Além desse sentimento, advém a automática identificação com o sofrimento alheio, no mais previsível e humano dos sentimentos, ou seja, logo projetamos como seria estarmos a viver aquela situação, e assim a correr risco de morte iminente e nesse caso, é incomensurável o sentimento de angústia. Além do fato de que não importa a situação em que possamos estar inseridos, isto é, se vitimados diretamente ou se alguém de nossa família ou que pertença ao rol de amizades estiver a passar por tal conflito, a angústia gerada pela gravidade da situação, é a mesma.
Posto isso, em meu caso particular, como um entusiasta do cinema, desde criança assisti a vários filmes centrados nesse tipo de ocorrência policial ou no âmbito da geopolítica internacional a envolver atos de espionagem e intervenções militares, ou de agências de inteligência e portanto, achava e ainda acho bastante estimulante acompanhar o desenrolar das situações e pelo menos na ficção, sempre impressionei-me com a riqueza de detalhes nesse tipo de operação a ser resolvida da melhor maneira possível, ou seja, malfeitores capturados e reféns libertos, sãos e salvos.
Sendo assim,
foi com muita satisfação que recebi em minhas mãos um livro técnico sobre o
assunto, da parte do seu próprio autor. E o curioso foi que esse amigo eu
conheci por circunstâncias muito diferentes, a envolver outro tipo de
interesses em comum e embora eu saiba que ele seja um militar com alta patente,
não poderia supor que fosse uma autoridade nesse assunto em específico e muito menos um
escritor eloquente.
Diante dessa agradável surpresa, assim que recebi o exemplar de sua obra, experimentei duas sensações primordiais: primeiramente, fiquei feliz e de pronto animei-me a ler, com muito gosto e ao mesmo tempo, elucubrei se eu teria a capacidade para entender um livro técnico a versar por um tema do qual sou um completo leigo.
Diante dessa agradável surpresa, assim que recebi o exemplar de sua obra, experimentei duas sensações primordiais: primeiramente, fiquei feliz e de pronto animei-me a ler, com muito gosto e ao mesmo tempo, elucubrei se eu teria a capacidade para entender um livro técnico a versar por um tema do qual sou um completo leigo.
Qual seria a minha credencial para entender um livro
dessa natureza? E de nada valeria a
minha lembrança sobre ter visto alguns filmes a abordar tal tema, pois é evidente que
a ficção não pode ser levada em consideração, em detrimento de um assunto tão
complexo como esse, e sem exagero, eu até imaginei que mesmo para policiais,
militares das forças armadas e agentes de órgãos de inteligência governamental
de segurança, tal livro seria difícil e portanto passível para ser digerido por poucos, apenas
circunscrito à nata desses profissionais super preparados.
Qual não foi a minha surpresa, no entanto, quando iniciei a leitura e constatei, que sim, o livro é muito bem embasado, escrito com todo o rigor técnico para atender as necessidades desses profissionais citados, mas foi escrito com uma linguagem coloquial, a garantir a plena acessibilidade para qualquer cidadão leigo no assunto, dessa forma, apesar de tratar-se de um livro direcionado para os profissionais sob alto nível, pode ser lido pelo cidadão comum e neste caso, serve como um excelente meio para entender-se como é minuciosa a ação de um negociador de conflito, para conduzir a situação ao melhor resultado possível, ou seja, não ceder aos meliantes, porém a garantir a integridade de todos os envolvidos, incluso os geradores do caos.
Em suma, torna-se fascinante notar como neste livro, o autor explica com bastante propriedade todos os passos que o negociador precisa percorrer para desarmar os ânimos acirrados e conseguir libertar os reféns sãos e salvos e também garantir aos malfeitores que a sua vida e direito à defesa serão observadas, dentro dos parâmetros da lei, sem arbitrariedades.
Qual não foi a minha surpresa, no entanto, quando iniciei a leitura e constatei, que sim, o livro é muito bem embasado, escrito com todo o rigor técnico para atender as necessidades desses profissionais citados, mas foi escrito com uma linguagem coloquial, a garantir a plena acessibilidade para qualquer cidadão leigo no assunto, dessa forma, apesar de tratar-se de um livro direcionado para os profissionais sob alto nível, pode ser lido pelo cidadão comum e neste caso, serve como um excelente meio para entender-se como é minuciosa a ação de um negociador de conflito, para conduzir a situação ao melhor resultado possível, ou seja, não ceder aos meliantes, porém a garantir a integridade de todos os envolvidos, incluso os geradores do caos.
Em suma, torna-se fascinante notar como neste livro, o autor explica com bastante propriedade todos os passos que o negociador precisa percorrer para desarmar os ânimos acirrados e conseguir libertar os reféns sãos e salvos e também garantir aos malfeitores que a sua vida e direito à defesa serão observadas, dentro dos parâmetros da lei, sem arbitrariedades.
O nome do
livro é: “Negociação de Crises e Reféns” com o seguinte subtítulo: “O Trabalho de
Negociador no Gerenciamento de Eventos Críticos”, e o seu autor chama-se:
Cristiano Rocha Affonso da Costa.
Militar com alta patente no exército brasileiro, Cristiano tornou-se um estudioso sobre o tema e hoje é considerado um mestre no assunto, com um currículo farto, a arrolar muitos cursos ministrados para militares, agentes policiais e da inteligência e outros profissionais da área da segurança e justiça, com uma infinidade de palestras proferidas e treinamento para diversos grupos especializados para cobrir diversos eventos governamentais, cerimoniais e até no âmbito esportivo, caso da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos Panamericanos e Olimpíadas do Rio, em 2007 e 2016, respectivamente, além de mega eventos de outra natureza.
Militar com alta patente no exército brasileiro, Cristiano tornou-se um estudioso sobre o tema e hoje é considerado um mestre no assunto, com um currículo farto, a arrolar muitos cursos ministrados para militares, agentes policiais e da inteligência e outros profissionais da área da segurança e justiça, com uma infinidade de palestras proferidas e treinamento para diversos grupos especializados para cobrir diversos eventos governamentais, cerimoniais e até no âmbito esportivo, caso da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos Panamericanos e Olimpíadas do Rio, em 2007 e 2016, respectivamente, além de mega eventos de outra natureza.
Sobre a obra
em si, foram muitos os pilares em que chamou-me a atenção. Como por exemplo, ao estabelecer um paralelo histórico que o autor arrolou, ao citar diversos conflitos
históricos que foram amplamente divulgados e repercutidos pela imprensa, alguns
deles que redundaram em fracasso. Neste caso, o objetivo foi mostrar como nesses erros,
lições foram aprendidas e daí, houve um esmero da parte dos estudiosos para
aprimorar as técnicas de negociação, aliadas aos avanços da tecnologia, para minimizar
e se possível evitar a todo custo, que tais tragédias ocorressem novamente.
Um exemplo clássico foi o ato terrorista durante a Olimpíada de Munique/Alemanha, em 1972, quando a delegação israelense foi duramente atacada e a observar muitas baixas dentro do alojamento dos atletas. Várias ações perpetradas por grupos terroristas na Europa, durante os anos setenta, também formam mencionadas (IRA, ETA, Baader Meinholf etc).
Um exemplo clássico foi o ato terrorista durante a Olimpíada de Munique/Alemanha, em 1972, quando a delegação israelense foi duramente atacada e a observar muitas baixas dentro do alojamento dos atletas. Várias ações perpetradas por grupos terroristas na Europa, durante os anos setenta, também formam mencionadas (IRA, ETA, Baader Meinholf etc).
Outro
exemplo que o autor citou e eu achei muito interessante, foi a repercussão
negativa que a série de TV norte-americana e setentista, “S.W.A.T.” gerou nos meios de
segurança, por passar uma imagem truculenta e deveras atabalhoada da ação
policial em situações dessa natureza, ao disseminar a ideia de que seria correto resolver os
conflitos sem ter muito (ou nenhum, na verdade), cuidado com as vítimas e apenas a visar
exterminar os bandidos, ou seja, a ideia simplista em torno de eliminar um problema
mediante a detonação de uma bomba, onde mata-se os malfeitores, mas vão
também os inocentes e para em seguida dizer-se, laconicamente: sinto muito...
Segundo o autor, foi com o Departamento
de Polícia de Nova York que tal estudo aprimorou-se, ainda na década de setenta
e passou-se a considerar todas as variantes em casos assim tão complexos,
inclusive a observar com carinho o campo da psicologia, psicanálise e a psiquiatria,
onde novas luzes surgiram para os agentes de segurança, para melhor lidar-se
com tais pessoas perturbadoras da ordem social.
Cristiano cita diversas técnicas nesse sentido, tais como a famosa “Síndrome de Estocolmo”, o uso da técnica do "rapport", um expediente clássico do mundo da programação neurolinguística, a pirâmide de Abrahan Maslow e outras tantas, como a escuta analítica, primordial para o negociador entender exatamente o que passa pela mente de uma pessoa que forja uma situação a ameaçar inocentes, em sua ação criminosa.
Cristiano cita diversas técnicas nesse sentido, tais como a famosa “Síndrome de Estocolmo”, o uso da técnica do "rapport", um expediente clássico do mundo da programação neurolinguística, a pirâmide de Abrahan Maslow e outras tantas, como a escuta analítica, primordial para o negociador entender exatamente o que passa pela mente de uma pessoa que forja uma situação a ameaçar inocentes, em sua ação criminosa.
Um
aforismo citado pelo autor fecha a questão nesse assunto, definitivamente: “Comunicação
não é o que você fala, mas o que o outro entende”.
Entre as
técnicas, ficou claro que o fator “tempo” é primordial por uma série de
fatores, que são esmiuçados com bastante precisão e foi engraçado o contraponto
de que a opinião pública, alimentada pela mídia, tende a achar que se houver demora para se resolver um conflito, é sinal de incompetência do negociador, quando na verdade, muitos
fatores estratégicos estão em curso. Postulados como: “Mediação”, “Arbitragem”
e “Negociação”, são muito valorizados pelo autor e após tomar-se ciência da sua
vasta argumentação, fica claro o por que da sua ênfase em enumerá-los
E mais uma
surpresa agradável, o autor cita muitos filmes, que abordam conflitos dessa
monta e como os negociadores da ficção atuaram, com erros e acertos.
Além de peças cinematográficas, a bibliografia consultada impressiona, a denotar que a pesquisa empreendida por Cristiano, foi imensa e daí, justifica-se plenamente o seu gabarito profissional nessa área. Aliás, mais um, pois eu sei que ele tem inúmeras qualificações em paralelo, em assuntos diversos e completamente diferentes, portanto, competência e cultura avantajada são seus atributos naturais.
Além de peças cinematográficas, a bibliografia consultada impressiona, a denotar que a pesquisa empreendida por Cristiano, foi imensa e daí, justifica-se plenamente o seu gabarito profissional nessa área. Aliás, mais um, pois eu sei que ele tem inúmeras qualificações em paralelo, em assuntos diversos e completamente diferentes, portanto, competência e cultura avantajada são seus atributos naturais.
Por fim,
apesar de ser um livro técnico para profissionais de alto gabarito, reitero que
trata-se de uma leitura em linguagem coloquial, portanto acessível para
qualquer pessoa leiga e que, acrescenta informações importantes para todos,
visto que ninguém está imune a estar no interior de uma agência bancária,
lotérica ou qualquer outro estabelecimento e subitamente estar inserido em um
conflito armado por conta de um assalto, algo rotineiro em nosso cotidiano, infelizmente, ou
até sob ações terroristas, motivadas por grupos com objetivos políticos, radicais
fundamentalistas religiosos, grupos racistas etc.
Tomara que não, para qualquer
pessoa, mas após ler esta obra, ajuda-me saber que a arte da negociação é muito
complexa e se um dia eu passar por isso, reconfortar-me-á saber que um bom negociador,
munido dessa técnica e treinamento proposto pelo Cristiano, estará a conduzir o
processo para resolver o problema.
A
apresentação gráfica do livro é muito sóbria e não poderia ser de outra forma,
dado o seu caráter pedagógico. Ilustração e lay-out a cargo de Victoria Costa.
Revisão por Carlos Augusto Rodrigues Lerina e foto do autor, na orelha do livro,
por Saulo Adami. Foi lançado pela Matilda Produções, de Curitiba-PR, em 2016, e editado via Clube de Autores.
O autor
disponibiliza um contato via e-mail:
Recomendo a
leitura, pois como eu já salientei, na sociedade em que vivemos, toda a informação
que visa o nosso bem estar como cidadão, é importante em linhas gerais e neste
caso, saber como funciona o trabalho de um negociador pode ajudar-nos a ter tranquilidade,
na medida do possível, caso um dia algo
nesse sentido ocorra para nós ou a envolver algum ente querido.
Entre os muitos
aforismos ricos que o autor deixou ao longo dos capítulos, encerro esta resenha
com um que sintetiza a obra, em minha percepção: “A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo
sem lutar” (Sun Tzu)