Com a proximidade do início da Copa Mundo no Brasil, em 2014, não é apenas a discussão em torno da construção de estádios faraônicos que assombra o bolso do cidadão brasileiro. Verifica-se uma alta absurda nos preços dos imóveis, tanto para locação, quanto vendas. Qual o motivo dessa escalada sem precedentes?
Primeiro devemos levar em conta a ingerência arrogante da FIFA, com o seu caderno de encargos, que geralmente atropela a soberania nacional de qualquer país, ao pisar, literalmente, em suas respectivas constituições.
Outro ponto importante, é a questão dos patrocinadores que vem atrelados à essa instituição antipática. Com tanto comprometimento nos interesses, fica difícil imaginar que não haja manipulação, vide a polêmica em torno da venda de bebidas alcoólicas nos estádios.
Em relação às obras públicas, inicialmente são atribuídas à rede de serviços e locomoção aos estádios onde disputar-se-ão as partidas, mas a verdade é que tais obras causam um estrago ao ambiente social, em detrimento dos prometidos benefícios que a comunidade herdará pós-evento.
Grandes áreas são desapropriadas para a criação de avenidas. Sob um primeiro instante, parece algo que seria positivamente agregado ao espaço urbano, portanto um benefício para a população que ali reside.
Contudo, relatos vindos de todas as cidades nas quais estão sendo feitas obras, dão conta de que as pessoas estão a perder os seus imóveis por preços inaceitáveis e "convidadas" a conformarem-se, com a sua própria sorte lançada.
Recentemente, uma pessoa ligada ao comitê de organização da Copa do Mundo de 2010, realizado na África do Sul, veio a São Paulo, lançar um livro em que faz pesadas denúncias sobre esses fatores e alerta o povo brasileiro sobre o perigo que essa ilusão de
Copa do Mundo pode nos proporcionar em termos de melhorias legadas como urbanidade a ser usufruída pela população.
Segundo esse senhor, há relatos em seu livro de que milhares de pessoas pobres foram desalojadas de suas casas no centro da cidade de Cape Town, e colocadas em habitações desumanas, feitas com latão (um inferno no verão e um gelo no inverno), denominadas: "Blikkiesdorp". Nada mais apropriado para intitular, pois parece campo de concentração nazista.
Claro, o apetite voraz do monstro é insaciável e à medida que 2014 aproxima-se, vai subir muito mais.
Portanto, por conta de sediarmos jogos "importantes" tais como: Zambia x Emirados Árabes ou Honduras x Nova Zelândia, com o meu enorme respeito à esses países e por suas seleções nacionais de futebol, mas longe de se configurarem como grandes "clássicos" do futebol mundial, veremos diversas intervenções urbanas a gerar transtornos para milhares de pessoas e a especulação imobiliária a tornar-se de fato, a grande campeã mundial do oportunismo.
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