Mais uma vez
a força avassaladora que se atrela de uma forma inerente à obra produzida pelos Beatles,
serve para que uma história seja contada através de um filme e desta feita, a
propor uma reflexão muito séria, mantida em suas entrelinhas, que ao final desta resenha
eu repercuto com maior clareza. Em “Yesterday”, a ideia básica foi montar uma
comédia romântica leve, que teve o elemento Sci-Fi como mote a justificar a
história, embora isso seja tratado como apenas uma motivação inicial e em
nenhum momento seja explicada a situação criada em torno de uma estranha
realidade extrafísica e nem mesmo existe a menção de como reverter tal
estranho fenômeno.
Explico: em linhas gerais, a história tem como suporte a
ideia de que uma estranha queda de energia, em âmbito mundial, ocorreu e por
doze segundos, o planeta ficou às escuras, com toda a comunicação interrompida,
principalmente a Internet. Ora, quando a energia é restabelecida, tudo parece
ter voltado ao normal, no entanto, eis que o personagem protagonista do filme,
nota com total estupefação, que alguns itens da cultura Pop em geral,
simplesmente estão apagados da história oficial e dessa forma, a imensa maioria
das pessoas não faz nem ideia da sua existência. Um mote sensacional, sem
dúvida e que poderia ser tratado de uma forma completamente diferente se fosse
uma abordagem Sci-Fi tradicional a desenvolver a estranheza proposta por tal
roteiro, em algo bem denso, a explorar a psicologia.
Mas não é o caso, pois a
proposta é a da comédia romântica leve e nesses termos, o filme trabalha muito
mais com a perspectiva dos contos de fadas clássicos, a envolver a presença de
um casal romântico que luta o filme inteiro par ficar junto.
Certamente
será devidamente sabotado para que não conclua a sua união, por um vilão e de
preferência uma vilã, a simbolizar a figura de um bruxa malvada. Foi por aí que
o filme se construiu, portanto.
A despeito
desse caráter infanto-juvenil em sua essência, outros elementos foram
incorporados e a obra ganhou um peso muito mais contundente. Primeiro por conter
a obra dos Beatles como pano de fundo e ela por si própria já fala tudo o que
precisa ser dito. E em segunda instância, o fato de contar com um ótimo
manancial de piadas construídas em torno da cultura Beatle e também em relação
ao Rock em geral. Portanto, para a audiência Rocker, vale muito a pena assistir
e prestar atenção nos detalhes, pois as menções são múltiplas.
Ainda a
mencionar filmes que trabalharam com uma estrutura narrativa semelhante, a
história recua aos momento áureos da produção Hollywoodiana, se lembrarmos que
o clássico de Frank Capra, "It’s a Wonderful Life” (“A Felicidade Não Se
Compra”), lançado em 1947, tratou a questão sobre uma segunda chance que uma
pessoa poderia adotar se acaso pudesse “voltar” no tempo para empreender uma
outra resolução em sua vida. Mais próximo da época em que vivemos, 2019 (quando escrevi esta resenha), arrola-se outros
exemplos sobre filmes que trabalham com a questão de fenômenos que manipulam o
tempo, como “Groundhog Day” (“O Feitiço do Tempo”) e “The Butterfly Effect”
(“Efeito Borboleta”), entre outros, inúmeros aliás, a configurar que o Ser
Humano gosta de imaginar que se pudesse desafiar as leis da física, haveria por
ter uma segunda chance em sua vida, para consertar as suas más escolhas feitas
no passado.
Não é exatamente a prerrogativa de “Yesterday”, porém, tal detalhe fica
como algo implícito. O que é cabal, no entanto, é que a questão do fenômeno
pelo qual o mundo apagou por doze segundos e ao voltar, apresenta alguns rombos
em sua história, não é explicado em momento algum, o que denota ter sido apenas
um apoio secundário para alinhavar a história e dessa forma, descarta-se em tal
filme, a qualificação como uma obra com teor Sci-Fi, propriamente dita.
Bem, para
citar os Beatles, é sempre bom lembrar que diante da magnitude artística que
essa banda ostenta, muitos filmes já foram produzidos para citar aspectos da
sua biografia e outros a abordar a sua música em outros termos (houve até a
abordagem sobre o fenômeno da Beatlemania pela perspectiva dos fãs
enlouquecidos da banda, caso de “I Wanna Hold Your Hand”). Todavia, ainda falta
na produção cinematográfica, uma cinebiografia grandiosa, que mostre-se
fidedigna e ao mesmo tempo muito bem produzida para retratar o que foi e
sobretudo o que representa, a obra dessa banda e que inclusive, ultrapassa em
muito a questão meramente musical e quiçá sob o aspecto cultural em geral,
visto que o impacto que o trabalho dos Beatles provocou na sociedade, e com o
devido reflexo em âmbito mundial, foi gigantesco.
Não faz
muito tempo, um filme musical com teor romântico, chamado: “Across the
Universe”, trabalhou com a ideia em alinhavar o cancioneiro dos Beatles para
narrar uma história de amor e a conter como pano de fundo um painel histórico
dos anos sessenta e perfeitamente coadunado com o teor das letras das músicas
escolhidas para compor tal painel. Algum tempo depois, outra ação foi feita
para usar a obra dos Beatles, desta feita para alimentar o espetáculo circense,
“Love”, protagonizado pela trupe do Cirque du Soleil.
Em “Yesterday”,
a perspectiva foi outra, a conter uma forte conexão com os Beatles, no entanto,
com uma abordagem inusitada e ao mesmo tempo, a reforçar a ideia, no campo
subliminar, de que essa banda não criou uma obra musical excelente tão somente,
mas sobretudo, extrapolou as fronteiras da música em si e ganhou a dimensão de
um farol a guiar a humanidade para um tipo de sociedade muito melhor. Portanto,
a questão que eu deixei para ser explicada melhor ao longo da resenha, é
parcialmente explicada neste ponto, ou seja, a grande verdade que propõe o
filme é: como seria o mundo sem o legado deixado pelos Beatles? A resposta é
simples: muito pior.
Sobre a
história propriamente dita, mostra-se em princípio a questão do sonho, o que
tem muito a ver com a história do Rock, visto que uma geração de pleiteantes a
artistas, sempre é forjada como um espelho natural da realidade existente no
panorama da cena. É muito simples, os sonhadores infanto-juvenis empolgam-se com
um ou mais artistas e a sua decorrente cena artística e vai à luta a aprender a
tocar instrumentos musicais para buscar ingressar na mesma cena e tornar-se um
par de seus ídolos. Tal perpetuação garante o Rock vivo, há décadas, mas é
preciso estabelecer a ressalva de que por força das circunstâncias, a pureza dos
propósitos alimentados pelos jovens que sonham em tornar-se estrelas como os
seus ídolos, sofre intempéries múltiplas ao longo de suas respectivas jornadas,
mas se há algo a ser enaltecido, sim, a chama se mantém acesa por conta de tal
sentimento.
Nesses termos, a trama de “Yesterday” aborda a trajetória do jovem
britânico, Jack Malik (interpretado por Himesh Patel), cuja feição fisionômica
deixa clara a sua origem étnica indiana, ou seja, um fenômeno tipicamente
britânico ao abrigar há décadas, milhões de cidadãos oriundos da Índia, Bangladesh,
Paquistão, Sri Lanka e afins, onde o Império Britânico dominou por tanto tempo. Dessa forma, é natural que já exista gerações de britânicos natos, mas
que por força dos traços fisionômicos orientais, são bastante maltratados por
facções xenofóbicas da população. Inclusive no filme, há uma inserção de cena
rápida quando mostra-se Jack a sofrer uma cusparada de um jovem inglês
orientado pelas ideias segregacionistas, de uma forma gratuita, a revelar o que
descendentes de indianos e outros povos daquela região da Ásia, sofrem no
cotidiano de suas vidas na Inglaterra, da parte radicais agressivos, que odeiam
descendentes de imigrantes.
Ao descrever a história propriamente dita, Jack é um
rapaz pacato, que sonha em tornar-se um artista sedimentado no mercado, e para
tanto, costuma apresentar-se em pequenos pubs, festas particulares e acredita
que uma escalada para algo maior na carreira poderá ser alcançado mediante a
sua aparição em festivais de música alternativa, onde possivelmente poderia
chamar a atenção de algum produtor musical; executivo de gravadora ou algum
comunicador mais influenciador na mídia, para que possa almejar alguma
oportunidade melhor em sua trajetória.
Ele é assessorado por uma abnegada
amiga, Ellie Appleton (interpretada por Lily James). Ela é agente, road
manager, camareira, roadie e motorista dele em sua caminhada árdua, forjada em
suas humildes apresentações. Trata-se do casal protagonista da trama, visto que
toda a construção desses personagens é montada no sentido romântico e a dar a
entender que eles amam-se, mas ele, por se sentir inferior, não deixa tal
sentimento florescer, e a moça por sua vez, interpreta a suposta falta de
interesse da parte do rapaz, como a inexistência do sentimento da parte dele e
assim, veladamente, ambos sofrem enquanto vivem apenas como amigos.
Nesse
ínterim, mostra-se a dura realidade de um aspirante a artista, a apresentar-se
sem despertar nenhum interesse da parte das poucas pessoas que o assistem, e em
alguns casos, com sinais de desprezo constrangedor. Apesar das dificuldades,
ele mostra resiliência e segue em frente, a duras penas. Ellie não o desampara
nunca, é o seu braço direito a animá-lo e ajudá-lo sem restrições. Já no
início, as piadas propostas são muito boas, como por exemplo a alfinetar os
irmãos Gallagher a bordo do seu "Oasis", e não se restringe a uma menção apenas,
o espectador que fique atento, portanto. Para ganhar a vida, verdadeiramente,
Jack trabalha como um simples funcionário de um supermercado e para piorar a
sua situação, ele é maltratado pelo gerente do estabelecimento a deixar no ar o
preconceito étnico, que ele mal disfarça possuir, ao criticar a sua aparência.
Eis que
Ellie traz uma boa notícia para Jack: ele estava escalado para participar do
Festival de música alternativa, “Latitude” que de fato existe desde 2006, na
Inglaterra e tradicionalmente realizado próximo à Suffolk, um condado
localizado na região leste da Inglaterra. Aliás, é digno de nota o fato da ação
passar-se em tal região, não muito abordada em filmes ambientados na Inglaterra,
que geralmente são feitos pela perspectiva da capital do Reino, Londres. Neste
caso, a pequena cidade de Lowestoft, no condado de Suffolk, é o cenário
primordial da história.
Bem, eufórico, Jack anima-se, pois tocar no Festival
“Latitude”, poderia representar a sua chance para galgar degraus na carreira. O
corte para a cena do festival já em curso, mostra no entanto a dura realidade,
pois ele fora escalado para atuar em espaços alternativos do festival, e não em
seus palcos principais, ou seja, a sua apresentação é decepcionante, ao mostrá-lo
a atuar em uma tenda e a contar com uma humilde estrutura sonora ao seu dispor,
sem iluminação e nenhum glamour, como se fosse uma apresentação típica em que
ele costumava participar em pequenas casas noturnas ou mesmo como músico de
rua. Enfim, chega a provocar o sentimento de pena em vê-lo ali a cantar e tocar
solitariamente para um minúsculo público constituído de algumas crianças e
idosos desinteressados em sua apresentação.
Ali mesmo no ambiente do festival,
ele reencontra um velho amigo, que está a trabalhar com uma banda que está a
apresentar-se em um palco secundário. Esse rapaz, apelidado como “Rocky”
(interpretado por Joel Fry), é absolutamente atrapalhado, a revelar-se amador
em sua função, e portanto, o seu personagem é o contraponto perfeito para a
construção de uma infinidade de piadas que de fato ocorrem doravante no filme,
visto que esse roadie inconveniente, tornar-se-á uma figura importante na
trajetória de Jack, até o final da história.
Chega-se
então ao ponto crucial do filme, onde o fenômeno do esquecimento global ocorre
e muda a vida de Jack. Ele sai de bicicleta e as luzes apagam-se paulatinamente
à sua volta. Naturalmente que a perspectiva que ele tem, é a mesma que todos
nós temos em relação à queda de energia elétrica de uma maneira geral, ou seja,
a ideia de que trata-se de algo absolutamente localizado e que logo será
sanado. No entanto, o espectador é levado a entender que o fenômeno foi muito
mais grave e que sim, ocorrera em escala mundial. Como já mencionei, tudo isso
ocorreu em doze segundos, apenas e foi o suficiente para que na ausência de
sinalização do trânsito, Jack fosse violentamente atropelado por um ônibus. Tal
cena do atropelamento é encenada em câmera lenta, um clichê, eu sei, mas a
conter os acordes orquestrais da música: “A Day in The Life”, portanto chama
muito a atenção. O estado de saúde de Jack mostra-se grave, e no hospital, após
superar a crise inicial, piadas são feitas para explorar a aparência bastante
prejudicada que ele adquiriu após o acidente, todo inchado e com a perda de
dois dentes frontais. Entretanto, o que Jack não suspeitou a priori, mas vai
começar a investigar em breve, é que o tal blackout mundial provocou algo ainda
mais incisivo.
E assim,
logo que ele tem a alta hospitalar e aos poucos retoma a sua vida normal,
encontra-se com Ellie e alguns amigos em comum. Ele ganha um violão novo como
uma espécie de incentivo a superar o trauma adquirido pelo acidente e resolve
tocar e cantar uma música dos Beatles, simplesmente, “Yesterday” que dá nome ao
filme e é emblemática ao citar o dia de “ontem”, fator que é sintomático ao
mote proposto pela história.
Ele toca e a reação de Ellie e de seus amigos é
surpreendente, pois todos ficam chocados com a qualidade melódica de tal peça,
como se jamais houvessem escutado tal canção, anteriormente. Jack estranha e certamente
pensa ser algum tipo de brincadeira, visto que essa música é um das mais
famosas músicas de todos os tempos, regravada por centenas de artistas ao redor
do mundo e fruto de uma verdadeira overdose de execuções da gravação original
dos Beatles. Mas ele percebe que Ellie e os demais estão a mostrar-se sinceros,
ao caracterizar não ser uma brincadeira orquestrada, porém, de fato, eles não
lembram-se da canção e pior ainda, da própria existência dos Beatles.
Intrigado, Jack chega em casa e vai imediatamente ao seu computador, onde
estupefato, procura informações no “Google” e nada encontra sobre os Beatles.
Neste instante do filme, há o elemento humorístico certamente, pois é mostrado
o seu nervosismo a procurar por “The Beatles” na pesquisa e não constar
absolutamente mais nenhuma referência sobre a existência da banda e pelo
contrário, o máximo que ele consegue apurar, é a pesquisa apontar para o “Beetle”,
o besouro propriamente dito.
Ele procura por inúmeras palavras chave, e nada
remeter à existência da banda. Completamente chocado com tal informação, ele
busca então informação em material físico, ao buscar discos de vinil; CD’s e
DVD’s, além de livros, mas nada encontra, a caracterizar que de uma forma
completamente assustadora, a existência dos Beatles fora apagada da memória
mundial. Nesse planeta Terra pós colapso da queda de energia por doze segundos,
os Beatles nunca existiram.
Desesperado, ele busca outras referências
contemporâneas e descobre que os Rolling Stones estão registrados na história
normalmente, o que gera outra boa piada, com o protagonista a respirar aliviado
por pelo menos não estar tudo perdido etc. e tal. E mais uma piada ótima e alfinetar o "Oasis" novamente,
vide que ele não resiste e procura por informações sobre essa banda noventista
e descobre que ela também nunca existiu nesse mundo estranho pós colapso.
Então, Jack começa a notar que não foram apenas os Beatles que foram apagados na
história, e ao longo do filme, outras boas risadas serão geradas a cada
revelação nesse sentido que é sugerida ao espectador. Preste atenção, pois é
bem engraçado.
Então, eis que
Jack tem uma ideia então, visto que Ellie e os amigos haviam se impressionado
tanto com a qualidade da canção, “Yesterday”, e já que supostamente ninguém nunca
ouviu falar sobre os Beatles, eis a sua redenção como artista, pois ele passa a
ensaiar alucinadamente todos as músicas das quais lembra-se dos Beatles e
doravante, passará a usá-las como composições suas, simples assim.
Ora, uma
falcatrua imoral, vergonhosa e por conseguinte, um péssimo exemplo sob o ponto
de vista ético, no entanto, Jack tem plena consciência dessa farsa e não gosta
do expediente, pois pelo contrário, sofre muito com a sua consciência a
atormentá-lo por conta de tal apropriação indevida. Dessa forma, a construção
do roteiro foi ótima ao demonstrar claramente que Jack não pode ser condenado
pelo que fez, visto que na estrita observação da situação, The Beatles nunca
existiu e assim, de uma forma completamente inusitada em termos jurídicos, não
haveria um conflito ético, poder-se-ia afirmar. E mais um ponto, este crucial,
Jack em momento algum arvora-se em ter criado as canções e pelo contrário, dá a
entender sempre que não fora por seu mérito tal concepção.
Dessa forma,
ele passa a tocar várias canções em suas apresentações modestas em casas
noturnas e as pessoas respondem prontamente, tocadas pelo poder contagiante
inseridas no âmago dessas canções e dessa forma, eis que o dono de um pequeno
estúdio oferece a oportunidade para que ele grave o material a visar um CD
independente, simples, mas certamente a revelar-se um passo inicial para
alavancar a sua carreira (Gavin, interpretado por Alexander Arnold).
Ele grava
e mediante uma pequena audição radiofônica, eis que um dia, ele recebe o telefonema
de um artista real, famoso neste ponto dos anos 2010, no imaginário Pop
britânico, a tratar-se dele mesmo no filme, Ed Sheeran.
Veja só como são as
coisas, amigo leitor, pois ao escrever esta resenha, eu sabia da existência
desse artista, que inclusive já tocou em minha cidade de São Paulo algumas
vezes e a lotar estádio de futebol com fãs ensandecidos pela comoção de sua
presença, mas confesso, eu nada sabia sobre a sua carreira artística. Esse
contraponto é bastante interessante a denotar o quanto a fama pode ser efêmera,
e os “hypes” midiáticos apressados, podem gerar erros de avaliação. Pois este
rapaz tem um trabalho a apresentar um padrão de qualidade Pop acima da média e
pelo que apurei, não é um artista de plástico que não chega ao próximo verão e
tanto foi assim, que ele teve como uma espécie de padrinho artístico, Elton
John, o que denota haver um respaldo técnico. E revela-se muito boa a inserção
nele no filme a interpretar a si próprio, uma tremenda medida criativa da parte
da direção deste filme.
Pois bem, situado o leitor sobre o status de tal
artista na cena musical moderna de 2019 (quando escrevi esta resenha), quando ouve a voz de Ed ao telefone, o
próprio Jack julga ser uma brincadeira da parte de algum amigo seu a dar-lhe um
trote telefônico, entretanto, passado algum tempo ele é surpreendido quando Ed
Sheeran em pessoa, toca a campainha de sua residência. Ed alega que precisa
urgentemente de um artista emergente para fazer os shows de abertura em sua
turnê pela Rússia, visto que a banda anteriormente escalada, cancelara a sua
participação, subitamente. Mediante a audição do material em execução
radiofônica, Sheeran impressionara-se com a qualidade das canções e agora
estava convicto que Jack Malik seria um trunfo a somar em sua turnê. Sem banda,
inicialmente, a ideia é que Jack apresente-se sozinho a cantar e tocar e
note-se que ele toca guitarra, violão e piano, ou seja, o ator escolhido para
tal papel, Hamish Patel, mostrou-se versátil para atuar por ostentar tal mobilidade
na vida real.
Neste
instante, Ellie mostra-se feliz por ver Jack finalmente obter uma oportunidade
ótima na carreira artística, no entanto, sinaliza claramente que teme perder o
contato mais direto com ele, doravante. Mais que isso, ao observar um mural
com inúmeros cartões de notas a trazer inscritos os nomes de músicas dos
Beatles que Jack anotava assim que lembrava-se da canção para ensaiar, ela
repara que tal mural contém uma série de músicas com nomes de mulheres,
facilmente arroladas entre as canções dos Beatles (Rita, Michelle, Prudence,
Martha, Julia, Eleanor, Anna etc), e assim, ela fala abertamente estar desapontada
por ele não ter composto nenhuma canção com o nome: “Ellie”.
Com tal
revelação, ela mostra a sua frustração em nunca ter sido notada por ele e na
contrapartida, Jack fica desconsolado pois ao contrário do que ela pensa, ele a
ama em segredo e o fato de não haver nenhuma “Ellie”, apenas denota que os
Beatles nunca batizaram uma música com tal título. Ellie, na verdade,
interpretara errado, pois ela amava Jack e sentira com tal ausência de uma canção
com o seu nome, que não seria correspondida.
Bem, sem nem
mesmo um roadie para auxiliá-lo, e na iminência de Ellie não poder viajar, pois
ela também trabalha regularmente como professora infantil, eis que Jack recorre
ao estrambótico roadie, “Rockie” para ajudá-lo e logo no embarque, este o
envergonha perante Ed Sheeran e sua equipe, dentro do avião, com piadas sem
nenhum nexo e outras inconveniências.
Uma vez na
Rússia, Jack faz um sucesso extraordinário e claro, ao cantar: “Back in the
USSR”, gera alvoroço entre as belas meninas russas. Um rapaz a aparentar estar
um pouco além da meia idade é visto no meio da multidão e com um enigmático
semblante a denotar saber o que está a ocorrer ali com esse repertório que Jack
alega ser de sua autoria, mas o músico não percebe esse sinal sutil. Ed
mostra-se muito correto e desde antes da turnê iniciar-se, já havia explicado
bem as condições de praxe para um artista emergente que abre os shows de
artistas consagrados, e sem demonstrar nenhum incômodo com o sucesso retumbante
de Jack, muito pelo contrário, mostra-se muito impressionado e denota querer
ajudá-lo a subir na carreira.
E o inevitável ocorre, quando a empresária de
Sheeran percebe o potencial de Jack e o seduz comercialmente, ao oferecer-lhe
um mundo de oportunidades em torno da fama e riqueza. Tal personagem é
construída exatamente da maneira pela qual eu sugeri no início da resenha, ou
seja, a usar o arquétipo da bruxa má das histórias da carochinha. Trata-se de
Debra Hammer (interpretada por Kate McKinnon), que se mostra implacável em sua
sanha e certamente que mais que a menção à personificação ao mal das histórias
infantis, a sua personagem revela exatamente como funciona a mentalidade das
pessoas que regem o negócio da música em altas esferas e que movimenta milhões.
Ainda na
Rússia, em meio a uma brincadeira de bastidores, a descontrair a enorme equipe
técnica que cuida da turnê de Sheeran, é proposto um desafio para ver quem
seria capaz de criar a melhor música em cinco minutos. Sheeran cria uma canção
boa ao violão, mas Jack senta-se ao piano canta : “The Long and The Winding
Road”, ou seja, passa como um trator por cima. Ed antecipa-se a aplaudir e
cancela o desafio, visto que a diferença de qualidade entre as composições,
tornara-se gritante.
Bem, Jack
fecha contrato com a tal empresária e o seu sucesso multiplica-se a atingir a
fama mundial. São turnês exaustivas e pressão para compor mais e mais sucessos
instantâneos, no entanto, para Jack, é só uma questão de lembrar-se das canções
dos Beatles para “produzir” mais pérolas ao mundo. Ele então acusa estar com
dificuldades para lembrar de certas canções e neste caso, propõe-se a visitar a
cidade de Liverpool, para buscar ativar a memória. Neste caso, a empresária não
compreende essa necessidade súbita de uma pausa e ainda mais gera a estranheza
o fato dele não mencionar o desejo de visitar a sua família em Suffolk, mas
visitar Liverpool, do outro lado do país.
E ainda mais ao considerar que
Liverpool, em um mundo sem os Beatles, é apenas uma cidade portuária ao norte
da Inglaterra e a conter dois clubes de futebol profissional da cidade, e um
deles costuma ganhar o campeonato inglês, vez por outra (o Liverpool é
considerado um time grande e o Everton tem um menor porte no âmbito do futebol inglês). Então, Jack
convence a terrível empresária, Debra a conceder-lhe alguns dias e ele parte
acompanhado de Rocky, que por sua vez, simplesmente também não entende a
obsessão da parte de Jack. Uma vez em Liverpool, Jack visita lugares
emblemáticos a sugerir músicas que ele não consegue lembrar de alguns trechos
de letras, tais como: “Eleanor Rigby”, “Penny Lane” e “Strawberry Fields
Forever”, por exemplo. Então, ele nota uma senhora que o segue em tais
logradouros e essa mulher tem o mesmo semblante atônito que aquele homem em
Moscou, aparentou possuir.
Ellie
aparece de surpresa e eles ficam juntos, mas antes da noite de amor consumar-se
no quarto do hotel, ela fraqueja ao afirmar que não desejar uma noite apenas
como se fosse uma mera groupie dele, que agora tornara-se o artista mais famoso
do mundo. Eles desesperam-se, pois percebem, por motivos diferentes, não tem
como manter uma relação estável em meio ao turbilhão gerado pela fama adquirida
por Jack. Ela parte e Jack sai desesperado atrás dela, bem dentro daquele
clichê de comédias românticas a envolver desencontros em estações de trem,
portos e aeroportos, um clássico.
Neste caso, Jack consegue chegar em tempo,
antes do trem para Suffolk partir, portanto eis que conseguiu encontrar Ellie a
tempo e uma conversa rápida é travada, quando Ellie reafirma que não tem mais
lugar na vida dele e que não sentir-se-ia confortável se ele abrisse mão da
carreira para ficar com ela. Bem, essa situação foi forçada, pois dava para
conciliar tranquilamente, mas o filme precisava desse conflito para dar fôlego
ao impasse romântico e assim, Jack corre para o aeroporto, onde precisa estar a
bordo do voo para Los Angeles, nos Estados Unidos, a cumprir a agenda
estabelecida pela sua empresária carrasca.
De volta ao
trabalho, a pressão é enorme e piora no sentido de que além do conflito interno
dele em estar a usufruir da obra alheia para construir a sua fama, está igualmente
emocionalmente fragilizado por não ter tido a coragem em abrir mão da carreira
para ficar com a mulher que ama. Neste ponto, é muito interessante também a
incidência de pesadelos perturbadores que Jack enfrenta por conta de sua
consciência pesada. Em um deles, ele vê-se a conceder entrevista em um talk
show televisivo e o comunicador que mostra-se simpático inicialmente, passa a
adotar um tom mais duro e pergunta-lhe se as canções são dele mesmo e que neste
momento, chamará ao palco dois homens que alegam ser os autores do material.
Dessa forma, o rapaz anuncia com tom grandiloquente: -“senhores, Paul
McCartney e Ringo Starr, entrem por favor!” Jack fica apavorado e são
mostrados apenas os pés de ambos a caminhar em direção ao palco, com Paul
descalço e Ringo a usar um sapato, ou seja, uma menção direta à maneira em que
ambos aparecem na capa do LP Abbey Road. Para a sorte de Jack, foi apenas um
pesadelo.
Neste ponto
também, muitas cenas interessantes e não necessariamente a configurar-se como
piadas, ocorrem para desnudar bem como porta-se a produção musical no patamar
“mainstream”, onde a arte pouco importa e o sentido mais vil do capitalismo
ultra selvagem, manipula tudo e a todos. Por exemplo, uma reunião com dúzias de
produtores de marketing da gravadora, é convocada para discutir a estratégia de
divulgação do álbum. Nesse aspecto, Jack tentou manipular os executivos a
seguir a parte visual dos discos originais dos Beatles, mas os prepotentes
senhores, consideraram as suas ideias fora de propósito. Por exemplo, o
conceito da capa do LP “Sgtº Pepper’s Lonely Heatrs Club Band”, que é
revolucionária, nesse mundo sem Beatles, foi encarada como um delírio da parte
de Jack e assim, eles mostram um lay-out a contar um destacamento militar com o
soldados a exibir cabeça de pimenta, como se fosse uma ideia genial. A maneira
pela qual a reunião é conduzida, diz muito nas entrelinhas, pois revela
exatamente como os marqueteiros pensam; agem e sobretudo, como enxergam a si
próprios na engrenagem da sociedade de consumo, ou seja, como verdadeiros
gênios a manipular as massas.
E também na
parte musical, nem mesmo com a genialidade inconteste das músicas, Jack deixou
de sofrer imposições da parte dos produtores. É engraçada nesse sentido, a
discussão que acontece no estúdio em torno da canção, “Hey Jude”, pois é
sugerido que a palavra: “Jude” seja substituída por “Dude”. Ele insiste em
manter a versão original, mas não tem solução, pois o próprio, Ed Sheeran
sugere que a mudança beneficia a canção, o que é engraçado e ao ser perguntado
sobre o que diz a canção, Jack responde exatamente os motivos pelos quais Paul
McCartney a compôs, ou seja, não foi apenas as músicas, mas todos os signos “Beatle”
foram usados por ele para defender a obra em seus detalhes.
Bem, eis que
o álbum será lançado com o título : “One Man Only” e Jack sugere um show na
cobertura de um hotel à beira mar em Gorleston, na região de Norfolk, leste da
Inglaterra. O objetivo foi duplo, certamente, pois a intenção foi estabelecer a
menção ao Rooftop Concert dos Beatles, realizado na cobertura do edifício da
sede da Apple, a empresa criada por eles, em Londres, em janeiro de 1969, e
também por um motivo de foro íntimo, pois em sua época como um músico
desconhecido, ele tinha uma apresentação marcada em tal estabelecimento e na
porta, fora dispensado por uma senhora que afirmou ter cancelado o espetáculo
pois o hotel fora vendido.
Nesse
ínterim, Ellie liga e comunica-lhe que estava a namorar outro rapaz, visto que
não gostaria que Jack soubesse por outras pessoas. O namorada de Ellie é Gavin
(interpretado por Alexander Arnold), que fora o dono do estúdio onde Jack
gravara o seu disco demo inicial, com dificuldades.
Bem, o show
no terraço do hotel reúne uma multidão impressionante e é um sucesso
retumbante. Ele tem uma banda afiada ao seu dispor desta vez e quando encerra a
sua interpretação da música: “Help”, o seu grito final é de fato um clamor por
“socorro”, a denotar não estar mais a suportar a situação toda, mas sobretudo a
lidar com a amargura por ter perdido o amor de Ellie. Para agravar os seus
temores, Rocky entra no camarim do pós show e comunica-lhe que um casal que ele
achou “muito estranho”, deseja visitá-lo e enviou-lhe um estranho objeto como
presente. Ao avistar uma réplica de um submarino amarelo, de plástico, Jack
antevê que fora descoberto e que será desmascarado. Resignado, ele diz à Rocky
para que autorize a entrada do casal e então, prepara-se para o pior. O casal
entra em cena e Jack mostra-se pronto para enfrentar a realidade, quando uma
virada espetacular ocorre, pois sim, o casal formado por Leo (interpretado por
Justin Edwards) e Liz (Sarah Lancashire), são realmente as duas únicas pessoas
do mundo, além de Jack, que não sofreram a pane mental proporcionada pela queda
da energia e mais ainda, na condição de Beatlemaníacos assumidos, estavam ali
não para recriminá-lo, porém muito pelo contrário, para agradecê-lo por manter
viva a memória dos Beatles em um mundo que não lembrava-se mais dessa banda.
Graças ao Jack, o mundo então condenado a não ter mais os Beatles, tornara-se
muito melhor com tal legado artístico, devidamente resgatado. Eis aí então, a
grande chave do filme que eu citei no início e no meio da resenha, pois
realmente a grande mensagem do filme concretiza-se ao reafirmar o conceito de
que a população do planeta Terra tem muitos problemas para solucionar, mas sem
a obra dos Beatles, fica muito pior!
Então, o
casal oferece ao Jack, um endereço e sugere que Jack visite esse lugar remoto
em um vilarejo litorâneo, pois vai fazer muito sentido para ele. Talvez seja a
parte mais emocionante do filme, pois ele de fato, vai ao local, que é uma casa
humilde de pescador e encontra um senhor com feições muito conhecidas por ele,
a ostentar cabelos longos e no uso de um óculos a conter lentes redondas.
Isso
mesmo... nessa realidade de um mundo onde os Beatles nunca existiram, o senhor,
John Winston Lennon está vivo e nunca foi um músico famoso, mas um simples
marinheiro como o seu pai o fora e agora idoso e viúvo, vivia modestamente ali.
Sem suspeitar de nada, John o trata bem, apesar de considerar a abordagem
completamente fora de propósito (e de fato, ao pensar bem, que sentido teria
para tal senhor, receber uma visita de um jovem estranho em sua residência?).
Bem, sem saber exatamente o que conversar, esse improvável, John Lennon, agora
idoso e que nunca fora alvejado por Mark Chapman em 1980, pergunta à Jack como
vai a sua vida amorosa e este revela-lhe que perdera a garota que amava. John
então o aconselha a não desistir dela. A seguir, Jack pede uma abraço para John,
que estranha e diz que o rapaz precisa muito de acompanhamento psiquiátrico.
Uma ótima piada que também faz sentido nessa realidade estranha.
Um show de
Ed Sheeran vai ocorrer no estádio de Wembley, em Londres e Jack é convidado
para participar. Ed o apresenta agora como um superstar e o estádio desaba
quando Jack entra em cena. Ele canta e o estádio responde com euforia total.
Então, para surpreender à todos, ele anuncia que deseja comunicar duas decisões
que tomara em sua vida: primeiro, ele declara que ama Ellie e pede-lhe
desculpas por não ter tido a coragem para assumir isso, antes. Ellie é mostrada
no telão, com a feição facial atônita, porém nitidamente tocada pela
declaração. Para reforçar a graça (se bem que neste caso, foi uma desgraça para
o rapaz), o seu namorado é focalizado também, mediante um indisfarçável semblante
a denotar a derrota, pois ele antevê certamente o que vai ocorrer dali em
diante.
Bem o segundo comunicado é também muito forte, pois Jack diz que
nenhuma música fora composta por ele, mas sim por quatro senhores: John
Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, que formaram a melhor
banda de todos os tempos, The Beatles. Ninguém entende nada, pois tais nomes
ali proferidos, nada representam para ninguém. Em seguida, Jack anuncia que
abrirá mão de todos os direitos sobre as canções e que vai disponibilizar o
disco na internet, inteiramente grátis, e nesse momento, o roadie, Rocky, já
está a carregar tal arquivo para a internet. A empresária, Debra, tem um
colapso nervoso no camarote em que encontrava-se e sai em disparada para interceptar
Jack e repreendê-lo duramente.
Nos
bastidores, Gavin mostra-se resignado e diz saber que Ellie nunca esquecera-se
de Jack. Jack e Ellie reconciliam-se e saem do estádio juntos. O casal, Leo e
Liz, dançam felizes, a usar vestimentas dos Beatles iguais às da capa do LP
Sgtº Peppers, pois o legado está preservado.
Passado
algum tempo, Jack toca para uma plateia formada por crianças, a denotar ter
tornado-se um professor de música na mesma escola onde Ellie leciona. Ele canta,
“Obladi, Oblada“ e as crianças adoram, a cantar junto com entusiasmo. Jack e
Ellie estão casados e possui um casal de filhos. “Hey Jude”, ou “Dude”, toca
enquanto sobe os caracteres. The End...
Em suma, uma
comédia romântica, sim, mas absolutamente adorável em sua singeleza, a conter
uma trama envolver a boa reflexão sobre o estrago sem precedentes que seria
vivermos sem a música inspirada dos Beatles. A música emociona o tempo todo,
sem dúvida alguma e além das executadas, há um sem número de menções
subliminares, para outras canções e fatos ocorridos na biografia dos Beatles.
Eu não revelei nesta resenha o teor de todas as cenas e piadas, que são muitas,
portanto, rogo ao leitor que assista com bastante atenção, pois há uma carga
bem grande nesse sentido.
Como esta
resenha é muito recente, escrita apenas um dia após eu ter assistido o filme em
uma sala de cinema, ainda é prematuro comentar sobre a repercussão macro obtida
por este filme, pois simplesmente ele ainda repercute de forma inicial. Por
enquanto, no calor de setembro de 2019 (mais uma vez a comentar que foi a data na qual escrevi) e, observo que a repercussão mostra-se boa
em primeira instância, com significativa bilheteria e críticas moderadas da
parte dos especialistas que elogiam a trilha sonora, mas estabelecem restrições
à história. Bem, passado o devido tempo, a observar-se um maior distanciamento
histórico do seu lançamento, a visão generalizada haverá por mudar e ganhar
novos elementos, certamente.
No entanto, em meu caso particular, considerei o
filme como uma boa comédia a conter piadas interessantes sobre o universo
Beatle; do Rock e da cultura Pop/contracultura. Se visto como uma comédia
pura e simplesmente, é bastante razoável, mas ao juntar o comprometimento todo
que a história propôs conter mediante a obra dos Beatles, torna-se muito acima
da média e uma das melhores comédias em tom de Rock Movie, já produzidas.
Ainda a
mencionar no elenco: o famoso ator britânico, Robert Carlyle (como John
Lennon), Sanjeev Bhascar (como Jed Malik, o pai de Jack), Meera Syal (como
Shelia Mali, a mãe de Jack), Karl Theobald (como Terry), Camille Chen (como
Wendy), Ellise Chapell (como Lucy), Harry Michell (como Nick), Sophia Di
Martino (como Carol), Lamorne Morris (como o chefe do marketing) e outros.
A história
foi escrita por Jack Barth e Richard Curtis. Há
no entanto a acusação ainda não comprovada de que tal mote teria sido
usado por outros autores em circunstâncias diferentes, a tratar-se de um
roteiro para uma história em quadrinhos lançada na França e um mangá no Japão.
Portanto, aguardemos para verificar se tais reclamantes levam a discussão
adiante.
Roteiro por Richard Curtis e direção de Danny Boyle, um diretor
experiente (“Transpotting”, “Quem Quer ser Um Milionário” e muitos outros), e
lançado em setembro de 2018. Como ainda está a ser exibido em circuito
comercial em muitos países (falei sobre 2019), deduz-se que seguirá a carreira normal e escalonada
até chegar à TV aberta, com direito à lançamento em DVD e Blue Ray e talvez
também em CD, em termos de trilha sonora original. É bem possível que entre na
grade de portais de filmes como o Google Play ou Netflix, no decorrer de 2020
em diante (já ocorreu aliás, como adendo de 2022), portanto, aguardemos.
E mais uma observação, escreva a seguinte frase
em um bloco de notas: “All You Need is Love!” Não deixemos que nenhuma queda
energética a gerar “bug”, faça com que esqueçamo-nos desse lema a ser observado
em nosso cotidiano.
Esta resenha foi escrita especialmente para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll" em seu volume III, com a leitura disponibilizada a partir da página 348