Acompanho o futebol com muito interesse, hábito que adquiri aos oito anos de idade, desde o longínquo ano de 1968. E daí em diante sempre notei que os locutores, comentaristas e repórteres, salvo honrosas exceções, tem comportamento bem reacionário em suas observações extra-esportivas. Basta um jogador entrar em campo a ostentar um comprimento de cabelo acima do suportável para os seus padrões tradicionais, que os comentários impertinentes permeiam toda a transmissão, cada vez que a bola passa pelos pés de tal jogador.
Muitas vezes, insistem em detalhes tolos, como criticar jogadores que não colocam a bainha da camiseta para dentro do calção, ao que classificam como um ato de "indisciplina", o mesmo em relação aos meiões abaixados. E convenhamos, acompanham os padrões extremamente conservadores da FIFA, que dirige o futebol mundial como se fosse uma escola vitoriana do século XIX. Ainda a falar em FIFA, o excesso de rigor à coibição de comemorações nos gols, a regulamentar que os árbitros punam tais manifestações com o cartão amarelo, é sem dúvida, também, uma forma retrógrada para inibir o que há de mais significativo em um jogo de futebol, que é a marcação de um gol. Se não for possível comemorar esse feito, que é difícil de ser obtido (ao contrário de outros esportes que tem pontos em todo instante) extrai-se uma boa parcela de sua emoção, e razão de ser. Outro ponto a ser discutido, é o excesso de ufanismo com o qual os jornalistas esportivos dedicam às competições entre seleções nacionais.
Tem um, cujo nome não citarei, mas todos conhecem, que distorce os fatos acintosamente. Basta o adversário fazer uma falta que ele revolta-se, a exigir uma atitude enérgica da parte do árbitro e a falar abertamente que o adversário "usou de maldade”. Em outra oportunidade, o jogador da seleção brasileira faz algo muito pior e ele minimiza, ao dizer que o árbitro foi "rigoroso demais" e o adversário atingido exagerou no seu "teatro", a visar ludibriar a arbitragem. O Brasil faz um gol e ele quase tem um ataque epilético, o Brasil sofre um gol e ele desdenha, ao dizer que foi um "gol bobo"...
É preciso deixar claro, que deveria proceder-se com maior isenção no exercício do jornalismo esportivo a coibir manifestações inconvenientes dessa forma, para assegurar ao público consumidor de tal tipo de informação, a liberdade para formatar a sua própria opinião e livre de idiosincrasias da parte de tais profissionais dos microfones.
É preciso deixar claro, que deveria proceder-se com maior isenção no exercício do jornalismo esportivo a coibir manifestações inconvenientes dessa forma, para assegurar ao público consumidor de tal tipo de informação, a liberdade para formatar a sua própria opinião e livre de idiosincrasias da parte de tais profissionais dos microfones.
Matéria publicada inicialmente no Blog Planet Polêmica, e posteriormente republicada no Blog Pedro da Veiga, ambas em 2011.
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