O Brasil entrou em uma fase marcada pela perspectiva da prosperidade, sem precedentes em sua história, quando estabeleceu o seu primeiro passo nesse sentido ainda nos anos noventa, ao controlar a infame inflação que o assolara há décadas. Claro, não podemos deixar de considerar que aspectos políticos contribuíram nesse sentido. O simples fato de voltar a promover eleições presidenciais livres, fora importante, cinco anos antes, apesar do povo ter deixado-se levar pela falsa propaganda e ter eleito um candidato inadequado.
Muito bem, a democracia é assim mesmo, demora muito para maturar e segue a toada da tentativa e erro. Mas sem dúvida que esses fatores foram importantes para que já na segunda metade dos anos 2000, sinais animadores deixassem o país visível aos olhos do mundo. Ao atravessar então a grande crise de 2008, quase incólume, o Brasil tornou-se a aposta da vez, em muitos aspectos, da política sócio financeira em meio aos índices de progresso, em vários níveis. Só que nos seus meandros, o Brasil progressista que passou a encantar o mundo pelo seu salto rumo ao primeiro mundo, escondeu de si mesmo, uma outra realidade.
A absoluta falta de infraestrutura em setores vitais da economia, revelou-se diametralmente oposta à euforia gerada pelos observadores internacionais. Apenas quando a proximidade em promover grandes eventos sob âmbito mundiais avistou-se, foi que os governantes perceberam que portos e aeroportos brasileiros, são de quinta categoria, entre outras coisas. No tocante aos portos em específico, a situação é dramática e faz tempo. O assunto só veio à baila neste momento, por dois motivos :
1) A proximidade da Copa do Mundo e Olimpíadas e;
2) A visão estarrecedora da gigantesca fila de caminhões parados no porto de Santos, ao revelar a falta de organização e por conseguinte, a enorme quantidade de dinheiro jogado no lixo, e outra montanha que deixa-se por ganhar, por tal ineficiência gerencial. Qual a razão, ou razões para essa situação ter chegado em tal ponto vergonhoso ?
1) A proximidade da Copa do Mundo e Olimpíadas e;
2) A visão estarrecedora da gigantesca fila de caminhões parados no porto de Santos, ao revelar a falta de organização e por conseguinte, a enorme quantidade de dinheiro jogado no lixo, e outra montanha que deixa-se por ganhar, por tal ineficiência gerencial. Qual a razão, ou razões para essa situação ter chegado em tal ponto vergonhoso ?
Bem, são muitas as razões, mas o fator burocrático, é um dos maiores vilões nesse sentido. Um exemplo ?
Quando um contêiner chega ao porto para a exportação, a conter uma carga com commodities, por exemplo, não consegue embarcar rumo ao seu destino, em menos de 13 dias.
O motivo ? Burocracia massacrante, onde é preciso apresentar cerca de duzentos documentos (pasmem !), para a liberação e alguns desses, são conflitantes entre si, ao deixar o exportador completamente desesperado em face ser praticamente impossível cumprir tal obrigação. Em Cingapura, esse trâmite burocrático leva um dia para ser cumprido e nos Estados Unidos, dois, por exemplo.
Então, some-se a esse fato, que o processo inverso também é infernal, ou seja, navios estrangeiros que aqui chegam, podem ficar até quinze dias a esperar autorização para atracar ! Isso espelha bem o caos que essa logística ou anti logística, causa ao país.
Então, some-se a esse fato, que o processo inverso também é infernal, ou seja, navios estrangeiros que aqui chegam, podem ficar até quinze dias a esperar autorização para atracar ! Isso espelha bem o caos que essa logística ou anti logística, causa ao país.
Tirante essa questão, observa-se também a falta de investimentos na modernização dos portos. Com espaço físico reduzido, ineficiente conexão ferroviária e pátios de estacionamentos minúsculos, não é para estranhar-se que as filas inacreditáveis de caminhões fechem, literalmente, as estradas que dão acesso ao cais.
Outro fator surpreendente e inadmissível em um mundo moderno e informatizado, ocorre no sentido de que 90% dessa burocracia ou "burrocracia", como queira, esbarra na falta de comunicação "on line" entre órgãos reguladores e fiscalizadores. Como aspirar estar no primeiro mundo, sem repartições públicas 100% informatizadas e com funcionários bem treinados e motivados para suprir tal demanda com profissionalismo ? Não é óbvio que a morosidade seja medieval, sem tais providências ? A lição é muito clara : estar entre as maiores potências econômicas do planeta é motivo de orgulho, mas investir em infraestrutura é vital para que de fato possamos ser considerados um país digno de primeiro Mundo. E por enquanto, o Brasil parece ainda estar no tempo do Império, em muitos aspectos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário