Tendência
humana em geral, a prática abominável do imediatismo, obscurece-nos os sentidos,
não apenas em termos socioculturais, é bom ressalvar, todavia, pior que isso, gera prejuízo e
consequente atraso no avançar da evolução de uma civilização. Parece frase
feita e vazia? Soou confuso o que eu afirmei acima? Pois vou
esmiuçar a linha de raciocínio e onde quero chegar.
A necessidade é a mãe da invenção, como falava o grande, Frank Zappa, e tal afirmativa espelha bem a motivação que tem movido a humanidade para frente, desde que o primeiro troglodita resolveu buscar uma maneira de produzir fogo para cozinhar o seu assado, sem ter que depender da combustão natural gerada por um raio fortuito caído do céu, a cada tempestade.
De lá para cá, crescemos em inúmeros aspectos e nem cabe perder tempo para exemplificações óbvias, a tomar o tempo do leitor. Mas o que interessa saber, é que tal sentido de evolução foi contínuo e ganhou aceleração alucinante, do século XX para cá, graças aos evidentes progressos da ciência. Sobre isso, nada a reclamar, pelo contrário, devemos comemorar os avanços incríveis da tecnologia que facilitam a nossa vida de uma forma absurda, em todos os sentidos, inclusive ao considerar-se que tais conquistas englobam a medicina e dessa forma, até a nossa expectativa de vida alongou-se, por conta disso.
A necessidade é a mãe da invenção, como falava o grande, Frank Zappa, e tal afirmativa espelha bem a motivação que tem movido a humanidade para frente, desde que o primeiro troglodita resolveu buscar uma maneira de produzir fogo para cozinhar o seu assado, sem ter que depender da combustão natural gerada por um raio fortuito caído do céu, a cada tempestade.
De lá para cá, crescemos em inúmeros aspectos e nem cabe perder tempo para exemplificações óbvias, a tomar o tempo do leitor. Mas o que interessa saber, é que tal sentido de evolução foi contínuo e ganhou aceleração alucinante, do século XX para cá, graças aos evidentes progressos da ciência. Sobre isso, nada a reclamar, pelo contrário, devemos comemorar os avanços incríveis da tecnologia que facilitam a nossa vida de uma forma absurda, em todos os sentidos, inclusive ao considerar-se que tais conquistas englobam a medicina e dessa forma, até a nossa expectativa de vida alongou-se, por conta disso.
Contudo,
existe o lado obscuro do progresso, infelizmente, e nesse aspecto, os
desdobramentos são muitos, a começar pela tecnologia a favor da beligerância.
Antes que contra-argumente-se, não trata-se da visão de um hippie velho e
utópico que ainda acredita que o verão do amor de 1967, vai mudar o mundo. É
claro que eu sei que a geopolítica é importante e nenhuma nação soberana de 1º
mundo, pode abrir mão de montar o seu poderio militar a garantir-lhe a suas
estratégias e interesses. Mas também, apesar de saber disso, não entra mesmo na
minha percepção, fabricar armas e dizimar população civil (leia-se crianças e
idosos indefesos), e aí, perdoe-me, mas nesse caso sou mesmo um admirador da
utopia do Flower Power.
Mas não é
esse exatamente o ponto que desejo abordar nesta crônica. Quando falo em
aspectos obscuros da aceleração dos avanços tecnológicos, quero mencionar a
tendência pela pulverização de informações que a Internet proporciona, mas
sobretudo a indução ao esquecimento sumário da informação, ao gerar uma
verdadeira onda de descaso para com o tesouro cultural da humanidade.
Ao pensar sob qualquer aspecto cultural imaginável, a perda da conexão da geração atual com tal carga cultural acumulada, é brutal. E também é irônico, no sentido de que com tanta tecnologia, manter conexão instantânea com o arquivo cultural da humanidade está nas mãos de todos que manipulam a internet o dia inteiro, em toda a parte com a telefonia móvel cada vez mais prática, portanto, não é culpa da tecnologia em si, mas o fato é que a ultra pulverização e o sentimento popular está mais para “viralizar” fofocas e gracejos da parte de manifestações mega popularescas do que motivar as pessoas a visitar o site do Museu do Louvre, digamos assim.
Tudo bem, a garotada não sabe e nem quer saber quem foi Leonardo da Vinci; não está nem aí para Shakespeare ou Alexandre Dumas e não quer entender a diferença do impressionismo para o expressionismo. Mas convenhamos, isso não é algo louvável a ser comemorado, não acha?
Ao pensar sob qualquer aspecto cultural imaginável, a perda da conexão da geração atual com tal carga cultural acumulada, é brutal. E também é irônico, no sentido de que com tanta tecnologia, manter conexão instantânea com o arquivo cultural da humanidade está nas mãos de todos que manipulam a internet o dia inteiro, em toda a parte com a telefonia móvel cada vez mais prática, portanto, não é culpa da tecnologia em si, mas o fato é que a ultra pulverização e o sentimento popular está mais para “viralizar” fofocas e gracejos da parte de manifestações mega popularescas do que motivar as pessoas a visitar o site do Museu do Louvre, digamos assim.
Tudo bem, a garotada não sabe e nem quer saber quem foi Leonardo da Vinci; não está nem aí para Shakespeare ou Alexandre Dumas e não quer entender a diferença do impressionismo para o expressionismo. Mas convenhamos, isso não é algo louvável a ser comemorado, não acha?
Desconectar completamente com a carga cultural acumulada desde o passado não é nada saudável, e mesmo ao compreender todo o aspecto inevitável que vem a induzir a todos para tal predisposição, não é algo para assistirmos passivamente.
Talvez passe por alguma política cultural & educacional semeada a partir do ensino fundamental, a fomentar outra mentalidade, ou outras ações de apoio e incentivo, mas muito provavelmente, por um conjunto de medidas somadas para que a criançada cresça, sim, a usufruir dessa tecnologia incrível, mas tendo uma mentalidade sobre o seu uso, diferente, ao não desperdiçá-la com futilidades múltiplas, mas pronta a tê-la como uma fonte inesgotável de pesquisa. Alguém mais velho que esteja a ler esta crônica lembra-se da “Enciclopédia Britânica?” E da “Barsa?”
Pois é... a Internet tem a possibilidade de ser o que tais enciclopédias propunham-se a ser em tempos passados, mas multiplicado por um fator incalculável em termos de armazenamento de dados. Eu compreendo quando vejo vídeos com teor completamente imbecil a apresentar milhões de visualizações em questão de minutos, tudo bem, a grande massa não vai querer assistir filmes do François Truffaut, todavia, que tal começar a reverter tal quadro, ao usar políticas culturais mais nobres?
Sim, nem precisa contra-argumentar que as autoridades não interessam-se em melhorar o nível educacional e cultural do povo, sob pena de não dominá-lo como desejam etc. Mas ao menos poderíamos sonhar com uma difusão de ideias menos cruel, ou é sonhar demais? “Estacionei” no Human Be-in do Allen Ginsberg, ou tenho alguma razão em lastimar o atual estado de coisas?
O comentário anti-comentário, de minha parte é: a flexibilidade do conhecimento é encantadora, porém a nossa língua perde para nosso subdesenvolvimento. Ou será o nosso analfabetismo empírico de aprendizado moderno? Sim, nossos professores foram "orientados" a orientar alunos sobre sexualidade, guardando os mil pré-conceitos aprendidos... individualmente! E isto nos anos 70/80. Agora, continuar a "não ensinar" educação e respeito, e moral, aos mais velhos para educarem os mais novos... também ninguém lembra... E dê-lhes modernidade cada vez mais amoral, pré-conceituosa e - desta vez - realmente ignorantes de um convívio social pacífico. Daí esta partezinha de "vamos vender mais armas, realmente modernas" - pois que romperam com a capacidade do desenvolvimento e seguiram com "desenvolvimento científico de era pós moderna", ah... indiscutível... Ou melhor: discutir o que se agora a população regrediu para o século XVI ou por aí, para chegarmos ao século XXI apenas cuspindo fogo e veneno para todo e qualquer "ser vivo"... paupérrimo (porque é assim que aprendem atualmente sobre ser culto e saber discernir a realidade "montada por mentiras consumíveis e que apodrecem todo e qualquer ser humano, que aliás, fica é no "hora veja" o que acontece!) Passar bem... se puder, o resto de nossas vidas, ok??
ResponderExcluirOi, Miriam !
ExcluirCreio que por vias diferentes nossa linha de pensamento acaba por encontrar-se num denominador comum. Minha abordagem nessa matéria era outra, queria questionar o mau uso da tecnologia, não pensei na questão da perda de valores que aniquilam o respeito às tradições. Isso é um ponto também a ser analisado com profundidade, certamente. Onde nosso pensamento coaduna-se, creio ser na preocupação com a crescente onda beligerante, trazendo tensão social e iminência de guerra mundial a vista. E claro que é resultado da educação muito maltratada sob inúmeros aspectos, inclusive a frouxidão no conceito do respeito e aí, realmente tendo a concordar contigo, embora haja o outro lado dessa perspectiva, onde é preciso levar em consideração que tensão; medo e guerras são também ações calculadas por forças poderosas com claros objetivos particulares.
Grato pela atenção ao Blog, com direito a comentário enriquecedor.
Muito bom, meu caro. O problema é que os medíocres tomaram todos os lugares (inclusive educação) e eles não gostam de estudar. A mídia de massa excluiu intelectuais e gente de valor da sua grade.
ResponderExcluirExatamente, amigo Marcelino !
ExcluirNão só gostam da manutenção do status quo por ignorância pura e simples, como também usufruem dela mediante benesses comerciais advindas e portanto, desejadas.
Grato por trazer sua opinião sempre contundente, aqui no Blog !
Fico feliz por ter a oportunidade de ler uma crônica assim, que remete a muito que penso e me alenta saber que existem ainda pessoas preocupadas com o básico(Cultura e conhecimento)em dias sombrios de tanta apologia a iniquidade! Parabéns Luiz Domingues
ResponderExcluirOlá, Anderson !
ExcluirAntes de mais nada, saiba que estou muito feliz com sua visita ao meu blog e mais ainda com sua participação postando comentário muito pertinente.
De fato, vivemos mesmo dias sombrios, onde a impressão é de que vivemos numa terra arrasada, tamanha a inversão de valores. E isso contrasta com o poder da tecnologia que fica a cada dia mais alucinante, com rapidez no acesso às informações, mil recursos incríveis e poucos os aproveitam adequadamente. Portanto, o negócio é fazermos o nosso "trabalho de formiguinha", agregando pessoas como nós, que preocupam-se e sonham com dias melhores. Apesar de tudo, sou um otimista por natureza e acredito na luz no final do túnel e o simples fato de ler sua participação aqui com esse teor de comentário bem embasado, já é uma prova que não estamos sós e vamos dar a volta por cima, ainda que demore um pouco para vermos um resultado concreto.
O Blog é seu, visite-o sempre ! Grande abraço, amigo !!