Segundo
filme com o mega astro do Rock, Elvis Presley, “Loving You” (“A Mulher que Eu
Amo”), teve o mérito de impulsionar a ideia de Elvis a abraçar o cinema como
algo a mais do que um veículo a dar sustentáculo à sua carreira musical tão
somente, mas sobretudo para que ele considerasse com carinho a hipótese de manter
uma carreira dupla e foi o que ocorreu, no decorrer do tempo.
Isso por que em
sua primeira aparição, no filme: “Love me Tender”, na prática fora um encaixe
a caracterizar mais uma das artimanhas do seu astuto empresário, o “Colonel”
Tom Parker. Tanto que o papel de Elvis foi secundário em tal película, haja
vista a obviedade de Elvis não ser ator e nem cogitar isso, nessa primeira
investida.
Todavia, tudo mudou à medida que a carreira musical de Elvis
revelou-se em plena efervescência, ao possibilitar que viesse a tornar-se daí
em diante (e cada vez mais), em paralelo, uma realidade em sua trajetória. E
também o fato dele ter sido considerado um galã, portanto a demonstrar uma enorme
potencial para extrapolar a fronteira da música, mesmo a levar-se em
consideração o fato em cantar muito bem (uma verdade absoluta), mas a tornar-se
doravante também um “Movie Star,” com forte poder erótico a atrair a atenção do
público feminino (no caso, é dizer: ainda mais...).
Portanto, todos
esses fatores certamente foram levados em consideração quando resolveu-se
investir com tudo na carreira como ator, em paralelo e desta feita, a tornar
Elvis o ator protagonista, um fator que doravante foi tornado uma constante.
Com a carreira musical a explodir e não sendo possível parar tudo para fazer o
curso da “Actors Studio” ou similares, e daí adquirir técnica como ator,
propriamente dita, Elvis entrou no turbilhão do cinema como um ator prático,
digamos assim e certamente que foi amparado pelos atores profissionais tarimbados,
não apenas neste, “Loving You”, como em todos os filmes posteriores pelos quais
ele participou e sobretudo pela orientação dos diretores com quem lidou.
Se em “Love
me Tender” houve uma participação tímida do Rei do Rock e naturalmente fora algo
compreensível se amparado pelo fato dele não ser ator ainda na ocasião, em “Loving You”, creio
que a inibição inicial de sua parte para saber lidar com um set de filmagem
fora rompido, e é bem possível (essa é uma dedução de minha parte e não estou a
afirmar categoricamente), que ele tenha absorvido a situação, sob o ponto de
vista psicológico, ou seja, enfrentou com coragem qualquer resquício de insegurança
que pudesse conter em seu íntimo ao assumir tornar-se um ator, enfim.
De fato,
não é nada “brilhante” a atuação de Elvis em “Loving You”, mas é nítida a sua
pequena evolução nesse quesito, ao ponto de haver assumido o protagonismo de
uma forma digna. Nos filmes posteriores, “Jailhouse Rock” e “King Creole” que
são muito melhores (em termos musicais, inclusive), ele melhoraria ainda mais,
ao provar que na base da insistência e sobretudo pela prática contínua, ele de
fato evoluiria ao ponto de ser considerado um ator, ainda que no patamar
mediano, nesse aspecto, pois na prática, ele foi mesmo um grande cantor.
Bem, postas
essas colocações iniciais, ao falar detidamente sobre “Loving You”, a história
é interessante, pois traça um paralelo com a própria carreira musical de Elvis,
ao mostrar a história de um rapaz simples do interior que é descoberto por
acaso como um talento musical e ascende. Nesses termos, o seu personagem foi
desenvolvido a mostrar o temperamento de um bom rapaz com valores arraigados, e
que fora educado a dizer: “sim senhor” e “sim, senhora”, para toda pessoa mais
velha, e a mostrar-se sempre solícito a atender-lhes os desejos, mesmo que fossem
impertinentes.
Naturalmente que tal postura cândida colocara-o como um garoto
obediente e que por conseguinte não contesta a tradição e o conservadorismo da sociedade e por dedução, a desenhá-lo isento de uma rebeldia Rocker, propriamente dita. No entanto,
há o contraponto da liberdade musical que expressa-se mais incisivamente a
partir deste filme e ficou ainda mais proeminente no posterior, “Jailhouse
Rock”, mais pela performance em termos de mise-en-scène, é preciso salientar e
cabe uma explicação.
Aconteceu que a base musical deste filme não foi o Rock’n’
Roll in natura, embora haja a sua representação, ainda que em menor escala, mas
sobretudo baseado nas tradições da Country-Music e ainda mais fechada na raiz
do tradicional "Country & Western', a acionar o seu cancioneiro mais interiorano. Ora, algo muito bom e
naturalmente uma das predileções do próprio Elvis em sua formação pessoal, portanto,
um elemento mais que confortável, pois revelou-se ótimo, igualmente, para que
ele pudesse brilhar musicalmente.
A ação do
filme inicia-se a mostrar um modesto show realizado na praça pública de uma
pequena cidade interiorana (Delville/Louisiana). Um artista bem tradicional
dentro do universo da música Country & Western, apresenta-se em meio a uma
espécie de feira local e há o oportunismo de um político em angariar votos para
a sua candidatura a governador, algo corriqueiro, aliás, não apenas no âmbito
norte-americano, é bom frisar (o candidato a governador é um sujeito chamado: Jim
Tallman, interpretado por Ralph Dumke).
Tal artista em questão é Walter “Tex”
Warner (interpretado por Wendell Corey). Logo de início, é uma maravilha
verificar que a banda de Tex, contém a banda verdadeira de Elvis como a formar
o seu núcleo duro, nas figuras de Scotty Moore (guitarra e voz); Bill Black
(contrabaixo acústico e voz) e DJ Fontana (bateria e voz), acrescidos de outros
músicos, no caso, os membros do “The Jordanaires”. Com esse super time de
músicos, a base musical bem feita garantiu-se.
A agente de Tex é uma bela mulher
charmosa, chamada: Glenda Markle (interpretada por Lizabeth Scott), que
arguta, ouve uma conversa a esmo a dar conta que um rapaz que trabalha como
entregador de bebidas, é reconhecido na cidade por cantar bem. O rapaz citado chega
então para entregar a remessa de bebidas a abastecer a feira, e trata-se de:
Deke Rivers, interpretado por Elvis Presley.
Glenda o aborda e o convida a
subir ao palco para cantar uma canção. Deke mostra-se tímido a princípio, mas
enfim sobe ao palco, apanha um violão emprestado, combina uma música com a
banda e faz a sua performance, onde a timidez é deixada de lado inteiramente,
pois ele canta e movimenta-se no palco mediante grande desenvoltura. Mais que
isso, Glenda percebe que a performance de Deke faz as meninas da plateia entrar
em frenesi e por ser publicitária, evidentemente que Glenda logo projeta que
esse rapaz apresenta um carisma fora do comum e o aborda em seguir, mediante
uma proposta de trabalho.
A ideia é
simples, Glenda deseja que Deke junte-se a Tex e divida o show em turnê por
várias cidades pequenas em estados do sul dos Estados Unidos, bem dentro do
espírito do público rural que aprecia a Country Music, normalmente. O rapaz reluta um pouco, pois nem cogitava
cantar profissionalmente, mas pondera que é uma oportunidade e assim embarca na
excursão. Nesse momento é mostrada uma sucessão de cenas rápidas a mostrar o
comboio de carros da trupe pela estrada e as várias placas das estradas a
indicar cidades onde cumprem os shows, tais como: Haroldsville, Baker, Jordan
etc. Deke é tímido e conservador normalmente, mas solta-se quando dirige, pois
gosta de acompanhar o comboio com o seu próprio carro e a pisar forte no
acelerador. Ele também aprecia estabelecer manobras ousadas para brincar com os
demais durante o percurso.
Uma cantora
bem jovem, praticamente adolescente, faz parte da trupe, chamada: Susan Jessup,
interpretada por Dolores Hart, que estreou no cinema com esse filme e voltaria
a atuar como par romântico de Elvis em mais um filme no futuro, no caso, “King
Creole”, aliás, o meu filme predileto dentro da carreira cinematográfica do Rei
do Rock.
Uma característica engraçada para provocar a piada inocente, desde a
primeira aparição de Deke com essa banda, ele costumava devolver o violão com
uma corda arrebentada e quando a turnê melhora e tal trupe passa a
apresentar-se em teatros mais categorizados, eis que ele ganha um violão de
ótimo nível, e brincam com ele ao dizer-lhe que agora ele é que será
responsável pelas cordas que normalmente arrebenta.
Naturalmente
que à medida que a excursão progride, os holofotes brilham mais para Deke e nesse
caso, Tex, um artista mais velho e sem nem metade do carisma, incomoda-se. É
sugerida uma troca de posição do nomes dos artistas nos cartazes e na porta dos
teatros onde apresentam-se e ele incomoda-se com a ascensão de Deke, que
inclusive, a cada dia provoca mais frisson nas plateias, principalmente entre
as meninas.
Nesse ponto é preciso destacar que se a base das cenas dessas
apresentações é a Country Music, ouve-se Rock’n‘ Roll também e nesses números
mais apimentados, Deke age como o Elvis da vida real ou seja, usa de sua
tradicional mise-en-scène que arrancava uivos das garotas pelas insinuações sob
apelo sexual e naturalmente choca os mais velhos, conservadores por natureza, que
o assistem. Isso gera problemas e a agente, Glenda, tem trabalho para contornar
os ânimos mais acirrados.
Uma cena a
explicitar tal tipo de conflito, mostra bem esse caso e pode-se afirmar que
inicia-se aí (embora no filme anterior isso houvesse sido insinuado), o famoso
trinômio obrigatório em termos de clichê, para todos os filmes de Elvis em sua
carreira cinematográfica:
A) Elvis canta;
B) Elvis dá soco em bandidos e
C)
Elvis beija muitas garotas e ao final, fica definitivamente com a mais bonita.
Pois eis que Deke/Elvis, está a alimentar-se tranquilamente dentro de uma
lanchonete e algumas garotas percebem a sua presença ali. As mais ousadas
abordam-no e alguns rapazes incomodam-se com esse assédio das meninas para com o
galã. O mais impetuoso desses rapazes contrariados o provoca, ao ponto em
partir para cima em embate verbal, ao propor que Deke prove que realmente saiba
cantar. Deke coloca uma música para tocar, mediante a ação de uma Jukebox (nada
mais cinquentista, sensacional, portanto) e canta em cima do disco que roda na
pick-up, além de dançar na pista.
Todos vibram, menos o rapaz que o desafiou
(Ken Becker, que aliás ficou sem nome para o seu personagem neste filme,
porém, esse ator participaria de muitos outros filmes de Elvis, no futuro). Uma
briga irrompe ao final, e Deke nocauteia o seu oponente, para o delírio da
plateia. A polícia é chamada pelo dono do estabelecimento, mas Deke sai antes
da casa.
Glenda é uma
mulher ousada para a sua época, pois age com métodos inusitados para promover
os seus artistas e em especial, Deke, pois chega ao ponto em contratar duas
mulheres idosas para comparecer a um show e tecer duras críticas à Deke, em voz
alta, justamente para provocar uma reação das suas fãs jovens e assim
aproveitar-se desse tumulto a ser registrado pela imprensa. Bem, na vida real,
o “Colonel” Tom Parker não media esforços para promover a carreira de Elvis a
usar factoides como esse e até piores.
Em outra
cena, Deke sai do palco extenuado, com as garotas da plateia em frenesi na
plateia de um teatro. Ele vai ao camarim, guarda o seu violão e não percebe que
uma garota ali infiltrara-se. Trata-se de Daisy Bricker (interpretada por Jana
Lund). É uma das primeiras, senão primeira insinuação do papel de uma "groupie"
em relação a um astro do Rock (se bem que neste filme, a personagem Deke seja
mais um Country Star), em um Rock Movie. Jovem e bonita, ela o agarra, mas ao
pressentir a confusão pois essa moça possivelmente seria menor de idade, ele
tenta a todo custo desvencilhar-se, com o intuito de expulsá-la do camarim
antes que alguém a veja.
Nesse ínterim, Glenda estava pelos corredores doa
bastidores a conduzir fotógrafos a serviço de jornais que fariam fotos de Deke
no camarim. É claro, conflito dramatúrgico armado, eis que quando Glenda abre a
porta, Deke está aos beijos com Daisy e os fotógrafos são rápidos para
registrar tal flagrante. Glenda fica bastante incomodada, aparentemente por tal
publicidade ser negativa aos negócios, mas fica implícito que pensava em Deke
de outra forma em seu íntimo.
Em mais uma
ação publicitária, Glenda arquiteta que Deke leve Susan para visitar os pais da
moça em uma fazenda, no entanto, isso faz com que um romance implícito ocorra
entre os jovens. Glenda mais uma vez demonstra sentir ciúmes do cantor, por
conta de perceber algo entre ele e Susan.
Eis que o veterano cantor, Tex
também se cansa de ser sobrepujado e briga com Glenda, por conta do contrato
estar a favorecer Deke. Ele também percebe que Glenda interessa-se por Deke,
pessoalmente e isso ajuda a deixá-lo mais irritado, pois ele e Glenda foram
casados no passado, um fato obscuro até então.
Deke ganha um carro caríssimo,
contudo não imagina que por trás desse automóvel há um ardil arquitetado por
Glenda. Ele resolve então contar um segredo seu à Glenda. Eles dirigem-se a um
remoto cemitério interiorano e lá, Deke mostra à Glenda, a tumba de... “Deke
Rivers”. A sua explicação é prosaica. Ele fora um menino órfão e após um
incêndio no orfanato onde fora criado, resolveu adotar a identidade de outra
pessoa, no caso, o falecido e real (na ficção, bem entendido), Deke Rivers.
Um show mais
grandioso vai ocorrer em um teatro, mas o prefeito da cidade proibira-o, ao
atender reclamações provenientes de uma associação de pais, ao alegar que a
música de Deke seria perniciosa aos jovens. Bem, não o Country & Western que
permeou o filme quase inteiro, mas o Rock’n’ Roll, certamente e nesse termos,
Glenda planeja então realizar o show em um estúdio de TV. Isso sem contar que
uma reunião marcada com autoridades e com a presença de tal associação de pais,
faz com que Glenda tenha que gastar a sua saliva para convencer os
conservadores que o Rock’n’ Roll não seria o monstro que essas pessoas pensavam
ser.
Nesse
ínterim, Deke descobre que Glenda houvera mentido sobre a origem do carro caro
que ele recebera e que havia um seguro de vida obscuro por trás, a dar margem a
uma percepção de falcatrua. Deke e Glenda, antes de brigar, chegam a beijar-se,
mas não passa disso, visto que as decepções de lado a lado foram maiores e na
verdade, Deke estava interessado mesmo em Susan e além do mais, Deke não gostou
de descobrir que Glenda e Tex formam casados no passado, informação omitida
essa que ele toma como uma tentativa de conluio de ambos para controlá-lo o
tempo todo.
Deke sai nervoso a dirigir o seu carro em alta velocidade e o show começa. A apreensão sobre o
cantor não voltar ao teatro para participar do espetáculo, gera nervosismo nos
bastidores. Glenda vai atrás dele e rasga o contrato, para mostrar o seu
arrependimento sobre tê-lo manipulado. Deke volta a tempo, entre no palco e
canta a balada, “Loving You”, que dá título ao filme e que já havia cantado
anteriormente, quando na cena da fazenda, em momento romântico que tivera na
companhia de Susan. Depois disso, Tex fica furioso com a volta e sobretudo pelo
sucesso de Deke com a plateia, predominantemente feminina.
O final é bem mais
Rock’n’ Roll, com as garotas a enlouquecer e a mostrar-se aquelas senhoras veteranas,
contratadas para hostilizar, a princípio a demonstrar contrariedade, mas
posteriormente a cair no Rock, igualmente, ou seja, um tipo de clichê que seria
repetido inúmeras vezes em outros Rock Movies no futuro. Deke está em seu apogeu,
canta em meio às pessoas na plateia, com grande euforia a envolvê-lo e após a
apresentação, faz as pazes com Tex e Glenda no camarim. Então, para fechar bem
em clima de romance, Tex e Glenda beijam-se na porta do camarim, e lá dentro,
Deke e Susan seguem a mesma orientação.
Muito bem,
filme simples, porém simpático e bem feito para o padrão de uma comédia musical
romântica, mostrou certamente que o caminho para Elvis brilhar também no
cinema, seria um adendo em sua carreira e não um mero recurso para gerar
factoide publicitário.
Ele jamais foi um grande ator, mas aprendeu a atuar com
uma desenvoltura bastante razoável doravante e salvo ter sido prejudicado por
muitas produções absolutamente prosaicas, principalmente nos anos sessenta, em
seu bojo, "Loving You" pode ser considerada uma obra digna e com até pontos fortes, a juntar-se com outras boas obras, tais como:
“Jailhouse Rock”, o filme posterior e “King Creole”, o quarto, estes muito bons
a transbordar musicalidade e por que não (?), a exibir um Elvis quase ator
profissional, praticamente com uma desenvoltura bastante aceitável.
“Loving
You” tem uma boa trilha sonora, certamente, amparada pelas canções compostas
pela genial dupla, Jerry Leiber e Mike Stoller. O single com as canções “Loving
You” e “Let me Be Your Teddy Bear”, vendeu mais de um milhão de cópias na
época, um número muito expressivo aos padrões da década de cinquenta. Outras
canções apresentadas: “Mean Woman Blues”, “Got a Lot o’ Livin’ to Do”,
“Lonesome Cowboy”, “Hot Dog” e “Party”.
A crítica
ficou bem dividida. Alguns jornais enaltecerem o fato de Elvis ter melhorado
como ator em relação ao primeiro filme, “Love me Tender”. Outros, foram
desdenhosos, bem naquela linha de tecer considerações apocalípticas sobre o
artista então em início de carreira, ao
decretar que ele seria rapidamente esquecido pelo público, com o decorrer do
tempo, aliás, um tipo de consideração que mais revela despeito do que análise
técnica. E também a apresentar ataques à performance musical de Elvis Presley,
principalmente no tocante ao seu gestual, que era considerado escandaloso aos
padrões da época. Ou seja, no bojo, tudo muito normal aos padrões da
mentalidade dos anos cinquenta.
Esse filme
teve uma estratégia de lançamento inusitada. Ao contrário do padrão normal dos
estúdios hollywoodianos, quando se lançava inicialmente em salas de cinema mais
grandiosas do centro das grandes cidades e só posteriormente, em cinemas de
bairro e em cidades pequenas, “Loving You” estreou diretamente nesse circuito
mais popular. Certamente foi mais um ardil proposto pelo "Colonel" Tom Parker, o
astuto empresário de Elvis Presley, pois ele fora pródigo em arquitetar
artimanhas para promover o seu contratado. Essa estratégia em quebrar o protocolo
tradicional da distribuição de filmes na América, recebeu até um apelido :
“Presley Pattern” (padrão Presley).
Uma curiosidade sensacional, na cena final
de Deke, a cantar no teatro, os pais de Elvis, Vernon e Gladys Presley foram
convidados a participar da figuração, em meio às pessoas sentadas na plateia.
Baseado no conto: “A Call From Mitch Miller”, escrito por Mary Agnes Thompson, segundo os
roteiristas que o adaptam ao cinema, Herbert Baker e Hal Kant, foi acrescentado
como tempero extra, várias histórias reais protagonizados pelo Colonel Tom
Parker. Direção a cargo de Herbert Baker.
O filme foi
lançado em julho de 1957, com sucesso e leve-se em consideração o fato que a partir
do filme anterior, até a sua pausa para servir o exército, Elvis lançou muitos
filmes, portanto, somado ao seu estouro musical onde computa-se também a super
exposição nas emissoras de Rádio e TV, o tempo todo, portanto, talvez com menos
proeminência simultânea, o filme pudesse ter atingido números melhores, mas o
que angariou à época, foi considerado bastante satisfatório.
É evidente que posteriormente
foi exibido na TV aberta tradicional, mediante muitas reprises ao longo dos
anos sessenta e setenta e foi lançado em formato VHS nos anos oitenta; visitou os
canais da TV a cabo e seguiu a cadeia dos lançamentos em formatos mais
avançados para a venda domiciliar, mediante o advento do DVD e o Blu-Ray. Na
Internet, está disponível para ser visto gratuitamente, sem restrições, ao menos no momento em que escrevi esta resenha, em 2019.
Esta resenha foi escrita para fazer parte do livro: "Luz; Câmera & Rock'n' Roll, e alojada no seu volume III, com a leitura disponível a partir da página 243