sexta-feira, 25 de março de 2022

CD Contra o Tempo/Osso Duro de Roer - Por Luiz Domingues

Perseverança é uma qualidade que define bem a trajetória da banda de Rock “Osso Duro de Roer” e tanto é assim, que o nome do grupo foi criado exatamente para exaltar tal qualidade que ostenta, ou seja, os seus componentes se orgulham de praticarem o Rock sem concessões, alheios aos modismos e às demandas comerciais impostas por quem controla os movimentos da música dentro da mídia mainstream, do meio empresarial e o que sobrou da moribunda indústria fonográfica.

Oriunda da cidade de Cravinhos, no interior de São Paulo, esse grupo de Rock já detém uma história construída com muita luta e sempre a demonstrar a sua fidelidade ao Rock como um trunfo admirável, mas vai além, ao demonstrar muita qualidade artística. Fundado no início dos anos 2000, lançou um primeiro álbum homônimo em 2008, a seguir, um single em 2019 e outros dois, em 2020 e 2021, respectivamente, todos com apoio de clips especialmente produzidos para a Internet. 

Recentemente (dezembro de 2021), a banda lançou o CD “Contra o Tempo” e neste trabalho, segue na linha do Rock’n’ Roll visceral e aberto ao uso de outras vertentes derivadas com desenvoltura. Portanto, o som da banda trabalha bem com o Hard-Rock clássico de viés setentista e também com as suas modernizações posteriores mediante ecos oitenta-noventistas bem nítidos em sua obra.

A capa desse álbum optou pela simplicidade ao mostrar a foto dos componentes da banda a posar em uma ambiente ferroviário a conter os trilhos de um trem, portanto a denotar um simbolismo interessante sobre trajetória, objetivo, meta etc.

Sobre as faixas que compõe esse trabalho, acrescento mais algumas observações:

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=b83rdNRaqhA

A primeira faixa do disco é: “Contra o Tempo”, música que dá título ao álbum. É interessante o uso do efeito incidental da sonoplastia logo na introdução a apresentar o “tic-tac” de um velho despertador e a seguir, o badalar do sino de uma igreja a demarcar de fato a marcação do tempo. O riff que compõe a construção da canção é pesado, bem naquela predisposição do Hard-Rock com acentuada influência setentista.

Em relação à letra, a proposta é fazer uma reflexão sobre como o fator do tempo impacta a vida das pessoas sob diversos aspectos. Veja abaixo um trecho:

A Vida passa como uma estrada/E muito rápido, não vejo nada/A vida passa entre os seus dedos/Sem minhas memórias eu tenho medo

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=Vwwm5YPXWtQ

Em Frente” começa com o som do baixo a se revelar peso-pesado, mediante um registro médio-grave anasalado que lhe deu muita contundência sonora. É muito bom o riff proposto pela guitarra, assim como a linha de bateria, precisa e executada por acentos rítmicos interessantes.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=HTy8Kq6n2Xw

Estrada da Cura” tem uma linha em torno do Hard-Rock que lembra bem o estilo do grupo de Rock paulistano, Golpe de Estado, ou seja, a mostrar uma linha melódica Pop em meio à base mais pesada, a estabelecer uma junção interessante nesse sentido. E também por conta da letra com aquele tipo de comunicação bem direta a fazer uso da linguagem coloquial e dessa forma, a cativar de imediato a plateia.

É interessante uma série de convenções ao final, bem setentistas em sua formulação e a denotar uma interação de banda a atuar ao vivo, isto é, a soar com a veracidade e crueza (no bom sentido), real do Rock.

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=bxpT4Ox1RwM

"Fúria” vem a seguir e possui mais uma vez o peso Hard-Rock, porém desta feita a fazer uso de um andamento mais lento e assim demonstrar uma densidade muito grande.

Em sua letra, há uma interessante reflexão sobre a questão da “fúria” em si, todavia, a enxergar um aspecto positivo diante de algo supostamente negativo, no sentido de que a raiva traz também em seu bojo a força para provocar o poder de reação de uma pessoa e assim a tirá-la da apatia por conseguinte.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=e3i7Zz_jN58

Longe de Casa” é a quinta faixa do disco e mostra uma introdução com a guitarra a pontuar um riff mediante o uso de timbre mais limpo e com tal fator a denotar uma influência mais oitentista em sua essência, ao lembrar o som de algumas bandas nacionais oriundas dessa década.

O refrão é melódico e a ideia de uma segunda voz mais grave no duo vocal foi um recurso inteligente que ajudou a realçá-lo. O solo de guitarra se mostra sucinto, porém bastante eficiente. Ao final, a linha melódica com sentido onomatopaico é um bom recurso para propor a interação do público nos shows da banda, certamente.

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=R0nWHzjQXfE

O Castelo” começa com uma boa linha de baixo em 6/8, bem seguida pela bateria. Com a entrada da guitarra, o som fica muito parecido com o estilo do “Ufo”, banda britânica setentista, mas claro, que o leitor interprete tal comparação como uma mera impressão pessoal minha, pois talvez não tenha sido essa a referência pela qual os componentes do "Osso Duro de Roer” buscaram para compor esse tema.

A música se encerra com a volta à linha da introdução, ao propor o sentido de uma suíte que volta ao ponto de partida, ou seja, uma boa ideia de arranjo.

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=rdkDKAgqxSA

Um Pouco de Discernimento” tem uma linha Blues-Rock muito boa na sua formulação de Riff. Toda a construção da melodia é feita a aproveitar as brechas da divisão rítmica, o que tornou tal construção de composição, muito rica.

Mostra-se excelente o solo de guitarra com o uso de efeito Wah-Wah e o refrão com os backing vocals a reforçar o canto, ficou muito bom ao provocar a interação do ouvinte de uma forma natural.

A proposta da letra, como sugere o título da música, é uma reflexão sobre os propósitos da vida, sem, no entanto, mergulhar em um tipo de discussão mais pesada que provoque a dispersão natural que um tipo de tema dessa magnitude provocaria em uma sala de aula, ou seja, o recado é mais coloquial, bem mais, aliás.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=1vi91TV9YDU

Apenas mais uma Música” fecha o disco com mais um Hard-Rock bem construído em torno de um riff forte e convenções bem concatenadas.

Neste caso, a proposta foi montar uma ode à música de uma forma ampla, a denotar ser uma ferramenta para tornar a vida melhor, em todos os sentidos. Veja um trecho para entender melhor o que eu observei nesse sentido:

A Música é a Vida/Pra ser vivida, pra ser ouvida/A vida vamos tocando/Reverberando, nunca desafinando

Ao final do tema, mais uma vez a sonoplastia foi usada ao inserir diversos diálogos sobrepostos a gerar um murmúrio sonoro generalizado, mas eis que sobressai uma voz inteligível a dizer: -“a gente só fala bobeira”, ou seja, certamente a se tratar de uma brincadeira interna da banda e cuja captação deve ter sido feito a esmo em algum momento da gravação do disco, dentro do estúdio.

Gostei da informalidade dessa brincadeira, mas me permito discordar, e neste caso também a usar o bom humor, no sentido de que a banda fala sobre temas relevantes em suas letras, ainda que de forma coloquial e bem leve, certamente.

Em suma, o CD “Contra o Tempo” do grupo de Rock, “Osso Duro de Roer” mostra qualidade sonora, criatividade nas composições e arranjos, mediante qualidade artística assegurada.

Esse álbum está disponível para a audição em diversas plataformas streaming e uma tiragem do CD físico também foi lançada, simultaneamente.

Veja o clip da música “Contra o Tempo”, produzido por Matheus Carniel (Folk Filmes) e lançado em 2020.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=y_fvAEJI4kY

Formação do Osso Duro de Roer:

Lucas Vercezi: Voz

Heltinho Cabral: Guitarra

Rodrigo Dente: Baixo

Eduardo Sajouro: Bateria

Gravada e mixada no Under Estúdios de Ribeirão Preto-SP

Técnico de áudio (captura, mixagem e masterização): Romulo Felício

Capa: criação e lay-out por Felipe Barreto

Fotos: Felipe Barreto

Lançamento em dezembro de 2021

Para conhecer melhor o trabalho do Osso Duro de Roer, acesse:

Facebook:

https://www.facebook.com/bandaossoduroderoer/

Instagram:

https://www.instagram.com/bandaossoduro/

TikTok:

https://vm.tiktok.com/ZMRes7NMT/

Spotify:

https://open.spotify.com/artist/5MHx7h5kAOJSPSJ6klSHf4

Deezer:

https://www.deezer.com/br/artist/70052252

Apple Music:

https://music.apple.com/us/artist/osso-duro-de-roer/1474475226

Amazon:

https://www.amazon.com/Osso-Duro-Roer/dp/B07VCX73Q5/ref=sr_1_3?dchild=1&keywords=Osso+Duro+de+Roer&qid=1631235387&s=dmusic&search-type=ss&sr=1-3

Contato direto com a banda:

helton.cabral@hotmail.com


quinta-feira, 10 de março de 2022

CD Acorda Pra Vida/Nectar Brasil - Por Luiz Domingues

O CD Acorda Pra Vida" do grupo de Rock, Nectar Brasil, chegou às minhas mãos já faz bastante tempo, no entanto, antes tarde do que nunca, eis que no limiar de 2022, quando escrevi estas linhas, eu pude enfim debruçar-me sobe o disco e avaliar com maior profundidade a obra desse Power-Trio baiano.

Antes de mais nada, é preciso salientar que o trio traz como influência não apenas o Rock em sua formação primordial, mas há espaço também para o Reggae em dose maciça, todavia, a raiz do Blues se faz presente com uma sutil participação. Melhor ainda, o Folk abre espaço para que os rapazes coloquem na mesa também a riqueza cultural das tradições nordestinas, múltiplas por natureza, da literatura de cordel do alto sertão à baianidade em específico, que é tão peculiar por si só.

O toque moderno se faz presente pela sonoridade do Indie-Rock internacional e certamente que o som do Rock do Mangue, tipicamente noventista, também se destaca.

No tocante às letras, os rapazes gostam do recado direto em sua forma de se expressar, influência não declarada, mas detectável, ainda que seja uma mera impressão de minha parte, do Hip Hop urbano, ou seja, a voz da periferia que não tem papas na língua.

Sobre a questão do áudio desse álbum que eles lançaram no já distante ano de 2012 (incrível como o tempo voa!), a qualidade é inquestionável, haja vista que gravaram no então prestigiado estúdio “Coaxo do Sapo”, na Bahia, cujo proprietário era ninguém menos que Guilherme Arantes, e assim, sob a batuta de seu filho, o competente, Pedro Arantes e de Gabriel Martini (Alê Siqueira também teve uma participação técnica importante), o trabalho do Nectar Brasil foi valorizado sobremaneira.

Sobre a capa, a parcimônia do aparato gráfico vai de encontro ao discurso de humildade dos artistas, quando no seu release de apresentação, deixam claro que não são pretensiosos ao projetarem a sua própria trajetória na música, o que denota mais do que humildade, mas uma visão realista sobre como funciona a engrenagem do show business e a deixar claro que a sua arte não está à venda.

Portanto, eles optaram por um tipo de capa bem simples, no padrão envelope, a conter apenas capa e contracapa, sem encarte. A ilustração frontal mostra uma formação rochosa amarelada e um dos componentes da banda a observar a paisagem mediante uma cratera dessa mesma formação e pelo seu gestual a insinuar o desalento do homem em relação à condução da vida em sociedade, portanto, a se tratar de uma atitude simbólica, e bem forte, a demarcar uma posição de cunho sócio-comportamental e cultural com contundência. Nesses termos, o nome do disco, “Acorda Pra Vida” ganha força no sentido de se provar como uma chamada incisiva na forma de um alerta generalizado.

E como ilustração de contracapa, vemos que os três integrantes aparecem a contemplar o horizonte, no cume dessa formação rochosa, sob um tratamento fotográfico mais realista, digamos, mas sutilmente metafórico, igualmente. E no label do disco, a opção foi pela utilização de parte da ilustração frontal, o que no silk do disco, se tornou uma imagem bastante emblemática.

Sobre as canções apresentadas no bojo do álbum, eu destaco mais alguns detalhes. 

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=jf5kOAsSUm0

O disco abre com a música: “Dengue de Brasília”, que tem um riff forte e bem típico de Hard-Rock em seu início, mas logo a música adota uma diferente feição ao trazer uma estética Indie-Rock e com a melodia bastante agressiva ao adotar uma verborragia a misturar o Rap moderno e urbano com o formato dos repentistas nordestinos de outrora e sob um teor de letra com forte abordagem em tom de crítica social contundente.

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=HAUvbREdzns

Feira de São Joaquim” tem uma interessante simbiose entre o Blues-Rock e o Reggae. É bastante interessante como a banda se mostra concisa, sem muito "overdubbing" ao optar por soar como se estivesse a tocar ao vivo, sem muitos complementos e assim, mostrar uma firmeza bastante verdadeira. E com uma produção de áudio desse porte, tudo soa de uma forma muito boa, o que valorizou em demasia o trabalho dos músicos.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ZSLd6IGC3AE

Água Podre” lembra um pouco o som Grunge dos anos noventa em seu início, mas logo vem a roupagem Reggae tradicional para dar encaminhamento à parte cantada. No refrão, a banda volta a buscar o som mais voltado ao Rock com tal pegada noventista. Mostra-se bem interessante o solo de guitarra com um criativo uso do pedal Wah-Wah.

Na parte da letra, a preocupação com o desmando que acarreta prejuízo à ecologia, se faz presente, veja um verso nesse sentido:

Está caindo água podre dentro d’água do mar/o mundo sobe o mundo desce/e ninguém sabe o que vai dar/caranguejo não tem paz/ peixe também não tem/Amanhã é outro dia/e não se sabe o que é bem 

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=xxB81RZ1u7U

Caminhos” é uma boa balada, com instrumental caprichado. Gostei bastante dos efeitos usados na guitarra, notadamente a caixa Leslie muito bem ajustada, a lembrar bastante uma abordagem setentista em sua timbragem.

Um melódico solo de baixo surge para ornar bem o interlúdio antes que a melodia prossiga para mais versos serem cantados.

A condução do violão tem um trabalho muito importante, sem dúvida, valorizado pelo belo timbre obtido. Eis que um solo de guitarra bastante emotivo surge ao final para fechar muito bem a canção.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=W1iQcJQz7zY

Na Cabeça do Mangue” é como sugere o seu título, isto é, uma evocação ao som Mangue Beat. Mostra-se bem tocada e os efeitos sonoros de apoio foram bem colocados para lhe garantir um exotismo extra. 

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=cRePMAhZUZk

Tapa na “Ôreia” é a sexta faixa do álbum, com uma levada “Ska” bastante oitentista, a la Paralamas do Sucesso, mas tende a soar como o som dos Titãs em suas partes mais agressivas a sugerir o Punk-Rock, ou seja, a canção é bem oitentista em sua essência ao misturar tais tendências e principalmente pelas timbragens sugeridas a acentuar tal intenção, eu acredito.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=LB7mfsOn6bA

Eu Vi Você” é um Reggae clássico em sua constituição a buscar o grave ao estilo Dub no baixo, que aos fãs do gênero naturalmente pode ser interpretado como um convite automático para a dança.

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=WPpwKJd2cLQ

A oitava faixa, “Não se Esconda’ tem traço Reggae igualmente, mas a banda ousa ao introduzir certos elementos não exatamente normais nesse estilo, ao menos em sua parte inicial, ao usar um tipo de sonoridade um tanto quanto dissonante.

Todavia, ao longo da canção, a banda opta pela condução tradicional ao soar acentuadamente como um som Pop radiofônico nesse caso.

Negra”, a nona canção, vem a seguir. Trata-se de mais uma canção orientada pelo Reggae, desta feita sob um andamento mais lento. É interessante o solo melódico exercido pela guitarra.

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=wUfBf_9mL7s

A última faixa do disco apresenta a canção homônima ao título do álbum (“Acorda Pra Vida”) e se trata de uma versão ao vivo. Deduzo ter havido um músico de apoio nesse sentido, pois há duas guitarras em curso e ao se configurar ao vivo, a não ser que uma guitarra tenha sido disparada como produto de um áudio pré-gravado, alguém deu apoio para que houvesse solo e base simultaneamente, enfim.

Em suma, o álbum é muito bem produzido, a banda é boa, a sua proposta é consistente e vale a pena conhecer o trabalho desses artistas baianos.

Agradeço ao amigo, Kico Stone, pela indicação da banda e por enviar-me uma cópia desse álbum.

Formação do Néctar Brasil neste disco:

Cerqueira: Guitarra e Voz

Ademir: Baixo

Bateria: Keléu

Gravado no estúdio Coaxo do Sapo na Bahia

Captura, mixagem e masterização: Gabriel Martini e Pedro Arantes

Capa e encarte – Criação e lay-out: Juliano Jacob

Fotos: Kaya Verruno 

Produção de Gabriel Martini e Pedro Arantes

Para conhecer melhor o trabalho do Néctar Brasil, acesse:

Bandcamp:

https://coaxodosapo.bandcamp.com/album/acorda-pra-vida

Facebook:

https://www.facebook.com/NectarBrasil

YouTube (O álbum na integra):

https://www.youtube.com/watch?v=s0elzc7Snu4

Onerpm:

https://classic.onerpm.com/artist/music?artist_id=580155&preview=

Spotify:

https://open.spotify.com/artist/0RCLXzU5dzGW0XVPgAduV9

Contato direto com a banda:

Antonioguitar76@hotmail.com