Quando um
grupo de músicos tarimbados anuncia que formou uma banda de Rock, a expectativa
gerada previamente já garante uma simpatia pelo trabalho, mesmo antes do
primeiro acorde que essa turma boa vai emitir através de seus instrumentos, pois
é óbvio que desse novo grupo, somente coisas boas advirão.
Formada por Daniel Gerber (guitarra e voz), Paula Mota (voz e percussão), Daniel “Kid” Ribeiro (baixo e voz) e Franklin Paolillo (bateria e percussão), essa banda nasceu para brilhar e o seu debut fonográfico prova isso, plenamente.
O extrato da banda é o Rock clássico e o Blues como fontes primordiais. Dentro desse espectro, há uma mobilidade interessante entre a aposta natural em torno das escolhas pela sonoridade vintage e a modernidade. Pois ao avançar nessa predisposição, a banda acerta em cheio ao manter ao estética inteiramente inspirada no melhor do Rock pregresso, em termos estéticos e simultaneamente, deter um áudio moderno, com o melhor da tecnologia da atualidade.
Acrescento mais um dado que julgo ser oportuno: cerca de dois anos atrás, uma discussão repercutiu na mídia internacional quando um jornalista musical levantou uma questão interessante sobre o panorama do Rock naquela atualidade e que se pode afirmar, ainda vigora. Em sua tese, a desconexão com a raiz do Blues prejudicara o Rock, observada em tendências que avançam desde a década de oitenta. Não cabe aqui avançar sobre tal discussão, mas serve como adendo ao observar que o Power Blues propõe exatamente o contrário, isto é, ao mostrar o seu trabalho inteiramente baseado em um Blues-Rock vigoroso, convicto em seus ideais e orgulhoso de suas raízes.
Na prática, em seu álbum de estreia, o Power Blues mostra uma coleção de canções fortes, mediante a observação de melodias muito boas. Ao ir além, a construção primordial das composições é orientada por uma autêntica usina de riffs muito fortes e os arranjos mostram-se excelentes, ao privilegiar a construção de convenções intrincadas em alguns momentos e que enriquecem sobremaneira as músicas. E a parte cantada mostra-se forte, com Paula Mota, a brilhar mediante o uso da sua emissão vocal que é muito boa, naturalmente.
No quesito das letras, a aposta da banda é pela crônica do cotidiano, no entanto, há espaço para cravar opinião ante as mazelas observadas no meio social, no entanto sem esbarrar em panfletagem política, portanto, uma escolha acertada ao meu ver, no sentido em que todo artista tem que fazer valer a sua opinião forte (e convenhamos, da parte de quem enxerga na frente, há por tornar-se um farol), entretanto, nem todo artista percebe tal sutileza e sobretudo a responsabilidade que possui em ser um influenciador em potencial, ao abusar da sua condição para tomar partido acintosamente sobre uma posição “A ou B”, quando o ideal seria manter-se imparcial para enxergar o todo da questão. Pois não é o caso do Power Blues, que porta-se com inteligência nesse sentido.
Formada por Daniel Gerber (guitarra e voz), Paula Mota (voz e percussão), Daniel “Kid” Ribeiro (baixo e voz) e Franklin Paolillo (bateria e percussão), essa banda nasceu para brilhar e o seu debut fonográfico prova isso, plenamente.
O extrato da banda é o Rock clássico e o Blues como fontes primordiais. Dentro desse espectro, há uma mobilidade interessante entre a aposta natural em torno das escolhas pela sonoridade vintage e a modernidade. Pois ao avançar nessa predisposição, a banda acerta em cheio ao manter ao estética inteiramente inspirada no melhor do Rock pregresso, em termos estéticos e simultaneamente, deter um áudio moderno, com o melhor da tecnologia da atualidade.
Acrescento mais um dado que julgo ser oportuno: cerca de dois anos atrás, uma discussão repercutiu na mídia internacional quando um jornalista musical levantou uma questão interessante sobre o panorama do Rock naquela atualidade e que se pode afirmar, ainda vigora. Em sua tese, a desconexão com a raiz do Blues prejudicara o Rock, observada em tendências que avançam desde a década de oitenta. Não cabe aqui avançar sobre tal discussão, mas serve como adendo ao observar que o Power Blues propõe exatamente o contrário, isto é, ao mostrar o seu trabalho inteiramente baseado em um Blues-Rock vigoroso, convicto em seus ideais e orgulhoso de suas raízes.
Na prática, em seu álbum de estreia, o Power Blues mostra uma coleção de canções fortes, mediante a observação de melodias muito boas. Ao ir além, a construção primordial das composições é orientada por uma autêntica usina de riffs muito fortes e os arranjos mostram-se excelentes, ao privilegiar a construção de convenções intrincadas em alguns momentos e que enriquecem sobremaneira as músicas. E a parte cantada mostra-se forte, com Paula Mota, a brilhar mediante o uso da sua emissão vocal que é muito boa, naturalmente.
No quesito das letras, a aposta da banda é pela crônica do cotidiano, no entanto, há espaço para cravar opinião ante as mazelas observadas no meio social, no entanto sem esbarrar em panfletagem política, portanto, uma escolha acertada ao meu ver, no sentido em que todo artista tem que fazer valer a sua opinião forte (e convenhamos, da parte de quem enxerga na frente, há por tornar-se um farol), entretanto, nem todo artista percebe tal sutileza e sobretudo a responsabilidade que possui em ser um influenciador em potencial, ao abusar da sua condição para tomar partido acintosamente sobre uma posição “A ou B”, quando o ideal seria manter-se imparcial para enxergar o todo da questão. Pois não é o caso do Power Blues, que porta-se com inteligência nesse sentido.
Sobre a capa
do álbum, a ideia é muito incisiva ao dar ênfase a uma imagem de um amplificador em
"close-up". A explosão energética total é sugerida, pois tem tudo a ver com o
poder do Blues, elevado em tal grau de eletricidade, portanto, eis aqui um
exemplo perfeito a destacar-se em termos de sincronia entre a música e a imagem
escolhida para ilustrar a capa de um álbum, principalmente ao levar-se em conta
o fato de constituir-se a sua estreia fonográfica. Nesses termos, a imagem que
passa é perfeita ao mostrar a artilharia pesada que municia o poder do Blues. Sobre as
canções em si, cabe destacar:
“A Vida me
Espera”
O Rock’n‘
Roll apresenta-se sem nenhuma parcimônia, com uma base fortemente influenciada
pela influência setentista. Tem o vigor envolvente a mostrar força, no entanto,
ao mesmo tempo é dançante ao extremo.
Destaca-se a voz aguda de Paula Mota, com timbre muito bonito, afinação e estilo de interpretação cativante. A letra contém bom humor, ao citar diversos fatores a respeito da condição da mulher na sociedade e a ironizar o machismo, por conseguinte. Linha de baixo e bateria espetacular e não apenas durante a exceção de um solo excelente, mas também a realçar a base, é preciso salientar que muitos contra-solos executados por Daniel Gerber, mostram-se criativos, ao interagir diretamente com o sentido da letra, principalmente no bom uso do recurso do wah-wah.
Destaca-se a voz aguda de Paula Mota, com timbre muito bonito, afinação e estilo de interpretação cativante. A letra contém bom humor, ao citar diversos fatores a respeito da condição da mulher na sociedade e a ironizar o machismo, por conseguinte. Linha de baixo e bateria espetacular e não apenas durante a exceção de um solo excelente, mas também a realçar a base, é preciso salientar que muitos contra-solos executados por Daniel Gerber, mostram-se criativos, ao interagir diretamente com o sentido da letra, principalmente no bom uso do recurso do wah-wah.
“Sexta-Feira”
Trata-se de
um belo Blues-Rock, com a observação da linha harmônica tradicional do gênero,
mas ao agregar elementos ricos em termos de convenções muito precisas.
Impressiona o áudio a realçar os timbres verdadeiramente espetaculares de todos
os instrumentos. Sobre a interpretação e execução da parte da banda, não há
muito a acrescentar, visto que mostra-se perfeita.
“Liberdade
Tem um Preço”
Nesta faixa
a temperatura esquenta ainda mais. A transitar entre o Acid-Rock sessentista e
o Hard-Rock Setentista, tal música mostra uma energia impressionante. Além
disso, é notável a qualidade da melodia, o que ajuda a dar eloquência à
proposta expressa em sua letra, a citar filosoficamente, mas em alto e bom som,
um posicionamento firme em termos libertários. Paula canta com ênfase:
“Ninguém
bate mais forte do que a vida... Liberdade tem um preço”...
Gostei muito
da quebrada rítmica imposta pela bateria e o baixo, a inverter os tempos, ao
estilo do Led Zeppelin em alguns trechos, e assim revelar criatividade e brilho.
É impressionante o timbre do baixo, a mostrar o estalo bem proeminente ao final das notas,
e assim a sugerir o som de John Entwistle.
Assista
abaixo, o clip da canção: “Mentes Criminosas”
Eis o Link
para assistir no You Tube:
“Mentes
Crimonosas”
Carro chefe
do álbum, pelo fato em ter motivado a produção do primeiro vídeoclip da banda,
essa canção é sem dúvida a que apresenta uma roupagem mais moderna, no sentido
do Hard-Rock. Mesmo a conter essa roupagem mais atual, em seu momento decisivo como ápice, ao destacar-se o seu riff primordial, eis que um fraseado bastante inspirado
na surf music cinquenta/sessentista comanda a atenção. O baixo tocado por Daniel Kid, brilha mais
uma vez ao estabelecer um solo estiloso, com farto uso de efeitos.
“Berço da
Terra”
Eis que um
momento para acalmar o ânimo, sobrevém e mediante alto estilo, eu devo observar. “Berço da Terra”
traz em seu início a condução de uma balada doce, sustentada por um trabalho de
guitarra muito bom e devidamente sedimentado pela presença do imponente órgão Hammond,
sempre agradável em sua sonoridade tão característica.
No entanto, o ritmo acelera ao propor uma mudança na fórmula de compasso para o 2/4 e que sugere ao dobrar-se naturalmente, o 6/8. O solo de guitarra bem melódico, é muito bonito. A banda investe em uma bela inserção ao Prog-Rock, algo aparentemente surpreendente, visto não ser a proposta mais clara da banda e por isso mesmo, é muito agradável ouvi-la em tal viagem instrumental auspiciosa, aparentemente distante de sua zona de conforto bluesy.
No entanto, o ritmo acelera ao propor uma mudança na fórmula de compasso para o 2/4 e que sugere ao dobrar-se naturalmente, o 6/8. O solo de guitarra bem melódico, é muito bonito. A banda investe em uma bela inserção ao Prog-Rock, algo aparentemente surpreendente, visto não ser a proposta mais clara da banda e por isso mesmo, é muito agradável ouvi-la em tal viagem instrumental auspiciosa, aparentemente distante de sua zona de conforto bluesy.
“Nunca Diga
Nunca”
Eis o tema
mais balançado do disco, ao mostrar-se muito inspirado no estilo de muitas
bandas maravilhosas que transitaram com desenvoltura entre os anos sessenta e
setenta. A melodia é muito boa, com uma interpretação excelente da parte de Paula
Mota, que remeteu-me à lembrança da grande e saudosa, Silvinha. Mediante uma linha de baixo
e bateria, excelente, destaco igualmente a percussão que é sutil, mas
contribuiu para garantir mais molho à composição.
“Louca de
Pedra”
Outro tema
bastante dançante, traz o Rock’n‘ Roll em perfeita comunhão como o melhor do
R’n’B, ou seja, uma combinação explosiva que torna impossível ao ouvinte, ouvir
sem sentir a vontade irresistível de dançar sem parar. É providencial a presença do piano ao trazer o elemento,
“boggie woggie”. Paula Mota arrebenta ao lembrar bastante a voz de Maggie Bell
e a banda soa como o Stone The Crown em seus melhores dias.
“Chega de
Chorar”
Mostra-se muito boa a
ideia dos acordes soltos feitas pela guitarra ao início, gostei muito. Rock
vigoroso, tem em sua letra uma ode ao alto astral, por destacar o otimismo como
melhor meio para que ninguém deixe-se contaminar pela choradeira observada em uma
sociedade doente, onde as pessoas vivem tristes em seu cotidiano, talvez
equivocadas em colocar todas as suas expectativas em torno de metas que foram
impostas pela formação de opinião alheia, ou seja, valores que muito
possivelmente nem fossem exatamente os seus por natureza, se não houvessem sido sugestionadas por isso. Gostei bastante do intermezzo desdobrado que realçou um belo solo
melódico (mais uma vez), executado por Daniel Gerber.
“A Coisa Tá
Dura”
O início com
o baixo isolado, mais uma vez realça um belíssimo timbre extraído por Daniel
“Kid“ Ribeiro. Tema acelerado, mostra um Rock mais reto e direto, a conter uma letra a expressar
a insatisfação do cidadão comum em meio aos malfeitos perpetrados pelos poderosos & inescrupulosos.
Enfim, as
canções são ótimas, a execução e interpretação da parte de seus instrumentistas
e cantora, excelentes, os arranjos são muito bem feitos, o áudio é exemplar e
nesse último quesito, certamente há o mérito em conjunto com o técnicos
envolvidos nesta produção e neste caso, a qualidade do estúdio em si, do qual sou suspeito
para elogiar, pois sou conhecedor de sua infraestrutura, construída com o rigor
técnico em torno do padrão internacional da parte de seus proprietários, os irmãos
Schevano, meus amigos de longa data.
Bem, merece
uma menção muito honrosa, o senhor, Franklin Paolillo, que gravou este álbum e
por força das circunstâncias, afastou-se momentaneamente da banda por uma
questão de saúde, e tem sido substituído nos shows pelo grande, Roby Pontes, que também é um
baterista dotado de uma técnica impressionante.
No caso de Franklin, a sua monstruosidade como baterista é pública e notória, a dispensar uma maior explicação. A sua atuação neste álbum é espetacular, na exata medida em que espera-se da atuação de um gênio como ele o é, portanto, expresso aqui os meus mais sinceros votos para que a sua convalescença seja a mais breve possível e que em muito breve ele possa retomar o seu posto na banda.
No caso de Franklin, a sua monstruosidade como baterista é pública e notória, a dispensar uma maior explicação. A sua atuação neste álbum é espetacular, na exata medida em que espera-se da atuação de um gênio como ele o é, portanto, expresso aqui os meus mais sinceros votos para que a sua convalescença seja a mais breve possível e que em muito breve ele possa retomar o seu posto na banda.
Gravado no
Estúdio Orra Meu em São Paulo
Técnicos de
Som (captura): Gustavo Barcellos e André Miskalo
Técnicos de
mixagem e masterização: Gustavo Barcellos e Daniel Gerber
Capa
(criação e lay-out): Rogério Sodré, Daniel Gerber e Luis “Caverna” Correa
Produção
André Miskalo, Daniel Gerber e Daniel “Kid” Ribeiro
A formação
do Power Blues no álbum:
Daniel
Gerber: Guitarra e Voz
Paula Mota:
Voz e Percussão
Daniel “Kid”
Ribeiro: Baixo e Voz
Franklin
Paolillo: Bateria e Voz
Músico Convidado:
Marcello
Schevano: Teclados
Para
conhecer melhor o trabalho do Power Blues, acesse:
Página da
banda no Facebook:
Canal do You
Tube da banda:
Contato
direto com a banda:
O álbum inicial do Power Blues, pode ser escutado em diversas plataformas digitais.
Agradeço o apoio da assessora de imprensa, Briba Castro, que gentilmente providenciou-me material de divulgação da banda.
Parabéns Luiz Domingues pela resenha, e à Power Blues pelo belo som, músicas inspiradas, e pelo time de primeira (Franklin Paolillo na bateria já diz tudo!)!!!
ResponderExcluirEu que agradeço-lhe pelo apoio, amigo Jessé !
ExcluirFalou tudo, trata-se de uma ótima banda e ainda mais com esse monstro na bateria, é garantia de qualidade.
Forte abraço !
Valeu. Uma pedrada Rovk. Parabéns. Abração
ResponderExcluirQue legal que gostou, Carlão !
ExcluirTrata-se de uma ótima banda, sem dúvida alguma.
Forte abraço Rocker and Bluesy !