sábado, 2 de junho de 2012

Falklands ou Malvinas ? - Por Luiz Domingues


Um arquipélago remoto, localizado ao extremo sul abaixo da linha do Equador, muito longe de tudo e perto do polo sul, formado por duas ilhas grandes e cerca de setecentas ilhas minúsculas, é alvo de uma disputa territorial ferrenha, há séculos. Dominado pelos britânicos, oficialmente desde 1833, as Ilhas Falkland são territórios de sua Majestade, a Rainha Elizabeth II e fim de discussão para os britânicos. Mas não pensam assim os argentinos que as reclamam para si, há séculos, desde a sua independência da Espanha, concretizada no século XIX.
Vamos aos fatos : realmente essas ilhas tiveram muitos visitantes europeus ao longo dos tempos. Américo Vespúcio, comandante veneziano, foi o primeiro europeu a pisar nelas, mas o processo de colonização / anexação pôs-se a mudar de domínio, várias vezes. Em princípio, espanhóis e britânicos dividiram o território entre seus respectivos reino e império. Os franceses também chegaram e detiveram um pedaço dessas terras, mas posteriormente venderam a sua parte para a Espanha.
Mas tudo isso no campo meramente territorial, pois durante séculos, as Ilhas não passavam de lugares inóspitos com poucos habitantes, nenhuma infraestrutura e poucos colonos a viver de uma parca criação de cabras; ovelhas e agricultura primitiva. Isso sem contar os anos e anos de total abandono, com nenhum "dono" a importar-se realmente com o território.
Contudo, no avançar dos tempos a disputa acirrou-se, já com a República Argentina independente, a reclamar os seus direitos territoriais. Em 1966 por exemplo, houve uma tentativa de invasão, prontamente rechaçada pelos britânicos. Mas foi em 1982 que a temperatura esquentou de vez, com a infame Guerra das Malvinas, quando o governo argentino manipulou a opinião pública, de maneira a inflamar um sentimento de patriotismo descabido em torno de uma causa sem sentido.
Para que a Argentina quer a posse das Ilhas Malvinas ? Qual o critério para julgar-se ser aquele arquipélago, seu território legítimo ? Seria a questão da proximidade geográfica ? O fato em ter governado aquelas ilhas por um breve período ao longo de treze anos (entre 1820 e 1833) ? Ora, a ocupação deu-se por força do envio de soldados mercenários e o Império Britânico estava totalmente desinteressado em dominá-lo nessa época. Quando mudou de ideia, apenas comunicou aos argentinos para retirar-se e retomou a sua posse, sem problemas. No caso da guerra de 1982, muitas vidas foram estupidamente ceifadas em torno dessa aventura insana dos militares argentinos. Atualmente (2012), a presidente Cristina Kirchner veio a público para retomar essa reclamação e o governo Britânico esboça atenção, com manobras militares na região.
Todavia, agora enfim apareceu um motivo plausível, pois o governo britânico anunciou a descoberta de jazidas petrolíferas, portanto, a cobiça material revela-se como um motivo concreto, enfim. E o que diz o povo autóctone das Falklands ? Em recentes dados revelados por institutos de pesquisa, a imensa maioria da população nem cogita deixar de ser britânica. Pelo contrário, os "Kelpers", como são conhecidos os nativos das Falklands, ironizam as pretensões dos argentinos. Fala-se inglês em todo o território, a BBC é a TV mais vista, crianças jogam futebol pelos campinhos a usar camisetas dos times mais populares da Inglaterra e a diversão maior do povo, são os pubs, típicos britânicos. Tire a sua conclusão, amigo leitor.
Matéria publicada inicialmente no Blog Planet Polêmica, em 2012.

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