terça-feira, 30 de abril de 2019

CD Into Your Head / Newholly - Por Luiz Domingues


Na contramão da opinião formada em torno da ideia de que o Rock brasileiro está extinto, eu não só discordo frontalmente de tal avaliação estapafúrdia, como demonstro provas em contrário. Basta pesquisar no arquivo de meu Blog, para verificar uma quantidade significativa de resenhas que tenho elaborado para destacar a atuação de diversos artistas talentosos e em sua maioria, bem jovens, para que os detratores não percam tempo e veneno para argumentar em contrário, a dar conta de que eu cito apenas veteranos em atividade, pois muito pelo contrário, tenho falado sobre artistas novos, na maior parte do tempo.

Eis aqui, mais um exemplo, quando destaco a jovem banda paranaense, “Newholly”, que mostra-nos o CD “Into Your Head”, lançado em 2018. 

Quarteto original da capital, Curitiba, o Newholly tem uma história própria um tanto quanto esquecida nos dias atuais, ao registrar-se que fora formada por amigos de infância. Ora, essa predisposição que fora muito comum em décadas passadas, esteve em relativo desuso, entretanto, e dessa forma, o simples fato de ter sido reativada de uma forma tão espontânea por esses rapazes curitibanos, traz em seu bojo, de uma forma subliminar, uma certa aura mágica em termos de resgate aos valores antigos dentro da instituição do Rock and Roll, ou seja, reverteu-se positivamente para que esses jovens artistas conseguissem atingir um élan especial, em torno das mais belas tradições Rockers.

Nesses termos, tal magia musical que resgataram, tanto na sonoridade, quanto em outros signos inerentes e oriundos das melhores décadas da história do Rock, automaticamente impregnou-se em sua criação musical e na veracidade com a qual apresentam-nas ao vivo, ao deixar de lado completamente a ideia formatada por possíveis detratores, ao alegar que propõe-se a tocar música do passado e de forma caricata, fantasiam-se com figurinos alugados para participar de festas temáticas e muito menos que o odor que exalem, remonte à naftalina. Nada disso acontece, pois o frescor da banda é total. Sim, a sonoridade é super sessentista, mas não mostra-se sob uma aura nostálgica, longe disso. É na verdade, algo feito com uma autenticidade muito grande e mediante qualidade musical, o suficiente para respeitar e reverenciar as influências que possuem.


O álbum: “Into Your Head” foi gravado por uma gravadora Major, a Sony Music. Isso por si só, já suscitaria uma especulação e tanto, visto que nos últimos anos o enfraquecimento da indústria fonográfica revelou-se tão avassalador, que causa espécie imaginar que ainda haja departamento de produção em gravadoras, à cata de artistas para contratar e lançar. 

Isso por que toda a relação das gravadoras com a produção musical, mudou sobremaneira e dessa forma, tal metodologia mais parece pertencer ao passado, com as gravadoras, na atualidade, apenas a produzir conteúdo virtual e a lidar com os artistas sob outras maneiras. Outro ponto nessa relação das gravadoras, dá-se no campo do marketing, ou seja, o que fomenta-se via formação de opinião e é massacrado na mídia mainstream. Nesses termos, não há como negar-se que nos últimos anos, quiçá décadas, a opção pelo popularesco monopolizou completamente o espaço cultural no Brasil, portanto, o Rock ficou alijado desse processo e salvo manifestações isoladas, ficou, ou voltou ao limbo do underground. Posto isso, é surpreendente verificar que o Newholly tenha sido lançado em pleno 2018, por uma gravadora Major e com otimismo, torço para que seja uma tendência a confirmar-se doravante.


Sobre a sonoridade da banda, ela mostra-se muito bem versada pelo Pop Rock sessentista, onde nota-se diversas ramificações em termos de escolas clássicas dessa grande década, tais como: o popular, “Bubblegum”, de meio de década de sessenta, R’n’B, Rock’n Roll cinquentista, Blues, Country-Rock, Folk-Rock etc. 

Observa-se uma preocupação acentuada em respeitar-se os timbres de época, o que é salutar no sentido de que ao contrário do que certos detratores poderiam supor, buscar a referência no passado não significa retrocesso, exatamente, e neste caso, de forma alguma, visto que os rapazes buscam inspiração em uma fonte de ouro. A respeito das letras, a condução geral é pelo romantismo a evocar as paixões manifestas entre pessoas jovens, mais ou menos a seguir a tendência daquele período de meio de década de sessenta.

Sobre a capa, trata-se de uma ilustração a exibir a caricatura das respectivas cabeleiras dos artistas, ou seja, nada mais “sixties”, eu diria. Lembra a capa do LP “Revolver” dos Beatles, certamente, e outras com tal mote, ao estabelecer também na imagem, uma conexão salutar com aquela década maravilhosa. E viva Klaus Voorman!

Antes de gravar, os rapazes fizeram um retiro em uma aprazível casa no campo, quando puderam mergulhar com afinco no seu processo criativo e dali partir para o Rio de Janeiro, onde gravaram o disco. A perspectiva do áudio nessa produção tem obviamente a pressão sonora da Era digital, mas os timbres vintage ficaram preservados, de certa forma.

O Newholly é formado na atualidade, por: John Strapasson (Voz e Guitarra base), Beppe Fumagalli (Guitarra Solo), Marc Dallo e Nelson Mazart (Baixo), entretanto, no disco, contaram com Eddie Lirani (Baixo e Voz), que foi membro fundador, mas deixou a formação, logo depois do lançamento do álbum. 

Sobre as canções de “Into Your Head”, cabe destacar, alguns aspectos em pormenores, enquanto o leitor escuta abaixo o álbum na íntegra, com a devida permissão da Sony Music:


https://www.youtube.com/watch?v=irolBGFSGT0&list=OLAK5uy_kop62wjKI7OeZxN0i_KOSvOJ0NlgcULm4 

1) She’s Got the Eyes    

Eis uma vibrante canção com forte influência do Country-Rock. A voz de John Strapasson, é aguda, e lembra a de John Lennon. Os backing vocals pontuam muito bem. Partes A e B, mostram-se bem engendradas e a conter também um refrão convidativo. O solo rápido, feito por Beppe Fumagalli, é bem eficiente e a observar uma timbragem in natura, muito boa, gostei muito.

2) Ain’t Better Than Love

É muito boa a harmonia vocal feita em trio, logo de início e a manter-se pela música em diversos trechos. É uma música ao estilo Bubblegum, típica, e assim provoca a imediata vontade para transportarmo-nos imediatamente para 1965 e deixar a energia fluir, sem pensar em mais nada. Pequenas sutilezas vocais remetem mais uma vez aos Beatles, em claro sinal de reverência.
3) Saved 

A canção inicia-se com um riff muito bonito. Gosto da sonoridade de uma guitarra limpa, com esse timbre, sem sombra de dúvida. Baixo e bateria se colocam na canção de um modo muito firme, e sobre o baixo, a sonoridade a pender para o grave, cai como uma luva para a canção. Um solo mais nervoso de Beppe, evoca o The Who, com aquele sentimento MOD, ultra britânico. Mais um refrão muito bom, com vocalizações ricas.

4) I’ve Been 

O R’n’B entra em cena com essa bela canção. Mediante uma harmonia bem feita a explorar as nuances dos acordes menores, mais uma vez o Newholly apresenta uma ótima composição a esmerar-se no capricho da melodia, mediante vocalizações em harmonia muito bem arranjadas e sobretudo, afinadas.

5) Bluebird

Eis aqui uma canção a mostrar-se como uma balada acelerada, com muito colorido, ao ter em conta o (bom) uso do slide guitar. Gostei muito da parte B, com acento em staccato, ultra sessentista. A batida da bateria com condução aberta no prato Ride, a ressoar em certos trechos da canção, foi uma ótima resolução criada por Marc Dallo. A sobra do coro vocal, a capella, ao final, foi outra boa ideia para o arranjo.

6) Sixth Sense Song

Eis um Blues-Rock bastante vigoroso, a demonstrar um peso bem acentuado. Com mais ardência nas guitarras e a presença de riff forte, lembrou-me o som do Fleetwood Mac em seus primórdios. Tem muito balanço, no limiar da Soul Music, igualmente.

7) Can’t Lie to Your Heart

Esta canção é deveras estimulante e mais uma vez apresenta uma bela linha melódica, conduzida muito bem por John Strapason. O baixo de Eddie Lirani é muito bem executado. Trata-se de uma linha a pontuar a harmonia com um desenho que não foge da clássica condução a observar o uso de quinta acima a intercalar-se com quarta abaixo, mas Eddie acrescentou um algo a mais e fez a diferença. A canção tem muito a ver com o estilo do The Kinks, a extraordinária banda dos irmãos Davies.

8) I’d Cry Along

Eis mais um Country-Rock com um ótimo trabalho de guitarras a sincronizar desenhos ricos, perpetrados por John e Beppe. Lembra bastante o som dos Beatles na sua primeira fase (1962 / 1965) e ao final, o falsete de John, o Strapasson, não o Lennon, trata por evocar a presença do Paul McCartney que igualmente traz em si como uma espécie de seu mentor (ótima escolha, por sinal).

9) To All the Kids 

A ideia em iniciar a canção com uma menção ao seu próprio refrão, cantado a capela, foi ótima, e lembrou-me o trabalho do Small Faces. Gostei dos acordes cheios das guitarras, dos desenhos bem construídos e da firme condução da cozinha, com baixo e bateria sob um sentido de andante moderado. Mais uma vez os vocais em harmonia são agradabilíssimos.


Into Your Head - Newholly 

Estúdio de Gravação: 707 (Rio de Janeiro / RJ)

Direção e Produção Artística: Kiko Martins

Mixagem e Masterização: Daniel Medeiros

Capa: Beppe Fumagalli e Nelson Mozart

Formação do Newholly, que gravou o CD Into Your Head:

John Strapasson: Voz e Guitarra Base

Beppe Fumagalli: Guitarra Solo

Eddie Lirani: Baixo e Voz

Marc Dallo: Bateria

Recomendo a audição do álbum e sobretudo, torço muito para que o Newholly alcance o sucesso em larga escala, visto que além do talento e das ótimas influências que os seus componentes possuem, tais artistas demonstram uma força de vontade fora do comum, e certamente que essa paixão que extravasa-se através da sua música, é contagiante. O álbum encontra-se disponível em todas as plataformas digitais da atualidade.

Para conhecer melhor o trabalho do Newholly, acesse:

@newhollymusic.

Canal no You Tube:

youtube/newhollymusic

Página no Facebook: 

https://www.facebook.com/newhollymusic/ 

Contatos para shows:

(41) 9995236124

Contato direto com a banda: 

newhollymusic@gmail.com

sexta-feira, 19 de abril de 2019

CD Não Sou da Tribo / Davi Matz - Por Luiz Domingues


O sentido da boa música, expresso através de um artista influenciado por múltiplas tendências, é perfeitamente apresentado no álbum: “Não Sou da Tribo”, obra do multi-instrumentista; compositor e cantor, Davi Matz, um gaúcho nascido na cidade de Pelotas e radicado em Joaçaba, no oeste de Santa Catarina, há muitos anos. 

Jovem (ele tem apenas 31 anos de idade, neste momento de 2019), é no entanto muito experiente na música, visto ter começado a sua carreira ainda no início da adolescência. 

Da discoteca excelente de sua família, Davi cresceu a ouvir somente artistas bons, oriundos de diversos vertentes. De Simon & Garfunkel a Belchior, de Tarancón a Zé Geraldo, Milton Nascimento, Chico Buarque, Secos & Molhados e muito mais,
Matz pôs-se a formatar a sua musicalidade a ouvir música com qualidade indiscutível e concomitantemente a estudar muitos instrumentos. 

Posteriormente veio o contato com o Samba e logo a seguir, o Rock e a sua raiz primordial do Blues. Não demorou muito e tomou gosto pela Folk-Music, e entenda-se o Folk pela amplitude do termo, ou seja, a abranger a música étnica e folclórica de diversas partes do Brasil e logo a ultrapassar as fronteiras e abraçar a América Latina e a seguir, o planeta inteiro. 

Portanto, com essa riqueza toda a borbulhar em sua percepção cultural bem abrangente, aliado aos estudos em torno de muitos instrumentos musicais, somou-se o seu talento natural, e assim, a química explosiva a envolver tantos ingredientes bons, só poderia redundar em formar um artista preparado para dar o seu recado com qualidade e contundência.
O seu mais recente álbum, não é o primeiro de sua carreira (anteriormente, ele já havia lançado: “Contos de Algum Tempo e Lugar”, em 2013, além de ter sido componente do grupo: “Trigo”). 

Então, o seu novo trabalho, chama-se: “Não Sou da Tribo”, onde apresenta-nos uma coleção de canções bem melódicas, onde ele toca a maioria dos instrumentos de cordas e deixa apenas a bateria & percussão, além de outras pequenas intervenções para o convidado especial e também produtor de estúdio do disco, Artur Lunardi, atuar. Há igualmente a participação de mais dois músicos convidados, com menor participação, embora importantes, certamente, caso de Rodrigo Cerino e Ricardo Massucato.

O álbum traz em sua essência, uma docilidade, inclusive pelo teor das letras, a buscar na poesia um elo forte, no entanto, há uma maior acidez em alguns pontos, quando Matz usou um discurso mais incisivo ao tecer críticas em nível social, e aliás, o próprio título do álbum (e que dá nome a uma canção, igualmente), sugere tal teor, pois “Eu Não Sou da Tribo” remonta a uma reflexão sobre a crescente massificação que observamos sob diversos parâmetros na sociedade e mesmo em questões pueris, é muito assustador verificar o quanto a formação de opinião pode manipular as pessoas e nesses termos, eu concordo inteiramente com Matz e dessa forma, não ser um membro da tribo é a escolha mais saudável.

A respeito da capa, a ilustração é bonita em sua simplicidade. Um escaravelho repousado por um fundo de cor indefinida, entre o marrom claro e o âmbar e a conter duas faixas, com dizeres, feitas por uma máquina de escrever em fitas, com a presença de relevo, algo bem típico dos anos 1970, a nomear o disco e o nome do artista. 

O escaravelho, segundo a explicação que o próprio artista concedeu-me em uma conversa informal que tivemos, foi a sua opção para denotar a ideia de um inseto resistente, que mostra-se alheio em relação a histeria coletiva imposta à massa e ao mesmo tempo, mostra-se pacífico e discreto, sem propensão a incomodar os seres humanos ou quaisquer outros seres, ou seja, não foi a toa que tal criatura teve um significado cultural e místico importante na história do antigo Egito, por exemplo. 

O disco foi lançado apenas em formato virtual, inicialmente, mas o artista pretende lançá-lo em plataforma física, em breve. Sobre as canções, vale a pena destacar as seguintes observações:

Ouça abaixo, na íntegra, o álbum : "Não Sou da Tribo", enquanto continua a ler a resenha:
1) Gipsy Lady

Uma balada Bluesy, com um bom trabalho de cordas. Apresenta um certo teor Soft-Rock a lembrar levemente tal escola do início dos anos 1970. Matz fala sobre o amor nessa canção, mas com classe, sem recorrer a clichês e pieguices, ou seja, um grande mérito em meu entendimento.

2) Noites Quentes de Dezembro (Folk Song)

Essa canção traz um arranjo de cordas muito bom. São dedilhados a observar uma harmonia bem elaborada e a contar com intervenções a imprimir um colorido melódico deveras bonito, incluso com o violoncelo e alguns efeitos com vozes e gaita (executada por Artur Lunardi). Nesta faixa, o outro convidado, Ricardo Massucato, tocou o baixo.
3) O Blues de Uma Cidade 

Com bastante sentido acústico em seu início, a canção ganha uma roupagem mais elétrica em seu decorrer e lembrou-me bastante o som do grande, Luiz Melodia, com maior urbanidade e também pela letra com teor mais forte. Gostei do solo de guitarra e da boa condução do baixo & bateria. Sobre a letra, destaco um trecho, onde Matz denuncia a dispersão cultural dos tempos atuais:

“Escrevo uma canção e nenhuma tribo urbana me entende / Eu já não ligo / É aquela velha história, cada um no seu mundinho que se prende ao próprio umbigo”

4) Rock de Fim de Mundo

Eis um Rock com a roupagem clássica do gênero e a mostrar um vigor bem convincente. Matz mais uma vez tece críticas à manipulação imposta à população em geral, via redes sociais da internet. Um detalhe importante, nesta faixa, Matz tocou todos os instrumentos, incluso a bateria.

5) Forasteiro

Uma canção Folk muito bem engendrada, com ótima atuação de Matz a pilotar violões (inclusive o sempre bonito, Dobro, para fazer uso do slide), guitarra e violoncelo.
6) Não Sou da Tribo

Trata-se de um reggae, não exatamente clássico e aí há mais um mérito, pois é visível como Matz impôs o seu jeito para interpretar tal escola jamaicana. Com personalidade, imprimiu o seu estilo pessoal e certamente que isso é um diferencial importante. Rodrigo Cerino participa com apoio vocal. Gostei da linha do baixo, assim como as intervenções ao violino.

7) Vento e Vela

Eis mais uma boa canção Folk, com muito colorido proporcionado pelo arranjo, a valorizar bastante o trabalho das cordas. Há uma condução de percussão bastante enriquecedora da parte de Artur Lunardi, ao utilizar o Djemb, um instrumento muito peculiar da cultura afro.

8) Segredo

Gostei dessa canção, a apresentar um certo sabor dos anos sessenta. Destaco o uso de efeito a la caixa Leslie, na guitarra, o que sempre enriquece qualquer arranjo. A condução de baixo & bateria é bem simples, mas muito eficaz, a denotar uma verdade implícita, além de bons vocais de apoio. O timbre do baixo, com pouco sustain no apoio, reforçou a ideia de lembrar os anos 1960.
9) Oke Aro (Vem das Matas)

Talvez a canção com maior sentido étnico dentro deste álbum, a pensar-se no universo abrangente do que engloba as diversas matizes da música Folk, e assim, provavelmente algum musicólogo mais exigente insista em classificá-la como: “World Music”, mas não importa, visto que o que realmente interessa é salientar a sua beleza melódica. Mais uma vez o arranjo de cordas sobressai-se a valorizar a sua rica melodia, principalmente no inspirado uso do violoncelo.

10) Veranico

Eis aqui um Folk com forte teor country & western, dessa forma a mostrar-se vibrante, com ritmo contagiante, pronto para provocar a vontade do ouvinte em deixar a introspecção alcançada pela escuta das faixas anteriores e cair na dança, sem nenhum receio. Baixo acústico, em concomitância com a levada de bumbo e caixa a lembrar ou insinuar o som do "Washboard", mostra-se muito interessante. Trata-se na verdade de uma canção que só contém um defeito: é curta demais, pois quando acaba, deixa uma vontade implícita para ouvir-se mais, porém, ao pensar-se como estratégia mercadológica, também é uma boa ideia deixar o ouvinte com esse desejo recôndito.

11) Areia e Pampa

Um belo tema instrumental a mostrar uma beleza muito grande. Aqui, Matz mostra a sua criatividade ao violão, na verdade a usar mais de um no arranjo para esta faixa, em sobreposição. É uma canção com forte teor relaxante, para provocar no ouvinte, a possibilidade de voar, divagar, ir longe na sua própria epifania.

Gravado no estúdio JMS de Joaçaba-SC, teve produção de áudio da parte de Artur Lunardi

Capa (criação e lay-out): Davi Matz e Artur Lunardi
Davi Matz: Voz, Violões, Dobro, Violino & Viola, Violoncelo, Guitarra, Baixo e Bateria

Músicos convidados:
Artur Lunardi: Bateria, Percussão, Gaita, Guitarra, Efeitos e Backing Vocals

Ricardo Massucato: Baixo em “Noites Quentes de Dezembro (Folk Song)”

Rodrigo Cerino: Vocal em “Não Sou da Tribo”

O álbum está disponível também na plataforma One RPM:

https://www.onerpm.com/login/login

Para conhecer melhor o trabalho do artista, acesse o seu Canal de You Tube:



Eis aqui, um trabalho que eu recomendo. “Não Sou da Tribo” é um álbum que proporciona uma audição muito prazerosa pela qualidade de suas canções, traz poesia e momentos de reflexão interessantes, sem ser panfletário e/ou rancoroso e muito pelo contrário, faz a sua reflexão crítica da sociedade em alguns momentos, com classe, sem apelações. E por ser jovem, Davi Matz é um artista que ainda vai brilhar muito e ajudar-nos a construir uma nova Era na música brasileira, assim espero e acredito.