Foi um menino normal do interior, até ser influenciado irremediavelmente pelo cinema. No entanto, daí a envolve-se foi uma outra situação bem diferente, e assim, o pequeno Herbert manteve um trunfo familiar para poder sonhar com um possível envolvimento nesse mundo. Ele era sobrinho do dono de um estúdio de revelação, que prestava serviços para produtoras de cinema, no Rio de Janeiro. Dessa forma, em 1942, ele chegou de mala & cuia na cidade maravilhosa, com um emprego garantido por seu tio.
Foi a sua porta de entrada para o mundo do cinema e daí, mesmo sendo muito jovem, embrenhou-se nesse universo, para conhecer pessoas importantes do meio e dessa forma, galgar degraus dentro dessa engrenagem.
Herbert tornou-se então um produtor requisitado, ao ter trabalhado em diversas produções do cinema nacional, incluso campeões de bilheteria da produtora Atlântida, que costumava levar as multidões às salas de cinema de todo o Brasil. Não apenas os filmes longa metragem, mas Richers também foi produtor de inúmeros curta- metragem; documentários e os famosos cine-jornais, que sob uma Era pré-TV, representaram uma fonte de informação importante para as pessoas, antes que elas assistissem os filmes que desejavam ver nas salas de cin ema de todo o Brasil. Foi no ano de 1950, que ele fundou a sua própria empresa, a Herbert Richers e por crescer muito no mercado, rapidamente, logo consolidar-se-ia.
Ainda no início dos anos cinquenta, Richers foi aos Estados Unidos e conheceu pessoalmente o produtor, Walt Disney. Tornaram-se amigos e graças à essa amizade pontual, Richers deu outro salto na carreira, ao ouvir o conselho de seu experiente amigo norteamericano, para que investisse assim fortemente no mercado de dublagens, especialmente para a TV. O momento fora propício, pois a TV estava a todo vapor no Brasil, porém, carecia ainda de melhores condições técnicas. Nesses termos, a reclamação generalizada dos telespectadores foi precisa : quando da exibição de produção estrangeira na TV, as legendas não conseguiam ser claras o suficiente, devido aos problemas de contraste e brilho que a TV detinha na ocasião.
Portanto, fizera-se mais do que necessário que tal produção de dublagem fosse concretizada e dessa forma, Herbert Richers entrou com tudo nesse mercado, ao garantir a sua fama, pela competência e profissionalismo, e para abrir o caminho para o surgimento de concorrentes de qualidade também, casos da AIC; Álamo e outras. Em 28 de junho de 1963, um incêndio com grande proporção comoveu o Brasil. O edifício Astória, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, ardeu em chamas, ao ceifar vidas; causar dor e perdas materiais.
A organização Herbert Richers localizava-se nesse edifício e muito material e maquinário foi prejudicado, todavia, por sorte, muito do material do estúdio, alojara-se em outro endereço e dessa forma, muito material foi poupado. Foram rolos de filmes a conter grandes clássicos do cinema nacional que poderiam ter desaparecido, como : "Vidas Secas", por exemplo. Herbert Richers só parou de trabalhar quando a doença o impediu. Idoso e com problemas renais, deixou-nos em 2009.
A empresa continua a todo vapor e eu deixo em anexo o link do site oficial, onde pode ser vista a instalação dos estúdios, onde realiza-se os trabalhos de dublagem que ouvimos costumeiramente quando assistimos filmes; seriados; desenhos animados e documentários de procedência internacional, com as vozes brasileiras, a demonstrar uma dicção perfeita; impostação clara e com o uso coloquial de nossa língua, a facilitar o entendimento das obras.
http://dezoito.com/herbertrichers/ind_2.html
Matéria publicada inicialmente no Site / Blog Orra Meu, em 2014
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