terça-feira, 29 de junho de 2021

CD Pevê II/Paulo "Pevê" Valério - Por Luiz Domingues

Artista genuíno de coração e alma, Paulo Valério, conhecido artisticamente como “Pevê”, lançou o seu segundo álbum. Versado pela influência nítida em torno das estéticas musicais oriundas das décadas de sessenta e setenta, Pevê é um artista que transita entre o Rock, Blues, Folk Music e a MPB, com grande desenvoltura.

Em seu primeiro disco, homônimo, ele já mostrara o seu valor ao apresentar um conjunto de boas canções e a realçar a poesia, este item a ser considerado como um valor obscurecido na música brasileira em geral nos últimos anos, todavia, o artista se coloca absolutamente coerente com as suas fontes inspiradoras já citadas e também pelo fato dele manter um forte apreço ao aspecto silvestre da vida no campo em meio à natureza e por dedução lógica, a enxergar a natureza com o olhar poético.

Nesse aspecto, através deste segundo trabalho que ele lançou, “Pevê II”, tal condição bucólica foi ainda mais realçada por conta do artista ter avançado mais ainda pelo lado Folk, a privilegiar as sonoridades amenas, sob teor acústico.

Antes de avançar sobre a resenha, fica o adendo ao leitor que para conhecer a minha impressão sobre o primeiro trabalho do Pevê, basta acessar o link abaixo:

http://luiz-domingues.blogspot.com/2018/12/cd-peve-paulo-peve-valerio-por-luiz.html

Sobre a musicalidade do álbum Pevê II, os sons dos violões se misturam à estridência típica da craviola, que remete ao cravo e a harpa em sua essência. O canto dos pássaros e a brisa que balança os galhos das arvores, garantem a paz bucólica o suficiente para que o ouvinte possa se manter com um estado de espírito propício para absorver a poesia e convenhamos, ante a vida moderna e urbana, fica cada vez mais difícil reunir condições adequadas para que tal experiência gere o impacto almejado.

Portanto, ponto positivo para a obra que tem esse poder de demarcar um cenário perfeito para o ouvinte, mesmo que ele esteja a ouvir o disco em um quarto de apartamento com vista para uma barulhenta avenida de uma cidade grande. 

Para se vivenciar tal experiência campestre, basta acender um incenso, colocar o CD para tocar e fechar os olhos, que a música vai  levar o ouvinte para essa realidade bucólica, certamente.

Sobre o áudio, eu gostei muito dos timbres e das muitas sutilezas propostas pelos arranjos e também valorizadas pela engenharia de som, que realçou tais detalhes no processo de mixagem do álbum.

Sobre a arte gráfica da capa, Pevê sabiamente usou a planificação exibida no seu primeiro disco, sob a arte de Luiz “Pinky” Maia, enquanto embalagem, haja vista a felicidade com a qual ele apresentou o seu álbum de estreia.

Nesse aspecto, o encarte em dobradura, mais uma vez traz um pôster do artista no seu verso, com a parte interna a apresentar as letras, uma boa ficha técnica e comentários do próprio artista sobre cada canção. Há também a inclusão de uma singela aquarela pintada pelo próprio Pevê, e que foi acrescida como ilustração no espelho da embalagem a abrigar o disco, a se tratar da representação de um pássaro, no caso o “Surucuá-da-barriga-amarela".   

Chama a atenção na contracapa, a presença de um bonito release assinado por Egisto Dal Santo, músico e produtor de alto calibre na história do Rock gaúcho, que também é um escritor e pesquisador dos mais relevantes (vide: “Notas de Viagens – Aventuras e Desventuras no Rock Gaúcho”).

Na capa, desta feita o Pevê privilegiou o uso do tom verde, ou melhor ainda, o verde natural de uma paisagem campestre, com o artista em pessoa a desfrutar do cenário, na posse da sua craviola em mãos e o bandolim na relva, a mirar o horizonte e a ter mais afastado de si, duas vacas a se demarcar a ideia do campo bucólico.

Mais uma vez, Pevê tocou todos os instrumentos com apoio de alguns poucos convidados apenas, além do suporte artístico do pessoal da produção de áudio, lay-out gráfico e fotos.

Sobre as canções, eis as minhas impressões:

“Dentro das Manhãs, é isso mesmo, o despertar no campo, com o autor a reverenciar a oportunidade de travar contato com a natureza. Nesta música, há muita influência do Folk-Rock norte-americano do super grupo, "Crosby/Stills/Nash and Young" e do Rock rural setentista brasileiro de "Sá/Rodrix & Guarabyra", como o próprio artista comentou no encarte do seu disco e que vai de encontro ao que eu senti, igualmente, portanto, comungamos da mesma impressão, sem dúvida.

Gostei muito do Steel Guitar, ao me fazer lembrar do saudoso, Jerry Garcia em seus momentos mais “country”. Achei muito agradável o acréscimo de apitos a se induzir o canto de pássaros, mas com a devida parcimônia ao melhor estilo: “menos é mais”.

“Uma Canção” traz uma intenção rítmica em 6/8, bastante vibrante a se mostrar como um convite ao violão bem batido, a trazer uma sonoridade ibérica implícita e que também remete ao Folk-Rock nordestino do grande Zé Ramalho, como o Pevê realçou no seu comentário e conceito do qual estou de acordo.

Aqui há um pouco de peso, com o acréscimo do baixo e uma sutil utilização de teclados ao fundo. A percussão é bem colocada e as palmas de mãos ajudam a dar ritmo. A letra é curta, mas se mostrou bastante contundente. Destaco o verso:

“Uma canção é desatar os nós do coração”

A terceira faixa é “Iguaçu”, que tem uma linha de baixo que remete levemente ao trabalho dos "Secos & Molhados", em meio ao canto de pássaros, belos timbres de cordas acústicas, a sobressair a craviola e também o violão de doze cordas. Gostei muito também da linha melódica com uma certa intenção psicodélica sessentista.

“Lembranças”, a quarta faixa é um tema instrumental. Trata-se de um bom trabalho a se destacar o fraseado executado ao bandolim. É interessante a inclusão de um áudio ao final, com vozes.

“Momentos de Solidão” vem a seguir. Canção emotiva e delicada, é bluesy, levemente e se mostra nítida a influência de artistas do campo Folk-Rock, e neste caso, Neil Young vem à minha mente, assertivamente. Adorei os detalhes do arranjo, como pequenas frases ao violão, o bandolim tocado de forma contínua ao estilo italiano, percussão, baixo e backing vocals bem suaves.

Gostei da letra, a trazer uma reflexão sobre a existência da vida e o seu significado, enfim. Realço esse verso:

“Sendo como um rio que encontra o mar/Rumo à imensidão do oceano/Vida é se perder, se encontrar/O melhor lugar é dentro de você/ De você!”

“Estou Aqui”, é bem emotiva, igualmente. Gostei da harmonia e dos sutis contra-solos que garantiram um colorido muito especial à música.

“Queria Mais” é um samba a esbarrar na Bossa Nova, mas com um viés setentista irresistível, a lembrar o trabalho de artistas mais alternativos como Luiz Melodia, João Bosco e Jards Macalé. Tem um ritmo muito bom, e o acréscimo do surdão de samba, colocado bem no fundo e a ser executado apenas em alguns trechos e não o tempo todo, ficou sensacional, pois tirou a impressão do lugar-comum. E também a parcimônia do tamborim, mas neste caso proporcionado pela mixagem que o colocou em um espaço discreto, é um adendo e tanto ao arranjo. Em suma, ficou um samba estiloso a la "Trio Mocotó".

“Atlântico” é mais um tema instrumental muito interessante pelo seu arranjo, ao propor várias vozes vindas dos instrumentos acústicos. O ruído do mar foi capturado naturalmente segundo consta na ficha técnica do disco, ou seja, não se trata de um efeito de “plugin”.

“Despertar” é um som em que a craviola predomina e este instrumento é uma marca registrada nos trabalhos do artista. A sua sonoridade sui generis, a se mostrar aguda, gera um timbre belo. 

Pevê canta como um trovador e dá o seu recado poético. Ele fala basicamente da força interior do Ser Humano nesta canção. Eis um trecho significativo:

“É preciso ter o caos dentro de si/Pra estrela dançarina nascer/Ninguém, pode construir em teu lugar”

“Minha Música” fecha o disco. Outro tema delicado em sua constituição harmônica e melódica, sobressai a qualidade do arranjo de cordas mais uma vez, mediante belas costuras feitas em fraseados bem inspirados.

Nesta canção, Pevê descreve a importância da música não apenas para ele, mas a abranger a amplitude máxima do mundo que precisa dessa ferramenta fundamental para seguir em frente.

“Falo através da minha música/Que me dá sentido/Que organiza o grito/Que há em mim”.

Para finalizar a análise, digo que o álbum traz a paz silvestre, reflexão meditativa, a beleza dos sons bem tocados e das boas melodias que realçam a poesia. Portanto, vale conferir!

Ouça na íntegra o CD Pevê II:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=b0HP21RwA78

CD Pevê II – Paulo “Pevê Valério

Gravado em dezembro de 2019 no estúdio Móvel de Palhoça/SC (faixas 1, 3, 4, 6 e 7) - Técnico de som: Nycollas Medeiros

Gravado entre abril e maio de 2020 no estúdio Green Box de Santo Amaro da Imperatriz/SC (faixas 2,5, 8, 9 e 10). Técnico de som: Marcelo Stock

A faixa 10 (“Minha Música”) foi gravada durante a sessão do primeiro disco.

Captação do som do mar de Florianópolis: Leandro Barbosa

Mixagem e masterização: Studio de Poche de Paris, França, entre janeiro e junho de 2020. Técnico de mixagem e masterização: Nycollas Medeiros

Capa, encarte, projeto gráfico e lay-out: Luiz “Pinky” Maia

Release: Egisto Dal Santo

Fotos: Claudia Laurent

Textos: Paulo “Pevê” Valério

Produção: Paulo “Pevê” Valério e Nycollas Medeiros

Direção geral: Paulo “Pevê” Valério

Paulo “Pevê” Valério: Voz, violões, craviola, bandolim, violão ressonador, Fender Steel Guitar, guitarra, baixo, teclados, percussões e apitos

Músicos convidados:

David Machado: Tamborim em “Quero Mais”

Nycollas Medeiros: Violão nylon em “Atlântico”

E com direito a uma bela dedicatória do artista ao resenhista aqui que vos escreve!

Para conhecer melhor o trabalho do artista, acesse:

Facebook

https://www.facebook.com/PeveGuitarra

Canal do YouTube:

https://www.youtube.com/channel/UC07b44iKkufasjth_YXrNcg

Site:

http://www.peve.com.br/

Contato direto com o artista:

paulovaleriopv1@gmail.com

segunda-feira, 14 de junho de 2021

CD Avenida Paulista/Jessé "Blindog" Carvalho - Por Luiz Domingues

Este álbum representa o fechamento de uma trilogia feita pelo extraordinário guitarrista e compositor, Jessé Carvalho, cujo codinome, “Blindog”, também denomina a banda por ele fundada e liderada desde 1995, no entanto, se os dois primeiros discos da trilogia, retrataram em prosa e verso a megalópole de São Paulo, estes foram considerados como trabalhos da banda, todavia, desta feita com o CD “Avenida Paulista” o encerramento dessa saga é creditado como um álbum solo do artista.

Experiente (Jessé está na ativa da vida artística, desde 1965, quando fundou o seu primeiro grupo: “Blue Star”), ele é brutalmente influenciado pelo melhor da produção do Rock e do Blues das décadas de sessenta e setenta, tocou em muitas bandas pela noite e pelos bailes da vida, foi um dos fundadores do famoso grupo: “Irmandade do Blues”, uma banda icônica do métier do blues brasileiro, até criar a seguir, o seu não menos significativo grupo de Rock & Blues: “Blindog”

Versado fortemente pelo Blues-Rock em essência, ele é também um hábil articulador do Hard-Rock, R’n’B, Blues tradicional, Acid-Rock sessentista e muitos outros estilos, portanto, a versatilidade é uma das suas ferramentas, ao lado da técnica apurada e extrema capacidade criativa para criar riffs poderosos. No entanto, também com um poder de criação em torno do teor Pop, haja vista a sua produção mediante ótimas melodias e harmonizações, a garantir que as suas canções sejam bem delineadas.

Isso sem deixar de mencionar que ele é igualmente um instrumentista com dote duplo, pois também toca baixo, além de ser ótimo compositor e arranjador, letrista e detém um outro predicado que é raro nos dias atuais: a sua visão do Rock é versada pela cartilha da mais nobre estirpe, daí a sua credibilidade como artista ser irrepreensível.

Neste álbum, “Avenida Paulista”, ele traz um conjunto de quatorze músicas (duas delas são regravações de antigos trabalhos do Blindog e anotadas como "revisitadas"), a trafegar pelos estilos já citados, com um brilho intenso. 

Impressiona a qualidade dos riffs, harmonização, melodias, arranjos, vocalizações da parte de seus bons cantores convidados, os solos poderosos de sua parte, boas letras escritas e tudo muito bem produzido sob o ponto de vista da produção de áudio, mediante ótimos timbres, principalmente da parte da guitarra e nesse quesito, Jessé é um discípulo da tradicional e infalível clássica guitarra, Fender Stratocaster, a sua marca registrada em termos de sonoridade.

Sobre a capa e encarte, eu gostei da proposta simples, a mostrar a persona de Jessé como ilustração central e com a placa de rua a demarcar o nome da Avenida Paulista. Trata-se de uma foto envelhecida em sua resolução, a dar um ar amarelado e que contrastou bem com o fundo proposto.

No encarte, há um emocionante texto de autoria do próprio Jessé a traçar um histórico da sua carreira até os dias atuais, além de fotos de seus músicos convidados, das suas guitarras & equipamentos e a ficha técnica. 

E cabe destacar igualmente que na capa, há um box a estabelecer um mote publicitário muito divertido ao fazer alusão a uma linha de pensamento controversa: “Powerblues para roqueiros: Blues. Para blueseiros: Rock”. Que fique claro que há uma dose maciça de tais alicerces musicais e muito mais no âmago desta obra.

Sobre as músicas, cabe uma reflexão pormenorizada:

Ouça “Avenida Paulista”. 

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ZsEhKh7p0ME

“Avenida Paulista” a faixa que também denomina o disco e mescla várias influências misturadas. Ali se percebe o Hard-Rock, Blues e Southern Rock em essência. Em sua parte “A”, o ritmo fracionado abre campo para a vocalização soar como uma súplica, com bela interpretação do cantor, Rama Raynsford.

O refrão, é sensacional, a lembrar o estilo do Acid-Rock sessentista e a letra, enumera diversos bairros da cidade de São Paulo, a se revelar uma bela homenagem à megalópole e por conseguinte, enaltecer a ideia da Avenida Paulista como uma espécie de simbiose para tal ode.

Escute “Algemado e Arrastado”:

Eis o link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=uZdzQnYXnec

A segunda faixa, “Algemado e Arrastado”, começa com um riff poderosíssimo, ultra Acid-Rock sessentista, ainda mais explícito do que fora observado na primeira canção. A melodia é excelente e o arranjo com convenções bem arquitetadas e harmonia muito bem colocada, valoriza demais a canção. O solo é excelente e o apoio da gaita valoriza ainda mais o bom trabalho.

Ouça “Coração Trincado”

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=TDi-EfuriI8

“Coração Trincado” é um Blues tradicional, e claro, muito bem tocado. Como não se empolgar com uma peça desse teor? Os solos mais uma vez, se mostram como muito bons, tanto da guitarra quanto da gaita.

Escute “Blues para Aylan”:

Eis o Link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=suOrBSEDqLg

“Blues parta Aylan”, vem a seguir e a sua intensidade é impressionante. O ritmo é bem marcado pelo baixo e bateria, mas a harmonia não segue a tradição dos três acordes típicos do gênero e pelo contrário, voa longe e assim possibilita também uma maior amplitude para a melodia central para assim permitir que o cantor interprete e também por conter apoio no dobro de voz, muito bem feito.

Ouça “A Velha Harley”:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=VfULwZbn0_Y

“A Velha Harley” é a quinta faixa. Não falta o motor e o arranque da moto para dar início à canção e a seguir, o Hard-Rock dá as cartas sob uma primeira instância, mas o Rock’n’ Roll in natura também se apresenta. 

São muito interessantes os desenhos propostos pela guitarra, a colorirem em demasia a canção, assim como o bom apoio da gaita. E também se revela muito bom o solo da guitarra a fazer uso do wah-wah.

Escute: “Seduzido e Mal Pago”:

Eis o Link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=odie2ROngf0

“Seduzido e Mal Pago” traz o Blues-Rock clássico e ele vem com tudo. Tal peça me lembrou muito o som de Robin Trower em sua carreira solo. Adorei o som anasalado da guitarra na parte do solo.

Ouça: “Learning to Cry (Revisada)

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=i9aqbDRT38Y

A sétima faixa é: “Learning to Cry" (revisitada). Esta é bem influenciada pelo Blues texano sob uma primeira instância e se mostra muito vibrante pelo balanço, a lembrar o R’n’B Pop de Edgar Winter, mas há o vocalize todo trabalhado no refrão que me levou diretamente como referência, ao trabalho do duo vocal: “Ghetto Fighters” nos anos sessenta.

Escute “Julia”:

Eis o Link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=NW9FgJPs0s8

“Julia” é uma balada bastante emocional, gostei muito da melodia e sobretudo do solo, super melódico, feito em dueto a abrir vozes dentro da harmonia da canção, através das guitarras.

Ouça “Opala 76”:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=iRg6Wiy_G78

“Opala 76”, a nona faixa, é versada pelo Blues-Rock em essência e eu gostei muito da linha de voz em sincronia com a divisão rítmica. E também de mais um solo com o uso do wah-wah muito bem engendrado, além de mais uma vez apresentar como recurso, a voz dobrada a imprimir um estilo tradicional para o trabalho de Jessé Blindog.

Ouça “Vida de Cão:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=FWS4iXmcTds

“Vida de Cão” vem a seguir e o Power-Blues observado nessa faixa é vigoroso. Uma parte B que advém é muito bonita ao propor o Blues mais melódico, graças aos acordes elaborados e igualmente pela condução balançada, via “andante”.

Escute: ”Beco da Eterna Escuridão” (revisitada):

Eis o Link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=8OxK0ML4eC0

“Beco da Eterna Escuridão” (revisitada) contém um sentido Pop muito interessante na sua melodia de refrão, assim como se mostra com um ritmo dançante, embora na sua constituição básica, haja o Blues como proposta, com convenções a delinear tal intenção. Mais uma vez o solo super melódico em dueto, ofertado pelas guitarras de Jessé, chama a atenção.

Ouça “O Mais Triste dos Blues”:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=BZDM2dY3jps

“O Mais Triste dos Blues” é vibrante por natureza, ao trazer o riff base bem orientado pelo Acid-Rock sessentista. A melodia é muito bem construída e as convenções enriquecem muito a obra. É ótimo o solo, a lembrar bem o som de Jimi Hendrix.

Escute “Metrô das 7”:

Eis o Link para ouvir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=x_YpfcbzUCE

“Metrô das 7” tem um balanço incrível, ao fazer me lembrar do som de Dr. John em sua parte cantada com forte teor do R’n’B de New Orleans. Há uma parte acelerada, muito interessante em adendo e o riff é excelente.

Ouça “Balada de um Homem Mau”:

Eis o Link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=65kutbaxHjU

“Balada de um Homem Mau” é a décima quarta faixa do álbum, a encerrá-lo. Gostei muita da sua introdução com convenções bem intrincadas feitas pela guitarra e baixo. Há elementos da escola do Hard-Rock, mas prevalece a base Blues-Rock. 

Gostei do uso de oitavas pela guitarra e baixo a reforçar a voz em alguns versos. Outra vez a fazer uso do recurso do dueto, as guitarras comandadas pelo Jessé constroem uma belíssima melodia a la “Wishbone Ash”.

Com a dedicatória de punho do artista: fiquei honrado por isso!

Para encerrar, eu digo com entusiasmo que o álbum “Avenida Paulista” é mais um trabalho muito inspirado do guitarrista e compositor, Jessé “Blindog”, que eu recomendo com ênfase.

O álbum está disponível em versão de mídia física tradicional e também através das plataformas musicais.

CD Avenida Paulista - Jessé Blindog Carvalho

Gravado, mixado e masterizado por Alexandre Fontanetti no Estúdio Space Blues de São Paulo

Capa e encarte/lay-out: José Irecê Martins e Angeli (dog)

Fotos: Leandro Medina (capa) e Fabio Grum

Produção: Jessé “Blindog” Carvalho e Alexandre Fontanetti

Direção geral: Jessé “Blindog” Carvalho

Jessé Blindog Carvalho: Guitarra, baixo, backing vocals, composições, letras e arranjos

Músicos convidados:

Rama Raynsford: Voz (faixas 1 a 6, 8 a 10 e 12)

Bruno Trítono Santana: Voz (faixas 7, 11, 13 e 14)

Marcelo Viterite: Bateria

Robson Fernandes: Gaita

Para conhecer melhor o trabalho de Jessé "Blindog" Carvalho, acesse:

Facebook:

https://www.facebook.com/jesseblindogpowerblues

Canal do YouTube:

https://www.youtube.com/channel/UCLSra6vTKboX_FXHP2Upfuw/videos

Contato direto com o artista:

blindogpowerblues@yahoo.com.br