Parecia ser
uma receita infalível: músicas dos Beatles a embalar um libreto para narrar
uma história em tom de conto infantil, e a contar com astros Pop do momento,
tais como Peter Frampton e o trio inglês/australiano, Bee Gees e para
completar um elenco de apoio a conter atores e comediantes famosos da TV e mais
alguns Rock Stars notórios. Perfeito, deve ter pensado o produtor musical/teatral e cinematográfico, Robert Stigwood ao selar o acordo com os estúdios
hollywoodianos e captar o recurso para filmar uma obra chamada: “Sgtº Pepper’s
Lonely Hearts Club Band”, nos idos de 1977 e lançá-lo com bastante promoção em
1978.
E para
reforçar tal euforia em torno da esperança de que este deveria ser um grande
estouro de bilheteria e quiçá almejar prêmios importantes, e por quê não (?), o
próprio Oscar, eis que Stigwood também deve ter ponderado que o recente êxito
que obtivera ao produzir o famoso filme: “Saturday Night Fever” (o famigerado:
“Os Embalos de Sábado a Noite”), ao consagrar o ator, John Travolta e a sua
dancinha Disco, alavancaria ainda mais essa outra empreitada.
Não foi por acaso
que escalou-se o trio dos irmãos Gibb, o grupo Pop, Bee Gees, para atuar como
atores em “Sgtº Peppers”, pela evidente observação de que tais artistas haviam
estourado com a trilha do filme de John Travolta, recentemente (mais uma vez, na verdade, visto que tal banda já detinha uma carreira longeva e vitoriosa na música).
Peter
Frampton, por sua vez, foi um artista com grande bagagem no Rock britânico por
ter atuado em duas bandas, o “Herd” e o “Humble Pie”. Tudo bem, o Herd foi uma
banda direcionada para adolescentes (mas longe de ser ruim, isso eu atesto) e o
Humble Pie, dispensa maiores apresentações, visto ter sido um dos maiores
baluartes do Blues-Rock britânico, entre o final dos anos sessenta, até meados
dos setenta. A sua carreira solo também iniciara-se nesse campo, mas em
surpreendente virada, quando lançou o álbum: “Frampton Comes Alive”, Peter
mudou de patamar ao tornar-se um fenômeno Pop, a lotar estádios de futebol. O
seu som, mostrava-se igualmente sensacional, apesar do forte apelo popular e o
Bee Gees, igualmente, apesar da trilha melosa e muito comercial do filme de
John Travolta, tinha uma história respeitável, desde os anos sessenta.
Portanto, ao
juntar artistas que estavam na crista da onda nesse início de segunda metade
dos anos setenta, mas que também desfrutavam de respeito do público mais
Rocker, Stigwood igualmente deve ter elucubrado que uniria nichos diferenciados
do público, isso sem contar com a obviedade de usar as músicas dos Beatles como
argamassa da história, portanto, em sua avaliação, o sucesso seria estrondoso.
Para
completar, o roteiro buscou inspiração nas histórias infantis, a usar o recurso
do realismo fantástico, como se estivesse a produzir algo como, “A Fantástica
Fábrica de Chocolate” (“Willie Wonka and the Chocolate Factory”), misturado com
a loucura explícita dos filmes do diretor, Ken Russell (Stigwood foi produtor
de Tommy”, não por acaso, um dos maiores delírios oníricos de Russell). E houve
ainda o apelo ao humor, nas figuras de comediantes a atuar, tais como : George
Burns e Steve Martin; vilões como Donald Pleasence e Frankie Howerd e uma
mocinha bem sem graça, na figura de Sandy Farina. Para completar, astros reais do
Rock e entre eles: Alice Cooper; Aerosmith; Paul Nicholas e o mega tecladista, Billy
Preston, atuam como atores a cantar e tocar, igualmente, além da super banda
Funk / Soul, “Earth/Wind and Fire” e da cantora R’n’B, Diane Strainberg.
Mediante o
aproveitamento de muitos ingredientes bons reunidos, seria apenas filmar,
lançar e contabilizar os lucros, certo? Todavia, não foi o que ocorreu, pois o
filme redundou em retumbante desastre, não apenas pelo ponto de vista artístico
mas também em termos comerciais. Por que isso ocorreu? Bem, por múltiplos
fatores, eu diria. Primeiro pelo roteiro em si, que adocicou em demasia a
história a torná-la tão infantil ao ponto de tornar-se constrangedora, visto
que apesar dessa aparência generalizada, não fora dirigida ao público infantil,
portanto, um grave erro de avaliação, visto que fatalmente as crianças não
gostariam dessa obra; os jovens não identificar-se-iam e o público Rocker, pior
ainda, execrariam tal película ao ponto de considerá-la uma afronta à memória
dos Beatles.
Segundo erro
crasso, faltou uma leitura mais apurada sobre o “momentum” da parte de
Stigwood, fator imperdoável ao meu ver, visto que ele deveria ter notado que nessa
fase, entre 1977 e 1978, evocar o Rock sessentista estava na ordem do dia para gerar-se
o efeito contrário do que ele desejou provocar, pois graças ao Movimento Punk
que viveu o seu grande apogeu em 1977, o paradigma em voga foi odiar e execrar
a Era Hippie, o Rock 1960/1970, a contracultura, cabeludos etc.
Imperdoável,
pois Stigwood apenas pensou no sucesso que experimentara com o filme, “Saturday
Night Fever” e não parou para perceber que toda aquela cultura “Disco” fora o
prenúncio do movimento “Yuppie”, ou seja, este a mostrar-se contrário ao
movimento Hippie, e nesse sentido, Travolta fora um antagonista dos Beatles em
termos culturais. Portanto, quando o mundo de 1977, polarizou-se entre o John
Travolta e Johnny Rotten, o Rock sessentista/setentista foi execrado pelo
público entusiasta de ambos ícones em voga.
Ora,
Stigwood fora empresário do “Cream”, um dos maiores ícones da história do Rock
britânico e mundial nos anos sessenta, portanto, alegar que não percebera tal
movimentação cultural que inviabilizara o Rock clássico nesse momento de 1977,
não poderia convencer ninguém, principalmente a ele mesmo, em síntese, foi um
vacilo seu em termos logísticos.
E por fim, o
filme depõe contra si mesmo, principalmente pela fragilidade da história, no
entanto, ainda mais pela absoluta falta de tarimba para atuar como atores e
ainda por cima a viver os protagonistas, no caso de Peter Frampton e os três
irmãos Gibb. As cenas em que atuam, são tão constrangedoras que provocam no
espectador a dita “vergonha alheia” e uma certa comiseração, inclusive, pois é
nítido o quanto eles sofreram para atuar. Vou além (e não quero desdenhar, pois
gosto da carreira musical real dos Bee Gees e ainda mais do Peter Frampton),
contudo, preciso registrar que se a edição final gera vergonha, imagine as
inúmeras tomadas de cena descartadas durante as filmagens. Triste.
E o pecado adicional: a
pasteurização completa do repertório dos Beatles. Como sugere o título do filme,
a história foi montada em torno do LP homônimo, mas houve um farto complemento
com canções extraídas de outros discos do quarteto britânico, tão famosos
quanto, a tratar-se de “Abbey Road”; “Revolver” e “Let It Be”. O problema, foi
que o mundo de 1977 estava com o foco no Punk-Rock aviltante que assolara a
Inglaterra ou a moda Disco, que lotava as discotheques norte-americanas e aliás,
em todo mundo, incluso o Brasil.
Stigwood estava com a sua mente focada no
sucesso dos Bee Gees em “Saturday Night Fever” e assim, os arranjos foram
calcados em tal sonoridade (ao final da resenha, eu revelo quem assinou os
arranjos), e claro, atenuados para não ficar tão acintoso, mas o suficiente para
gerar a ojeriza aos ouvidos Rockers e beatlemaníacos mais sensíveis. Nesses
termos, é claro que não é mal tocado, e pelo contrário, trata-se de uma trilha
bem produzida e executada em estúdio, contudo, desaponta e muito. A própria
Disco Music em si, tratava-se de uma degeneração da Black Music de uma maneira
geral. Ao misturar a Soul Music/R’n’B e Funk (o verdadeiro), com a ultra
pasteurização Pop e comercial, gerou-se esse ritmo derivado, mediante o uso
cafona de orquestrações. No caso dessa trilha em específico, houve uma
atenuante, como já comentei e até é possível suportar, principalmente para quem
toca ou gosta de ouvir as linhas de baixo, pois independente da Disco Music ser
comercial ao extremo, a raiz da Black Music tradicional fez com que o baixo
ganhasse destaque e assim, não posso negar que a atuação do baixista que gravou,
é muito boa.
E como uma
segunda atenuante, há por destacar-se que é claro que os Bee Gees tocam e
cantam bem: Peter Frampton, nem se fale e os demais convidados, idem, a
destacar-se Aerosmith, Paul Nicholas, Alice Cooper, Diane Strainberg, Billy
Preston e o Earth/Wind and Fire. No caso do Aerosmith, a sua versão para
“Come Togheter” ficou tão marcante que tal canção passou a figurar em seus
shows reais. Alice Cooper a interpretar, “Because”, é hilário, visto que
transformou a canção em um tema macabro, a reforçar-se com a sua interpretação como
ator, que lembrou cenas dos filmes de terror de Roger Corman. O mesmo em
relação ao Earth / Wind and Fire que interpretou : “Got to Get You Into My
Life” (esta do LP “Revolver” dos Beatles) e em seu caso, dentro da sua zona de
conforto com uma interpretação ao estilo, “Soul Music” para um tema que os
Beatles trataram da mesma forma em sua gravação original. E a atuação da
cantora, Diane Strainberg, que era uma cantora com qualidade no mundo do R’n’B
Pop norte-americano.
E sobre a
história? Bem, eis que um narrador, “Mr Kite” (personagem da canção: The
Benefit of Mr. Kite”), interpretado pelo ator, que já era bem veterano na ocasião, George
Burns, explica ao espectador que em uma cidade remota chamada, “Heartland”,
houve uma bandinha de coreto denominada: Sgtº Pepper’s Lonely Hearts Club
Band, que costumava tocar no início do século XX e alegrava a sua comunidade reunida na praça
central da localidade. Tal costume no entanto fora interrompido quando o seu
líder veio a falecer por volta de 1958 e os instrumentos foram recolhidos no
sótão e devidamente protegidos por um cata-vento que tem o formato de um músico
a tocar trompete. Tantos os instrumentos, quanto o cata-vento, conteriam “poderes
mágicos”.
Um dia, o neto desse líder musical, chamado, “Billy Shears”
(personagem recorrente, citado na canção Sgtº Pepper’s e alvo de muitas
especulações em tom de lenda urbana no universo Beatle), interpretado por Peter
Frampton, resolve reformular a banda com três amigos, os irmãos Henderson (Bob;
Mark e Bob, interpretados pelos irmãos Gibb, Barry, Robin e Maurice).
O irmão
de Billy Shears, Dougie Shears, interpretado pelo ator e cantor, Paul Nicholas,
é o empresário da banda. A banda canta os primeiros números correspondentes ao
álbum dos Beatles no coreto e o público na praça, delira.
Eis que um empresário
vilão, “BD Hoffler/ Blockhurst, os
contrata mediante promessas estratosféricas e eles vão para Los Angeles a fim
de buscar tal fama. São ludibriados mediante a sedução da parte da cantora da
banda “Diamonds”, chamada: Lucy, que
foi interpretada por Diane Strainberg (Lucy... Diamonds... faltou o Sky...), a
cantar maliciosamente a canção: “I Want You” (She’s so Heavy), e assim, entorpecidos
pela ingestão de álcool, drogas e sevícias sexuais, os rapazes assinam um
contrato leonino que obriga-os a trabalhar muito, ganhar pouco e pasmem,
cultivar o hábito do histrionismo como uma obrigação.
Para piorar
as coisas, Billy Shears deixara a sua doce namorada, “Strawberry Fields” (creio
não ser preciso explicar de onde veio a inspiração, para tal apelido
estrambótico), em “Heartland" e agora a ficar famoso, engatara namoro com a
insinuante Lucy (Diane Strainberg). Bem, não poderia faltar o triângulo amoroso
folhetinesco, óbvio.
Enquanto
isso, o vilão, “Mr. Mustard”, cujo nome é mais uma inspiração em música dos
Beatles (“Mean Mr Mustard”), naturalmente (interpretado por Frank Howerd), com
o apoio de seu assistente, Brute (interpretado por Carel Struycken), deseja
roubar os instrumentos mágicos da bandinha original, a pedido de um misterioso solicitante
identificado com a sigla : FVB. Tal personagem, Mustard, é bastante caricato, a
lembrar vilões ridículos de programas infantis toscos, ainda mais pelo uso de
efeitos, que já na época do filme eram muito ultrapassados, dignos de filmes
japoneses de ficção científica dos anos cinquenta, digamos assim.
Eis que a
namorada de Billy Shears, Strawberry Fields, alerta o seu namorado e os seus
companheiros, para que todos saiam em perseguição ao vilão, a fim de recuperar
os instrumentos. Vão parar em um consultório dentário comandado por um dentista
louco, Maxwell Edison (alusão direta à canção que ele canta: “Maxwell Silver
Hammer”), onde é até engraçada a atuação tresloucada do comediante, ainda mais
pelas lutas ridículas encenadas com o pessoal da banda, a lembrar a canastrice
infantil dos Trapalhões (com muito respeito à Didi; Dedé; Mussum &
Zacarias). E a seguir, mais engraçado ainda é ver o Alice Cooper a viver o
“Father Sun” (alusão à canção “Sun King”), líder inescrupuloso de uma seita
maluca, a cantar (na verdade a declamar), “Because”, nas circunstâncias em que
já descrevi, e essa cena praticamente salva o filme do desastre total, mas na
realidade, isso é muito pouco, infelizmente.
Bem, a
história ainda não fechou. Faltou recuperar o bumbo da bandinha de coreto e
nesse meio tempo, mais dois vilões paralelos, Dougie Sheers e Lucy, tornam-se
amantes e sócios do mal e assim, roubam o dinheiro da banda. Desolados, eles
assistem um show do Earth/Wind and Fire e a produção do palco dessa banda era
tão histriônica, normalmente na vida real, que os seus excessos no filme, nem
causam espanto em meio a tanta bobagem que esta produção preconizou. Eis que a turma
de Maurice White entra em cena a sucumbir de sarcófagos egípcios, por exemplo. O
outro vilão, Mr. Mustard reaparece e desta feita sequestra, Strawberry, por
quem apaixonara-se.
Nesta altura, se o espectador tiver menos de dez anos de
idade, estará plenamente convencido de que já assistiu filmes de aventuras,
muito melhores e se tiver mais do que isso, ficará bastante arrependido em ter
suportado assistir até aqui, mas infelizmente, vem mais idiotices até o seu
desfecho. E para um Rocker e fã dos Beatles, então, a vontade é execrar todo
mundo que envolveu-se nessa produção equivocada, porém, vou em frente para
fechar esta resenha com dignidade.
O vilão
dirige a sua van supostamente tecnológica (efeitos deveras simplórios, devo
observar, visto que mais parecem recursos usados em seriados de TV dos anos
cinquenta, bem em clima de produção classe Z), em direção à sede de seu
cliente, o misterioso FVB. Na verdade, tal sigla quer dizer: “Future Villain
Band”, e trata-se do Aerosmith a interpretar uma banda formada por bandidos.
Bem, eles cantam, “Come Togheter”, como já disse anteriormente, e o cúmulo
dessa cena é que forçam a doce, “Strawberry”, a tornar-se uma groupie da banda
e de forma sádica, amarram os componentes da banda rival, Sgtº Pepper’s,
incluso o namorado, Billy Shears, só para que sejam forçados a assistir tal
degradação da mocinha. Ridículo, em suma. Tudo acaba em uma briga homérica, que
é bastante constrangedora enquanto ação dramatúrgica e a garota morre.
Bem, derrota
total, a cidade de Heartland organiza um funeral para a moça e Billy Shears
entra em depressão total, quando chega ao ponto em que resolve dar cabo de sua
própria vida, ao pular do telhado de uma casa, Eis que a figura mágica do
trompetista em formato de cata-vento, ganha forma humana e mediante poderes
mágicos, vemos o personagem: “Magic Whater Vane” (interpretado por Billy
Preston, a cantar, “Get Back”), literalmente o cata-vento, a lançar raios
ridículos, como forma de energia poderosa ao estilo de seriados de super heróis,
mas com uma resolução visual tosca, muito longe dos filmes da Marvel dos dias
atuais (2020), portanto, mais a assemelhar-se aos seriados setentistas como:
“Wonder Woman”, “Hulk” (do Lou Ferrigno e Bill Bixby) e outros, ou seja, é
risível.
Entre outras
ações mágicas, a mocinha, Strawberry, ressuscita, Billy Sheers é salvo da morte
certa e os vilões, são todos derrotados, porém devidamente regenerados, ou
seja, mais piegas, impossível. Alegria total, a praça da cidade é tomada por
uma multidão para cantar o tema final e aí, uma surpresa boa para atenuar a
ruindade dessa produção, pois são inúmeros rostos conhecidos, alguns até
inacreditáveis. Trata-se de uma série de músicos e cantores do mundo do Rock,
Blues, Soul Music, R’n’B e até bandas inteiras representadas a tentar simular a
capa original do LP dos Beatles homônimo ao filme. Se isso foi para fazer uma
média com a comunidade Rocker, não pode ser encarado no entanto como a salvação
de um desastre, porém, apenas veio para amenizá-lo.
Finito,
filme que não agradou ninguém, certamente e pelo contrário, gerou o desconforto
para os envolvidos, na medida em que por muitos anos, dali em diante, os
obrigou a justificar por inúmeras vezes tal deslize cometido em suas
respectivas carreiras. Foi um fracasso financeiro; destruído pela crítica
cinematográfica e também pela musical. Odiado pelos fãs dos Beatles; desprezado
pelos Rockers e nem mesmo os fãs dos Bee Gees na ocasião (e não pela carreira
pregressa do trio), absorveu, visto que preferiam naturalmente muito mais
apreciar as canções que eles cantaram no filme de John Travolta.
DVD para a
aquisição, receio que só em versão internacional, sem legendas em português. Na
TV aberta, passou poucas vezes, no início dos anos 1980 e muitos anos depois,
poucas vezes nos canais da TV a cabo. Na Internet, só existe fragmentos de
cenas e uma versão integral, só encontrei uma, de origem polonesa, com imagens
provavelmente capturadas e armazenadas de uma fita VHS. É precário, portanto, e
com legendas em polonês, ou seja, é preciso entender tal idioma ou guiar-se
pelo som original em inglês.
Foi dirigido por Michael Schultz; escrito por
Henry Edwards e produzido por Robert Stigwood. Por incrível que pareça, o
produtor musical oficial dos Beatles, George Martin, assinou a produção musical
da trilha sonora deste filme, ao embasar um desatino. Pior ainda que isso, foi a
desastrada fala proferida por Robin Gibb, dos Bee Gees, que antes do filme ser
lançado, veio a público e declarou que em absoluto seria uma volta dos Beatles
com uma formação inteiramente nova, ou seja, ele perdeu uma oportunidade de
ouro para ficar quieto, mesmo que eu tenha certeza de que não o fez por mal,
contudo por ter sido ingênuo. O roteiro foi inspirado levemente por uma peça
teatral com o mesmo mote e título, que Stigwood produzira no circuito Off
Braodway, em 1974, mas certamente que no filme, exageraram; deturparam e
abusaram em todos os sentidos para tornar essa história, algo praticamente
imperdoável.
Esta resenha faz parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll", e está disponível para a leitura através de seu volume II, a partir da página 131