Mais adiante, a safra oitenta / noventista mostrou a sua força através de muitas bandas boas, a destacar-se o Relespública, com a sua proposta em termos de resgate do som Mod sessentista, além do Faichecleres, com a devida veia a pulsar diretamente da Swinging London sessentista.
Ultimamente, o Paraná tem mostrado um novo fôlego, ao revelar nomes interessantes, e dentro dessa cena, um projeto chamado "Gravando Curitiba", estabeleceu uma prévia ao envolver diversas bandas e fechou com doze, consideradas as mais promissoras.
"Trilho ", faz parte também, com muita justiça, além do "Pão com Hamburguer", outra elogiada banda curitibana. Cada banda gravou um Ep com média de cinco a seis canções, ou seja, um impulso muito bom para iniciar uma trajetória, sem dúvida. E agora, esperamos que o "Trilho" parta para um CD com mais canções ainda, para subir cada vez mais na sua carreira.
"Trilho" surgiu em 2009, com uma formação bem jovem, mas antenadíssima em estética retrô da melhor qualidade. As suas influências são nitidamente calcadas no Rock das décadas de sessenta e setenta, o que por si só, já despertaria a minha simpatia imediata, porém, na música de "Trilho", existe pitadas generosas de Blues, espaço para o Folk-Rock e até o Hard-Rock insinua-se, ainda que mais comedidamente. A banda passou por mudanças na sua formação ao longo dos anos, todavia apresenta-se estável com a seguinte formação : André Prokofiev (guitarra); Guilherme Richter (bateria); Thiago Fabiano (baixo); João Lima (teclados e Violão) e Fabíola "Birlla"Malerba (vocal).
A guitarra de Prokofiev (nome de compositor refinado, não sei se tem parentesco, mas evidentemente honra a tradição desse sobrenome), é classuda. Certamente bebeu das mais belas fontes do Southern Rock americano, ao mostrar um repertório de frases; riffs e desenvoltura ao slide, ao revelar a sua proximidade ao Country-Rock e diversas correntes do Blues. Fabiano e Richter formam uma cozinha de extrema competência. Ao ouvir tal firmeza e riqueza rítmica, imediatamente reporto-me ao Grand Funk Railroad. Tal dupla confere à banda, uma segurança muito grande. Gosto bastante da atuação do tecladista, João Lima, que pilota as teclas à moda antiga, com muito swing, pompa & circunstância, ou seja, não está ali para fazer "caminhas harmônicas", como os horríveis tecladistas oitentistas costumavam fazer, mas a abrilhantar, como é o papel de um bom tecladista que segue a tradição de Emerson; Wakeman; Crane; Hensley, e Lord, só para citar cinco entre muitos músicos exemplares nesse quesito. Isso sem contar que ele toca violão bem e nos números acústícos, a sua boa base ajuda e muito.
E a vocalista, Fabíola Malerba é um caso à parte. Dona de uma voz rasgada, que lembra muito o timbre e interpretação de cantoras da pesada como Maggie Bell; Tina Turner; Kiki Dee; Janis Joplin; Rita Coolidge; e Etta James, é talento puro na linha de frente, com desenvoltura e presença de palco como frontwoman.
Especial Rock & Madeira, com uma performance acústica da banda.
Foi através dela que conheci a banda, aliás, quando tornamo-nos amigos na extinta rede social Orkut, amparados pelo fator evidente que compartilhávamos de dezenas de comunidades em comum, versadas pelo apreço em torno do Rock das décadas de 1960 / 1970; contracultura & afins...
Desde o início de nossa amizade e logo que ela enviou-me links da banda em ação, associei-a à Maggie Bell, uma cantora escocesa maravilhosa que foi vocalista da ótima banda : "Stone the Crows", bem ao final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Posteriormente, Bell fez carreira solo ao lançar disco pela gravadora do Led Zeppelin (Swan Song), com o baixista do Led, John Paul Jones em pessoa, a cuidar de sua produção de estúdio etc. Maggie era chamada como : "Janis Joplin Britânica" e a comparação fazia sentido, pois o seu potencial vocal era muito era privilegiado, exatamente como o da sua contemporânea, que morava do outro lado do oceano.
Eu costumava brincar com a Fabíola "Birlla", ao chamá-la sempre como : "Maggie Bell brazuca", uma brincadeira carinhosa, mas com fundo de verdade, visto que ela possui mesmo, certas semelhanças vocais com a grande, Maggie.
O "Trilho" já ostenta uma ótima fama em Curitiba e no Paraná como um todo; participou de algumas edições do festival Psicodália em Santa Catarina (que é um fenômeno no Brasil moderno, por ser um festival onde a vibração é 100 % retrô, com uma juventude que chega a ultrapassar a marca de vinte e cinco pessoas reunidas a viver o sonho de Woodstock, aqui e agora, ao apreciar e incentivar bandas jovens que tem essa influência forte em sua música, com muito sucesso.
https://www.youtube.com/watch?v=76GlVrHY9VQ
O link acima direciona para o clip da música "Esse Rock Foi Quem Fez", uma autêntica paulada !
O Trilho ganhou um festival chamado : "Festival Jam Session Crossroads", onde suplantou outras cento e vinte outras bandas concorrentes. A banda já participou de muitos programas de rádio; faz muitos shows, com agenda sempre cheia e tem muitos admiradores confessos (eu, incluso), conforme nota-se pelas redes sociais da internet.
Para conhecer o seu som e a sua história, eis o seu endereço no Reverbnation :
http://www.reverbnation.com/otrilho
No facebook, é possível tomar conhecimento da sua agenda, também :
https://pt-br.facebook.com/otrilhorock
No canal de You Tube da banda, muitos vídeos para ver e apreciar :
https://www.youtube.com/user/otrilho
O Rock paranaense está bem servido e representado. Torço para que tal grupo, consiga expandir-se, a tornar-se uma banda nacionalmente famosa.
Bem legal o som banda, ótimo texto!
ResponderExcluirMas que legal que curtiu o som do Trilho. Acho que se trata de uma banda muito promissora na cana rocker moderna e merece portanto, todo o nosso apoio.
ExcluirE sei bem que você, Kim, com sua cultura avantajada, se afirma que gostou, é porque essa banda tem nível, realmente.
Obrigado por ler e comentar !
Excelente texto cara, conhece do assunto hein!
ResponderExcluirMaravilha para mim saber que apreciou o texto. Grato pela leitura, participação e elogio.
ExcluirQuanto à banda, deduzo pelo seu sobrenome que tem proximidade sanguínea com ela, portanto, deve conhecê-la e apreciá-la com bastante entusiasmo e nesse caso, sabe bem o quanto ela é boa.
Abraço, Eduardo !
Amigo,
ResponderExcluirgostei muito dessa banda de Curitiba, muito interessante!
Seu texto é muito bom e você consegue passar a mensagem muito bem, com informações boas e bem lógicas, sem muitos rodeios.
Parabéns!
http://www.elianedelacerda.com
Que sensacional receber a sua visita aqui neste meu Blog 1, também. Fico lisonjeado por receber elogios contundentes de uma escritora tarimbada como você !
ExcluirMuito grato por salientar que achou meu estilo direto. Sou mesmo coloquial e tento além de passar informação, imprimir emoção nas entrelinhas.
E quanto à banda, acho-a muito promissora.São ainda bem jovens e vão criar muito ainda, tenho certeza !
Grande abraço !!
Outra pérola que você nos mostra.
ResponderExcluirGostei da banda e seu texto bem detalhado desperta o interesse em ouvir o trabalho deles.
Abraço!!!
Exato, Jani ! Pérola é uma boa definição para se qualificar i trabalho de uma ótima banda jovem como é o "Trilho".
ExcluirGrato por ler, comentar e apreciar o trabalho dos meninos e da menina.
Abraço !