Segundo consta na história, o primeiro filme produzido sobre o Rock'n' Roll na Inglaterra, foi em 1957, com "The Tommy Steele", mas logo a seguir, eis que foi lançado mais uma película a abordar o fenômeno, chamado: "Rock You Sinners", nesse mesmo ano. Produção muito simples, não deixa a desejar apenas pela falta de melhores recursos técnicos, mas sobretudo pelo roteiro fraquíssimo, a sugerir ter sido uma sketch que foi arrastada ao máximo, para justificar a extensão mínima para um ser considerado como um filme com longa metragem e não um curta, tamanha a sua insipidez enquanto história para ser desenvolvida.
Contudo, como apresenta a inserção dos números musicais, deu para ludibriar a audiência razoavelmente ao ponto de não provocar irritação ou bocejo da parte dos espectadores. Apesar dessa parte cinematográfica ser muito incipiente, é claro que a obra tem alguns méritos, como documento de época e sobretudo pela música.
A trama resume-se em torno DJ (Johnny Laurence, interpretado por Phillip Gilbert), que entusiasmou-se pelo advento do Rock'n' Roll nos salões de dança de Londres e tem a ideia de promover uma apresentação especial como demonstração a visar endereçar tal atração para um programa de TV, portanto, ele precisa convencer os dirigentes de uma emissora sobre a viabilidade de uma eventual produção nesse sentido. Para garantir o elemento romântico na história, existe a personagem da namorada do DJ Carol Carter (interpretada por Adrienne Scott).
A apresentação dá certo, mas o problema é que alguns mal-entendidos, em situações criadas que mostram-se muito ingênuas, gera quase o fim do relacionamento do casal. Ao final, música vai & música vem, e o casal acaba bem... e nessa hora o espectador vai achar que as novelas brasileiras são muito sofisticadas, tamanha a fragilidade dessa trama, mas tudo bem, o que importa na verdade é a música e a documentação de época, pensará o menos exigente cinéfilo.
Dá para citar algumas curiosidades interessantes e inerentes sobre tal obra. Primeiro ponto: há um clube onde supostamente existe uma cena musical, frequentado pelo DJ Johnny, chamado: "Brazil". Ora, para nós que somos brasileiros e vemos a intenção ali representada, torna-se risível ver o quanto era e ainda é equivocada a visão que os europeus em geral tem de nós. A ambientação é sugerida como tipicamente brasileira, mas parece algo caribenho, com orientação hispânica e um artista toca um suposto "samba" ao violão, mas que na verdade é um "calypso".
A despeito desses equívocos de avaliação, a canção e o artista são bons, portanto, tem o seu valor (George "Calypso" Browne, também conhecido como "Tiger" Browne, artista oriundo de Trinidad & Tobago e no filme, a interpretar, Jack Brown).
Segundo aspecto, e isso passa muito rápido, trata-se tão somente de uma porção de alguns poucos "frames", mas em uma cena a envolver a dança de vários casais, vê-se uma garrafa de Coca-Cola vazia a balançar no piso do salão, por conta da movimentação dos casais que dançam. Se foi uma metáfora a criticar o Rock como fenômeno "yankee" a corromper a juventude britânica, ou coisa que o valha, fica a dúvida
E não é à toa que na Inglaterra o fenômeno da tribo "Mod", tenha sido tão forte, poucos anos depois, para demarcar o nacionalismo britânico em contraponto à tribo dos "Rockers" acintosamente aculturados pelo Rock norte-americano. Entretanto, pode ter sido apenas uma singela ideia do diretor a querer demonstrar a vibração do Rock enquanto fenômeno a provocar histeria etc. e tal.
Sobre a música em si, é interessante notar que o fenômeno do Rock'n' Roll estava a engatinhar na Inglaterra e toda a informação que dispunha-se vinha eminentemente das notícias vindas dos Esados Unidos da América e naturalmente sobre os seus artistas.
Dessa forma, o que vê-se em "Rock You Sinners", é a presença de combos jazzísticos a aventurar-se pelo Rock'n' Roll, sem muito trejeito para tal, essa é que é a verdade. Contudo, não se pode afirmar ser uma participação musical ruim, longe disso, aliás, pois tratou-se de músicos muito tarimbados, ao analisar-se a aparência desses senhores que já eram veteranos na música, nessa ocasião.
Nesses termos, apenas uma cantora jovem apresenta-se, chamada: "Curly" Pat Barey e entre os outros combos jazzísticos que fornecem a boa base musical do filme, vê-se: "Art Baxter and His Rockin' Sinners" e "Don Sollash and His Rockin' Horses".
Outros atores que participaram da trama: Colin Croft (como Pete), Jackie Collins (como Jackie), Michael Duffield (como Paul Selway), Beckett Bould (como McIver), e outros.
Escrito por B.C. Fancey e dirigido por Denis Kavanagh. Lançado em fevereiro de 1958.
Bem, como já salientei, trata-se de um filme muito simples, singelo se houver uma extrema boa vontade do espectador, mas que exibe os seus pontuais méritos. Foi lançado no formato VHS, e posteriormente em DVD e faz tempo que saiu da grade até de canais especializados em filmes antigos, mas é encontrado no You Tube, com facilidade nos dias atuais de 2020.
Esta resenha foi escrita para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll". Encontra-se disponível para a leitura através de seu volume II, a partir da página 61.
A trama resume-se em torno DJ (Johnny Laurence, interpretado por Phillip Gilbert), que entusiasmou-se pelo advento do Rock'n' Roll nos salões de dança de Londres e tem a ideia de promover uma apresentação especial como demonstração a visar endereçar tal atração para um programa de TV, portanto, ele precisa convencer os dirigentes de uma emissora sobre a viabilidade de uma eventual produção nesse sentido. Para garantir o elemento romântico na história, existe a personagem da namorada do DJ Carol Carter (interpretada por Adrienne Scott).
A apresentação dá certo, mas o problema é que alguns mal-entendidos, em situações criadas que mostram-se muito ingênuas, gera quase o fim do relacionamento do casal. Ao final, música vai & música vem, e o casal acaba bem... e nessa hora o espectador vai achar que as novelas brasileiras são muito sofisticadas, tamanha a fragilidade dessa trama, mas tudo bem, o que importa na verdade é a música e a documentação de época, pensará o menos exigente cinéfilo.
Dá para citar algumas curiosidades interessantes e inerentes sobre tal obra. Primeiro ponto: há um clube onde supostamente existe uma cena musical, frequentado pelo DJ Johnny, chamado: "Brazil". Ora, para nós que somos brasileiros e vemos a intenção ali representada, torna-se risível ver o quanto era e ainda é equivocada a visão que os europeus em geral tem de nós. A ambientação é sugerida como tipicamente brasileira, mas parece algo caribenho, com orientação hispânica e um artista toca um suposto "samba" ao violão, mas que na verdade é um "calypso".
A despeito desses equívocos de avaliação, a canção e o artista são bons, portanto, tem o seu valor (George "Calypso" Browne, também conhecido como "Tiger" Browne, artista oriundo de Trinidad & Tobago e no filme, a interpretar, Jack Brown).
Segundo aspecto, e isso passa muito rápido, trata-se tão somente de uma porção de alguns poucos "frames", mas em uma cena a envolver a dança de vários casais, vê-se uma garrafa de Coca-Cola vazia a balançar no piso do salão, por conta da movimentação dos casais que dançam. Se foi uma metáfora a criticar o Rock como fenômeno "yankee" a corromper a juventude britânica, ou coisa que o valha, fica a dúvida
E não é à toa que na Inglaterra o fenômeno da tribo "Mod", tenha sido tão forte, poucos anos depois, para demarcar o nacionalismo britânico em contraponto à tribo dos "Rockers" acintosamente aculturados pelo Rock norte-americano. Entretanto, pode ter sido apenas uma singela ideia do diretor a querer demonstrar a vibração do Rock enquanto fenômeno a provocar histeria etc. e tal.
Sobre a música em si, é interessante notar que o fenômeno do Rock'n' Roll estava a engatinhar na Inglaterra e toda a informação que dispunha-se vinha eminentemente das notícias vindas dos Esados Unidos da América e naturalmente sobre os seus artistas.
Dessa forma, o que vê-se em "Rock You Sinners", é a presença de combos jazzísticos a aventurar-se pelo Rock'n' Roll, sem muito trejeito para tal, essa é que é a verdade. Contudo, não se pode afirmar ser uma participação musical ruim, longe disso, aliás, pois tratou-se de músicos muito tarimbados, ao analisar-se a aparência desses senhores que já eram veteranos na música, nessa ocasião.
Nesses termos, apenas uma cantora jovem apresenta-se, chamada: "Curly" Pat Barey e entre os outros combos jazzísticos que fornecem a boa base musical do filme, vê-se: "Art Baxter and His Rockin' Sinners" e "Don Sollash and His Rockin' Horses".
Outros atores que participaram da trama: Colin Croft (como Pete), Jackie Collins (como Jackie), Michael Duffield (como Paul Selway), Beckett Bould (como McIver), e outros.
Escrito por B.C. Fancey e dirigido por Denis Kavanagh. Lançado em fevereiro de 1958.
Bem, como já salientei, trata-se de um filme muito simples, singelo se houver uma extrema boa vontade do espectador, mas que exibe os seus pontuais méritos. Foi lançado no formato VHS, e posteriormente em DVD e faz tempo que saiu da grade até de canais especializados em filmes antigos, mas é encontrado no You Tube, com facilidade nos dias atuais de 2020.
Esta resenha foi escrita para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll". Encontra-se disponível para a leitura através de seu volume II, a partir da página 61.