O Brasil poderia ter um programa espacial mais avançado, mas por incrível que pareça não o tem, por outra razão bem diferente do que nossas deduções óbvias levassem-nos a crer.
Antes que o leitor estranhe que eu afirme tal ideia ao contra-argumentar que um país com tantos problemas estruturais não poderia investir dinheiro pesado em algo supostamente irreal ante a nossa realidade e prioridades, é bom esclarecer que ciência não é algo supérfluo e assim, benefícios concretos poderiam advir em tal exploração.
Portanto, não seria um empecilho pelo fator financeiro, nem pela capacitação, instalações ou entraves burocráticos (pasmem!). A verdadeira barreira é a questão obscura em torno de pressões exercidas deliberadamente e infelizmente aceitas pelas nossas autoridades.
Claro, sabemos muito bem que geopolítica impõe o inevitável jugo de forças maiores às nações pequenas, mas tudo tem limite e é possível negociar limites.
Em recentes documentos revelados, ficou claro que uma forte pressão internacional, com direito a um velado embargo tecnológico, tem evitado o crescimento do Brasil nesse setor desde o início dos anos noventa, ao preservar assim os interesses de fora.
Em uma reportagem publicada no Jornal, Folha de São Paulo, vários desses documentos foram revelados e ficou bem clara essa pressão de nossos amigos oriundos de outras nações poderosas economicamente.
Sob uma farta profusão de telegramas (a Folha revelou cento e um, em seu site), mostra-se que esse embargo específico vem a ocorrer desde 1987, e teve duração, seguramente, até 2009.
Sob a alegação de coibir a venda de materiais que pudessem ser usados na fabricação de mísseis, nações de primeiro mundo usaram de todo tipo de pressão para desestimular o desenvolvimento brasileiro, assim como de vários outros países emergentes.
Não foi à toa, portanto, que o envio do primeiro astronauta brasileiro ao espaço, tenha ocorrido apenas recentemente e como consequência, ter obtido resultados pífios para a praticidade da ciência, quando foi até motivo para chacota em alguns setores da sociedade, que ironizaram o fato do astronauta ter feito experiências primárias, dignas de alunos da 5ª série, na aula de ciências, como se tivessem sido através de experimentos com feijões no espaço...
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