sexta-feira, 16 de março de 2012

Filme: That Thing You Do (The Wonders, O Sonho não Acabou) - Por Luiz Domingues



Antes mesmo de iniciar um pequeno preâmbulo para contextualizar a época em que este filme situa a sua ação (e isso é fundamental para um melhor entendimento sobre a história usada para esta obra, a caracterizar-se como o seu grande  mote), eu mais uma vez sou obrigado a comentar sobre a questão do título designado para um filme estrangeiro apresentar-se em português, para o público brasileiro. "That Thing You Do", significa em uma tradição literal: "Aquilo Que Você Faz". Entretanto, não vem ao caso essa frase em si, visto que importa na verdade, que essa frase vem a ser o título da música que movimenta toda a ação do filme, daí a opção por parte da produção dessa obra em usar tal frase para nomear a película.

Fora dessa intenção, o produtor brasileiro que pensou na adaptação em português para tal filme ser lançado no mercado nacional, não levou esse dado em consideração e assim, optou por usar o nome da banda de Rock fictícia que protagoniza história, no entanto, ao perceber que isso não faria sentido ao espectador, a não ser depois do filme ter sido visto, acrescentou um segundo título em adendo, com a frase: "O sonho Não Acabou" ("The Dream is Not Over" em inglês), certamente motivado pela vaga ideia em usar a famosa frase retirada de uma canção solo de John Lennon e que foi usada ad nauseaum por muitas pessoas, notadamente os detratores da contracultura, do Rock e dos Beatles em si, como uma forma agressiva (e pejorativa), para desdenhar e reafirmar a sua opinião beligerante em contrário.
Dá-se o devido desconto por imaginar-se que tal assessor de imprensa que foi o autor dessa proeza, não cometeu esse engano por uma questão de marcação de uma posição sua em apoio ao ataque frontal ao ideário sessentista/contracultura & aquariano. Simplesmente, essa frase tornou-se um clichê tão arraigado, que automaticamente, quando esse rapaz notou tratar-se de um filme a narrar a história de uma banda de Rock, durante a década de sessenta, por uma questão de seu reflexo cultural pessoal, fez uso da frase. Não se trata de um ato imperdoável, mas é preciso esclarecer o leitor, nesse sentido.
Agora sim, começo a contextualização da história em meio à época em que transcorre a trama, pois é um panorama imprescindível para a melhor compreensão deste filme. No início da década de sessenta, dois grandes movimentos musicais movimentaram a América, na Era pré-psicodélica: em primeiro lugar, a British Invasion, uma onda formada por bandas britânicas, com os Beatles na sua dianteira e que tomaram o país de assalto, para em seguida proporcionar a reação dos yankees, com um movimento conhecido historicamente como: "American Reaction". Em síntese, os norte-americanos foram arrebatados por uma enorme gama de bandas de Rock britânicas, com The Beatles em sua dianteira, e esse fenômeno foi tão avassalador que recebeu o nome  de "invasão britânica".
De uma forma muita rápida, tais artistas europeus invadiriam o espaço midiático de uma forma grandiosa, ao ponto de ditar moda, não apenas na questão musical, mas em termos de mudanças socio-comportamentais, vide a questão do uso dos cabelos longos pelos rapazes e também pelo fato do sotaque britânico, que tornou-se uma moda, verdadeiramente a notar-se. 

E por conseguinte, os norte-americanos, contra-atacaram, ao fomentar uma cena com bandas genuinamente yankees, nos mesmos moldes musicais e no visual de seus artistas, ao buscar a devida reação dentro do mercado e esse movimento ficou chamado como, "a reação americana" ("American Reaction"), como uma forma para brincar-se com o conceito de uma guerra declarada entre artistas britânicos e norte-americanos, porém, na verdade, quem ganhou foi o público Rocker, mediante a constatação dessa avalanche sonora, repleta com artistas de primeira qualidade, vindos de todos os lados.


É nesse contexto que o filme, "That Thing You Do" atua, ao retratar a ascensão e decadência de uma banda fictícia, presumivelmente oriunda da cidade de Erie, no estado da Pennsylvania, chamada: "The Wonders" (daí que no Brasil o filme ficou conhecido como, "The Wonders - O Sonho Não Acabou"). Com roteiro e direção do famoso ator, Tom Hanks, o filme mostra esse ambiente norte-americano e borbulhante, entre 1963 e 1964, através da emergente carreira da banda: The Wonders.

Originariamente chamada como: "The Oneders", um confuso e dúbio trocadilho (certamente uma alusão aos Beatles, que também adulteraram a palavra: "Beetle", para criar o neologismo "Beatles"). Tal banda apresentava-se em pequenas casas noturnas e festivais colegiais insípidos, apenas, em sua cidadezinha interiorana quando às vésperas de um festival mais importante, sofre um revés.
Com um braço quebrado, o seu baterista original (Chad, interpretado por Giovanni Ribisi), impossibilita-se para atuar em tal compromisso  e dessa forma, os demais componentes convidam um substituto às pressas, chamado : Guy "Shades" Patterson (interpretado por Tom Everett Scott). Entretanto, o destino muda a vida da banda, quando durante o festival, o novo baterista imprime um andamento acelerado e muda a batida da outrora balada insossa, "That Thing You Do", e por ter transformado o arranjo da música por pura distração de sua parte, assim confere-lhe, sem querer, um clima empolgante para a canção, ao estilo "bubblegum", a la The Beatles, portanto, a arrebatar a plateia, de uma forma instantânea.

Com esse sucesso repentino, eis que a banda passa a tocar em lugares melhores, e dessa forma, logo consegue atrair um empresário local ( Phil Horace, interpretado por Chris Ellis), que, graças aos seus pequenos contatos, coloca-os em situações mais vantajosas, inclusive ao tomar a dianteira para produzir um "single", ainda que este fosse mal gravado, mas que faz enorme sucesso local. Dessa forma, a banda chama a atenção de um empresário com maior porte gerencial, que os contrata e coloca-os a seguir, em um ritmo sob ascensão rápida e segura. 

Esse tal empresário mais portentoso, é Mr. White (interpretado pelo próprio diretor, Tom Hanks, que acumulou várias funções na produção desse filme), nitidamente inspirado no mítico empresário dos Beatles, Brian Epstein. É muito interessante notar a composição desta personagem por Hanks, nesse sentido, com os seus trejeitos. Impressiona a maneira com a qual ele cobra posturas da banda nos diversos aspectos para gerenciar-se uma carreira artística, tais como: no trajar; no modo em portar-se publicamente; conceder entrevistas, e lidar com todas as situações inerentes a um artista de uma forma geral.
E na elaboração do roteiro, Hanks teve muita felicidade, pois alinhavou diversas situações engraçadas para garantir o aspecto do humor  em algumas cenas e outras nem tanto, mas reais (o despreparo dos garotos interioranos para fazer sucesso maciço, por exemplo), que trouxe diversas matizes sobre os bastidores de uma banda emergente, naquele cenário da época.

Nesse contexto, a cena em que os rapazes ouvem pela primeira vez a sua música a tocar em uma emissora de rádio local,  é belíssima. A emoção prosaica da parte dos rapazes em meio a esse feito inédito para a banda, emociona. 

Nesse ponto, começam as excursões extenuantes pelo interior, a tocar com outros artistas do elenco da mesma gravadora e a ascensão contínua e segura da banda, e a ascensão contínua e segura da banda é exibida. 

Ocorre até mesmo o convite para a banda participar de um filme (eis uma ótima alusão àquela safra de filmes ambientados nas praias californianas na década de sessenta, e que fez a fama de alguns atores, como: Anette Funicello; Sandra Dee e Frankie Avalon, por exemplo, e onde sempre houve cenas musicais desse tipo, com bandas de Rock, reais). 

Tal filme fictício chamar-se-ia "Weekend at Party Pier". É engraçada a cena a mostrar os rapazes a filmar, como uma banda, certamente, mas a usar instrumentos diferentes, incluso saxofone, por ser uma mera dublagem e por conta disso, observar-se o expediente adotado para filmar-se cenas dramatúrgicas com diálogos travados em meio a números musicais. Neste caso, o expediente técnico que era usado nesses filmes sessentistas, é revelado aqui, pois o diretor manda cortar o áudio da música e as pessoas que estão a dançar como figurantes, não param com a dança, r no silêncio observado  no set de filmagem, os atores os atores protagonistas travam os necessários diálogos. Na edição final, logicamente, a música era inserida, mas como background ("BG"), colocada abaixo das vozes dos atores.

No caso desta cena, os componentes do The Wonders são mostrados a estar contrariados com tal pantomima e certamente que esse sentimento esse deve ter sido uma constante em bandas reais dos anos sessenta que participaram de filmes dessa natureza e foram muitas, aliás, incluso um pessoal de alto calibre, casos de: The Beach Boys, Stevie Wonder, Dick Dale and The Del Tones, The Animals e outras tantas.

E destaca-se a cena também em que os rapazes são encaminhados para que fosse possível apresentar-se em um programa de TV com repercussão nacional, que os catapulta à condição de sucesso total na América (alusão ao Ed Sullivan Show). Trata-se do programa: The Hollywood Television Showcase. É muito bem feita tal cena, a reproduzir com bastante veracidade programas dessa natureza, notadamente o de Ed Sullivan na vida real. 

A banda a tocar em um cenário ultra anos sessenta é muito emocionante. Mostra-se interessante por ser sintomático, mas também para garantir os conflitos amorosos, a perspectiva de cada integrante do grupo a ser destacada individualmente, mediante enquadramentos comandados pela edição do tal programa televisivo, e assim, quando exibe-se a figura de Jimmy, coloca-se caracteres a afirmar que ele estarias comprometido e que as fãs conformem-se com tal situação (isso de fato ocorreu com John Lennon, no programa Ed Sullivan). 

A meiga, Faye, que assiste da plateia, mas a olhar também por um monitor, emociona-se; porém ao chegar ao camarim, é destratada pelo seu rude namorado, ao dar também, subliminarmente, uma esperança para Guy, que começara a notar a doçura de Faye e não conformava-se com a maneira pela qual ela era tratada pelo grosseiro e arrogante, Jimmy.

É bonito ver a música de trabalho do grupo, a subir nos "charts" (paradas de sucesso), onde lê-se o seu nome misturado aos grandes artistas reais da época, como The Beatles e The Rolling Stones, por exemplo, entre outros. Todavia, existe os conflitos também, é claro.
O guitarrista/vocalista, James "Jimmy" Mattingly II (interpretado por Johnathon Schaech), é temperamental e arrogante por natureza. Por demonstrar arvorar-se em ser o compositor da maioria das canções da banda, almeja com tal tipo de postura, requerer os louros da vitória apenas para si próprio. Além dessa relação em tom de empáfia que mantém veladamente com os seus colegas de banda, ele despreza abertamente o amor de sua linda namorada, Faye Dolan (Liv Tyler, que mostra-se deslumbrante como uma moça de 1964, devo frisar), que por sua vez, torna-se produtora da banda, e braço direito de Mr. White. 

O baixista "T.B. Player" (sem nome definido no filme, apenas conhecido por esse apelido, que significa "o baixista", interpretado por Ethan Embry), não tem firmeza de propósitos e sob uma maneira infantil, deixa a banda no auge da ascensão, para alistar-se no exército, a realizar um sonho antigo seu.

O guitarrista solo da banda, Leonard "Lenny" Haize ( Steve Zahn), fica embriagado e casa-se, na calada da noite, em Las Vegas, com uma namorada ao estilo: "One Nighter". 

Ainda a tentar salvar o seu investimento, o empresário, Mr. White contrata um novo baixista (Scott "Wolfman" Pell, interpretado por Larry Antonino), mas a banda já não suporta os seus problemas internos e inteiramente decorrentes da imaturidade de seus membros originais, implode.
A vida é assim mesmo, pois é muito difícil para qualquer artista ter a sorte em encontrar uma porta aberta, e muito mais difícil para qualquer artista ter a sorte de encontrar uma porta aberta, e muito mais difícil ainda, é manter-se dentro desse seleto hall dos que alcançam o sucesso. 

Pragmático ao extremo, Mr. White não demonstrando entanto, nenhuma preocupação com essa derrocada da banda, vencida pela sua própria inexperiência, pois ele simplesmente enxergara a banda como costumava visualizar qualquer outro artista, ou seja, como um mero produto a ser explorado até a sua última gota , diga-se de passagem. Portanto, tal qual um bagaço de laranja que não contém mais nenhuma gota a oferecer de seu sumo, ele simplesmente jogou-a no lixo e voltou a sua atenção para novas laranjas que poderia descascar e espremer. 
Ou seja, uma visão bastante realista de como funcionava a mentalidade dos empresários que operavam o chamado, "show business", naquela época e digo com pesar, esse malfeito da parte desses senhores, não mudou nos anos e décadas posteriores e pelo contrário, piorou muito, lastimavelmente.

Cabe acrescentar que há um destaque para o personagem do baterista, Guy Patterson (interpretado por Tom Everett Scott). Primeiro pelo fato dele ter substituído o baterista original por um mero golpe fortuito, em face do acidente ocorrido com o baterista original da banda. 

Veladamente, isso poderia ser considerado como uma alusão ao fato histórico a envolver a saída abrupta de Pete Best e entrada de Ringo Starr, de imediato na formação do The Beatles. É sabido que não foi por conta de um braço quebrado ou um outro problema de saúde que Ringo substituiu, Pete nos Beatles, então, tal alusão amenizada pode ter sido uma forma delicada de citar o fato histórico.

Outro aspecto sobre Guy, é que através de seu personagem, o contraponto entre sonho e o conservadorismo é melhor explorado, visto que o seu pai não queria nem ouvir falar de outra hipótese a não ser que o seu filho prosseguisse a trabalhar com ele na loja de eletrodomésticos da família e que preparasse-se para assumir a direção, quando este, Mr. Patterson (interpretado por Holmes Osborne), aposentar-se-ia.
Outro ponto sutil, quando Mr. White assume como empresário da banda, ele resolve mudar a imagem de Guy, ao sugerir que ele use óculos escuros para impor-lhe um estilo pessoal e torná-lo diferenciado perante aos fãs, notadamente a ala feminina. E finalmente, há mais uma nuance muito interessante, explorada com tal personagem, visto que ele demonstrara um apreço ao Jazz (seria um exagero de minha parte achar tratar-se de uma alusão ao baterista, Charlie Watts, dos Rolling Stones, e que tem essa mesma característica pessoal pública e notória?).
Nesses termos, são bonitas as cenas onde demonstra essa predileção claramente, incluso uma jam-session que faz com músicos muito tarimbados e técnicos. Primeiramente ele sente-se inferior por não ter a mesma técnica e bagagem musical dos veteranos jazzistas, porém ao final, uma nova oportunidade aparece e ele grava com uma fera do gênero e denota com isso ter achado  seu nicho dentro da música. O ator, Bill Cobbs interpretou o músico de Jazz, Del Paxton.
O aspecto romântico do filme foi montado de uma forma tradicional a conter triângulos amorosos e assim a gerar-se os inevitáveis conflitos advindos por ciúmes, explícitos ou implícitos, idas & vindas mediante mal-entendidos etc. 

Primeiramente, há o namoro desigual entre Jimmy e Faye, com a moça a investir tudo na relação, sob dedicação incondicional & carinho e o rapaz, pelo contrário, mostrar-se frio e arrogante para com ela. Guy namora a bela, Tina Powers (interpretada por Charlize Teron) e os papéis invertem-se, com o rapaz mais interessado e a moça, a revelar-se como uma calculista. Ela não acredita no potencial de Guy como artista e por mostrar-se ambiciosa, rompe o namoro para relacionar-se com um dentista, naturalmente considerado por ela, como alguém mais preparado para ofertar-lhe um futuro social mais seguro. Ao final do filme, portanto, os iguais atraem-se, pois definitivamente, Guy e Faye foram feitos um para o outro, como reza o ditado popular.
Sob o ponto de vista do Rock, este filme é muito bem feito, ao retratar com fidedignidade muitos aspectos do panorama dessa fase, ali por volta de 1964, a viver-se a euforia da Beatlemania, como condutora natural da British Invasion e da American Reaction, por conseguinte. Entre muitas situações encenadas ou mencionadas em diálogos, ressalta-se a excursão  que a banda fez com outros artistas, e neste caso, é muito interessante a presença de outras vertente, notadamente os grupos vocais ao estilo "R'n'B, a oferecer um sabor musical irresistível ao filme.

Já com o sucesso da canção, "That Thing You Do" em um grau maior, é muito bonita a cena da banda a apresentar-se com destaque em uma arena, onde a direção foi sutil ao orientar os atores a adotar uma postura  mais confiante e adequada a este outro momento na carreira. Na prática, todo artista cresce, quando tem as melhores condições sonoras em termos de equipamento para trabalhar e principalmente se entra em uma rotina a observar a constância em estar em um palco.

Mesmo os que não tem bagagem técnica ou teórica sob o ponto de vista estritamente musical, tendem a melhorar pela simples repetição e assim, o filme mostrou tal sutileza. Para reforçar a parte dramatúrgica, em um show realizado em uma arena repleta por fãs, eis que segundos antes do show iniciar-se, o guitarrista, Lenny Haise (interpretado por Steve Zahn), olha para o baterista, Guy e comenta: -"Como chegamos até aqui?"
Tal frase denota a estupefação contida entre eles mesmos, pois nem em seus sonhos mais delirantes, consideraram ser possível atingir um patamar dessa monta.

O filme encerra-se com uma projeção de final feliz, pois mostra informações sobre todos da banda, em um futuro mais avançado. Jimmy formou uma outra banda (The Heardsmen), e que gerou um sucesso relativo a lançar álbuns e conter uma continuidade até o avançar dos anos setenta. T.B. Player voltou vivo da guerra do Vietnã e com uma condecoração por conta de ferimentos adquiridos em combate. Lenny tornou-se dono de cassino e hotel. E finalmente, Guy & Faye, casaram-se e abriram uma escola de música inspirada no Jazz.

"That Thing You Do" é um filme leve e delicioso para assistir-se. Retrata com muita felicidade esse período lindo da Era pré-psicodélica na América do Norte.

Dotado de um excelente figurino, direção de arte caprichada, e ótimas cenas de shows, o filme tem também um bom elenco (a bela, Charlize Theron, participa inclusive, ao interpretar a namorada do baterista, no início da história), além, é claro, da trilha sonora ser muito boa. Tom Hanks, além de ter crido o roteiro e dirigir, atuou também como ator e também compôs algumas canções da trilha, feito esse que o fez  igualar-se à Charles Chaplin, que costumava também acumular diversas funções em seus filmes.


Mesmo ao constituir-se em uma história de uma banda fictícia, "That Thing You Do" retrata de forma fidedigna o ambiente musical dessa época na América do Norte, em plena reação yankee ao sucesso avassalador das bandas britânicas, com os Beatles na sua sublime comissão de frente.

Arrolo agora mais alguns atores que participaram do filme: Obba Babatundé (como Lamarr), Alex Rocco (como Sol Siller), o músico, Chris Isaac (como Bob, um tio de Guy, que possibilita a primeira gravação bem precária da canção, "That Thing You Do"), Kevin Pollack (como Victor "Boss Vic Koss" Koslovitch), Paul Feig (disc-jóquei em uma emissora de rádio), Clint Howard (outro DJ de rádio), Robert Torti (como o cantor, Freddy Fredrickson), Chaille Percival (como a cantora, Diane Dane) e as atrizes: Kennya Ramsey, Julie Harkness e Darlene Dillinger, que interpretam as cantoras do grupo R'n'B fictício, "Chantrellines"
A repercussão popular do filme nas salas de cinema, foi muito boa. Naturalmente que as pessoas não afeitas ao universo do Rock, associaram o filme a um retrato da "época dos Beatles" e tal tipo de avaliação superficial não é exatamente descabida. No entanto, é claro que uma pessoa que tenha uma noção mais avantajada da história do Rock, haverá de perceber que há uma profundidade muito maior a ser observada.

A crítica elogiou muito e destacou o bom trabalho de Tom Hawks como diretor e de fato, foi a sua primeira incursão nesse sentido. Mais que isso, como já mencionei, ele atuou como ator e muito bem ao compor o seu personagem com muitas nuances interessantes, fruto de uma elaboração em laboratório, muito bem feita. Ele também participou da trilha sonora com composições, portanto, foi completo em seu envolvimento com esta obra.
O CD com a trilha sonora chegou a marcar presença nas paradas de sucesso dos mais vendidos, em uma posição muito honrosa para uma trilha sonora de cinema, ao ter alcançado o posto de número 21, em uma lista a demarcar os 200 discos mais vendidos.

Produção a carga de: Jonathan Demme, Gary Goetzman e Edward Saxon. Escrito e dirigido por Tom Hawks, foi lançado em outubro de 1996.

Naturalmente que o filme entrou para a cadeia da exibição televisiva entre canais abertos e a cabo e ganhou imediatamente a sua versão em DVD, com direito a relançamento a posteriori a conter extras e outros atrativos mercadológicos. Encontra-se na atualidade em mostras temáticas eventuais, promovidas em canais de TV a cabo. No YouTube, são muitos os fragmentos, mas é difícil assistir gratuitamente e na íntegra.
Resenha publicada inicialmente no Blog do Juma, em 2011.

Posteriormente, esta resenha foi publicada no livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll" em seu volume I, a partir da página 128.

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