terça-feira, 5 de junho de 2012

Ong's : Méritos e Deméritos - Por Luiz Domingues



Em sociologia básica, a denominação, "Terceiro Setor", é empregada para designar iniciativas organizadas pela sociedade civil em prol da utilidade pública. O segundo setor é o dos meios de produção (privado, o mercado), e o primeiro setor, diz respeito ao poder público. Nesse sentido, a chamada "organização não-governamental", "ONG", teoricamente é um suporte e tanto para a sociedade, ao aproximar-se das reais necessidades do povo, onde o poder público não alcança, ou finge não alcançar. Essas organizações atuam em diversos campos, tais como : meio ambiente; assistência social; saúde; educação & cultura; combate à miséria; direitos humanos; contra arbitrariedades em geral, defesa da fauna & flora etc.

É evidente que a maioria das centenas de ong's que existem espalhadas pelo planeta, cumprem as suas metas com grande determinação, idealismo e boa vontade, mas esse tipo de expediente também abre brecha para aproveitadores e oportunistas em geral. Aqui no Brasil por exemplo, a presidente Dilma Roussef,  recentemente mandou suspender todos os contratos de locação de verbas para ongs, ao dar-lhes um prazo até o dia 29 de janeiro, último (2012), para que comprovassem cabalmente como estavam a empregar a verba cedida do erário público, e sobretudo mostrar as suas realizações concretas em termos de benefícios sociais.
Como resultado, 181 contratos foram cancelados sumariamente. Ou seja, essa quantidade enorme de ongs estavam a receber verbas oficiais e simplesmente não empregava-as nos seus projetos sociais declarados. Se a ideia é melhorar a sociedade, para realizar feitos que os governos deveriam fazer e não o fazem, nesse caso, somos duplamente lesados, como cidadãos.
Dos 1403 casos analisados na malha fina do governo, ainda 305 não justificaram as suas contas e ações, portanto, o número de gatunos surpreendidos, tende a aumentar. E estamos a falar apenas de verbas oficiais. Não esqueçamo-nos que ongs podem captar recursos de empresas privadas e doações livres, incluso de pessoas físicas. Portanto, se existe má fé, a tentação é grande em explorar esse filão.

E mais um aspecto : é preciso ter cuidado para engajar-se em causas promovidas por ongs, pois nem sempre há uma certeza cristalina de suas intenções. Muitas vezes, podem estar a manipular a boa vontade de pessoas de inocentes que voluntariam-se, em prol de interesses escusos.
É muito bonito ver artistas engajados em uma causa ambiental contra a construção de uma usina hidrelétrica supostamente nociva; indústria poluidora; uma mudança de curso de um rio etc.

Mas você sai cegamente a marchar pelas ruas por uma causa que não conhece direito ?  Cuidado ! Muitas vezes, o suposto bom mocismo ecológico apenas mascara outros interesses, tão ruins ou piores do que aqueles que você fervorosamente foi às ruas para protestar.
Matéria publicada inicialmente no Blog Planet Polêmica, em 2012

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