astros musicais. O primeiro ponto é retratar a abordagem do produtor da TV, Harry Simon (interpretado por John Sandford), para cada senhora remanescente do grupo. Pois a realidade ao final da década de oitenta, é bem diferente das vividas pelas três adolescentes de 1962, portanto, o que poderia render boas piadas ou drama, mais parece enredo de “Soap Operas”, os novelões insuportáveis dos norte-americanos, que chegam a ser mais cafonas que as nossas novelas e até mesmo que as novelas mexicanas, geralmente hors concours nesse quesito.
Sim, uma
dessa personagens, Vicki Vine (interpretada por Judith Light), ainda canta e sobrevive da
música, mas completamente decadente, costuma ganhar a vida a apresentar-se em um salão de boliche, a cantar covers,
acompanhada de um tecladista patético e para ser retumbantemente ignorada pela plateia
formada por boçais que só prestam atenção no serviço de alto falante do estabelecimento,
que fornece informações sobre o funcionamento das suas pistas.
Já foram produzidos inúmeros filmes para abordar artistas decadentes a lutar contra os seus fantasmas interiores e a humilhação de estar no limbo e na miséria, muito melhores, com profundidade psicológica e poesia, caso por exemplo do palhaço, Calvero, interpretado por Charles Chaplin em “Luzes da Ribalta” (“Limelights”), e para citar um exemplo mais moderno, o filme, “Birdman”, com a boa atuação do ator, Michael Keaton.
Mas em “My Boyfriend’s Back”, o mote é mal explorado, com bastante superficialidade e nem através dos momentos que deveriam ser engraçados, funciona, com algumas piadas que no máximo, arrancam um sorriso tímido de quem assiste, para não dizer constrangimento em tom de "vergonha alheia".
Já foram produzidos inúmeros filmes para abordar artistas decadentes a lutar contra os seus fantasmas interiores e a humilhação de estar no limbo e na miséria, muito melhores, com profundidade psicológica e poesia, caso por exemplo do palhaço, Calvero, interpretado por Charles Chaplin em “Luzes da Ribalta” (“Limelights”), e para citar um exemplo mais moderno, o filme, “Birdman”, com a boa atuação do ator, Michael Keaton.
Mas em “My Boyfriend’s Back”, o mote é mal explorado, com bastante superficialidade e nem através dos momentos que deveriam ser engraçados, funciona, com algumas piadas que no máximo, arrancam um sorriso tímido de quem assiste, para não dizer constrangimento em tom de "vergonha alheia".
A seguir em frente, a segunda
senhora do grupo é Chris Henry (interpretada por Sandy Duncan), que se tornou uma dedicada dona
de casa, mãe de família e que encara a carreira como algo do passado, um
devaneio da juventude, plenamente superado, portanto. Moderada, tem uma atitude realista como mãe de família
sensata, mas quando recebe o apoio do marido, sente-se segura a aceitar o
convite para a reunião.
E a terceira
componente é Deborah McGuire (interpretada por Jill Eikenberry), e esta senhora tem
vergonha de seu passado como artista, visto ser agora uma mulher de negócios
bem sucedida e nesse mundo corporativo, a mentalidade é assim mesmo, ou seja,
tendem somente a valorizar o mundo dos
negócios e apenas respeitam artistas, se eles forem mega populares e denotam isso em
dinheiro conquistado, portanto, essa
é a única aferição de sucesso que essa parcela da população, entende. Deborah é a
mais relutante, pela evidência até do que descrevi acima, mas finalmente, mediante a insistência da parte dos produtores, e das ex-companheiras, ela é convencida
pelas colegas de que seria divertido conviver juntas por duas semanas, ao considerar-se
os ensaios e compromissos de imprensa prévios até participar do evento.
Nesse ponto, ainda estamos a esperar algo que remeta ao R’n’B cinquenta/sessentista, mas a atmosfera é mesma na ordem dos ares oitentistas e tudo é aborrecido ao extremo. Até as menções à música antiga, são decepcionantes, visto ser retratadas pela ótica dessa década e aí que perdoem-me, mas como músico, é insuportável aguentar aquele padrão de áudio típico dessa época... não dá para ouvir som de bateria com “dez toneladas” de reverber, teclados com timbres indecentes; guitarras chochas etc. Perdão pelo desabafo, mas se você que estiver a ler esta resenha for músico, há por entender-me...
Nesse ponto, ainda estamos a esperar algo que remeta ao R’n’B cinquenta/sessentista, mas a atmosfera é mesma na ordem dos ares oitentistas e tudo é aborrecido ao extremo. Até as menções à música antiga, são decepcionantes, visto ser retratadas pela ótica dessa década e aí que perdoem-me, mas como músico, é insuportável aguentar aquele padrão de áudio típico dessa época... não dá para ouvir som de bateria com “dez toneladas” de reverber, teclados com timbres indecentes; guitarras chochas etc. Perdão pelo desabafo, mas se você que estiver a ler esta resenha for músico, há por entender-me...
Daí em
diante, o filme prossegue a tropeçar nos clichês. As diferenças de outrora entre as agora senhoras, mas que foram jovens em 1962, voltam à
baila. Nos ensaios, as senhoras demonstram que tirante a personagem, Vicki, que continuou a cantar profissionalmente, as demais
enferrujaram e tal discrepância explode quando Deborah, que era a cantora principal do trio
nos tempos áureos, não desempenha bem nos ensaios e os impacientes produtores sugerem a substituição,
com Vicki a assumir o “lead vocals” e Deborah a unir-se a Chris, nos “Backing
Vocals”. Mais que uma troca de posições meramente a pensar-se no desempenho vocal
melhor do conjunto, isso suscita problemas.
Escancara-se por exemplo a inveja que Vicki sempre nutriu em silêncio, por Deborah brilhar mais, nos tempos de outrora, por ter sido a cantora principal e considerada a mais bonita pelos fãs e imprensa. E por sua vez, Deborah que não estava mesmo tão confiante nessa reunião do grupo, faz as malas de madrugada e deixa o clássico “bilhetinho” sobre a mesa, e assim, dá-lhe novelão...
Bem, segue o curso do folhetim, com as demais desapontadas a voltar para as suas vidas no cotidiano e no caso de Vicki, a lutar para retomar o seu emprego no Boliche, ao agregar mais humilhação por esse detalhe, inclusive. Todavia, Debbie arrepende-se... e propõe voltar e cumprir o compromisso.
Escancara-se por exemplo a inveja que Vicki sempre nutriu em silêncio, por Deborah brilhar mais, nos tempos de outrora, por ter sido a cantora principal e considerada a mais bonita pelos fãs e imprensa. E por sua vez, Deborah que não estava mesmo tão confiante nessa reunião do grupo, faz as malas de madrugada e deixa o clássico “bilhetinho” sobre a mesa, e assim, dá-lhe novelão...
Bem, segue o curso do folhetim, com as demais desapontadas a voltar para as suas vidas no cotidiano e no caso de Vicki, a lutar para retomar o seu emprego no Boliche, ao agregar mais humilhação por esse detalhe, inclusive. Todavia, Debbie arrepende-se... e propõe voltar e cumprir o compromisso.
Uma catarse íntima e
básica entre as três, acontece, onde até a normalmente ponderada, Chris, queixa-se por ter sido
sempre a apaziguadora das brigas surgidas entre elas, portanto costumeiramente a apartar as brigas e não ser
devidamente reconhecida pelo seu sacrifício na época e agora também, nessa
reunião.
Todavia, tudo
caminha para o final feliz, com a realização do show ao vivo pela TV, direto de um Night
Club.
Nesse instante, o que restar-me como expectativa para haver algo realmente significativo que dignificasse o R’n’B, frustrou-me como espectador que perdeu tempo a esperar por algo a mais, visto que nem as participações de artistas veteranos reais dessa cena de 1962, dentro desse gênero (The Penguins; Mary Wells; Gary Puckett; Peggy March e Gary Lewis), chega a empolgar, visto que a sonoridades apresentadas no filme, é feita sob arranjos e timbres típicos dos anos oitenta e aí o ouvido é bastante machucado (eu não tenho nada contra o efeito do “reverber” em si, mas nunca nesse patamar cavalar com o qual era usado pelos produtores musicais dessa década... falem sério, senhores produtores musicais oitentistas : vocês realmente achavam “bom” acrescentar essa gosma insuportável que colocavam na mixagem final das canções que produziram?).
Nesse instante, o que restar-me como expectativa para haver algo realmente significativo que dignificasse o R’n’B, frustrou-me como espectador que perdeu tempo a esperar por algo a mais, visto que nem as participações de artistas veteranos reais dessa cena de 1962, dentro desse gênero (The Penguins; Mary Wells; Gary Puckett; Peggy March e Gary Lewis), chega a empolgar, visto que a sonoridades apresentadas no filme, é feita sob arranjos e timbres típicos dos anos oitenta e aí o ouvido é bastante machucado (eu não tenho nada contra o efeito do “reverber” em si, mas nunca nesse patamar cavalar com o qual era usado pelos produtores musicais dessa década... falem sério, senhores produtores musicais oitentistas : vocês realmente achavam “bom” acrescentar essa gosma insuportável que colocavam na mixagem final das canções que produziram?).
Enfim, além
da decepção pelos arranjos e timbres a assassinar o R’n’B, o mau gosto absoluto
impera na questão visual. O tal show parece um reedição do “Clube dos Artistas”,
de Ayrton e Lolita Rodrigues, de tão cafona que é nos figurinos; adereços e
cenários. Tudo bem que o norte-americano médio tem uma mentalidade cultural ao estilo
“SBT” (na verdade é o contrário, eu sei), elevada ao cubo, mas tudo tem limite,
até para shows Kitsch em cassinos de Las Vegas...
E assim,
clichê dos clichês, o final chega, a culminar com o sucesso do grupo nessa empreitada, a propiciar que Vicki tenha um
lampejo de consciência, segundos antes de entrar em cena, ao entregar o
microfone para Deborah reassumir o vocal solo.
E no palco, as três empolgam-se com a boa receptividade do público, e estabelecem uma apresentação como nos velhos tempos, ao menos na empolgação, ao interagir entre si, positivamente a demonstrar estarem felizes pela reunião.
E no palco, as três empolgam-se com a boa receptividade do público, e estabelecem uma apresentação como nos velhos tempos, ao menos na empolgação, ao interagir entre si, positivamente a demonstrar estarem felizes pela reunião.
Certo, trata-se de um "TV
Movie" (filme especialmente produzido para a exibição em emissoras de TV), mediante baixo orçamento e concebido para ser visto na sala de recepção do
dentista, em um dia útil, no período vespertino, eu sei, mas ao pensar em "Rock Movies", ou quase isso,
visto ser outra ambientação musical paralela mas igualmente interessante,
quando soube de sua existência, é claro que interessei-me em vê-lo e por tal oportunidade, criei uma
expectativa maior. De fato, na perspectiva em enfocar-se uma manifestação
artística interessante de um período rico da música mundial, mesmo sob o prisma
deslocado para outra época e a mostrar os seus artífices envelhecidos e sob outro
cenário, poderia ter sido melhor explorado. Sobra alguma
coisa positiva, então?
Sim, a
música: “My Boyfriend’s Back”, que dá título ao filme e justifica a sua
existência, é muito boa, mas como já observei anteriormente, após ouvi-la com
aquela roupagem oitentista, o melhor é fazer é correr para o YouTube e
procurar ouvir a gravação original do grupo vocal, The Angels”, e esquecer
aquele maldito reverber paquidérmico...
O filme foi
lançado em 1989, e recebeu críticas moderadas da imprensa. Hoje em dia, muitos
críticos dizem que Tom Hawks viu e analisou bem os erros dele para compor o seu: “That Thing You Do”, cinco anos depois. Faz sentido, e se for verdade, o velho
Hawks fez a sua lição de casa direito, pois não há termos de comparação entre ambos, visto
ser o seu filme, muitíssimo superior. Mesmo com a abordagem diferente, eu sei,
ao ambientar-se em 1964, e mostrar a briga (no bom sentido), entre as bandas britânicas e norte-americanas de Rock ("British Invasion x American Reaction").
Para encerrar, o roteiro foi escrito por April Campbell e Bruce Jones. A direção ficou a cargo de
Paul Schneider, um diretor especializado em TV, com longa lista de trabalhos realizados em
seriados, tais como: "Baywatch"; "Beverly Hills 90210" (conhecido no Brasil como
: “Barrados no Baile”), "L.A. Law" etc. E por falar nisso, as três atrizes protagonistas são atrizes recorrentes na TV norte-americana, a demonstrar um currículo enorme de seriados e programas de variedades realizados, para cada uma delas. Foi lançado em setembro de 1989.
Acrescento alguns atores não citados ao longo da resenha e que participaram: Alan Feinstein (como Bobby Henry), Robert Costanzo (como Nick), David Bowe (como Eddy, e o nome desse ator geralmente é confundido com o astro do Rock britânico, David Bowie, e claro que não é a mesma pessoa, embora Bowie tenha sido ator, também. Além da grafia do nome ser sutilmente diferente, por conta da falta de uma letra {a letra"i"}, este rapaz é norte-americano e figura recorrente em telemovies e seriados de TV norte-americanos), Carol Gustaffson (como Millie), Stewart Nesbit (como Art), Kenneth Lloyd (como Donald), John Patrick Wagner (como o apresentador de TV) e outros.
Como eu já salientei ao longo da resenha, este filme ficou restrito ao circuito de TV e mais tratado como um drama leve do que um Rock Movie, e foi programado para ser exibido em sessões vespertinas, a clássica "sessão da tarde", mesmo. Desconheço a existência de sua versão em VHS, mas existe cópia em formato DVD. Na Internet, nos dias atuais de 2016, é encontrado com facilidade no YouTube. Se eu recomendo?
Acrescento alguns atores não citados ao longo da resenha e que participaram: Alan Feinstein (como Bobby Henry), Robert Costanzo (como Nick), David Bowe (como Eddy, e o nome desse ator geralmente é confundido com o astro do Rock britânico, David Bowie, e claro que não é a mesma pessoa, embora Bowie tenha sido ator, também. Além da grafia do nome ser sutilmente diferente, por conta da falta de uma letra {a letra"i"}, este rapaz é norte-americano e figura recorrente em telemovies e seriados de TV norte-americanos), Carol Gustaffson (como Millie), Stewart Nesbit (como Art), Kenneth Lloyd (como Donald), John Patrick Wagner (como o apresentador de TV) e outros.
Como eu já salientei ao longo da resenha, este filme ficou restrito ao circuito de TV e mais tratado como um drama leve do que um Rock Movie, e foi programado para ser exibido em sessões vespertinas, a clássica "sessão da tarde", mesmo. Desconheço a existência de sua versão em VHS, mas existe cópia em formato DVD. Na Internet, nos dias atuais de 2016, é encontrado com facilidade no YouTube. Se eu recomendo?
Bem, se você
não estiver a fazer nada absolutamente melhor e tal obra passar em um canal de
TV aberta, cujo monitor se encontrar fixado na parede, e a recepcionista do seu
dentista ainda não autorizou-lhe a entrar no consultório...
Esta resenha foi revista e ampliada para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll e pode ser encontrada através de seu volume I, a partir da página 357
Esta resenha foi revista e ampliada para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll e pode ser encontrada através de seu volume I, a partir da página 357
A canção original é melhor mesmo como vc disse...já sei que não vou gostar do filme, não suporto novelas, dramalhões Mexicanos, principalmente as da Globo...mas curto o visual kitsch anos 80s, prometo dar uma olhada no filme, vai que eu goste? :))
ResponderExcluirExato, no cômputo final, o roteiro é bem folhetinesco, estilo novelão...estraga a ideia que poderia ter sido melhor aproveitada, centrando mais em outros aspectos. Mas, a música título é legal e isso quase salva o filme...
ExcluirBem, se você curte o visual dos anos oitenta, há de ter um atrativo a mais, então...
Super grato por ler e opinar, amigo Kim !! É sempre um tremendo prazer ter seus comentários no Blog !!
Excelente relato Luiz! Quanto ao filme, tô fora!
ResponderExcluirMas que legal que apreciou a resenha. Tentei extrair o máximo de coisas boas contidas nesse filme, que na realidade é bem fraquinho, e acho que assim está justificado o meu esforço em se considerando o seu comentário e das demais pessoas que manifestaram-se.
ExcluirMuito grato e feliz por sua sempre bem vinda presença no meu Blog !!