O título desse livro, mais um da extensa
bibliografia do prolífico escritor, Marcelino Rodriguez, pode enganar o leitor
desavisado, ao considerar tratar-se de mais um livro produzido dentro do nicho da
“autoajuda”, esse campo minado da literatura moderna, onde tais obras e autores
podem ser classificados entre os equivocados bem intencionados e os picaretas
assumidos.
De fato, “O Primeiro Milhão de um Homem”, pode tranquilamente ser confundido com uma espécie de manual de como “vencer na vida”, bem naquele tipo de visão materialista a tratar o acúmulo de bens e os luxos supérfluos da vida fútil, como uma meta paradigmática e obrigatória para todo Ser Humano.
Todavia, por tratar-se de um escritor do quilate de Marcelino Rodriguez, é claro que não representa nada disso e assim, o título e a sua respectiva ilustração da capa frontal, mais buscam a visão crítica de tal modelo, pela via da ironia. De fato, logo no prefácio, o próprio autor deixa claro que a amálgama do livro é a posição contrária em relação ao ditame citado, ou seja, ele quer provocar no leitor, a necessidade em pensar sobre o conceito da riqueza sob um parâmetro diametralmente oposto, isto é, como uma conquista interior, exclusiva, fruto de um intenso mergulho em seu próprio Ser, à procura das chaves que levam a tal tesouro, certamente mensurado por um valor incalculável.
Então, se trata de um livro religioso ou com conotação esotérica/filosófica? Não abertamente, porém, tais ferramentas interessam, sim, ao autor e ele as usa, ainda que com muita parcimônia, é bom frisar, pois não há nenhuma intervenção dogmática, tampouco doutrinária em sua expressão.
De fato, “O Primeiro Milhão de um Homem”, pode tranquilamente ser confundido com uma espécie de manual de como “vencer na vida”, bem naquele tipo de visão materialista a tratar o acúmulo de bens e os luxos supérfluos da vida fútil, como uma meta paradigmática e obrigatória para todo Ser Humano.
Todavia, por tratar-se de um escritor do quilate de Marcelino Rodriguez, é claro que não representa nada disso e assim, o título e a sua respectiva ilustração da capa frontal, mais buscam a visão crítica de tal modelo, pela via da ironia. De fato, logo no prefácio, o próprio autor deixa claro que a amálgama do livro é a posição contrária em relação ao ditame citado, ou seja, ele quer provocar no leitor, a necessidade em pensar sobre o conceito da riqueza sob um parâmetro diametralmente oposto, isto é, como uma conquista interior, exclusiva, fruto de um intenso mergulho em seu próprio Ser, à procura das chaves que levam a tal tesouro, certamente mensurado por um valor incalculável.
Então, se trata de um livro religioso ou com conotação esotérica/filosófica? Não abertamente, porém, tais ferramentas interessam, sim, ao autor e ele as usa, ainda que com muita parcimônia, é bom frisar, pois não há nenhuma intervenção dogmática, tampouco doutrinária em sua expressão.
Marcelino é eclético como escritor, ao usar várias linguagens diferentes dentro da literatura, para expressar-se em seus livros, mas certamente que a crônica é o seu estilo principal. E assim, “O Primeiro Milhão de um Homem”, traz ao leitor, mais uma bela compilação com crônicas curtas (misturadas a alguns poemas, também), sendo preciso em seus recados, duro em algumas colocações, mas sem perder a ternura jamais, pois há em seu bojo, muita candura, através de algumas reminiscências que evocam a infância, a vida cotidiana e prosaica das pessoas simples, e até uma dose de erotismo em contrapartida com o seu clássico inconformismo com a política educacional e cultural dos governantes brasileiros, uma briga ferrenha com a qual ele empenha-se em enfrentar, através de seus livros, e depoimentos em entrevistas por diversos veículos da mídia, nos quais participa, costumeiramente.
Portanto, de crônica em crônica, Marcelino dá os seus recados concisos, sob o formato de pequenas gotas, não aforismos propriamente ditos, mas por lampejos, que justificam a ideia por ele mesmo propagada, a dar conta de que ler (e prestar atenção no que se lê), é o fundamento para um povo sair da sua miséria terceiro-mundista indecente e achar, de fato, o seu “primeiro milhão na vida”. Eis alguns trechos significativos entre as diversas crônicas publicadas nesse livro:
Em “A certeza dentro do Frio”, ele diz pelo enfoque
de uma personagem que leu um de seus livros anteriores: “Lê-lo foi um
alento... o único momento, naquela semana, onde suas palavras me tiravam de
mim, transportando-me para o mundo invisível das buscas eternas. Com as
palavras dela, saio de gelo do inferno e sinto que é verdade: o poeta deu
certo”.
“A Praia da Consciência” traz outro recado direto:
“Deveríamos ser para os outros, um universo acolhedor. Deveríamos ser amigos. O
que conseguimos, de forma muito tímida, quase uma ilusão, é sermos conhecidos
de rosto. Nada mais, no essencial, somos invisíveis. Comunicação verdadeira
acontece somente entre corações abertos e cultura tem muito a ver com
reverência”.
Crítico das relações sociais efêmeras construídas através
das Redes Sociais da Internet, em “Dos Amores Virtuais”, Marcelino criou esse
conceito: “Não existe felicidade nenhuma no egoísmo. A felicidade suprema está
em dar amor, mais ainda do que receber”.
Tanto discute-se a dicotomia entra razão e emoção,
e nesse contexto, Marcelino vem com essa, em “Razão e Sentimento”: “A razão não
vê o buraco negro da alma, nem o coração que chora o filho morto, o amor traído”...
Livro com apenas 78 páginas, é curto em extensão, mas rico em ideias, a prender a atenção do leitor, pela diversidade de temas expressos, mediante alguns momentos lúdicos, até, mas é preciso ficar atento às chaves propostas pelo autor e elas existem, praticamente em todas as crônicas ali encontradas.
Para conhecer a bibliografia e ideias do autor,
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