sábado, 30 de março de 2024

Livro: Os Zeppelins nos Céus do Brasil/Cristiano Rocha Affonso da Costa - Por Luiz Domingues

Uma parte importante da história da aviação brasileira e pode-se afirmar, também mundial, é pouco conhecida, a se tratar da implantação da primeira linha aérea transoceânica do mundo, que ligou o Brasil e a Alemanha, na década de trinta.

Parece algo inacreditável, mas sim, isso ocorreu principalmente entre 1930 e 1937, com os voos a se tornarem regulares entre as duas nações, através do uso dos dirigíveis, ou como popularmente se tornou mais conhecido como denominação: os "Zeppelins".

Essa lacuna a ignorar um fato tão relevante da história e seus múltiplos desdobramentos, precisava de um estudo profundo e este livro, "Os Zeppelins nos céus do Brasil" veio para suprir inteiramente tal tarefa. Escrito por Cristiano Rocha Affonso da Costa, um autor que contém tarimba como escritor de muitos livros extremamente bem escritos e além de tudo, se destaca pela sua atuação no campo da história e geografia, como um pesquisador muito minucioso.

Portanto, através de suas páginas ricamente ilustradas, recheadas de informações técnicas e culturais a abordar os inúmeros aspectos que cercam tal atuação dos "Zepellins", o texto foi escrito de uma maneira magnífica, e assim a provocar muitas reflexões ao leitor, ou seja, somos induzidos a levar em conta inúmeros aspectos correlatos, tais como: ao pensarmos na parte técnica dessa engenharia aérea, por exemplo, que avanço incrível foi proporcionado por tamanho empreendimento. 

Sob o ponto de vista socioeconômico, a revolução que foi para um país pobre do terceiro mundo ter esse elo de incrível modernidade para os padrões da época é algo notável. E os desdobramentos sociopolíticos advindos do fato de que tal rota também se tornou um trunfo da propaganda nazista e a criar vínculos com seus simpatizantes no Brasil e nas nações vizinhas sul-americanas no decorrer de tal década, foi inevitável.

O uso civil e militar é analisado, assim como os efeitos culturais advindos, que mexeu com o imaginário brasileiro da época e isso é visto em reportagens publicadas por órgãos de imprensa, ilustradas em profusão ao longo do livro.

A parte estritamente técnica é esmiuçada de uma forma impressionante. São dezenas de notas de página a denotar que a bibliografia consultada foi gigantesca.

Tudo é explicado, da invenção dos dirigíveis ao seu funcionamento propriamente dito e muito bem amparado por uma vastíssima carga de dados, ou seja, o leitor vai se sentir plenamente satisfeito ao se deparar com uma leitura tão bem embasada.

Em termos de aeronave comercial, é impressionante o grau de conforto (até requinte, eu diria), que os tais dirigíveis detinham e tudo isso é amplamente relatado em detalhes.

E a diferença entre os modelos "Graf Zeppelin" e o "Hindenburg?" Está tudo esmiuçado ali!

É verdade que a banda de Rock britânica, "Led Zeppelin" foi ameaçada de ser processada por herdeiros do Conde Zeppelin, o patriarca do dirigível Zeppelin? Sim, uma neta do Conde ficou furiosa ao receber a notícia que o nome da sua família batizara uma banda de Rock e tal passagem com muitos detalhes é narrada no livro.

Aliás, cabe destacar que entre tantos atributos, o autor é também um grande músico e estudioso da história do Rock, portanto, há a grande possibilidade dele escrever obras sobre o Rock em um futuro não muito distante e não tenho dúvida que serão livros muito bem escritos e embasados.

E a parte mais voltada para o impacto dessa linha aérea sobre o Brasil, é muito fascinante. Mediante fotos incríveis que o autor pesquisou, inclusive oriundos de remotos acervos familiares que ele encontrou em meio aos descendentes de pessoas que fotografaram os "Zeppelins" pelos céus do Brasil, posso afirmar que são fotos de tirar o fôlego pelo seu caráter histórico.

Se no padrão da época uma viagem regular de navio da Alemanha para o Brasil durava entre 15 a 21 dias a depender das condições climáticas enfrentadas em alto mar, com os dirigíveis esse prazo se reduziu a uma média de três dias e meio, então é possível imaginar o quão foi importante para os dois países tal avanço tecnológico nos transportes intercontinentais, no sentido de que no sul do Brasil (principalmente em Santa Catarina) e na Argentina, as colônias alemãs eram bem grandes. Portanto, tal rota se tornou uma prioridade como transporte de pessoas, cargas e na ação prática como agente de correio.

Há relatos prosaicos a dar conta de pessoas reunidas nas ruas para admirar a passagem dos bólidos enormes e acenar freneticamente para que a sua tripulação se sentisse agraciada e isso demonstra o grau de fascínio com o qual tais acontecimentos ocorreram na ocasião.

Um capítulo foi dedicado para narrar a destruição do dirigível Hindenburg em 6 de maio de 1937. Um acidente muito traumático e que suscitou uma polêmica sobre a viabilidade e segurança de tais aeronaves. Claro, a aviação tradicional havia evoluído muito e tinha o seu interesse em dominar completamente os céus doravante.

Há também muitas curiosidades mais amenas, como as fotos com montagem a atribuir feitos impossíveis aos dirigíveis, e o relato sobre como era a técnica de decolagem e sobretudo da aterrissagem, a se valer de uma atracação semelhante de certa maneira ao padrão náutico mais antigo, mediante cordas gigantes içadas, ou seja, dado muito interessante.

E por fim, um pequeno apanhado pós era dos dirigíveis é colocado, para encerrar a obra com chave de ouro.

Na prática, é um livro técnico, mas o leitor comum e leigo (meu caso, por exemplo) haverá de gostar muito da obra, pois a linguagem é acessível e o conteúdo tem aquele espírito delicioso de um almanaque a conter muitos dados, sim, mas descritos de uma forma lúdica.

E sim, as muitas ilustrações contidas são interessantíssimas e despertarão no leitor, eu tenho certeza pois tive essa sensação ao lê-lo, uma sensação de curiosidade e admiração por tal assunto.
O acabamento gráfico do livro, aliás, é muito bonito, com capa dura e a conter uma ilustração belíssima.

Em suma, mesmo que a aviação não seja um assunto do total interesse do leitor desta resenha, eu recomendo bastante a obra, pois tenho certeza que vai apreciar muito essa abordagem de uma história pouco falada no Brasil e que agora, mediante tal livro, tem enfim um estudo minucioso sobre o assunto e escrito de uma forma leve, apesar de ser um livro repleto de dados precisos.

Leia também no meu Blog a resenha que preparei para uma outra obra do mesmo autor: "Negociação de crises e reféns".

Eis o link para acessar:
http://luiz-domingues.blogspot.com/2019/03/negociacao-de-crises-e-refens-cristiano.html

Ficha técnica:
Livro: "Os Zeppelins nos Céus do Brasil" (uma visão sobre as viagens ao sul do país e o nazismo no pré-segunda guerra mundial)
Autor: Cristiano Rocha Affonso da Costa
Prefácio: Saulo Adami
Preparação de texto: Heidi Gisele Borges
Revisão: Heidi Gisele Borges, Marcelo Amado e Ronald Monteiro
Arte da capa: Victória Costa
Editora Estronho
Apoio: Matilda Produções
Lançamento: 2020

sexta-feira, 15 de março de 2024

CD: Os Loucos/Vitral - Por Luiz Domingues

O Rock progressivo é uma das mais belas vertentes que o Rock produziu, desde sempre. A sua grandiosidade musical, somado à densidade artística com a qual se revestiu ao longo dos tempos, é inquestionável. 

É bem verdade que a fase áurea desse estilo deu-se na década de setenta, quando floresceu principalmente na Europa (detidamente na Inglaterra, Itália e Alemanha), mas na verdade, frutificou pelo mundo inteiro e o Brasil não ficou de fora de tal onda magnífica ao dar margem para uma infinidade de artistas geniais que beberam dessa fonte e daí em diante, produziram obras incríveis.

Entretanto, mesmo com menor abertura nos meios midiáticos, tal escola seguiu viva através de abnegados aficionados que a perpetuou após esse auge e assim, é com alegria que eu acompanho que o estilo vive e segue a produzir obras bastante expressivas, a honrar as suas mais belas tradições.

Um ótimo exemplo nesse sentido vem do grupo, "Vitral", que se propôs a trabalhar com o conceito instrumental e que foi formado em 1983, no Rio de Janeiro, pelos músicos:

Claudio Dantas - bateria e percussão
Eduardo Aguillar - baixo, teclados e guitarra
Elisa Wiermann - teclados
Luis Bahia - guitarra e baixo

Segue abaixo a história da banda expressa em seu próprio release:

A banda ficou aproximadamente dois anos em atividade e pouquíssimos registros existem desta época. Em 2015, graças a algumas partituras, raras fotos e fitas cassete com gravações domésticas encontradas em seu velho arquivo, Eduardo Aguillar teve a ideia de produzir um álbum com músicas compostas para a banda.

O que seria um trabalho solo se transformou no desejo de unir os antigos integrantes para participarem do projeto. Proposta imediatamente abraçada por Claudio Dantas, partiram para as gravações de teclados, baixo e bateria. Os resultados começaram a surgir e as velhas músicas brotavam das cinzas.

Claudio propôs então relançar a banda para shows e novas produções. Chegava a hora de reconstruir o grupo com renovadas experiências e inspirações para, inclusive, concluir as gravações do que já tomava forma de álbum.

Vitral – 2016/2018

Um ano após a revirada dos velhos arquivos, o Vitral voltou com músicos que, além de participarem de outras bandas e/ou realizarem seus trabalhos solos, resolveram também fazer parte dessa nova história do rock progressivo nacional.

Assim nasceu "Entre as estrelas", primeiro álbum da banda, lançado em 2017 pelo selo Masque Records. Completamente instrumental, o álbum traz uma mistura de influências e inspirações em três músicas, sendo uma delas, a faixa título, uma suíte de 52 minutos dividida em treze movimentos.

"Entre as estrelas" foi muito bem recebido pela crítica e público no Brasil e no mundo, mediante a seguinte formação:

Claudio Dantas - bateria e percussão (Quaterna Réquiem/cofundador do Vitral)
Eduardo Aguillar - teclados e baixo (solo/cofundador do Vitral)
Luiz Zamith - guitarra e violão (Ícones do Progressivo/solo)
Marcus Moura - flautas (Bacamarte/solo)
Vítor Trope - baixo nos shows (Orquestra Rio Camerata)

Em 2018, após dois shows para o lançamento do álbum, no Rio de Janeiro, várias mudanças foram acontecendo no mundo e também no Vitral. Junto com as mudanças, a ideia de um novo álbum, agora com músicas atuais, começava a nascer e, já no final do ano, ele já estava praticamente todo desenhado.

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos
por aqueles que não podiam escutar a música
".

Friedrich Nietzsche

Vitral - 2023

Comemorando os 40 anos da primeira formação da banda e depois de cerca de 5 anos de maturação, chega, enfim, o novo álbum do Vitral.

"Os Loucos" é um projeto criativo que traz o que de melhor poderíamos ouvir atualmente dentro do cenário do rock progressivo instrumental. Em função da sua riqueza e multiplicidade, o novo trabalho certamente agradará aos mais exigentes amantes da música progressiva. 

Em cada faixa, uma surpresa sonora agradável. As músicas passeiam por várias nuances. Ora um vigoroso solo de guitarra com o aporte de uma bateria nervosa, ora suaves solos introspectivos de flauta, instrumento presente em todas as faixas.

Embora o som seja instrumental, as músicas de uma forma subjetiva revelam situações simbólicas, históricas e místicas. Os títulos já nos induzem a viajar por variados contextos. “Reinos do Norte”, “Sete Povos das Missões”, “Nas Asas de Horus”, “Montezuma”, “Via Appia”, “O Grande Exército Pagão”…

Para essa gravação, o cofundador da banda, Eduardo Aguillar (teclados e baixo), reuniu um time de primeira: Bruno Moscatiello (Nataraj/Kaoll/solo), na guitarra/violão, e Marco Aurêh (LummeN/Palma/solo), nas flautas, formam o núcleo do Vitral,
Gustavo Miorim, músico, produtor e mestre de bateria em São Paulo, completa o elenco como músico convidado. "Os Loucos" foi lançado dia 30 de agosto na página da banda no Bandcamp, plataforma online para artistas independentes. Anote o endereço: (www.vitralband.bandcamp.com)

Eu gostei muito do release que a banda providenciou, pois contém o histórico muito bem escrito e ao ir além, possui uma visão artística da obra em si, ou seja, com tal abordagem, eu penso que esse documento oficial da parte da banda contém um poderio sintético excelente e certamente atende bem o meu público leitor e muito interessado na audição de um trabalho desse quilate. 

Claudio Aguillar, membro fundador do "Vitral", tecladista e baixista. Fonte: Site Rock Stage Brasil

Claro que com tal adendo do release oficial da banda, foi muito facilitada a minha criação de resenha, através desse manancial de muita informação e assertividade contida no release oficial da banda. Todavia, me permito acrescentar alguns apontamentos pessoais. 

Para início de conversa, eu concordo com o texto do release, no sentido de que a banda produz um som que provoca aos seus ouvintes, imagens riquíssimas. Nesse sentido, não há nada mais "progressivo" enquanto conceito de "Art-Rock", que busca aprofundar sempre qualquer discussão em torno dos conceitos propostos, a usar a música (e vice-versa), para exibir forte conteúdo cultural. Isso é uma das marcas registradas do Rock Progressivo e o Vitral se mostra signatário dessa predisposição.

Nesses termos, exatamente como foi assinalado no release, os títulos das canções já denotam a dimensão de seu propósito nobre, ao buscar a abordagem de assuntos profundos, sob uma roupagem etérea. As músicas nos levam aos mistérios secretos do antigo Egito, às tradições dos povos pré-colombianos, a acompanhar as andanças dos jesuítas pelo sul do Brasil, as sagas perpetradas pelos povos nórdicos e da antiguidade romana entre outros temas.

O guitarrista/violonista, Bruno Moscatiello, grande nome do moderno Rock Progressivo brasileiro. Fonte: Site Rock Stage Brasil

Sob o ponto de vista estritamente musical, não há o que acrescentar, mediante uma robustez dessa monta. Eduardo Aguillar, o membro fundador, reuniu um novo time absolutamente espetacular, formado por músicos de altíssimo gabarito e sobretudo, coadunados com a estética do Rock Progressivo e assim, ao comungar dos mesmos valores, tudo fluiu de uma maneira magnífica.

A respeito da arte da capa, também gostei muito. A ilustração a mostrar seres com ares mitológicos a sustentar um vitral que insinua-se como um portal extra-dimensional e dele a emergir a figura de um outro ser, desta feita feminino, ou seja, uma mulher absolutamente fluídica a denotar ser a representação de uma força maior.
Simbolismo muito interessante, portanto, ao propor a construção de uma egrégora com alto poder energético a ditar o conceito da transformação em via de regra. E sim, é muito bonita tal arte final da parte do desenhista. 

O excelente flautista, Marco Aurêh, também bastante conhecido na cena progressiva contemporânea. Fonte: Site Stage Rock Brasil

Sobre as músicas do álbum, tenho mais algumas observações pontuais a acrescentar. Reforço o link do portal "Bandcamp" para que o leitor leia os apontamentos individualizados sobre as músicas enquanto as escuta:

Acesse o CD "Os Loucos" do Vitral:
www.vitralband.bandcamp.com

1) O grande exército pagão

Tema que se inicia épico, com o sintetizador a emular trombetas militares e a denotar uma marcha triunfal. Com inúmeras passagens extremamente melódicas, tem o elemento da doçura assegurado, com partes delicadas propostas pela flauta e outras mais contundentes mediante a guitarra a imprimir peso, e neste caso lembrou-me o Prog-Rock italiano em diversos aspectos.

2) Ciclopes

Esse tema se inicia em meio a um conjunto de acentuações em forma de convenções e logo a seguir propõe o staccato a demarcar bem a fórmula de compasso adotada. São belíssimos os timbres de todos os instrumentos, bem coadunados com o adorável padrão setentista.

3)  Via Appia

O começo grandioso e dramático a insinuar uma ária operística abre campo para uma suíte tipicamente "prog", ou seja, mediada por várias partes e mais uma vez a apresentar melodias muito belas.

A parte mais calma com o piano a flauta a trabalhar juntos, é incrível. O ouvinte é convidado a flutuar junto com a banda, certamente. É ótimo o timbre e linha de baixo. Um pequeno trecho a insinuar contraponto dá espaço logo a seguir para uma levada alegre e permeada por um belo solo de guitarra. 

Advém uma parte bem "glacial", naquela predisposição do "Space-Rock" e a posteriori, um solo de flauta extremamente doce. Criatividade e bom gosto de mãos dadas. E a música se encerra com uma parte mais acelerada e extremamente jovial. 

4) Sete povos das missões

É muito bonita a introdução, com o sintetizador a carregar no timbre setentista clássico. Mais uma vez a flauta conduz uma bela melodia com ares campestres e assim a música vai a se desenvolver mediante a mescla de partes calmas e mais agitadas.

Há um violão muito bonito, que atua bem rapidamente e dá espaço para os teclados mais densos e em seguida uma parte mais agressiva advém, embora seja também rápida.

Gostei de uma parte que insinuou influência indígena, acentuada pela divisão rítmica e auxiliada pela percussão. E o violão fecha com muita beleza a canção, auxiliado pela flauta.

5) Reinos do Norte

Tema com muita pompa sinfônica na sua abertura, mostra uma linha melódica deveras bonita feita pelo sintetizador. 

O elemento medieval se faz presente com grande felicidade, ao lembrar bandas Folk-Prog-Rock setentistas que trabalharam com tal sonoridade mediante extrema destreza e o Vitral honrou tais tradições, com muitos méritos.

É muito bom o trabalho de guitarra, com destaque também para a linha de bateria, que é excelente. E o tema fecha com a mesma grandiosidade do seu início.

6) Montezuma

Achei incrível a guitarra que ponteia uma melodia com notas longas a evocar algo misterioso, mas ao mesmo tempo, muito forte, a denotar uma verdade secreta, muito provavelmente guardada a sete chaves dentro de uma pirâmide asteca.

Gostei muito das partes posteriores, a prover uma grande quantidade de levadas, umas diferentes das outras, bem no conceito do Prog-Rock setentista, a usar e abusar da dinâmica, com muita sapiência.

Além do mais, a conter grandes momentos individuais ao apresentar muita intervenção da flauta, teclados a experimentar timbres diversos (e todos clássicos do gênero), e claro, da guitarra.

7) Nas asas de Horus

Tema curto, mas muito bonito, conduzido pelo piano e flauta, contém uma pontual participação do violão e sutil percussão.  

Ao ouvir esse tema, a imaginação nos leva até Horus que literalmente nos conduz a sobrevoar o Vale dos Reis e exatamente como deveria ser, a visão é espetacular.

8) Os loucos

Tema que se inicia com grande contundência, usa do recurso da quebra brusca de clima ao propor mudança de dinâmica sistemáticas e assim, apresentar um mosaico de emoções dispares entre si para o ouvinte degustar. 

Dessa forma, dos momentos mais tenros à dramaticidade de outros, da reflexão mais cerebral ao ritmo mais pulsante, somos levados a adentrar uma forte emoção caleidoscópica das mais memoráveis.
"Loucura pouca é bobagem", teria dito um famoso Rocker tupiniquim de outrora e claro que ele estava certo! Viva a imersão livre que o Rock progressivo nos proporciona ao experimentarmos a loucura em doses maciças. Viva a loucura! 

Para encerrar, digo que o CD "Os Loucos" da banda de Rock Progressivo, "Vitral", é muito recomendado para ser ouvido com a máxima atenção e tenho certeza, o leitor/ouvinte vai apreciar sobremaneira tal experiência sonora. O seu fiel aporte às tradições do Rock Progressivo clássico é admirável. E no aspecto da qualidade da banda, trata-se de algo muito cristalino, na minha opinião.

Ficha técnica       
CD Os Loucos - Vitral
Produzido por VITRAL
Músico convidado: Gustavo Miorim - bateria
Quadro da capa: Claudio Dantas - @claudiodantaspainter
Mixado e masterizado no Laboratório Pedra Branca, Rio de Janeiro, Brasil
Apoio: A BELA MÚSICA/KAZA 8
Músicas compostas e arranjadas por Eduardo Aguillar

Para conhecer mais o trabalho do Vitral, acesse:

Vitral - Canal de YouTube:
https://www.youtube.com/@vitral-musicaprogressivain655/videos

Vitral no Prog Archives:
https://www.progarchives.com/artist.asp?id=10387

Vitral - Facebook:
https://www.facebook.com/bandavitral

Vitral  - Matéria no RockStage Brasil:
https://rockstage.com.br/rock-progressivo-banda-vitral-celebra-40-anos-e-lanca-o-album-os-loucos/