Em linhas gerais, é notório que o
mundo do futebol é simplório sob inúmeros aspectos. Apesar dessas particularidades que destoam de aspectos culturais mais
avantajados, esse fator jamais incomodou-me sobremaneira ao ponto de rechaçá-lo por
completo, e sei que muitos amigos pensam igual.
Convive-se com o caráter prosaico que envolve-o indelevelmente e no meu caso e de muitos amigos que também acompanham-no sem crises de identidade, apesar dos pesares, não sinto-me conspurcado por nenhum aspecto. Entretanto, em muitos aspectos que eu observo, e sei por conseguinte que trata-se de estrato de baixo nível educacional e/ou cultural inerente aos meandros desse esporte, são difíceis de serem absorvidos, mesmo ao ter em conta a mentalidade predominante dentro desse universo.
Convive-se com o caráter prosaico que envolve-o indelevelmente e no meu caso e de muitos amigos que também acompanham-no sem crises de identidade, apesar dos pesares, não sinto-me conspurcado por nenhum aspecto. Entretanto, em muitos aspectos que eu observo, e sei por conseguinte que trata-se de estrato de baixo nível educacional e/ou cultural inerente aos meandros desse esporte, são difíceis de serem absorvidos, mesmo ao ter em conta a mentalidade predominante dentro desse universo.
Por exemplo, a questão da falta
de motivação que quase todo jogador de futebol aparenta ter dentro da profissão
e a que todo instante precisa ser exortado a ter. Ora, isso extrapola em muito
a tolerância que se possa ter pelo fato de que 99,9 % dos jogadores ter origem
sociocultural e financeira de baixíssimo nível. Mesmo diante desse quadro de
realidade triste, e mesmo a considerar-se o analfabetismo emocional, funcional e
literal da imensa maioria, como espectador do esporte, é duro verificar que os
dirigentes e notadamente os membros da comissão técnica de cada clube e que
lidam com tais jogadores no cotidiano, sejam obrigados a fazer um trabalho de convencimento
a cada jogo (invariavelmente, falo de quarta e domingo em via de regra), para
que os seus comandados “entendam” que
precisam entrar no campo com o objetivo de ganhar o próximo jogo...
Vejo com perplexidade o discurso
de certos treinadores, ao empreender dinâmica de grupo para fazer com que os seus comandados
entendam a mais óbvia questão do objetivo a ser alcançado, como se fosse uma
completa “novidade”, de jogo para jogo e assim, a denotar que o significado de uma continuidade
de resultados como meta, fosse incompreensível para a maioria, ou seja, o
significado prático oriundo da necessidade premente de ganhar-se todos os jogos
para se vencer um campeonato.
Tirante a questão da astúcia inerente da parte de alguns, visto que o “incentivo” imoral do chamado “bicho” (gratificações monetárias ofertadas pelos clubes para cada jogo, fora do salário oficial), ser algo manipulável ao extremo pelos inescrupulosos de plantão, fico a imaginar a bizarra cena de um gerente de banco a cada segunda-feira a reunir os funcionários da agência bancária, para lhes “explicar” que na nova semana que inicia-se, faz-se necessário que todos empenhem-se para cumprir com a máxima eficiência a sua função, como se isso fosse alguma novidade para qualquer bancário. O mesmo raciocínio serve para qualquer classe trabalhadora, do padeiro ao farmacêutico; do motorista do ônibus ao balconista da loja de sapatos e assim por diante.
Tirante a questão da astúcia inerente da parte de alguns, visto que o “incentivo” imoral do chamado “bicho” (gratificações monetárias ofertadas pelos clubes para cada jogo, fora do salário oficial), ser algo manipulável ao extremo pelos inescrupulosos de plantão, fico a imaginar a bizarra cena de um gerente de banco a cada segunda-feira a reunir os funcionários da agência bancária, para lhes “explicar” que na nova semana que inicia-se, faz-se necessário que todos empenhem-se para cumprir com a máxima eficiência a sua função, como se isso fosse alguma novidade para qualquer bancário. O mesmo raciocínio serve para qualquer classe trabalhadora, do padeiro ao farmacêutico; do motorista do ônibus ao balconista da loja de sapatos e assim por diante.
Portanto, é bizarro que no
futebol isso exista e seja tratado como algo rotineiro, ou seja, ter que
explicar após o jogo do domingo, que eles, os jogadores, precisam “focar” no
jogo da próxima quarta, ainda mais ao levar-se em conta os jogadores mais
badalados que jogam em grandes clubes da série A, que invariavelmente ganham salários
estratosféricos, que chegam a ter o valor de mais de cem vezes o salário de um
super executivo de empresa multinacional do mundo corporativo etc.
Ou seja, o mínimo que esses profissionais deveriam saber, é que a sua obrigação é sempre dar o seu máximo em campo, ao buscar sempre a vitória em todo jogo, e se perder a partida, que seja pela supremacia técnica do adversário que pensa e luta pelo mesmo objetivo, em tese, e jamais por falta de “compreensão” da dinâmica de sua profissão e assim sendo, que precisa ser “convencido” disso a cada três dias, pois na prática eles só puxam a carroça, mediante a aparição de uma cenoura diante de sua vista...
Ou seja, o mínimo que esses profissionais deveriam saber, é que a sua obrigação é sempre dar o seu máximo em campo, ao buscar sempre a vitória em todo jogo, e se perder a partida, que seja pela supremacia técnica do adversário que pensa e luta pelo mesmo objetivo, em tese, e jamais por falta de “compreensão” da dinâmica de sua profissão e assim sendo, que precisa ser “convencido” disso a cada três dias, pois na prática eles só puxam a carroça, mediante a aparição de uma cenoura diante de sua vista...
Querido Luiz, embora seja mesmo tragicômica, essa situação tem recebido realmente cuidados de especialistas, não só no futebol, como no mundo corporativo também, tal o nível de desconhecimento e até mesmo stress que culminam em todos os campos profissionais...chegamos ao ponto de termos um aparato tecnológico extremo, mas o fator HUMANO está extremamente desgastado...no caso do futebol bem...a foto é tremendamente ilustrativa...
ResponderExcluirOi, Christine !
ExcluirSei que você quis abrir o leque dessa consideração no afã de abranger outras áreas e sei que tem razão na sua explanação, mas a minha intenção era fechar no mundo do futebol, exatamente para exacerbar a disparidade desse estado de coisas, visto ser nesse universo que existe um dos maiores abismos em termos de falta de profissionalismo básico x salários estratosféricos, portanto, digno de estupefação. Mas claro que sua colocação procede e foi super válida, fazendo-me concordar com ela. E sobre a foto, não tive dúvida em usá-la a denotar bem o quadro que pintei no texto...
Grato pela participação sempre bem vinda !