Lembro-me bem quando resenhei o primeiro álbum do grupo,
Stringbreaker & The Stuffbreakers, em julho de 2015, e o quanto
entusiasmei-me pela sua obra. Pois eis que abordarei agora o seu segundo álbum e já
com a boa nova a passar para o leitor de que a banda já lançou o terceiro
trabalho, que em breve será fruto de uma análise de minha parte, certamente. Antes
de avançar, deixo o Link sobre a resenha do primeiro disco, para o leitor tomar
conhecimento, ou reler, se já acompanhou anteriormente.
Bem, estabelecido esse preâmbulo, convido o leitor a
prestar atenção no álbum: “Rebirth”, segundo trabalho do grupo e que mantém a
mesma proposta apresentada no álbum de estreia, ou seja, produzir uma música
instrumental da melhor qualidade, com muito senso melódico e inspirada em
diversas vertentes do Rock setentista e digo, para enaltecer, com louvor.
Com apenas uma modificação na formação, agora a contar com o baixista, Nelson Donizeti, e os remanescentes do primeiro disco, o guitarrista, Guilherme Spilack e o baterista, Sérgio Ciccone, eis que a banda lança mais um petardo com: “Rebreaker”.
E tem mais, pois se o nível técnico já era alto, acrescente-se nesse segundo trabalho, a experiência acumulada. Depois de muitos shows ao vivo, a banda amadureceu, fortaleceu-se e ficou ainda mais afiada.
Com apenas uma modificação na formação, agora a contar com o baixista, Nelson Donizeti, e os remanescentes do primeiro disco, o guitarrista, Guilherme Spilack e o baterista, Sérgio Ciccone, eis que a banda lança mais um petardo com: “Rebreaker”.
E tem mais, pois se o nível técnico já era alto, acrescente-se nesse segundo trabalho, a experiência acumulada. Depois de muitos shows ao vivo, a banda amadureceu, fortaleceu-se e ficou ainda mais afiada.
Sobre a opção em produzir mais um álbum inteiramente
instrumental, fica patente a intenção desses artistas em reafirmar a sua
determinação nesse sentido, com coragem, eu diria. Fazer música instrumental no
Brasil, não é nada fácil e ainda mais com essa alma Rocker, assumida. E mais um
ponto, a apresentar uma explícita influência setentista (sessentista, igualmente
em alguns momentos), ao nadar contra a maré dos paradigmas criados pela “intelligentsia”
que domina os meandros da mídia mainstream, há décadas, neste país.
Sobre a opção em usar o anglicismo, mesmo que não usem a palavra cantada, mas ao nomear o título da maioria das canções e o próprio nome da banda, não cabe contestação, visto ser prerrogativa do artista e neste caso, torna-se compreensível que adequem-se ao padrão internacional, a buscar uma visibilidade em outros países, visto que no Brasil, o apoio é quase nulo para uma banda desse alto quilate artístico, infelizmente.
Sobre a opção em usar o anglicismo, mesmo que não usem a palavra cantada, mas ao nomear o título da maioria das canções e o próprio nome da banda, não cabe contestação, visto ser prerrogativa do artista e neste caso, torna-se compreensível que adequem-se ao padrão internacional, a buscar uma visibilidade em outros países, visto que no Brasil, o apoio é quase nulo para uma banda desse alto quilate artístico, infelizmente.
Gostei da capa, com a ideia simples, todavia muito funcional, em torno da reafirmação do conceito expresso no título do álbum, ou
seja, o disco de vinil quebrado, ou a trocar em miúdos: o “quebrador”. Ricardo Bancalero foi o
responsável por tal concepção e lay-out final.
A ilustração do poster central, a mostrar uma história em quadrinhos sensacional a evocar o gênero Sci-Fi, ficou por conta de Paulo Melo. Em tal história, alienígenas chegam em discos voadores à “Área 78”, e não vem ao planeta Terra para brincadeira, segundo consta no roteiro proposto. E no restante do encarte, há boas fotos da banda, clicadas em pontos estratégicos e charmosos do Parque Trianon, nos arredores da Avenida Paulista, em São Paulo e a presença de uma guitarra Fender Telecaster em becos da cidade a dizer tudo, realmente.
E sobre a as músicas, eu falo a seguir.
A ilustração do poster central, a mostrar uma história em quadrinhos sensacional a evocar o gênero Sci-Fi, ficou por conta de Paulo Melo. Em tal história, alienígenas chegam em discos voadores à “Área 78”, e não vem ao planeta Terra para brincadeira, segundo consta no roteiro proposto. E no restante do encarte, há boas fotos da banda, clicadas em pontos estratégicos e charmosos do Parque Trianon, nos arredores da Avenida Paulista, em São Paulo e a presença de uma guitarra Fender Telecaster em becos da cidade a dizer tudo, realmente.
E sobre a as músicas, eu falo a seguir.
“The Big Raffle”, a primeira faixa, inicia-se com
uma frase de guitarra melódica, amparada por uma cama com teclados, a destacar-se o órgão
Hammond (não há descrição de um tecladista convidado, portanto deduzo ter sido
algo sampleado e disparado digitalmente na gravação.
Advém um belo Riff ao estilo Hard-Rock, muito bonito. É bastante melódico e dramático em alguns pontos, com um crescendo bem empolgante e nas partes mais amenas, a base é permeada por belíssimos desenhos feitos por uma camada de violões muito bem engendrada. Pode ser uma mera impressão minha, mas acho que houve uma breve e sutil referência à canção: “The Rover”, do Led Zeppelin, como citação poética.
Advém um belo Riff ao estilo Hard-Rock, muito bonito. É bastante melódico e dramático em alguns pontos, com um crescendo bem empolgante e nas partes mais amenas, a base é permeada por belíssimos desenhos feitos por uma camada de violões muito bem engendrada. Pode ser uma mera impressão minha, mas acho que houve uma breve e sutil referência à canção: “The Rover”, do Led Zeppelin, como citação poética.
Em “Máfia da Águia”, a banda "swinga" fortemente. Este tema contém
muito a pegada de Jeff Beck em torno dos seus discos lançados no meio dos anos setenta,
quando gravou os seus celebrados álbuns: “Blow by Blow e “Wired”, principalmente. São muito interessantes as pausas nada usuais que
a banda criou ao longo da canção. Tem também um belo e melodioso solo de baixo e o final
surpreende pelo seu caráter abrupto.
E após o final da faixa anterior, a estabelecer uma surpresa
imediata, eis que a terceira música traz uma docilidade adorável. “Eventide”
também é muito bem construída por um arranjo belo, a apresentar camadas compostas por violões e
guitarras a desenhar, pontualmente.
O baixo e a bateria são absolutamente perfeitos ao criar uma sessão rítmica pesada, em contraponto com a riqueza singela perpetrada pelos violões e guitarras e o baixo, de uma forma sazonal, ainda desenha também, portanto, é uma tremenda canção bem arranjada. Ao final cresce a sua intenção mais dramática e um solo épico de guitarra é muito conveniente. Poderia ter acabado ali, com um "Fade Out" e teria sido lindo, mas existe uma volta à parte mais amena e eu não achei má a ideia, pois também ficou bonito ao meu ver.
O baixo e a bateria são absolutamente perfeitos ao criar uma sessão rítmica pesada, em contraponto com a riqueza singela perpetrada pelos violões e guitarras e o baixo, de uma forma sazonal, ainda desenha também, portanto, é uma tremenda canção bem arranjada. Ao final cresce a sua intenção mais dramática e um solo épico de guitarra é muito conveniente. Poderia ter acabado ali, com um "Fade Out" e teria sido lindo, mas existe uma volta à parte mais amena e eu não achei má a ideia, pois também ficou bonito ao meu ver.
“Getting Hide” traz um clima brejeiro em torno do Blues-Rock,
muito dançante. Parece que a banda está a tocar em uma casa noturna do sul dos
Estados Unidos de tão saboroso que é o clima proposto. Eis que vem uma parte a
trazer o Blues tradicional, muito bem executado e depois advém a parte mais
ritmada novamente.
Eis que a porção Sci-Fi que motivou a criação do poster em formato HQ, marca a sua presença na faixa seguinte, “Área 78”.
Tal música começa com a deliciosa cacofonia “Hendrixeana” (Lembra "EXP", do álbum de Jimi Hendrix Experience, chamado, "Axis: Bold As Love, lançado em 1967), ao extrair harmônicos bem em cima da ponte de uma guitarra (provavelmente uma Fender Stratocaster) e depois ao esperar o feedback e trabalhar com a alavanca para que então, o clima para tocar-se um bom Acid Rock sessentista, esteja propício. E não dá outra, um belo Riff conduz a banda nesse sentido com um vigor muito forte.
Tudo bem que haja uma trecho mais modernoso, com uma certa influência Heavy-Metal, mas estamos na Área 78 e os alienígenas são capazes de qualquer ardil, não é mesmo? Mas é rápido tal interlúdio e logo o Acid Rock sessentista volta com tudo e assim retornamos aos dias de glória do auditório Fillmore West, ainda bem.
Tal música começa com a deliciosa cacofonia “Hendrixeana” (Lembra "EXP", do álbum de Jimi Hendrix Experience, chamado, "Axis: Bold As Love, lançado em 1967), ao extrair harmônicos bem em cima da ponte de uma guitarra (provavelmente uma Fender Stratocaster) e depois ao esperar o feedback e trabalhar com a alavanca para que então, o clima para tocar-se um bom Acid Rock sessentista, esteja propício. E não dá outra, um belo Riff conduz a banda nesse sentido com um vigor muito forte.
Tudo bem que haja uma trecho mais modernoso, com uma certa influência Heavy-Metal, mas estamos na Área 78 e os alienígenas são capazes de qualquer ardil, não é mesmo? Mas é rápido tal interlúdio e logo o Acid Rock sessentista volta com tudo e assim retornamos aos dias de glória do auditório Fillmore West, ainda bem.
“Freedom Walk” é um primor. Misto de Folk-Rock com
Country-Rock é muito melodiosa e também muito rica em desenhos desenvolvidos
por uma camada de violões. Gostei muito da linha de baixo e bateria. Que
balanço sensacional que Ciccone e Donizetti criaram!
E Spilack colore com muita propriedade a tela caipira dessa faixa. Roger McGuinn precisa ouvir isso e diante dessa constatação, muito orgulhar-se por saber que o seu legado está em curso nas mãos desses artistas paulistanos.
E Spilack colore com muita propriedade a tela caipira dessa faixa. Roger McGuinn precisa ouvir isso e diante dessa constatação, muito orgulhar-se por saber que o seu legado está em curso nas mãos desses artistas paulistanos.
“Requiem in F# m” é mais uma peça de violão, muito
bem executada e certamente outra canção muito bem arranjada. Impressiona
novamente a versatilidade para arranjar os violões e como a bateria e o baixo
foram felizes em criar uma linha criativa, ao não abrir mão do peso, em certos
trechos, a despeito da delicadeza erudita do tema.
“A 8ª Música mais Triste do Mundo” é um Slow Blues
com muita intensidade. A guitarra chora, literalmente, ao evocar os grandes magos da guitarra
que notabilizaram-se por tal façanha nos anos 1960 e 1970, tais como, Eric Clapton e David
Gilmour, para citar apenas dois e Spilack foi feliz ao buscar tal caminho, que
é difícil, mas quando o ponto é achado, fica realmente imbatível.
Se essa é a oitava música mais triste do mundo (e leve-se em conta que música melancólica pode ser bonita, vide Tomaso Albinoni e George Harrison, que criaram obras primas com tal característica), quais seriam as sete músicas mais tristes? Fica o exercício de imaginação para o leitor & ouvinte.
Se essa é a oitava música mais triste do mundo (e leve-se em conta que música melancólica pode ser bonita, vide Tomaso Albinoni e George Harrison, que criaram obras primas com tal característica), quais seriam as sete músicas mais tristes? Fica o exercício de imaginação para o leitor & ouvinte.
“Pigeon Turn On” começa com uma linha de baixo
super funk, a sedimentar o caminho para um Funk-Rock pleno de balanço. Tem um
certo clima Jazzy em alguns trechos, lembrou-me a fase Jazz-Rock do Miles
Davis, de certa forma. Gostei muito da parte desdobrada, com um sentido
harmônico bem interessante. E também do baixo que passeia bem a aproveitar o
mote do verdadeiro Funk.
“Rock’n Roll C.A.P.O.” é um Rockão explícito, com
clima de “AOR”. Parece o "Reo Speedwagon" a tocar em um estádio de beisebol norte-americano
e lotado, na metade dos anos setenta, pela festa gerada. Gostei muito da faixa e do solo de Spilack, ao estilo Rock, mais rasgado.
“Railroad a Boozing” é mais uma canção a explorar o
Blues-Rock neste álbum e com muita competência, é bem verdade. Tem também uma
queda pelo Hard-Rock setentista e nessa amálgama, o ouvinte só tem a ganhar
diante de tal faixa, com essa versatilidade e qualidade técnica.
Gravado no Spilack Tag Estúdio (com exceção da
captura de bateria, realizada no Toolbox 78 Estudio)
Técnico de som & mixagem e masterização: Guilherme
Spilack
Projeto Gráfico: Ricardo Bancalero
Ilustrações Poster/HQ: Paulo Melo
Fotos: Mélani Sant’Anna e membros da banda
Produção geral: Guilherme Spilack
Formação do Strinbreaker & The Stuffbreaker em “Rebreaker”
:
Guilherme Spilack: Guitarra e Violões
Sérgio Ciccone: Bateria
Nelson Donizeti: Baixo
Em suma, “Rebreaker” reafirma a qualidade da banda
em todos os quesitos, traz importantes acréscimos artísticos e mostra três
instrumentistas da pesada.
Uma outra boa nova, como eu já salientara antes, a banda já lançou o terceiro álbum e em breve o leitor de meu Blog poderá contar com a minha análise.
Uma outra boa nova, como eu já salientara antes, a banda já lançou o terceiro álbum e em breve o leitor de meu Blog poderá contar com a minha análise.
Recomendo este segundo álbum, dessa ótima banda. E para quem tem
algum tipo de restrição à música instrumental, eu posso afirmar que o ouvinte vai
encontrar um disco tão bom, que chegará à última faixa sem ao menos notar que
faltou a presença de melodias cantadas.
Ouça acima, o CD "Rebreaker"
Eis o Link para escutar no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=K_XAWx4iPDQ
Para conhecer melhor o trabalho do Stringbreaker & The Stuffbreakers, acesse a sua página no Facebook:
Para conhecer melhor o trabalho do Stringbreaker & The Stuffbreakers, acesse a sua página no Facebook:
E no canal particular de Guilherme Spilack, o leitor encontrará bastante material da banda, ao vivo:
https://www.youtube.com/user/Spilack/videos
Ótima sonzeira, Heavy psychedelic dos bons.
ResponderExcluirIsso aí, banda com muitos predicados ! Fico feliz em mais uma vez sugerir um artista a ser ouvido e ter a sua aprovação sempre bem embasada !
ExcluirAbraço, amigo Kim !