Formado em 1998, o grupo de Rock instrumental, “Tríade”, chegou ao ano de 2020 com um álbum requintado no mercado, a se tratar do CD “Sooner or Later”.
Com a proposta de imprimir uma linha de Hard-Rock moderna, pós anos 1980, esse Power-Trio percorre o caminho do virtuosismo, tendência forte do Hard oitentista do final daquela década em diante, com abertura para outras tendências, a se notar o Jazz-Rock, Fusion e algumas pitadas de Blues-Rock mais tradicional e até do Rock Progressivo, porém mais sob o viés noventista a misturar timbres e peso do Heavy-Metal em via de regra.
Nesses termos, o trio formado por Jameson Trezena, Emerson Ribas e Alayr Junior, tem na alta performance técnica, o suporte para apresentar o seu trabalho perfeitamente coadunado com a proposta artística que adotam, ou seja, o trabalho é versado pelo virtuosismo, precisão e consciência teórica sólida de quem conhece a matéria com profundidade.
Qualquer consideração que eu estabeleça sobre as influências que eles possuem, poderia esbarrar em gafe de minha parte pelo fato de que eu não domino o pleno conhecimento sobre esse universo pelo qual eles trafegam e assim, vou evitar considerações de minha parte nesse sentido, no entanto, arrisco dizer que no som do Tríade há influência do "Rush" em sua produção pós anos 1980, principalmente, também da enorme safra de guitarristas que partiram para o caminho do virtuosismo dentro do Hard-Rock, nessa mesma linha e grupos Neo-Prog com essa visão híbrida do Prog clássico setentista amalgamado com o Heavy-Metal com tendência sinfônica e que tais. Portanto, é uma consideração superficial da minha parte por conta de falta de conhecimento de causa de minha parte nesse sentido e apenas fiz algumas colocações com a intenção de situar o leitor mais ou menos sobre a linha de atuação do Tríade.
A sonoridade do álbum é excelente, tanto na performance coletiva quanto na individual de cada componente e também pela qualidade do áudio, muito bem produzido. É moderno sem dúvida, portanto bem coerente com a proposta da banda sob o ponto de vista artístico e estético.
O projeto gráfico que embala o CD físico é muito bonito, a conter uma ilustração frontal de capa a mostrar um homem de costas a observar o horizonte e este se mostra difuso, mediante uma pintura abstrata em tom pastel.
Nas lâminas internas do encarte, o padrão visual segue a mesma linha com as fotos individuais dos componentes e com as fotos trabalhadas para se misturar aos traços das ilustrações, ou seja, a mostrar muito estilo. Uma ficha técnica sucinta segue com as informações básicas da produção.
No espelho que guarda o CD neste invólucro, vê-se diversas fotos informais dos membros, a fornecer uma imagem bastante simpática dos rapazes, eu apreciei.
A respeito dos temas, acrescento mais algumas considerações a seguir.
Escute abaixo a música “TRD”:
https://www.youtube.com/watch?v=yUas8riGfsY
“TRD”, a primeira faixa, mostra um riff forte, emoldurado por uma sequência de convenções complexas a denotar um entrosamento muito forte dos três instrumentistas. Os solos, contrasolos e intervenções mais melódicas da guitarra são muito ricos e a base com baixo e bateria, toca sob uma precisão fortíssima. Há muitas partes a usar dos recursos da dinâmica, com desdobradas rítmicas e espaço para que todos brilhem intensamente a favor da música.
Ouça o tema “Metheor”, abaixo:
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=xA_91p4KS18
“Metheor” vem a seguir, a manter a linha Hard oitenta-noventista com essa clara intenção da excelência musical, embora neste caso, na sua condução geral, haja uma boa indução ao Pop-Rock em certas nuances melódicas propostas pela banda.
Escute abaixo o tema, “Black and White”:
Eis o link para ouvir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lDTSmSkQhDE
“Black and White” tem um balanço bem interessante a insinuar o Funk-Rock e o Jazz-Rock de ordem setentista. Nesse aspecto, o tema é até dançante e com o apoio de teclados, inclusive com direito a um belo solo bem estruturado na linha do Jazz-Fusion, torna a peça muito rica. O solo de guitarra investe em uma condução com bastante senso melódico e sob uma roupagem bem processada, a demarcar o caráter moderno da sonoridade que buscaram imprimir.
Ouça abaixo a faixa, “Black Forest”:
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=KAgj22pfZi4
“Black Forest” se inicia de uma forma amena, com um bonito apoio de piano e sintetizador, além do ótimo uso do recurso da dinâmica para valorizar as diversas melodias propostas ao longo da sua condução. Há um belo e muito melódico solo de baixo a se destacar, também.
Escute a música, “Soon or Later”, abaixo:
Eis o link para ouvir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=zZ7dIyL42cE
A quinta faixa é a homônima ao título do disco. Pois em “Sooner or Later”, o aspecto do Hard-Rock pós oitentista e com orientação mais Pop, se acentua, embora haja no meio do tema uma intensa parte permeada por convenções rápidas e de difícil execução, a acentuar o virtuosismo dos três instrumentistas.
Ouça a música “Apnea”, abaixo:
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=_Y-jUQ2oZ9Q
A música “Apnea” tem um efeito de sonoplastia a se mostrar romântico logo no seu início com a introdução do típico chiado dos discos de vinil, logo que a agulha tomava contato com o sulco e antes da música em si começar a soar. Tema forte, permeado por muitas convenções, mudanças de partes e a denotar uma influência Prog-Rock mas desse viés mais moderno como eu salientei anteriormente.
Escute a música, “El Impostor”, abaixo:
Eis o link para ouvir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=UShy3UUQbEk
Com apoio de sopros, teclados e percussão, este tema, "El Impostor", remete ao Jazz-Rock setentista fortemente, além de mostrar muita brasilidade na sua sonoridade. Nesse sentido, eu considerei um grande mérito da banda ter demonstrado esse ecletismo, além da qualidade musical implícita.
Ouça a música, “Backfire”, abaixo:
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=QbBveMHjYYg
“Backfire” é a oitava faixa e mostra um Hard-Rock bem oitentista na sua concepção, com o fator Pop agregado, mas sem deixar de lado a questão do virtuosismo, que é a marca registrada da banda. Uma parte desdobrada advém com uma bela linha de baixo e solo de guitarra muito melódico e para fechar, uma insinuação boa do AOR Rock.
Escute a música: “Bipolar”, abaixo:
Eis o link para ouvir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=B8KYk7TAfoY
Em “Bipolar”, o uso do wah-wah logo de início é bastante salutar da parte da guitarra, mediante uma batida clássica da bateria, daquelas para empolgar ao vivo qualquer plateia. Convenções bem concatenadas vem a seguir e em uma parte em que a guitarra base se mostra bem limpa, esse contraste é muito interessante. O solo virtuosístico a seguir, vem respaldado por uma linha de baixo e bateria a utilizar bem os acentos em meio a pausas estratégicas e isso realça o solo, sem dúvida. Há o acréscimo de um grito com sentido de interjeição, certamente, a se configurar como a única intervenção vocal do disco, feita pelo guitarrista, Emerson Ribas.
Ouça a música “Hush Days”, abaixo:
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=R9R8Lfip77A
“Hush Days” fecha o álbum. O tema se mostra com uma bela intervenção acústica ao violão a trazer uma sonoridade que mistura influência Prog, via Folk-Rock e sonoridades brasileiras muito interessantes. É pueril e bucólica, bonita em sua sonoridade e também serve de contraste para realçar a calmaria absoluta em meio às partes densas da obra que tiveram peso e contundência nas faixas anteriores.
Em suma, o Tríade é um Power-Trio formado por músicos dotados de uma excelência musical enorme e que além desse alto quilate instrumental, também mostram ecletismo artístico e sim, bom gosto inerente na sua obra.
Deixo registrado também que dos três componentes da banda, eu conheço pessoalmente o baixista, Jameson Trezena, desde 1987, e ele já se mostrava um ótimo músico desde então, portanto, o tempo que passou lhe proporcionou a oportunidade de se aprimorar mais ainda e certamente que me desperta o sentido do orgulho por ele. Além do mais, aproveito para agradecer pela inclusão do meu nome na lista de agradecimentos, e que certamente me lisonjeou bastante.
Gravado nos estúdios: Toca do Mago, Fred Berlowitz Studio, Cristiano 528 Studio e Soundup Studio.
Técnico de áudio (captura): Fred Berlowitz e Maguinho Alcântara
Mixagem e masterização: Helio Ishitani (Estúdio Giba Favery)
“Miscellaneous Stuff”: Alayr Junior
Produção geral: Triade
Fotos e ilustrações: Elaine Riguengo Pereira e Lincoln Ferminano (Caçula)
Triade:
Jameson Trezena: Baixo
Emerson Ribas: Guitarra, violão e voz (vocalize na faixa 9)
Alayr Junior: Bateria e percussão
Músicos convidados:
Cláudio Penna: Teclados
Marco Melito: Saxofone
Maguinho Alcântara: Percussão
Para conhecer melhor o trabalho do Tríade, acesse:
Página do Tríade no Facebook:
https://www.facebook.com/instrumental.triade/about/?ref=page_internal
Instagram:
@instrumental.triade
Contato direto com a banda:
Spotify:
https://open.spotify.com/artist/5CjAJmCb6rr56VZdySVeDY
Direcionamento para diversas outras plataformas:
https://onerpm.link/599367407167
Belíssimo texto, parabéns e obrigado pelas palavras !!!
ResponderExcluirOlá, Alayr!
ExcluirParabéns pelo belo trabalho executado! Foi um prazer elaborar esta resenha e muito grato pelo seu elogio ao texto!.