Tempo
confuso esse em que atravessamos, final da década de dez do século XXI, quando
a semiótica é desafiada frontalmente. Conceitos são subvertidos a conferir um novo
e inusitado significado & significância para todos os conceitos e a justificar
teorias da conspiração, aliás, as mais estapafúrdias a servir a ideologia A, B
ou C, como se os avanços da humanidade até então, de nada valessem e agora a
usurpação pura e simples fosse o lema dos formadores de opinião a manobrar, no
pior sentido bovino do termo, os destinos de milhares, quiçá milhões de seres
humanos.
Pois eis que chegamos ao limiar do histrionismo máximo em favor do ego. Nunca o egocentrismo foi tão exacerbado, ou a minha impressão é ingenuamente romântica ao ainda acreditar que possa haver solidariedade entre os homens? E pior, muito pior que isso, verifica-se neste mundo atual de 2019, a completa deturpação do conceito em si, ou seja, se já amargamos a falta de solidariedade, o que dizer então quando a própria palavra: “solidariedade” é demonizada ao ponto de ser atribuída e/ou atrelada a conspirações malévolas, que supostamente visam o mal da humanidade, como se servisse aos inimigos que querem dominar e massacrar a raça humana?
Mas alto lá,
quem é que deseja dominar, exatamente? Seria o lado “A” que demoniza o lado “B”, ou justamente o contrário?
Não parece uma estratégia que repete-se ao longo da história?
Sabotagens e acusações mútuas, permeadas por mentiras e nestes tempos de intensa massificação de mensagens via internet e vide a hipnose coletiva que observa-se pelas ruas, em torno do uso abusivo dos Smartphones, eis então o campo fértil para tal ferramenta corrosiva ser usada pelos formadores de opinião. E que não fiquem chateados os publicitários comigo, mas se a ideia foi criar técnicas e teorias para vender produtos, a justificar o progresso em torno da roda da fortuna que sustenta a sociedade de consumo e por conseguinte, o capitalismo, o fato foi que tais metodologias de massificação, que são muito sofisticadas e que avançam mais ao longo dos tempos, também passou a ser empregada por outros fins e assim, ao cair em poder de pessoas obcecadas pelo poder e/ou a usar a desculpa da manutenção do status quo dessa engrenagem que acham tão perfeita e fascinante, o sentido da solidariedade tornou-se por conseguinte, algo desprezível, um conceito abjeto como a configurar um preceito religioso atrasado, a lembrar um resquício da Idade Média ou até da antiguidade, ou como um sonho tresloucado de alguns quixotescos hippies dos anos sessenta, que sonharam e a palavra é essa mesma, ‘sonho”, a denotar que não passara de uma mera divulgação utópica, imaginar que um dia a humanidade seria regida pela total solidariedade fraternal.
Ah, a formação de opinião... a quem interessa
formatar um conceito, ou destruir um deles, considerado antagônico? Sabotagens e acusações mútuas, permeadas por mentiras e nestes tempos de intensa massificação de mensagens via internet e vide a hipnose coletiva que observa-se pelas ruas, em torno do uso abusivo dos Smartphones, eis então o campo fértil para tal ferramenta corrosiva ser usada pelos formadores de opinião. E que não fiquem chateados os publicitários comigo, mas se a ideia foi criar técnicas e teorias para vender produtos, a justificar o progresso em torno da roda da fortuna que sustenta a sociedade de consumo e por conseguinte, o capitalismo, o fato foi que tais metodologias de massificação, que são muito sofisticadas e que avançam mais ao longo dos tempos, também passou a ser empregada por outros fins e assim, ao cair em poder de pessoas obcecadas pelo poder e/ou a usar a desculpa da manutenção do status quo dessa engrenagem que acham tão perfeita e fascinante, o sentido da solidariedade tornou-se por conseguinte, algo desprezível, um conceito abjeto como a configurar um preceito religioso atrasado, a lembrar um resquício da Idade Média ou até da antiguidade, ou como um sonho tresloucado de alguns quixotescos hippies dos anos sessenta, que sonharam e a palavra é essa mesma, ‘sonho”, a denotar que não passara de uma mera divulgação utópica, imaginar que um dia a humanidade seria regida pela total solidariedade fraternal.
Pois é, a deturpação de conceitos como ferramenta eficaz para obter-se os resultados almejados e tratar por destruir os antagonismos. Aliás, nos tempos atuais, destruir opositores tornou-se mais importante do que convencer as pessoas que as suas metas são mais benéficas para a humanidade.
“Destruir”, que palavra mais terrível, mas cada vez mais reestruturada para ganhar uma outra conotação e lá vão os bovinos a compartilhar a nova ideia passada pelos formadores de opinião, a dar significado positivo para ela. Ganha admiradores, compartilhamento, mais admiradores, com alguns a inflamar-se e gesticular com regozijo ao gritá-la nas praças públicas.
Destruir, odiar, eliminar quem não pensa igual. Alimentar explicações estapafúrdias a justiçar teorias da conspiração em curso, no sentido de quem acredita em solidariedade é o inimigo que visa destruir a civilização.
Na contrapartida: ajudar, nutrir compaixão, compartilhar, não alimentar o ódio, passou a ser execrado e assim, as pessoas obedecem fielmente os comandos de seus smartphones, para avisar os seus familiares, amigos e vizinhos sobre o perigo que representa essa gente que fala sobre “amor”, pois eles sim, são conspiradores que desejam o mal da humanidade, não é mesmo?
Matéria publicada inicialmente no Blog Limonada Hippie, em 2019.
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