É óbvio que uma impressão pessimista cria uma atmosfera
negativa, na mesma proporção. Se tendemos em apenas focar a nossa atenção em aspectos errôneos,
fica difícil acreditar que existam aspectos positivos. Esse é um ponto. Um segundo aspecto, é o argumento de que pessoas
otimistas seriam portadoras da “Síndrome de Pollyana”, em meio à sua visão edulcorada da vida ao somente
mascarar-se a realidade. Ora, se existe mazelas neste mundo, certamente que a
estratificação mental de tal realidade materializada, não partiu de pessoas que
enxergam o mundo positivamente, não é lógico ? Terceiro ponto : como através de um círculo vicioso, um paradigma
negativo só tende a crescer, e mais que
só exercer a “Síndrome de Pollyana” ao contrário, o baixo astral da parte de quem somente enxerga aspectos negativos,
maltrata o meio ambiente, que contaminado, só pode mesmo reagir com a
materialização de mais sujeira; degradação humana, crueza urbana etc.
Feito esse preâmbulo, quem acompanha as minhas crônicas,
sabe o quanto abomino o paradigma da maioria das pessoas que vivem em São
Paulo, em adorar odiar a cidade. Se isso é desagradável da parte de quem aqui veio viver,
seja lá por qual motivo, é intolerável da parte de paulistanos natos. Não que devamos fingir que a cidade não ostenta problemas
graves, mas pelo contrário, se existe tantos problemas, cabe a nós, que somos
condôminos dela, arregaçar as nossas mangas e dar o melhor de nós para
erradicá-los e fazer da cidade, um exemplo de cidadania. Todavia, curiosamente, os que mais adoram odiar a cidade, são
os que menos fazem por ela, e quando o fazem, geralmente são ações que só
corroboram a impressão que eles mesmo tem da urbe.
Outra tendência tipicamente brasileira é a de não dar-se
o devido valor, e dessa forma, muitas vezes ser surpreendido com a opinião de estrangeiros, que mediante uma
outra visão bem mais ampla e sem estar preso nesse paradigma maldito, enxergam o óbvio : o
caráter cosmopolita; a diversidade cultural e a inacreditável gama de
oportunidades que uma cidade como São Paulo oferece.
Repercute ultimamente na mídia (2015), o vídeo produzido por dois jovens cineastas e fotógrafos norteamericanos, ao mostrar São Paulo exatamente pela sua grandiosidade e diversidade cosmopolita. Walker Dawson e Nick Neumann estão acostumados a viajar por diversos países do mundo, a fotografar e filmar o cotidiano de tais localidades. Isso não é uma grande novidade, basta ver a quantidade enorme de programas que tem esse mesmo mote e são veiculados em canais fechados da TV a cabo. No entanto, a grande verdade, é que raramente vê-se alguém de fora, que esteja interessado no Brasil, a não ser pelos clichês esperados. Pois estes dois jovens a estar na faixa de vinte e poucos anos de idade, vieram atraídos pela Copa do Mundo e o seu destino inicial e evidente foi o Rio de Janeiro. Ao aproveitar o evento, visitaram também Curitiba e outras cidades, mas culminaram em chegar à capital paulista. A sua estada em São Paulo, hospedados em casa de amigos, estava prevista para durar duas semanas, mas foi esticada para seis semanas. Diante da enorme profusão de eventos para cobrir, esses rapazes encantaram-se com a diversidade da cidade e produziram por conseguinte, um documentário para mostrar inúmeras nuances paulistanas; ao interagir com a população; mostrar a gastronomia multifacetada; as centenas de opções culturais; a quantidade enorme de colônias estrangeiras aqui radicadas há décadas (algumas, mais que centenárias, inclusive) etc.
Repercute ultimamente na mídia (2015), o vídeo produzido por dois jovens cineastas e fotógrafos norteamericanos, ao mostrar São Paulo exatamente pela sua grandiosidade e diversidade cosmopolita. Walker Dawson e Nick Neumann estão acostumados a viajar por diversos países do mundo, a fotografar e filmar o cotidiano de tais localidades. Isso não é uma grande novidade, basta ver a quantidade enorme de programas que tem esse mesmo mote e são veiculados em canais fechados da TV a cabo. No entanto, a grande verdade, é que raramente vê-se alguém de fora, que esteja interessado no Brasil, a não ser pelos clichês esperados. Pois estes dois jovens a estar na faixa de vinte e poucos anos de idade, vieram atraídos pela Copa do Mundo e o seu destino inicial e evidente foi o Rio de Janeiro. Ao aproveitar o evento, visitaram também Curitiba e outras cidades, mas culminaram em chegar à capital paulista. A sua estada em São Paulo, hospedados em casa de amigos, estava prevista para durar duas semanas, mas foi esticada para seis semanas. Diante da enorme profusão de eventos para cobrir, esses rapazes encantaram-se com a diversidade da cidade e produziram por conseguinte, um documentário para mostrar inúmeras nuances paulistanas; ao interagir com a população; mostrar a gastronomia multifacetada; as centenas de opções culturais; a quantidade enorme de colônias estrangeiras aqui radicadas há décadas (algumas, mais que centenárias, inclusive) etc.
Walker e Nick perguntam por quê uma cidade a contar com tantos atrativos, não seja divulgada em escala mundial ? Uma Nova York encravada na América do Sul, que poucas pessoas no planeta sabem que existe e preterida pelos próprios brasileiros que só falam do Rio; Amazônia, e Bahia, a priori. Encantados com a cidade, planejam voltar e desta vez, com uma estadia estendida, para alguns meses, onde planejam esmiuçar ainda mais profundamente as possibilidades da megalópole. É a repetição de um modus operandi que assola o brasileiro e o paulista / paulistano ainda mais, ou seja : só quando um “gringo” afirma que é “cool”, convencemo-nos de que é mesmo, “bacana”. Eis abaixo, o vídeo que vem a causar sucesso na Internet :
Curiosamente, no fórum de comentários no You Tube,
existe diversos comentários negativos, a ridicularizar o documentário, e a
opinião dos dois cineastas. É o tal negócio : esse pessoal que “adora odiar São
Paulo”, não dá trégua, e não suporta ver a sua opinião formada ser contestada com contra-argumentação. Ninguém suporta o contraditório em uma sociedade tão fechada como a nossa. Toda vez que chegam as férias e / ou feriados prolongados,
milhões de pessoas deixam a cidade desesperadamente, por não a suportar. E a cidade torna-se um oásis de tranquilidade sem a presença
dessa gente que tanto reclama e mantém o baixo astral como seu modus operandi, não tenho dúvida. Sempre brinco entre amigos, ao dizer-lhe que desejava que tais pessoas
simplesmente não voltassem... há um fundo de verdade nessa brincadeira, pois a carga
de ódio dessa gente, é responsável pela tensão; descaso; medo da violência;
truculência no trânsito etc...
Se existe lixo na rua, é um malfeito da parte de alguém que
não enxerga a cidade como extensão de seu Lar, e tal conceito adequa-se à
inúmeros outros fatores básicos da cidadania, que se postos em prática,
eliminariam 90 % dos problemas urbanos da cidade. Neste caso, os dez por cento restantes
seriam mais amenamente eliminados pelo poder público, que não dá conta em ter
que cuidar de toda a destruição perpetrada por maus cidadãos. Não sou nenhuma “Pollyana”, iludido por uma visão cor de rosa do mundo.
Mas também não sou adepto de uma visão cinzenta; derrotista; niilista; bruta;
cruel; pessimista etc. Problemas existem, mas a atitude em encará-los de frente,
e a entender que a cidade é a nossa própria casa, e portanto depende de nós para ser melhorada, faz-se mister.
Os dois norteamericanos estão a enxergar o que a maioria não
quer ver : São Paulo é uma cidade sensacional, com uma quantidade absurda de
opções culturais; comerciais; educacionais etc. Está na hora em revertermos o paradigma de ódio que está
arraigado entre todos, incluso os próprios paulistanos e dessa forma interromper esse ciclo
de baixo astral gerado. Mais que isso, as autoridades nos âmbitos municipal e
estadual, necessitam rever urgentemente os seus programas para a promoção da cidade
ao redor do mundo. Nada contra o Rio e outros estados e cidades brasileiras,
mas São Paulo precisa vender melhor a sua imagem, e, o seu potencial criativo e
cosmopolita é mais do que suficiente para suprir sua falta de belezas naturais. Os dois norteamericanos descobriram isso...
Resta-nos fazer o mesmo, com a ressalva de que eu sempre
pensei igual, basta ler as minhas crônicas mais antigas e não estou a gabar-me,
todavia, apenas a constatar. Sobretudo, convido-o leitor, a refletir, ponderar e mudar
a sua atitude, também. Principalmente se for paulista e paulistano...
Matéria publicada inicialmente no Site / Blog Orra Meu, em 2015
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