Isso não é uma regra geral, ainda bem, e existe no mundo inúmeras pessoas absolutamente altruístas que divide o seu amor de forma visceral, em prol de crianças que não tiveram a sorte em ter um lar estruturado, com papai e mamãe carinhosos; irmãozinhos e vovós adoráveis. Nesse caso, quando deparamo-nos com essas pessoas, cujo prazer na vida é doar amor, de forma equânime entre diversas crianças, sem nenhum laço sanguíneo que una-os, percebemos claramente o quanto é relativo o conceito de amor, para variar conforme fatores culturais, tão somente. Posto isso, digo que chegou às minhas mãos um livro autobiográfico, escrito por uma amiga chamada, Elizabete Rodrigues Lima.
O nome da obra é "Retratos Inesquecíveis", onde ela, a autora, narra com muita poesia e também uma certa pungência, sobre a sua criação, dentro de uma instituição de abrigo à crianças órfãos, na cidade de Lins, interior de São Paulo. Tal livro, muito bem escrito e documentado, impressionou-me positivamente, por vários aspectos.
Em primeiro lugar, a reflexão imediata que provocou-me, foi no sentido para repensar alguns conceitos referentes à orfandade. Com um relato desses, percebemos claramente que aquele conceito de que órfão sucinta pena, pode ser muito equivocado. É claro que o ideal seria que todo mundo, sem exceção, nascesse em um lar estruturado, com a criação sendo feita sob o teto e o amor de uma família biológica tradicional. Não trata-se portanto em discordar desse conceito social.
Contudo, tirante as instituições mal administradas e / ou mal intencionadas, acredito que em sua maioria, as instituições que abrigam tais crianças carentes, tem o objetivo sério e caridoso, principalmente se levarmos em conta que a maioria é administrada por grupos religiosos, com objetivos morais concatenados com a ética espiritual. Existe inúmeras instituições católicas e protestantes, mas é destacada a ação dos espíritas Kardecistas nessa área, pois a caridade é um pilar básico da doutrina e exercê-la é ponto pacífico entre os seus seguidores. E foi o caso de Elizabete, que teve a sorte por ter sido conduzida à uma instituição espírita, denominada : "Lar Antonio de Pádua", localizada na cidade de Lins, noroeste do Estado de São Paulo.
Logo no início da narrativa, Elizabete deixa claro que há um mito geral arraigado, ao dar conta de que todas as crianças conduzidas à tais instituições, não tem pais ou parentes próximos. Isso não é verdade, na medida em que muitas crianças são conduzidas à tais estabelecimentos, por outros diferentes motivos. Por exemplo, muitas crianças são levadas pela total impossibilidade de suas famílias biológicas poder arcar com o seu sustento; outras tantas por conta de ausências decorrentes de internações e /ou encarceramentos de pais e responsáveis, e muitas são "filhas da prostituição", como eufemisticamente a autora colocou. Outro ponto, foi o do relato carinhoso de Elizabete ao referir-se às pessoas que administravam o Lar que a abrigou.
É com minha emoção que escreve diversas passagens sobre uma funcionária muito amorosa, chamada : Dinah, a quem as crianças, Elisabete incluso, chamavam carinhosamente como : mãe Dinah. Através dessas passagens, onde descreve diversas facetas ocorridas por muitos anos e envolvendo a mãe Dinah, Elisabete deixa claro que naquele lar, teve todo o amor necessário à sua formação. E com muita capacidade narrativa, ela descreve muitas lembranças, da tenra idade ao fim da adolescência, onde como regra da casa, aos completar dezoito, as crianças precisavam sair, mas amparadas mesmo assim, com o estudo fundamental concluído, e encaminhadas para prosseguir os estudos em faculdades e preparadas para a vida social adulta, plena.
Com riqueza de detalhes, Elizabete traz em suas reminiscências, muitos aspectos : a rotina da instituição; as lembranças das amigas; as brincadeiras das amigas; algumas travessuras; os primeiros contatos com a socialização fora da casa; doenças infantis; tarefas, o aprendizado de preceitos sociais etc. E segue adiante, ao cumprir um apanhado da transição para a adolescência, mediante as suas atribuições inerentes, tais como a descoberta da sexualidade, interesse pela escolha de uma profissão etc. E um fato que considerei pungente : com a proximidade da data limite para a saída do Lar, a preocupação em ter que deixar a casa e a família que tanto amava.
Com isso, ficou claro a mensagem da obra, a exprimir que nem todo órfão é um carente em potencial, e que o amor não precisa ser exercido necessariamente entre pessoas unidas pelo vínculo biológico, tão somente. Finalmente, o último ponto positivo ao meu ver, foi a riqueza de detalhes, tanto nas lembranças descritas, quanto na farta documentação de fotos; manuscritos e impressos guardados com muito carinho por ela e publicados no livro.
Elisabete Rodrigues Lima é uma pessoa feliz e grata pela criação que teve. Fora do Lar Antonio de Pádua, trabalhou; casou-se e teve dois filhos. Fica a dica para o sr. Oceano Vieira de Melo, famoso produtor de filmes com teor Kardecista, para que preste atenção e com carinho no livro : "Retratos Inesquecíveis", que na minha opinião, rende um bom e emocionante filme sobre o amor imaterial. Hoje, Bete é uma avó muito orgulhosa e passa aos seus, o amor que teve da mãe Dinah, e também de outras pessoas com as quais conviveu e recebeu muito carinho, como os "tios" Gil e Aurora Moura, e tantos outros citados no livro.
Da maneira como Elisabete estruturou a sua autobiografia, parece um roteiro pronto para o cinema.
Para contato direto com a autora, aquisição da obra e /ou sugestões, contato pela página do livro "Retratos Inesquecíveis", no Facebook :
Muito bom mesmo Luiz Domingues. Amei o seu trabalho! Como sempre!
ResponderExcluirObrigada amigo!
Bjos
Que bom que gostou, Bete. Parabéns pelo seu livro !!
ExcluirGrande abraço, amiga !
A Elisabete, minha querida amiga, a quem chamo de Bebete ou BBT, é um ser humano muito especial. Algo nela é diferente, misterioso, dá até medo. Ainda bem que ela gosta de mim...
ResponderExcluirAo Luiz, cordiais saudações. Percebe-se trata-se de um homem sensível como todo artista, uma inteligência superior.
Desejo retumbante sucesso a todas as pessoas que emitem luz!
Agradeço a sua participação, Gerson.
ExcluirMuito obrigado por ler, elogiar e comentar !
Estou honrado e lisonjeado com o que observou.
Quanto à Bete e seu livro, dispensa comentários, você falou tudo !
E que se faça a Luz, entre nós que a valorizamos !!
Abraço !
Bete, dei uma lida nesse link, realmente deve ter sido um livro muito bonito, vc deve ter e tem uma história muito bonita. Fico feliz em conhecer pessoas boas,positivas e que tem coisas boas pra dividir. Parabéns. Que Deus te abençoe e vc possa continuar dividindo suas experiências com as pessoas.Um dia ainda vou ler seu livro por inteiro, na hora certa. Parabéns!!!!!! Marcia
ResponderExcluirMarcia :
ExcluirAgradeço a sua participação, lendo, comentando e elogiando.
A Bete merece esse reconhecimento e como escrevi a resenha, te garanto : O livro traz muita emoção. É comovente e desperta reflexões.
Grande abraço !!
Bete, estou curiosa para ler o livro..rs
ResponderExcluirLuis, vc me deixou com mais apetite pelo livro da Bete..
Obrigado por ler e comentar, Elda !
ExcluirDe fato, o intuito da matéria é despertar a curiosidade do leitor para conhecer o livro.
Tenho certeza de que vai gostar dele.
Grande abraço !
Oi, Luiz
ResponderExcluirGostei do texto e fiquei curiosa para ler o livro... e até conhecer a Elizabeth!
Eu já fui a algumas instituições que cuidam de crianças sem pais. Vi de tudo. Em um desses lugares, julguei estar num depósito de carnes! Isso mesmo! Fiquei horrorizada com o local e a situação das pessoas.
Mas, vi também um outro lugar, talvez como esse que a Beth ficou. Não era mantido por organização religiosa, e sim por um casal que foi adotando crianças ao longo dos anos. Ela era uma mãezona. Tinha muito carinho pelas crianças que ela cuidou (e ainda cuida).
Seria bom que todas as instituições seguissem o exemplo dessa Lins.
Abraços!
Oi, Janete !
ExcluirQue legal que a minha matéria despertou-lhe o interesse pelo livro e até em conhecer a Elizabete.
De fato, registramos pela mídia, somente os escândalos das péssimas instituições, mas não levamos em conta o fato de que a maioria, pelo contrário, é séria e bem intencionada.
Obrigado por ler e comentar !!
Abraço !
ficou muito bom parabéns
ResponderExcluirObrigado, Danielle !
ExcluirNeste caso, o mérito é todo de sua mãe.
Obrigado pelo apoio !
Olá Luiz Domingues!
ResponderExcluirNa semana passada, deixei meu comentário mas, por alguma razão ele saiu do ar... ia copiar para colocar no face da BETE... Com outras palavras, reescrevo:
Parabéns, Luiz Domingues, pelo excelente texto sobre o livro "Retratos Inesquecíveis", da minha amiga Elisabete Rodrigues. Você aborda tantos aspectos importantes e faz uma leitura tão rica que deixa os leitores com muita vontade de ler o livro. Ou seja: você atinge os seus objetivos de incentivar o hábito da leitura e divulgar o trabalho dos autores. E ainda sugere que se faça um filme, pois certamente o conteúdo do livro merece. É tocante e amoroso. Elisabete foi muito feliz no seu relato, mostrou a sua capacidade de amar intensamente, mesmo tendo sido criada num Orfanato. E a sua gratidão por "mãe Dinah" é sem par! Sua história de vida é muito bonita, apesar do sofrimento e das dificuldades que enfrentou depois de completar 18 anos e ter que deixar o "seu lar". Ela conseguiu dar a volta por cima, constituir uma bela família e escrever este livro que já é um sucesso!
Fui a editora do livro da Bete e durante alguns meses pude compartilhar da intimidade da autora, que é uma pessoa muito criativa, comunicativa e alegre.
Enfim, seu texto me deixou com vontade de lhe enviar o meu livro "O Inventário de Lides" que relata a história de minha mãe e parte da história de minha família! Tem 366 páginas... precisa de um pouco de fôlego! Fui a autora, editora, diagramadora e ilustradora. Depois de ler o livro, Bete quis minha ajuda para a editoração do seu. Valeu a pena! estou contente com o sucesso que ela está conquistando, merecidamente.
Abraços,
Rosa Maria Custodio
(rmcustodio2013@gmail.com)
É uma honra para o Blog e para mim em particular, ter seu comentário postado.
ResponderExcluirA senhora, como parte integrante e muito importante do sucesso desse livro da Elizabete, tem todos os elementos para conhecê-lo com profundidade e portanto, enaltece-me saber que apreciou minha resenha a respeito da obra.
E quanto ao seu livro, já enviei-lhe E-Mail, falando sobre essa possibilidade.
Muito obrigado por ler, comentar e elogiar !!
Muito bom!!! Gostei principalmente pelo excelente texto sobre o livro "Retratos Inesquecíveis". Achei importante e pretendo ler o livro.
ResponderExcluirExcelente saber que gostou !
ResponderExcluirPara contatar a autora e adquirir o livro, procure-a diretamente nesse endereço do Facebook :
https://www.facebook.com/elisabete.rodrigueslima?ref=tn_tnmn
Obrigado por ler, elogiar e comentar !!
O livro chegou em minhas maõs atraves de um presente do meu namorado. Quando li o resumo ja me encantei com a historia e quando realmente o li, vi que se tratava de uma historia emocionamte e muito bem escrita uma forma interessante e envolvente de se fala da propria historia e melhor sem perde a originalidade.
ResponderExcluirQuando terminei de ler fiquei com o gostinho de quero mais, mas a autora foi inteligente e brilhante ao colocar os relatos das antigas internas na qual fez parte de sua vida e podemos percebe que tanto a historia quanto os depoimentos tem tudo a ver.Pra mim foi muito gratificante poder ler e saber um pouco dessa historia..
Quando abri o blog fiquei mas encantada ainda com o que Luiz Domingues escreveu uma forma clara e inteligente de ser expressa ao falar do livro Retratos inesqueciveis de Elisabete Rodrigues Lima.
Foi um prazer fala do livro obrigada pela oportunidade.
Andreia :
ExcluirSeu depoimento é emocionante. Não há nada que eu possa acrescentar, depois de tão belas considerações de sua parte.
Agradeço em meu nome, do Blog e da Elizabete , que aliás já leu e adorou a sua participação.
Muito obrigado !!