sábado, 10 de dezembro de 2022

Filme: Meat Loaf: To Hell and Back (Meat Loaf - Voltando do Inferno) - Por Luiz Domingues

Quando a emissora de TV, VH1, uma concorrente da MTV, anunciou que produziria uma série de telemovies a explorar cinebiografias sobre astros do Rock, certamente que foi uma medida muito bem recebida. Portanto, este filme, sobre o cantor, Meat Loaf, é mais um exemplo dessa linha de produção.
Simpática abordagem sobre a vida e obra desse cantor oriundo do Texas, USA, o filme tem a marca da simplicidade, que é normal para o padrão de um telemovie, no entanto, é notório nas produções da VH1, o esmero em termos de elaboração do roteiro e principalmente na parte musical, ao buscar-se uma fidedignidade máxima possível e assim, a obra é agradável, a dignificar a sua intenção cinebiográfica.
Outro ponto interessante, é observado através da intenção boa de respeitar-se a verdade sobre a vida do artista, sem omitir alguns aspectos negativos da sua trajetória. Nem toda biografia investe em tal dinâmica, quando necessita abordar aspectos negativos. O mais usual é usar-se o recuso da omissão de certos trechos ou pior ainda, a exercer modificações indevidas, que na prática é um método odioso, no sentido de que tal tipo de distorção dos fatos reais revela um ato inescrupuloso. Dessa maneira, neste filme, aspectos negativos da vida do artista são retratados com pouca maquiagem e tal predisposição naturalmente oferece uma credibilidade para tal produção. Esclarecidas estas questões iniciais sobre tal produção, sigamos em frente.
Sobre Meat Loaf, sim, ele sempre foi (é) um bom cantor, que também possui uma carisma pessoal e boa performance no palco, como atributos assegurados em que construiu a sua carreira. Pelo lado pessoal, de fato, ele sempre foi obeso e sofreu com ações em torno do bullying, na infância e adolescência por conta  da sua estrutura física fugir aos padrões estéticos de beleza. Ele teve uma relação difícil com o seu pai que foi alcoólatra e temperamental. E já na vida adulta, e a usufruir da sua fama, Meat também envolveu-se com o álcool e perdeu o controle sobre a administração das suas finanças e assim, flertou com bancarrota total, ao submeter a sua família (esposa e duas filhas), a situações dramáticas em decorrência de seu descontrole econômico. Desagradável mencionar tais fatos em um filme biográfico? Certamente, mas em contrapartida, foi melhor cortar na carne e ser honesto, ao omitir, ou pior ainda, distorcer os fatos e faltar com a verdade.
Outro aspecto importante: a questão da obra do Meat Loaf ter alcançado uma boa popularidade ao final dos anos setenta e ter mantido tal patamar até o início dos anos oitenta, merece uma reflexão e isso é bem mencionado no filme. De fato, a sua obra foi construída com canções rebuscadas a parecer concebidas para fazer parte de libretos para Óperas ou musicais da Broadway, em via de regra, ao pensar-se no parâmetro engessado que regia/rege a indústria fonográfica em conluio com os órgãos de difusão cultural, a dita “mídia”, ou seja, qualquer música que ultrapasse a média em torno dos três minutos de duração (e que não contivesse um refrão repetitivo a garantir o poder da imediata memorização e consequente repetição fácil da parte do ouvinte), era (é) descartada sumariamente. 
Nesses termos, o primeiro ponto a ser entendido, passa pela questão a envolver a presença do tecladista e compositor, Jimmy Steinman. Digo isso por ele ter sido ao longo dessa trajetória da carreira do cantor, menosprezado indevidamente, pois Meat Loaf ficou creditado como um cantor solo, quando na verdade, a base da criação do material, foi mérito de Steinman, como compositor primordial do material e nas capas dos discos, o seu nome sempre foi mencionado com menor destaque, portanto, ele deveria ser considerado no mínimo, como partícipe de um duo e não creditado como um músico da sua banda de apoio ou no máximo ao ter um destaque extra, porém muito discreto. O segundo aspecto nessa equação musical, é a própria música em si. Rebuscado, o som de Meat Loaf teve tudo para ser completamente descartado no patamar da música mainstream pelo simples fato em ser considerado completamente fora do padrão comercial vigente, mas por alguma razão até difícil para ser explicada racionalmente, o seu trabalho atingiu uma popularidade significativa. Talvez tenha achado um nicho no vácuo deixado pelo Queen, que atingira um sucesso mainstream através do sucesso da canção, “Bohemian Rhapsody”, mas isso é apenas uma conjectura minha, enquanto divagação livre.
Sobre o filme, propriamente dito, ele usa o famigerado recurso do Flashback, um clichê surrado ao extremo, é verdade, mas ainda bem, foi usado apenas uma vez, logo no início e evitou-se assim o “vai e vem” excessivo, em trabalhar a edição através de muitos “flashback/flashforward”. Dessa forma, o filme inicia-se com as cenas de um show de Meat Loaf em uma grande arena, no auge do sucesso, em 1978, na cidade de Minneapolis, Minnesota. Ele é ovacionado por milhares de pessoas, e a produção mostra-se em alto padrão. A banda é muito boa e tudo parece uma maravilha, no entanto, ao sair do palco e chegar à coxia, ele demonstra estar a passar mal e desmaia. Chama a atenção o fato de que as pessoas envolvidas com a sua produção, não demonstram uma maior preocupação, enquanto o atende com o uso de uma máscara de oxigênio, ao denotar ser uma situação recorrente e não preocupante em demasia.
Flashback. E agora vê-se o garoto, Michael Lee Aday (no futuro, conhecido como “Meat Loaf” um apelido a designar “rolo de carne”, literalmente), ao ser hostilizado por diversas ações em torno do bullying, pelo fato de ser obeso e assim, um alvo fácil para os garotos galhofeiros da escola. Mas ele não sofrera apenas na escola, pois infelizmente foi bastante humilhado pelo seu próprio pai, que era um sujeito alcoólatra, temperamental e ignorante. 
A sua mãe tratava-lhe melhor, mas estava a lutar contra um câncer agressivo e assim passava os seus dias, acamada. O seu apelido na escola era: “Meat Loaf”, obviamente imputado compulsivamente à ele, com uma intenção pejorativa a debochar do seu sobrepeso. O tempo avança um pouco e já a adentrar a adolescência, Meat Loaf joga futebol norte-americano na escola e o treinador reluta em colocá-lo para jogar, mesmo sendo esta modalidade notável por exigir força física de seus jogadores, como condição sine qua non para atuar. Em 1968, Meat entrou para o grupo de teatro da escola e mostrou talento para ser ator, mas um dia o seu pai o flagra no ensaio e não gosta dessa ideia, por considerar uma atividade não muito masculina. Infelizmente, a mãe dele vem a falecer e o garoto fica desesperado. O pai o repreende por ele ter demonstrado a sua emoção durante o velório, em demasia e a briga entre ambos parte para um ponto irreconciliável e assim, Meat arruma os seus pertences e anuncia a partida da casa da família, localizada em uma cidade pequena do Texas. 
Ele cai na estrada e algumas cenas o mostram a seguir, a caminhar pelas ruas de Los Angeles, na Califórnia, já com os cabelos longos, em meio aos hippies qua ali circulavam na Sunset Strip. Mais um salto pequeno e em 1970, observa-se Meat a usar um uniforme de manobrista de automóveis, a trabalhar para os clientes de um teatro onde está a ser encenada a peça teatral/musical: “Hair”. Sempre com bom humor; a ostentar uma vasta cabeleira hippie até a cintura e a cantar “a capela”, enquanto manobra os carros dos espectadores do espetáculo, é abordado por uma atriz da peça e esta o convida para que ele submeta-se a um teste para ingressar no elenco. Observo que neste ponto não houve nenhuma licença poética para edulcorar a sua cinebiografia, pois esse fato realmente ocorreu e ao ir além, está na história desse espetáculo/manifesto, que fora uma prática comum dos seus produtores, estar sempre a renovar o elenco, e convidar hippies a esmo pelas ruas para participar de testes, visto que a montagem oficial ficou muitos anos em cartaz a excursionar, inclusive internacionalmente.
Bem, o tempo avança e mostra-se Meat a atuar no espetáculo teatral, Hair, com desenvoltura. Até que em algum momento de 1971, ele resolveu arriscar outros voos na carreira. Ao submeter-se a um novo teste para outro espetáculo musical, conhece o tecladista e compositor, Jimmy Steinman, que procurava uma voz ideal para dar vazão ao seu trabalho versado pelo Rock, mas com nítida influência operística. Nesses termos, eles forjam uma forte amizade e na contrapartida, o estilo de canções que Steinman costumava criar, fora exatamente o que Meat também buscava para alavancar a sua carreira como cantor. Não ficou bem explicado no filme, mas Meat trabalhou em dois musicais escritos por Steinman: “Rainbow in New York” e “More Than You Deserve”. Meat também gravou um disco ao estilo da Soul Music, e pela Motown, quando entrou para a história dessa gravadora, por ter sido o primeiro artista branco a ser lançado por esse selo especializado em Black Music.
Uma boa caracterização de como Meat participou do filme baseado no musical teatral, “The Rocky Horror Picture Show”, tem até a inserção de pequenos trechos do filme verdadeiro, intercalados com a encenação dos bastidores e isso é bastante divertido. O advogado de Steinman assume empresariar o duo formado por pelo duo formado por Jimmy Steinman e Meat Loaf. Os rapazes trabalham em uma demo tape e são rejeitados por diversas gravadoras. Em uma reunião dessas, o arrogante executivo de uma dessas gravadoras não aguenta ouvir mais do que trinta segundos da música, e aos gritos, interrompe e questiona se a canção não continha refrão e se esta obedeceria o padrão irritante e obsessivo em torno dos parcos três minutos de duração. O presunçoso produtor compara o estilo de Meat com Ethel Merman e Robert Goulet, um casal de cantores a revelar-se bem antiquados e Meat fica furioso ao sentir o teor desdenhoso da comparação. 
Mesmo desanimados, aceitam a ideia do seu empresário para gravar um disco sem apoio de uma gravadora, a arriscar perder dinheiro caso nenhuma companhia aceitasse lançar o disco. Põem-se portanto a gravar em um estúdio localizado em Woodstock, a pequena localidade próxima de Nova York e que abrigara o famoso festival, anos antes, e o produtor do álbum é um artista significativo, o guitarrista, Todd Rundgren, que tocara no grupo, Utopia; mantinha uma boa carreira solo e atuava como produtor para outros artistas, há anos, caso do seu trabalho com o Grand Funk Railroad, por exemplo. Nesse estúdio, trabalhava uma secretária que mostrava-se experiente no meio, por ter atuado na equipe de produção de Janis Joplin e também de Bob Dylan, uma moça chamada: Leslie Edmond. 
O produtor de um pequeno selo ouve o trabalho e decide lançá-lo, mesmo cônscio sobre o seu caráter não comercial e pelo menos no filme, tal personagem mostra uma confiança quase sobrenatural sobre o trabalho estar fadado ao sucesso, algo bastante improvável nesse meio, a não ser que ele fosse ou estivesse orientado por algum paranormal que enxergara o futuro e assegura-lhe tal previsão privilegiada.
São boas as cenas de Meat & Steinman, amparados por uma banda grande em tamanho e muito boa na execução, a tocar em um circuito de casas noturnas. Meat e Leslie engatam um romance e rapidamente casam-se, com ele a adotar a filha pequena dela, Pearl, do primeiro casamento que tivera. A cena do casamento tem humor, pois o juiz de paz ao empolgar-se e meio que no astral hippie, incendiou as suas vestes ao gesticular e atingir uma vela acesa. 
O disco é lançado e a pequena gravadora tem dificuldades para promover adequadamente o trabalho, isso sem contar a música difícil que a dupla propôs para buscar uma improvável popularidade, como eles sonhavam em alcançar. No entanto, em um certo show realizado em Boston, Massachusetts, o espetáculo começa frio, com a plateia a observar calada o início do espetáculo e quando encerra-se a primeira canção, demora alguns segundos, mas a audiência explode em um aplauso acalorado. Uma óbvia alusão alegórica ao sucesso surpreendente que o trabalho alcançou, aliás, deve ter sido uma surpresa até para o duo, na vida real. O LP Bat Out of Hell é o seu grande sucesso, sem dúvida alguma. Segue então o filme a mostrar o sucesso meteórico do trabalho, com Meat Loaf a excursionar e lotar grandes arenas e estádios esportivos para divulgar esse álbum.
Um acidente operacional tragicômico, mostra como um vídeoclip para promover a música de trabalho foi minado em seu lançamento. Eis que no dia da sua estreia na TV, a banda inteira e mais agregados estão reunidos na sala de estar para assistir a exibição, quando percebem que o vídeotape falha com o típico sinal de que a fita havia enrolado no carrossel da máquina de projeção. Em poucos segundos a emissora cortou a execução, mediante uma tarja a alegar problemas técnicos e pedir desculpas aos telespectadores. Esse tipo de ocorrência infeliz era rara, mas acontecia no tempo do videotape.
Meat está rico, mas a pressão da fama o perturbou, pessoalmente. Nervoso pelo stress recém adquirido, ele mergulhou no alcoolismo e passa a destratar a todos, inclusive a esposa, que dá mostras de estar bastante descontente com o comportamento do seu marido. Então o filme volta ao início, quando na primeira cena, ele sai cambaleante do palco e desmaia na coxia. Está explicado então, o porquê da comitiva que o assistia parecer não ter ficado abalada com tal desmaio e principalmente sobre o olhar de contrariedade de sua esposa, pois de fato, ninguém aguentava-o mais naquele estado depressivo, movido à álcool. 
Passa mais um tempo e agora em 1980, Meat já não vive um bom momento na carreira. Leslie anuncia estar grávida e isso ameniza parcialmente o clima ruim entre o casal. Ao entrar em estúdio para gravar um novo disco, a sua voz falha. Anos e anos sem cuidar da voz e com a agravante do alcoolismo, infelizmente ele teve tal problema e isso motivou o rompimento com o seu empresário e também com o parceiro, Jimmy Steinman. Não é explicado que o disco saiu assim mesmo, em meio às dificuldades em torno da sua gravação. Nasce a segunda filha, Amanda Aday.
Em cenas a sugerir o ano de 1983, a decadência de Meat não é poupada neste filme. Ele está irreconhecível, completamente vencido pelo alcoolismo; depressivo e mergulhado em dívidas colossais. Está prestes a perder tudo e a correr risco de prisão, se não honrar tais compromissos e parece não importar-se em achar uma solução para evitar a sua bancarrota. Uma cena constrangedora ocorrida com a esposa e filhas no supermercado, mostra quando o cartão de crédito da família, é recusado no caixa e a mulher apresenta dispor de dinheiro em notas apenas para comprar uma pasta de dente. Tal cena é mostrada sem piedade para retratar o tamanho do abismo sociofinanceiro em que a família mergulhara. Triste, mas o filme não se furtou em revelar tal passagem.
A esposa não aguenta e vai embora com as filhas para a casa da sua mãe e Meat, bêbado e agressivo, faz menção de que ainda não havia absorvido a dimensão de seu descontrole. Concomitantemente, a residência da família é depenada por agentes judiciários, a cumprir uma ação de justiça, ao recolher todos os bens com algum valor para amenizar as dívidas. Passa um amplificador “Twin Fender”, novo em folha, na frente de Meat, carregado por um funcionário público e Meat limita-se a resmungar um impropério.
Uma cena montada em torno de um clichê, funciona para efeito de metáfora, com Meat a dirigir sozinho por uma estrada interiorana e a sua reminiscência materializar a si próprio quando fora criança, sentado no banco de trás do automóvel e ele o enxerga pelo espelho retrovisor. E a seguir, ele vê a sua mãe ao seu lado e também vê o seu pai, a completar uma epifania. Eis que ele chega em sua antiga residência no Texas, que está muito malcuidada, e ao entrar, vê que a sala de estar está recheada por posters e revistas de música a conter a sua imagem, espalhadas. O seu pai certamente acompanhara de longe o sucesso do filho e denotara ter nutrido orgulho, enfim. O pai aparece, muito envelhecido e debilitado, em uma cadeira de rodas e ambos se reconciliam. Esse ato fez bem ao Meat, pois dali de sua casa no Texas, foi diretamente à residência da sogra para resgatar a a sua esposa & filhas.
Salto para 1985, e Meat é abordado por um empresário que propõe-lhe shows na Europa. De fato, nos anos oitenta, Meat Loaf fora redescoberto por uma nova geração de fãs, principalmente europeus, que identificaram o seu som grandiloquente, com certas tendências então modernas do Rock pesado em voga (leia-se Heavy Metal), e assim, ele renasceu ao fazer muitos shows em festivais com tal característica no velho continente e posteriormente abriu a porta para um renascimento na América do Norte, igualmente. Rapidamente mostra-se essa retomada vitoriosa da carreira, e agora com os nervos controlados, sem a presença do álcool e no controle férreo da sua contabilidade, pois a lição fora aprendida. Isso também pelo fato de sua esposa ter assumido o gerenciamento da sua carreira, certamente.
Por volta do final dos anos oitenta, após alguns discos gravados e muitas turnês realizadas com sucesso, é sugerido que ele procure o seu ex-parceiro, Jimmy Steinman para que trabalhem juntos novamente e o trato para que isso ocorra, mostra-se ameno, mesmo que na história real, eles houvessem rompido a parceria com briga, e há anos não conversassem por conta de uma certa mágoa alimentada. Logo nesse primeiro encontro para a reconciliação, Steimann empolga-se e diz estar com músicas novas ao afirmar que imagina Meat a entrar no palco dentro de uma imensa gaiola, como se fosse o personagem, King Kong e Meat empolga-se. O velho estilo histriônico da dupla está de volta, enfim. 
Bem, gravam então o álbum: “Bat Ou of Hell II” e as primeiras críticas dos especialistas na mídia, são péssimas. Mas o público adora o trabalho e dessa forma, após muitos anos, Meat Loaf volta a atingir o número um na parada de sucessos e no ranking da vendagem de discos. Ele ganha o prêmio “Grammy”, mas na festa de cerimônia, a produção do evento para a entrega do troféu, deseja apenas que ele fale e não cante, disposição essa que o desagrada, naturalmente.
Ao final, mesmo que tenha sido uma produção da VH1, que costumava observar a música em primeiro lugar, o clichê a evocar o lado emotivo em quase todo telemovie, ocorre. Em um show beneficente em prol da cura do câncer, Meat faz um discurso emocionado a lembrar-se da sua mãe que sofrera com tal doença. Não há nada de errado em um artista emocionar-se em uma circunstância dessa natureza, no entanto, o filme não deveria ter se encerrado com essa cena, em minha opinião.
Em suma, apesar de alguns pequenos deslizes, vide a cena final a esbarrar na pieguice, o filme é muito interessante por ser bem produzido, principalmente na parte musical e cumpriu a sua tarefa, ao contar a biografia de Meat Loaf com uma boa narrativa.
Muito da sua abordagem realista deveu-se ao fato do roteiro ter sido baseado no livro autobiográfico de Meat, com título homônimo. Tirante as modificações que são estabelecidas sempre em adaptação de livro para roteiro, e neste caso, um “teleplay” (“telescreem”, é quando é direcionado ao cinema), manteve-se a intenção em seguir a verdade, em pelo menos grande parte do que foi encenado.
Entre os principais atores, destacam-se: W. Earl Brown (como Meat Loaf), Dedee Pfeiffer (como Leslie Aday, a esposa de Meat e sim, tal atriz é irmã de Michelle Pfeiffer e igualmente belíssima), Zachary Throne (como Jimmy Steinman), Tom Wood (como Kevin Frears), Lisa Jane Pearsky (como Wilma Aday, a mãe de Meat), Kim Robillard (como Wes Aday, o pai de Meat), Jesse Lenat (como Todd Rundgren) e outros. Uma das filhas de Meat Loaf, Amanda Aday, fez uma participação singela como atriz, ao interpretar uma escriturária. 

Lançado em 2000 e sob a direção de Jim McBride, o filme passou bastante na VH1, naturalmente e posteriormente, através de muitos outros canais de TV a cabo ao redor do mundo, incluso o Brasil, certamente. Está disponível para a venda em formato DVD. Encontra-se também em versão integral no YouTube e até na Netflix.

Esta resenha foi escrita para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll", em seu volume III, disponível para a leitura a partir da página 13

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