quarta-feira, 31 de agosto de 2022

CD Bugs/Bugs - Por Luiz Domingues

O “Bugs” é uma banda formada no início dos anos dois mil (2002, para ser específico), em Natal, Rio Grande do Norte e que desde o começo das suas atividades, se mostrou comprometida com um trabalho versado pelo Garage Rock sessentista em essência.

Je Suis um Révolutionnaire” foi o seu primeiro registro fonográfico, lançado no mesmo ano, mas logo a seguir, o grupo preparou uma versão revista e aumentada a acrescentar mais faixas em 2003 e assim, se chegou a esta revisão do primeiro trabalho, doravante denominado apenas como “Bugs” ou seja, a se caracterizar como um disco homônimo. 

Neste caso, tal trabalho foi realizado mediante a formação da banda na época, centrada em um “Power-Trio”, a conter os seguintes componentes: Joab (bateria), Paolo (baixo e voz), e Denilton (guitarra).

A confirmar o que eu já citei anteriormente, a sonoridade é o Garage Rock de sabor sessentista como referência principal, mas no bojo das influências, outros estilos derivados e/ou contemporâneos se mostram presentes, como o Acid-Rock, a psicodelia, experimentalismo, Rock’n Roll visceral e que tais.

No próprio release presente no encarte do disco, os membros do “Bugs” deixam tal premissa muita clara, inclusive a citar artistas sessenta-setentistas do Rock e da MPB que admiram e a acrescentar influências ótimas advindas do cinema e da literatura, ou seja, um conteúdo de alto quilate que essa banda demonstra possuir com sobra.

Por falar em literatura, as letras se mostram muito interessantes, com poesia bem condizente com os poetas que eles cultuam e citam no release e de fato, eu apreciei a verve poética apresentada nas composições.

Sobre a arte gráfica da capa, a opção pela pintura abstrata a predominar tons de azul é bem bonita e a parcimônia a conter apenas o nome da banda (e homônimo ao título do álbum), certamente foi bem colocado por uma questão de coerência e ao mesmo tempo, praticidade.

No encarte, a presença das letras é muito salutar, porém, nota-se uma ficha técnica modesta, que poderia conter mais dados sobre a produção em si. Para compensar a falta de mais informações sobre o álbum, há a inserção do release a conter uma breve biografia do grupo e mais duas ilustrações a tornar esse aparato gráfico, mais atrativo.

O “Bugs” mudou de formação tempos depois e se tornou um quarteto, lançou mais discos, participou de festivais em várias partes do Brasil e ganhou prêmios em reconhecimento ao seu trabalho, eu devo acrescentar.  

Sobre este primeiro trabalho, é preciso esclarecer que a concepção da banda em termos de áudio, foi optar pelo som cru, sem muito tratamento de áudio, propositalmente no sentido da banda soar como uma Garage Rock dos anos sessenta e nesse sentido, a questão da psicodelia a ser realçada forçou uma mixagem com a voz obscurecida pelo instrumental de uma maneira geral.

Nesse caso eu penso que há beleza embutida no tratamento de voz desse áudio a conter um reverber profundo, exatamente para buscar a alma sessentista mais próxima do som das bandas de garagem.

Tal opção foi criticada por alguns jornalistas na ocasião do lançamento, no entanto, eu penso que neste caso, apesar de haver gerado uma certa dificuldade no tocante à inteligibilidade das letras em termos de dicção, a banda privilegiou o conceito como forma de demarcar a sua expressão inspirada nessa estética sessentista e difusa por natureza.

Portanto, pode parecer contraditório se as letras são comprovadamente poemas criativos que precisam ser bem escutados, no entanto, o apoio das letras impressas no encarte, supre tal necessidade, ao menos em tese (pois é, e quem não tem o encarte do disco em mãos?).

Sobre as músicas, cabe trazer à baila mais algumas considerações:

Náuseas”, a primeira faixa, mostra uma linha de baixo agressiva a lembrar o The Who nos seus primórdios e tanto é assim que na sua parte final há espaço para uma digressão extensa e expressiva. Já na sua letra, há ecos do poeta Augusto dos Anjos como influência, ao menos na minha percepção pessoal, quando se diz:

Perpetuando um gozo lúdico e apodrecendo/ Tudo isso é uma sátira moral digerida a leite”.

Laydee” investe no efeito do “looping” psicodélico como condução base e a sustentar a melodia dividida em sua métrica de uma maneira criativa.

Mais uma vez a se mostrar inspirado na poética, a banda destila trechos como:

Dentre suas gengivas cintilantes ofuscam meus olhos morgados ao encontrar-se com o sol

Bella Kiss” lembra bastante o trabalho de bandas sessentistas como o “The Music Machine”, “The Seeds” e “The Chocolate Watchband” com um tipo de vibração peculiar nesse sentido. O solo de guitarra insano (em alguns momentos a se mostrar duplo), reforça tal sentimento.

Passageiro Feliz” lembra muito os primeiros trabalhos dos “Mutantes”, com uma linha melódica bem feliz e muitos elementos psicodélicos, incluso o som "fuzz" de guitarra, tão característico da verve sessentista. 

Perfume Noturno” é um Rock visceral que remete ao trabalho do grupo norte-americano, “MC5”, sem dúvida alguma, mas é compreensível que na percepção dos ouvintes mais modernos ou no mínimo de quando esse disco foi lançado, em 2003, tenha sido classificado como “Stoner Rock”, “Indie-Rock” ou “Proto-Punk”.

Olhos Nervosos” também investe forte no efeito “looping” e tem como reforço os vocais onomatopaicos que ornam a boa melodia defendida pelo vocalista, Paolo.

É interessante a reflexão proposta na sua letra:

Seria como seus olhos/Revelassem as palavras/Pensando em Fugir?/Pensando em Fugir?

Gostei do bom uso do wah-wah pela guitarra e também da dinâmica empregada ao final, além da estranheza proposital inserida para encerrar o tema.

Vida Conjugada” é puro “Pink Floyd na sua fase “Barrettiana” pela sua constituição. A harmonia com bastante incidência de passagens cromáticas, muito wah-wah na guitarra, vocais a buscar o som pop “bubblegum” mas com bastante aspereza melódica a propor o contraste e muito experimentalismo agregado a elementos “Jazzy”, que também soma muito bem para formatar a loucura explícita e muito bem-vinda.

Edgar”, a próxima faixa, é bem Rock’n’ Roll e soa mais moderna a grosso modo, mas na prática, também tem a sua raiz vintage. Neste caso, é inevitável não pensar nos trabalhos solo de Lou Reed e Iggy Pop no início dos anos setenta, ao ouvir esta música.

Doce Avenida” é a nona faixa, e se inicia mediante uma declamação amparada por um arpejo de guitarra, além da base de baixo e bateria fincados sob um certo sentido Blues-Rock. O apoio do Backing vocal é bastante incisivo como contribuição e lembra bastante o trabalho de grupos sessentistas versados pela psicodelia britânica de Canterbury.

Je Suis un Révolutionnaire” é na verdade uma vinheta rápida e certamente que denota o apreço da banda pela “Nouvelle Vague”, Jean-Luc Godard e os fatos ocorridos em maio de 1968 em Paris como uma expressão de vanguarda revolucionária. Experimentalismo é o que não falta nessa faixa, sem deixar de mencionar a sua contundência acentuada.

Leite de Estela” tem a declamação como um recurso ao início do tema e mediante uma batida bem tribal na bateria, gera uma tensão interessante. E assim, a música avança, com intervenções de guitarras melódicas e simultaneamente com ruídos não usuais para causar um efeito de contraste bem criativo.

Em sua letra, destaca-se um verso como amostra:

Cante pra mim no deleite das horas mortas/Na excelência cardíaca e descompassada essa canção triste e epilética”...

O Bugs ao vivo, porém com uma formação diferente, como quarteto, algum tempo depois do lançamento do primeiro álbum aqui resenhado. Click: Rafael Passos

Mantra 9” (“Kraftablack”) é a décima segunda faixa e tem uma proposta mais atual em sua sonoridade ao insinuar a música eletrônica pós-anos 1990.

E para encerrar o disco, há uma segunda versão de “Laydee”, com uma sonoridade sutilmente diferente a sugerir uma nova mixagem feita sob outros parâmetros de áudio.

Em suma, o "Bugs" fez um bom trabalho de estreia, ao elencar muitos aspectos salutares em sua obra e a se destacar a sua opção explícita, ou seja, a se basear na estética dos anos 1960 como um farol a ser seguido e também na boa elaboração das letras a denotar o apreço desses artistas pela poesia mais sofisticada.

Ouça o álbum “Bugs”, homônimo da banda, através desse link do YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=xiyEdFORpK8

(agradeço ao canal de Luiz Felipe Medeiros no YouTube, que contém o álbum em sua íntegra para a audição) 

Gravado, mixado e masterizado no Ícone Studio de Natal-RN no segundo semestre de 2003

Técnico de áudio (captura): Vlamir Cruz

Técnicos de mixagem: Joab e Vlamir Cruz

Arte de capa e encarte: Bugs

Arranjos e produção musical: Bugs

Produção geral: Bugs

Gravadora Mudernage

Lançamento: 2003

Formação do Bugs nesse álbum:

Joab: Bateria

Paolo: Baixo e voz

Denilton: Guitarra

Para conhecer melhor o trabalho do Bugs, acesse:

Site Muzplay:

https://www.muzplay.net/musica/bugs

Site Wiplash:

https://whiplash.net/materias/cds/003462-bugs.html

Last.FM:

https://www.last.fm/pt/music/Bugs/+wiki

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Filme: Radio On - Por Luiz Domingues

Lançado em 1979, o filme britânico, “Radio On”, não é propriamente um Rock Movie e na verdade, trata-se muito mais de um Roadie Movie, misturado com elementos típicos do cinema alternativo alemão, sob uma primeira análise. No entanto, apresenta em seu bojo uma característica forte (praticamente como um suporte ao roteiro), que o aproxima muito do Rock propriamente dito e ao avançar mais ainda, tem muito a ver com a atmosfera sombria que assolou a Inglaterra e a Europa inteira por extensão, ao final dos anos setenta. Portanto, tal película contribuiu por conseguinte, ao designar como seria a década de oitenta, por antecipação.
O fato, é que o personagem principal do filme, Robert (interpretado por David Beames), é um DJ que faz a programação de uma emissora de rádio e que atua dentro de fabricas, para entreter os operários durante o expediente. De fato, esse modelo de emissora alternativa existiu na Inglaterra e aqui é óbvia a referência à United Biscuits Network, que operou dessa forma, nos anos setenta (entre 1970 e 1979). Ocorre que por conta desse personagem ser um DJ de rádio, o filme transcorre o tempo todo a conter música, seja nas cenas iniciais dentro de uma fábrica, seja no trânsito, enquanto o personagem dirige pelas ruas de Londres e igualmente em sua residência, quando ouve discos de vinil ou simplesmente liga o rádio.
A história avança com o suicídio do irmão de Robert e este, fica obcecado em descobrir a motivação que levara o seu irmão a tomar tal atitude drástica. Nesses termos, Robert entra em seu carro e inicia a sua jornada ao viajar de Londres a Bristol, sempre a ouvir música no rádio do seu carro e a conhecer pessoas pelo caminho, e que são figuras estranhas, mas não acintosamente exóticas e/ou perigosas, mas pelo contrário, apenas esquisitas e um tanto quanto apáticas.
Todas as paisagens são duras, quase não há nada bucólico nessa peregrinação e pelo contrário, o filme investe em paisagens sombrias a mostrar viadutos e vias em geral, pouco agradáveis visualmente a falar, do subúrbio de Londres. Existem momentos em que lembra até a desolação do famigerado “minhocão” de São Paulo, com prédios de apartamentos a circundar vias dessa mesma característica. 
É por conta disso também, que a trilha sonora baseada na produção versada pela estética do Pós-Punk, emoldura um filme melancólico, com forte sentido existencialista, a denotar falta de perspectiva, vazio e desilusão com o mundo. E por outro aspecto, tal passeio do personagem tem muito do cinema alemão alternativo, por uma razão óbvia, ou seja, o cineasta germânico, Win Wenders, não o dirigiu, mas esteve nesta produção como um assistente de câmera. E mais que a contribuição de Win Wenders, muitos profissionais alemães somaram-se aos britânicos, inclusive com a presença de atores dos dois países, e como resultado, muitas cenas chegam a confundir o espectador, sobre ser uma ambientação inglesa ou alemã. 
Dessa forma, o som de David Bowie, bem dessa fase de sua carreira, que é conhecida como a fase Berlinense, quando o artista morou em Berlim e gravou três álbuns de estúdio com forte carga a apontar para o som Techno com teor futurista (e a apontar em direção futurista sobre o que o Pós-Punk seria nos anos oitenta), toca em vários trechos do filme, assim como o emblemático grupo alemão, Kraftwerk, este um egresso da cena do Krautrock setentista e a trabalhar fortemente com um som robótico a insinuar ruídos produzidos por máquinas industriais e que tais, além de outros artistas a apontar na mesma direção, praticamente. E mesmo quando ouve-se algo quase próximo de um Rock clássico tradicional, ainda assim já escuta-se uma sonoridade deveras embrutecida, isto é, os anos oitenta já estavam a chegar, infelizmente. 
Escuta-se portanto, o som do Devo (a abominável releitura de “Satisfaction”, dos Rolling Stones); The Rumour; Lene Lovitch; Eric Goulden; Ian Dury and the Blockheads e um som da carreira solo do genial guitarrista, Robert Fripp, que estava a buscar caminhos modernos após ter encerrado as atividades do seu grande, King Crimson e de certa forma, a antecipar o que seria a reformulação sonora que a banda teria, assim que voltou à ativa nos anos 1980. 
Sting, o baixista do The Police, e que estava a ingressar em fase sob grande popularidade com tal banda na vida real, participa do filme como ator e a sua cena, a interpretar um frentista de posto de gasolina remoto na estrada (o personagem, Eddie), mostra-o a cantar uma canção de Gene Vincent, mediante uma guitarra desligada. Ele está a cantar dentro de um furgão abandonado, para em seguida travar um diálogo improvável com Robert e continuar a cantar, com Robert a cantarolar junto. 
É talvez o único número musical não comprometido com a aspereza Pós-Punk, pois ao tocar e cantar tão informalmente a canção :“Three Steps From Heaven”, de Eddie Cochran, trouxe a doçura de uma balada com forte apelo cinquentista, para amenizar toda aquela desolação Pós-Punk. É preciso deixar a ressalva de que David Bowie, mesmo quando soou a utilizar tal estética robótica dessa escola, ainda sim compensou-nos pela extrema beleza de suas melodias compostas, portanto, é uma atenuante.
Preciso acrescentar ainda, que algumas cenas mostram-se curiosas. Um exemplo, dá-se quando o personagem Robert, dá carona para um rapaz que mostra-se muito prolixo e deprimido e quando este mostra-se posteriormente agressivo e pede para que Robert pare o carro no meio da estrada para que esse impertinente fosse urinar no mato, sem vacilar, Robert o abandona, apenas a observar a reação raivosa do abandonado, pelo retrovisor do carro. É interessante quando Robert, em outra cena, procura e acha no porta-luvas do carro, várias fitas K7 a conter os álbuns do Kraftwerk e as suas respectivas capas são exibidas sem parcimônia. Em outro momento, o personagem protagonista ouve através do rádio do automóvel, os resultados da rodada do campeonato inglês de futebol e para quem acompanha tal esporte, é interessante ouvir a locução com aquele forte sotaque britânico a citar vários clubes tradicionais daquele país. 
Várias cenas noturnas são inseridas, inclusive com a presença de chuva, e o personagem a dirigir sob tais circunstâncias, torna o filme ainda mais soturno. Em dado momento, ele conhece duas garotas alemãs e estabelece um relacionamento com uma delas, Por falar em referência alemã, quando Robert passa pela Westway para sair de Londres, uma tomada acompanha com calma um grafite pintado em uma parede como os dizeres: “Free Astrid Prool” (liberdade para Astrid Prool). Essa mulher citada, Astrid Prool, fora componente do grupo terrorista alemão, Baader Meinhof, que foi responsável por diversos atentados na Alemanha. Uma menção sutil a reforçar o laço germânico dessa coprodução com a Inglaterra. Outra cena curiosa, é quando ele visita uma tia sua, acompanhada da namorada alemã e uma hostilidade é sentida, com uma certo sentido xenófobo da parte da idosa.
Mais adiante, Robert vai sozinho visitar um Pub de quinta categoria e envolve-se em uma confusão completamente gratuita. Ao esbarrar em uma mulher que jogava bilhar, ele atrapalha a sua jogada. A mulher mostra-se bem agressiva e o adverte com truculência, mas passados alguns segundos, ele novamente a atrapalha em sua tacada e aí ao pedir desculpas e justificar laconicamente que aquilo teria sido “um acidente apenas”, a mulher, por sua vez, revida com um chute violento na base do banco em que ele estava sentado e ao vê-lo a espatifar-se no chão, responde com sarcasmo que : -“fora um acidente, apenas’.
Quase ao final, Robert chega em um lugar esmo, que lembra uma pedreira abandonada. Sob tal ambientação inóspita, ele dá algumas voltas e ao evadir-se do local, estaciona o carro na beirada do precipício e em princípio, sugere-se que a jornada vai culminar em um suicídio. Entretanto, ele apenas desce do carro e em uma segunda impressão, parece que vai apenas deixar o carro cair, visto que o aproximou ainda mais da beirada e soltou o freio de mão. No entanto, ele tira uma fita K7 do porta luvas e sob o som do Kraftwerk, mais uma vez, deixa o automóvel ali naquela situação periclitante, com as portas abertas e o som a reverberar muito alto, a produzir um eco natural. Bem simbólico, naturalmente, mostra a máquina da sociedade industrial a vencer o homem, em via de regra. Robert caminha até uma estação ferroviária remota e entra no trem, supostamente de volta à Londres. Aparentemente derrotado pelo sistema, não teve outra alternativa a não ser retomar a sua rotina na capital britânica.
Particularmente eu não gosto desse final de anos setenta e menos ainda da década de oitenta, por uma série de fatores e muitos dos quais tem a ver com a estética do Punk e do Pós Punk, sob muitos aspectos, e não apenas pela sonoridade adotada por tais artistas que seguiram tal modelo. No entanto, no caso deste filme, apesar da rudeza em estar inserido subliminarmente em tais ideias, ele apresenta o seu valor como documento de época, certamente. Creio já ter elencado tais aspectos positivos, mas vale acrescentar que há uma valor agregado a mais, no tocante à presença das suas locações externas. Para quem conhece bem as cidades de Londres e Bristol, é interessante, certamente, pela visão de uma paisagem urbana familiar e a conter inclusive, estabelecimentos que nem existem mais ou que passaram por profundas modificações urbanas, nos anos posteriores a 1979, casos do Camden Plaza Cinema e o Bristol Hippodrome, por exemplo.

Além dos já citados atores, destaque também para: Andrew Bryatt (“Deserter”), Sue Jones Davis (“Girl”), Lisa Kreuzer (Ingrid), Sabina Michael (“Aunt”) e outros.

Em termos de repercussão, tanto pelo resultado nas bilheterias, quanto sobre a opinião gerada pela impressão da imprensa, esse filme mostrou-se muito obscurecido. É geralmente tratado como uma peça relegada a uma posição subalterna, em todos os quesitos

Foi escrito e produzido por Christopher Petit e lançado em 1979. Desconheço se exista a cópia em formato DVD, mas é facilmente encontrado no YouTube, para ser assistido, quando o leitor desejar.

Esta resenha está publicada no livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll", através do seu volume II, disponível para a leitura a partir da página 181