quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

EP High Level Low Profile / CaSch - Por Luiz Domingues




Facilita ao extremo a vida do crítico, que escreve resenhas sobre discos, quando o produto nem foi ouvido, mas ele já sabe que é bom. Na contrapartida, dificulta muito a sua dissertação, quando o trabalho em si foi realizado por amigos fraternais de longa data e cuja relação musical foi estreita em trabalhos realizados no passado, em comum. 

Eis o que ocorreu-me quando recebi uma cópia do CD “High Level Low Profile” do CaSch, banda formada há bem pouco tempo por Rolando Castello Junior e os irmãos Schevano, Ricardo e Marcello. Ética e estética a duelar em minha mente, fui obrigado a precaver-me para não soar ao leitor, um resenhista parcial por manter tal laço de amizade com os três componentes e ao mesmo tempo, não exagerar na dose da imparcialidade forçada e ser áspero em minha avaliação da obra, apenas para não dar margem de dúvida aos que poderiam relevar as minhas ponderações.

O CaSch é uma banda formada por três instrumentistas virtuosos e experientes. O álbum foi gravado em um estúdio com nível internacional e a sua operação técnica, a cargo de técnicos gabaritados, mediante alto padrão, portanto, não haveria nenhuma possibilidade desse álbum não ficar excepcional. 

A proposta sonora, ao longo das cinco faixas apresentadas nesse EP, foi a de unir o Hard-Rock mais moderno, com peso e tendência aos andamentos acelerados, quase no limite do Heavy-Metal, ao velho estilo setentista do Rock Progressivo, a apresentar o virtuosismo em torno de passagens intrincadas em suas tradicionais suítes. Competência para tocar Prog Rock a moda antiga, é o que os componentes dessa banda tem de sobra, aliadas ao fato que no seu natural arquivo de influências, tal escola antiga pulsa com muita força e propriedade, sei disso por experiência própria ao conhecê-los muito bem. 

E a opção pelo som mais moderno e pesado do Hard-Rock atual, também passa com naturalidade pelos irmãos Schevano, visto que ambos mantém há anos, a sua banda, "Carro Bomba", que transita por tal seara. Igualmente para o Rolando Castello Junior, pode-se afirmar, visto que a condução da Patrulha do Espaço em seus últimos anos de carreira pendeu para essa sonoridade. Portanto, a opção do trio por essa mistura, foi muito natural em termos de escolha estética.
Sobre as letras, foi feita a opção pelo uso do idioma inglês e certamente que tal estratégia da banda mostra-se a mais acertada pelo trabalho que propuseram-se a fazer, porém, principalmente a pensar na questão do mercado interno brasileiro, que nunca foi tão desfavorável para o Rock como um todo, e na atualidade, dá mostras até de um maior recrudescimento do pouco que havia disponível. 

Portanto, os amigos estão certos em direcionar os seus esforços ao mercado internacional e certamente, com um produto dessa qualidade em mãos, a banda haverá por obter êxito artístico e comercial. 

Ainda a falar sobre as letras, elas tem em linha geral, um cunho pesado, a acompanhar a sonoridade, certamente, mas além disso, por conter críticas ácidas à sociedade, com questionamentos duros, mas realistas sobre o papel opressor exercido pelos dogmas religiosos e na condução das forças governamentais totalitárias. Todavia, houve espaço para um pouco de descontração, vide a ode que foi feita a uma amigo querido e comum para todos nós, na canção: “Big Paul’s Basement”. Não cabe aqui esmiuçar, mas apenas reforço que o porão descrito, de fato, foi por décadas o espaço mais Rock’n' Roll daquele bairro da zona sul de São Paulo, onde situou-se (falo sobre o bairro de Moema), e dali, a vibração, sob o sentido sonoro e pelo astral, igualmente, fez balançar os galhos das árvores do Parque do Ibirapuera.

Antes de avançar nesta resenha, preciso comentar que o nome da banda foi uma das melhores escolhas que eu já testemunhei para batizar-se uma banda de Rock. A junção feliz pela coincidência, do sobrenome dos três componentes, ficou magnífica. “Cas” de Castello com o “Sch” de Schevano, a formar o “CaSch” e ao manter o "S" maiúsculo para realçar a letra que os une, foi uma tacada de mestre para quem idealizou tal junção. E ainda tem o subliminar da letra “S” poder sugerir o sinal de cifrão e a sonoridade do neologismo, “CaSch”, soar como a gíria em inglês, “Cash”, a denotar dinheiro, ou seja, no mercado internacional isso causará furor.
A respeito da capa, impressionei-me com o capricho gráfico ao fazer uso de uma embalagem com padrão luxuoso. Também apreciei a qualidade das fotos e a ficha técnica bem escrita, e nesse caso, sei bem que não haveria de ser diferente por tratar-se desses três artistas que eu conheço bem, portanto, sei que pautam-se sempre pelo esmero, em tudo que assinam. 

Marta Benévolo, vocalista da Patrulha do Espaço nos últimos anos de existência da banda, é uma artista plástica e designer, sensacional e trabalhou com afinco nesse Lay-Out caprichado e a ilustração da capa ficou a cargo do desenhista, André Kitagawa. 

Sobre a sonoridade, eu já falei que é impossível alguma produção sair do estúdio Orra Meu de São Paulo, sem qualidade, dada a sua capacitação técnica, tanto em termos de equipamentos e tecnologia disponível, quanto dos profissionais super preparados que ali trabalham, incluso os próprios irmãos, Schevano, mas há para acrescentar que a mixagem e masterização feita pelo excepcional, Heros Trench, veio de encontro à proposta da banda em soar pesada e coadunada com estéticas modernas do Hard-Rock e Heavy-Metal internacional. Nesse sentido, a escolha foi a mais acertada possível, visto ser tal técnico, muito experiente; competente e tarimbado para esse tipo de escola dentro do Rock nacional.

Sobre as músicas, eis abaixo a especificação das minhas impressões: 

“High Level”

Hard-Rock bastante acelerado, certamente a observar as tendências contemporâneas dentro desse estilo, apresenta uma condução geral da cozinha que mostra um fôlego impressionante. O Riff é muito poderoso e o duo estabelecido entre o baixo e a guitarra, tem uma precisão absurda. A harmonia que remonta ao espectro sombrio, faz parte da temática expressa na temática da letra, a evocar a obscura beligerância interna do Ser Humano. Rolando impõe a sua técnica, milhas acima da média dos bateristas comuns, com uma condução matadora, sua praxe, aliás.



“God”

Essa canção soa mais Prog-Rock, em princípio, por conta da sua introdução com teclados grandiloquentes. Mostra-se excelente o timbre do baixo, o que também não é uma novidade visto que conheço bem o Ricardo Schevano e sei o quanto ele aprecia as sonoridades vintage. O solo do Marcello é impressionante. Não surpreende-me algo desse nível perpetrado por ele, mas precisa ser realçado, com muito entusiasmo de minha parte. 

Sobre a condução da cozinha, Ricardo e Rolando mostram-se tão entrosados que eu creio terem construído uma fortaleza. É uma base sólida, precisa e inapelável. Há uma bonita intervenção ao piano e mais uma dose de Prog-Rock clássico, advém ao final.



“Earth Spinning Backwards”

Esta faixa tem mais a ver com o puro Prog-Rock clássico setentista, por conter menos o peso do Hard-Rock moderno. Os teclados mostram-se proeminentes e mais uma vez a letra propõe imagens fortes a corroborar um discurso eloquente. A voz do Marcello mostra-se diferente e não falo sobre o processamento do áudio da gravação, que sim, é muito caprichado, mas o seu estilo, normalmente mais agressivo, a parecer um cantor de Soul Music, com a voz rasgada, mostra-se adocicado, bem mais melodioso do que habituáramo-nos a ouvi-lo em seus trabalhos anteriores com a Patrulha do Espaço e sobretudo com o Carro Bomba, onde por força das circunstâncias de sua sonoridade, a volúpia faz-se mister.



“Big Paul’s Basement”



Eis aqui um Rock’n' Roll bastante vigoroso que tem o peso moderno em sua sonoridade, como modus operandi, mas em seu âmago traz a bandeira do velho Blues-Rock setentista. Riff forte, melodia empolgante e ótimas atuações dos três componentes em suas atuações individuais. Slide guitar sob muito bom gosto a permear o colorido constante junto à base, baixo que preenche tudo (Ricardo mostra-se um baixista sensacional, na verdade), e a bateria de Rolando, espetacular, como sempre.



“Flesh”



Essa seja talvez a faixa mais genuinamente Prog-Rock, mas há a ressalva que o peso está muito destacado, em princípio pela clara inspiração nos sons ultra densos do King Crimson, em sua fase setentista em torno dos LP’s “Larks Tongues in Aspic” e “Red”, mas há também a menção ao King Crimson mais moderno, com um peso Prog contemporâneo, todavia construído em torno de uma resolução harmônica dissonante, bem típica do trabalho dessa grande banda britânica, que eu sei bem, todos os meus amigos do CaSch, apreciam, como eu. 

Todavia, também apresenta muitas nuances de outras influências marcantes do Rock Progressivo clássico, expresso por outras tantas bandas e assim, com muitas evoluções em torno de partes e pontes/convenções, o tema é longo, rico e emociona pela belíssima profusão de solos sob diversos teclados, todos tipicamente vintage. 

Tudo é muito bem tocado, com extremo bom gosto e virtuosismo da parte dos três instrumentistas. Por ser um EP com apenas cinco músicas, é óbvio que ao encerrar, fica aquela vontade para degustar mais e assim, espero que um novo trabalho seja lançado em breve, a dar continuidade. 

Ainda não existe a postagem do álbum, na íntegra, no YouTube. Por enquanto, fique apenas coma faixa: “God” para experimentar a sonoridade da banda:
Eis o Link para acessar no You Tube:



Enfim, este primeiro registro do CaSch é exatamente o que os Rockers antenados na trajetória desses grandes músicos esperariam que eles apresentassem, ou seja, um trabalho sob padrão internacional.


Gravado, mixado e masterizado no estúdio Orra Meu, em São Paulo-SP

Técnicos de gravação: Marcello Schevano, Ricardo Schevanno, Gustavo Barcellos, André Miskalo e Breno Calmon

Técnico de mixagem e masterização: Heros Trench

Ilustração da capa: André Kitagawa

Lay-Out: Marta Benévolo

Fotos: Adrian Arellano, Bolívia & Cátia, Santi Sombra, Sebas Michia e Zapata Leon

Produção geral: CaSch

Formação do CaSch:

Marcello Schevano: Voz; Guitarra e Teclados

Ricardo Schevano: Baixo

Rolando Castello Junior: Bateria

Para conhecer melhor o trabalho do CaSch, acesse a sua página no Facebook:

https://www.facebook.com/CaSchOficial/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Os Kurandeiros - 31/1/2019 - Quinta-Feira / 21 Horas - Santa Sede Rock Bar - Tucuruvi - São Paulo / SP

Os Kurandeiros

31 de janeiro de 2019  -  Quinta-Feira  -  21 Horas

Santa Sede Rock Bar
Avenida Luiz Dumont Villares, 2104
Tucuruvi
Estação Parada Inglesa do Metrô
São Paulo  -  SP

Os Kurandeiros :
Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

EP Eu Sou Neurozen e Você? / Neurozen - Por Luiz Domingues

Neurozen é um fitoativo recomendado pela milenar medicina chinesa, para combater diversas anomalias cerebrais. Faz bem para a cabeça, para definir-se de uma maneira bem popular. 

Mas o que eu quero dizer ao leitor, é sobre um outro Neurozen, que igualmente faz muito bem para a cabeça e principalmente ao ouvido e posso afirmar, para o corpo inteiro, pois provoca a irresistível vontade para dançar. Falo a respeito da banda paulistana, "Neurozen", que lançou recentemente o seu segundo trabalho fonográfico, o EP: "Eu Sou Neurozen e Você?" 

Quarteto liderado por Paulo Pizzulin (trompete e flugelhorn) e André Knobl (saxofones soprano, alto e tenor), e é completada pelo baixista, Xantilee Jesus e o baterista, Vinícius Valentin. Portanto, pela mera observação da formação do grupo, os avaliadores mais ortodoxos seriam levados a crer que o grupo faz um som instrumental hermético, orientado pelo Jazz, com o virtuosismo levado como mote. No entanto, não obstante o fato de que tais elementos citados estejam no bojo do trabalho, a proposta desses artistas é bem mais ampla e generosa, no sentido de que não pretendem fazer música fechada para ser apreciada apenas por outros músicos, mas sim, buscam o alcance popular e tem a vontade em estimular as pessoas a dançar. 

É possível fazer uma música instrumental com bastante sofisticação técnica e provocar a vontade de dançar em um ouvinte comum, que não seja necessariamente um músico? Sim, e o Neurozen logra êxito em seus esforços, ao longo dessa obra.
Sob o ponto de vista musical, o Jazz, sob diversas nuances, está obviamente presente e não seria para menos, ao considerar-se que tal grupo apresenta em sua formação básica, dois sopristas como os solistas do grupo. Mas há igualmente uma dose maciça de ritmos brasileiros variados onde a cozinha da banda pode brilhar bastante e o acréscimo de um músico convidado, foi providencial, visto que o percussionista, Renato Campos, supriu de uma forma magnífica todas as incursões pelos diferentes ritmos propostos, aliás não apenas os brasileiros (samba, xote, baião, maracatu e afins), mas também nas latinidades hispânicas propostas, com muito molho caribenho e igualmente nos ritmos africanos, a mostrar técnica e muita versatilidade. 

E pode-se acrescentar a influência da Soul Music/Funk norte-americana e certas pitadas de Blues, muito bonitas no trabalho. Há espaço até para o experimentalismo, mas sob uma medida bem ajustada, o suficiente para conferir um ar de sofisticação na música dos rapazes, mas sem esmorecer o ânimo do ouvinte não aficionado da sofisticação, ao ponto de fazê-lo perder o ritmo de sua dança.
Sobre a capa, eu gostei muito do trabalho desenvolvido pela artista plástica, Isa Pizzu, que é filha do trompetista. Paulo Pizzulin. Trata-se de uma ilustração super psicodélica, a usar multicores e formas a insinuar pétalas de rosas, balões e até um pirulito, e que assim, mostra-se muito expressiva. 

Nas demais faces da capa, existe uma boa ficha técnica e fotos da banda em uma ambiente náutico, com bastante natureza como cenário em locação. 

Gravação feita no estúdio Orra Meu, de São Paulo, que a priori é um estúdio acostumado a gravar bandas de Rock, eis que neste caso, o seu áudio foi muito feliz em observar uma pressão sonora mais comedida do que a rapaziada desse estúdio está a acostumada a gravar e mixar. A camada de graves, provavelmente advinda do processo de masterização, tratou por aveludar o som da banda, o que agradou-me bastante. Isso ficou nítido em momentos com forte observação de dinâmica, onde o som mais comedido ficou muito agradável para a audição. 

Sobre as faixas, são seis temas, alguns com duração até longa, algo surpreendente nos dias atuais onde o ouvinte comum costuma ouvir música por segundos na internet, mas a intenção aqui não é ser Pop para agradar os marketeiros da difusão mainstream, mas sim, atingir as pessoas e provocar-lhes a vontade em interagir com os respectivos movimentos de seus corpos.
"Miss Lounge" abre o disco. A latinidade está no ar e a percussão joga o molho, sem parcimônia. O trabalho dos sopros é magnífico e a cozinha segura tudo com muita firmeza. Há uma insinuação em prol da Disco Music setentista, ao final e a incidência de palmas humanas para marcar o ritmo, faz lembrar vagamente o som da KC and the Sunshine Band.

"Saudade do que Virá", entra com uma forte dose de brasilidade. Lembrou-me bastante o trabalho de Nivaldo Ornelas. Essa canção é permeada pelo bom gosto no uso de melodias finas, propostas por Paulo Pizzulin e André Knobl, com Vinícius Valentin e Xantilee Jesus a incrementar swing, e mais uma vez enriquecida pela percussão certeira de Renato Campos.
"Suburbana" é a terceira faixa e apresenta mais um tema versado por um ritmo bem brasileiro. Assim como no tema anterior, o nordeste se faz presente na intenção entre o baião e o xote. 

Os  solos são de arrepiar, o que comprova a tese que eu expus no início da resenha, a dar conta de que é possível, sim, haver sofisticação musical no cancioneiro popular. Tema longo, possibilitou a existência de diversas nuances rítmicas e o estabelecimento de uma brutal diferenciação da dinâmica em seu decorrer. O samba apareceu em um dado momento a dar margem para um criativo duo com cuícas. Um pequeno interlúdio a dar margem ao experimentalismo, ficou na medida certa e bonito ao meu ver.

"Relativa", é a quarta faixa e mostra um andamento lento. Talvez seja a faixa mais jazzistica do álbum, com uma beleza muito grande. O baixo do grande, Xantilee Jesus, trabalha com frases em efeito "looping", com o som a apresentar a incidência de efeito do trêmulo. Há uma parte mais acelerada, a conter mais senso de brasilidade, também.

"13º", é bem ritmada. Um verdadeiro convite à dança, quando apresenta partes funkeadas, em sintonia com brasileirismos e fecha o disco de uma forma forte, a suscitar a vontade do ouvinte em querer mais.

Gravado e mixado no Estúdio Orra Meu, de São Paulo-SP
Técnico de gravação: Gustavo Barcelos
Mixagem: Gustavo Barcelos e André Miskalo
Masterização: Breno
Capa (Arte e Lay-Out): Isa Pizzu
Fotos: Denis Argyriu
Assistência: Rogério Lacanha
Produção geral: Neurozen
Lançamento em 2018
Neurozen:
Paulo Pizzulin: Trompete e Flugelhorn
André Knobl: Saxofone (soprano; alto e tenor)
Vinícius Valentin: Bateria
Xantilee Jesus: Baixo

Músico convidado:
Renato Campos: Percussão

Sobre o álbum, é possível escutá-lo na íntegra em plataformas digitais, tais como o Deezer e o Spotify, além da Google Play Music.

Veja um vídeo promocional com a música: "Saudade do que Virá"

Eis o link para assistir no You Tube:

https://www.youtube.com/watch?v=QwM2VlsKgHI

Para conhecer melhor o trabalho do Neurozen, acesse o seu  site:

http://neurozenindiegroove.com.br/

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Neurozen Oficial    

Eis aí uma banda que eu recomendo com ênfase, pela sua excelência musical e ótimas intenções artísticas dentro da cena brasileira.