domingo, 22 de julho de 2018

Os Kurandeiros Lançam Dois CD's Ao Vivo : Rádio Pirata Rock Ao Vivo e Rock Ao Vivo Piratão - Julho de 2018

Os Kurandeiros lançam dois CD's ao vivo !

Dois discos a conter material ao vivo dos Kurandeiros, estão disponibilizados para os fãs do trabalho. Trata-se de "Rádio Pirata Rock Ao Vivo" e "Rock Ao Vivo Piratão".

Sobre "Rádio Pirata Rock Ao Vivo", trata-se de uma coletânea de gravações a vivo perpetradas pela banda em programas emissoras de Rádio e TV, realizadas entre 2009 e 2017. E "Rock Ao Vivo Piratão", mostra um show na íntegra, realizado no Centro Cultural São Paulo, em 2009.

Formação dos Kurandeiros em 2009 :
Kim Kehl : Guitarra e Voz
Nelson Ferraresso : Teclados
Fabio Scatonne : Bateria
Rod Filipovitch : Guitarra
Renato de Carvalho : Baixo
Formação dos Kurandeiros em 2015 / 2017
Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Nelson Ferraresso - Teclados
Luiz Domingues : Baixo
Disponível para a venda na loja virtual da banda no Facebook e nos shows da banda :

https://www.facebook.com/kurandeiros/

Os Kurandeiros - 22/7/2018 - Domingo / 20:30 Hs. - Santa Sede Rock Bar - Tucuruvi - São Paulo / SP


Os Kurandeiros

22 de julho de 2018 - Domingo - 20:30 Horas - Entrada Gratuita

Santa Sede Rock Bar
Avenida Luiz Dumont Villares, 2104
Tucuruvi
200 metros da Estação Parada Inglesa do Metrô
São Paulo - SP



Os Kurandeiros :
Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

domingo, 15 de julho de 2018

CD Ao Vivo 30 Anos / Golpe de Estado - por Luiz Domingues


Uma banda de Rock genuína, que consegue manter uma longevidade tão expressiva e sobretudo, sem jamais ter apelado para atender as pressões do mercado, já merece aplausos. Mas se isso ocorre em um país como o Brasil, onde o apoio e o respeito dos grandes difusores culturais, inexiste, então merece uma estátua pela extrema demonstração de resiliência ante as piores intempéries impostas pela total falta de condições para montar-se um grupo de Rock, por aqui. 

É o caso do Golpe de Estado, banda que está na ativa desde 1985, e após passar por altos e baixos e entenda-se tais fases difíceis, a ostentar entre outras dificuldades, uma perda dramática em suas fileiras, eis que o grupo dá a volta por cima em grande estilo, em torno de um belíssimo álbum duplo e ao vivo, a revisitar a sua carreira completa, sob um belo apanhado de toda a sua discografia. Com a atual e ótima formação da banda, totalmente reformulada após a perda do saudoso e querido amigo, Hélcio Aguirra, convidados para lá de especiais e dois ex-componentes, para emocionar todos os seu fãs.

Com o título bem direto a grafar: “Ao Vivo 30 Anos”, o álbum é um verdadeiro nock-out, tamanha a quantidade de sucessos da banda, executados muito próximo dos arranjos originais dos álbuns de estúdio, com peso, brilho, interpretação inspirada (e emocionada em muitos momentos), e a mostrar sobretudo, uma banda revigorada, plena em energia Rocker para seguir em frente e assim pronta para escrever novas histórias, que espero, sejam muitas, doravante. 

Para fugir um pouco da minha linha habitual de elaboração de uma resenha para a análise de um álbum (visto ser uma resenha de um disco ao vivo de uma banda consagrada), e não o trabalho de estúdio de um artista novo, como geralmente eu costumo produzir como resenha, creio que não cabe, neste caso, estabelecer considerações sobre cada faixa, separadamente. Neste caso, farei apenas algumas observações pontuais sobre as canções. O Set list por si só, já denota o quilate da obra, senão vejamos:

CD 1:

Na Vida (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Underground (1º LP homônimo)

Noite de Balada (LP Forçando a Barra)

Feira de Rato (CD Direto do Fronte)

Zumbi (LP Zumbi)

Paixão (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Filho de Deus (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Quantas Vão (LP Zumbi)

Todo Mundo Tem um Lado Bicho (Bônus Track do Álbum, 10  Anos ao Vivo)

Forçando a Barra (LP Forçando a Barra)

Cobra Criada (LP Forçando a Barra)

CD 2:

Olhos de Guerra (1º LP homônimo)

Caso Sério (LP Quarto Golpe)

Terra de Ninguém (LP Forçando a Barra)

Mal Social (LP Quarto Golpe)

Velha Mistura (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Ignoro (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Real Valor (LP Quarto Golpe)

Não é Hora (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Solo de bateria

Onde Há Fumaça, Há Fogo (LP Nem Polícia, Nem Bandido)

Libertação Feminina (1º LP Homônimo)

Portanto, como já salientara anteriormente, trata-se de um sucesso após o outro, sem chance do ouvinte e fã da banda, respirar, sequer.

Sobre a sonoridade, a performance da banda mostra-se matadora do começo ao final. Mediante um áudio excelente, que garantiu não apenas a possibilidade de ouvir-se notáveis timbres de todos os instrumentos, como ao estabelecer uma simbiose entre o conceito vintage e a modernidade, visto que se os timbres belos do passado mostram-se proeminentes, ao mesmo tempo a pressão geral do CD é moderna, dentro do que há de mais atual da era digital. 

Em suma, trata-se de um disco ao vivo, com um tremendo som e apenas por uma questão de gosto pessoal e não por achar uma falha, creio haver um certo excesso de reverber geral e um outro ponto que não foi o ideal, mas como músico eu entendo perfeitamente a situação da gravação ao vivo, os cortes entre as faixas ficaram um tanto quanto abruptos, mas considere o leitor que ao gravar-se ao vivo, existe uma infinidade de situações alheias ao bom andamento da gravação, a depor contra, e assim revela-se ainda mais complicado quando o artista depende de um único show para fazer a captura geral, ou seja, nessas circunstâncias, foi quase um milagre que as canções tenham sido aproveitadas sem restrições. 

O normal para qualquer artista que planeja lançar um disco ao vivo, é gravar a turnê inteira e dessa forma poder escolher as faixas que irão compor o álbum, em um universo municiado por dezenas, talvez centenas de versões de cada canção, mas ao gravar um show único, realmente além da banda estar muito bem ensaiada e a contar com um performance ao vivo, brilhante e inspirada, é preciso rezar para não acontecer nenhuma falha técnica, seja do equipamento do show em si, ou do maquinário da gravação, portanto, mais um mérito para o Golpe de Estado e a equipe técnica do estúdio Orra Meu, nesta produção.


Sobre as performances individuais, não há muito o que registrar, a não ser a obviedade de que o membro fundador e último remanescente da formação original, fez um trabalho magnífico em reagrupar a banda e a colocar de novo na estrada com tais valores arregimentados e também pela produção deste álbum. Mas não é só isso, pois o grande, Nelson Brito, brilha muito neste disco, a pilotar o seu baixo com técnica, criatividade e a dignificar as suas belas linhas de baixo, criadas ao longo da carreira toda do Golpe de Estado, com extrema maestria. E não posso deixar de mencionar que o timbre do seu baixo está absolutamente destruidor. Aquele “estalo” de baixo Fender Jazz Bass (ele usou também o Rickenbacker, outra ferramenta demolidora por natureza), que eu como baixista, igualmente, muito aprecio. 


Roby Pontes não é exatamente um novo membro, pois está na banda há alguns anos (entrou em 2010), e a sua bateria é monstruosa pelas suas criações rítmicas, que primam pelo bom gosto nas escolhas de levadas & frases e quem já assistiu a sua performance ao vivo, sabe bem que ele tem um dos melhores gestuais entre os bateristas do Rock brasileiro. Não é só muito bom poder ouvi-lo, mas também pelo aspecto visual de sua performance, pois ele toca de uma forma bonita, com uma classe, impressionante. E tem mais um dado sobre o Roby, a sua missão, quando ingressou na banda não foi nem um pouco fácil, pois substituíra ninguém menos que Paulo Zinner, um dos maiores bateristas da história do Rock brasileiro e amplamente idolatrado pelos fãs do Golpe de Estado. Portanto, Roby não apenas supriu tal lacuna com total competência, como impôs o seu estilo, a sua marca registrada, com bastante personalidade. Inclusive, a corroborar tudo o que eu disse, ele registrou um solo de bateria neste álbum. Assim, manteve uma tradição nos shows da banda, desde a passagem de Paulo Zinner, em sua história, mas a imprimir o seu estilo pessoal, logicamente. 

É o mesmo caso de Marcello Schevano, que teve a difícil missão em substituir o mítico, Hélcio Aguirra. Com a perda do Hélcio, em 2014, que deixou-nos precocemente, seria difícil imaginar a continuidade da banda sem o seu guitarrista fundador, grande mestre dos riffs e ídolo dos fãs da banda. No entanto, Marcello teve a sabedoria em absorver tal responsabilidade com muita hombridade artística, inclusive por ter sido amigo pessoal do próprio, Hélcio e assim, sabedor do teor dessa missão que teria. Além do mais, Marcello é um dos mais impressionantes talentos do Rock Brasileiro contemporâneo, por ser multi-instrumentista e brilhante em tudo o que executa. Portanto, mediante uma performance sob alto nível instrumental, ele respeitou os arranjos do grande, Hélcio Aguirra, e colocou a sua marca pessoal, com uma participação incrível.

E finalmente o vocalista, João Luiz, também não teve vida fácil ao assumir a responsabilidade em comandar a voz solo dessa banda, sabedor que a comparação com os vocalistas que precederam-no, seria inevitável da parte da crítica e principalmente dos fãs que tendem a ser muito exigentes nesse sentido, desde que o vocalista original do grupo, Catalau, evadira-se. E assim como os demais, João comanda o vocal e com toda a galhardia de um frontman, sob nível internacional, ao abrilhantar o disco. Experiente, a ostentar uma escola oriunda do Hard-Rock, João tem uma voz muito potente, excelente presença de palco e comunicação fácil com o público e assim, a banda está suprida para seguir em frente, com segurança.

Sobre os convidados, o tecladista, Matheus Schanoski, dispensa maiores apresentações. É aquele típico tecladista moldado pela orientação setentista, a pilotar múltiplos teclados, com muita técnica & criatividade e tudo mediante uma escolha primorosa dos timbres vintage. Portanto, para quem gosta de música bem tocada, é o tecladista certo, na hora certa. 

Dois super guitarristas históricos, tocam em algumas faixas, como convidados. A lenda viva, Luiz Carlini, e o mundialmente famoso, Andreas Kisser, que são músicos de altíssima estirpe e claro que abrilhantam o álbum, com as suas respectivas participações. 

E finalmente, dois ex-membros históricos da banda. O vocalista, Rogério Fernandes, não teve uma participação longeva com a banda, mas certamente que a sua participação marcou época. Dono de uma voz impressionante, Rogério tem o nível de um cantor de Hard-Rock internacional. E o outro convidado, Catalau, foi o vocalista original dessa banda e assim, cantou na maioria dos álbuns da banda. O seu carisma é mastodôntico, e por conta dessa qualidade nata, tornou-se uma lenda entre os fãs da banda e assim, eis que a sua participação nesse disco, é bastante emocionante, certamente. Responsável pela criação de muitas letras das canções da banda, que os fãs amam cantar em uníssono, muito da popularidade que a banda alcançou em sua carreira, tem o mérito da sua criação ao exprimir o cotidiano do jovem brasileiro e urbano, nos anos oitenta e noventa, sob linguagem coloquial e assim estabelecer empatia instantânea com os seus fãs.

O projeto gráfico do álbum merece um bom destaque. Com embalagem luxuosa e a conter um encarte rico em fotos e informações, o Golpe de Estado colocou um produto sob alto padrão à disposição de seus fãs e assim dignificou a história da banda. 

Está de parabéns a banda e o criador do Lay-Out dessa capa/encarte/ embalagem, João Duarte (www.jduartedesign.com)

Uma das fotos do encarte, é muito emocionante, ao exibir uma guitarra que pertencera ao grande, Hélcio Aguirra. Ela ficou o tempo todo durante o espetáculo, no pedestal, bem em frente ao praticável da bateria, portanto, mais que uma emocionante homenagem ao saudoso membro fundador, ficou a certeza de que ele esteve ali, junto aos companheiros de jornada. Em suma, um belo registro, com alta performance da banda, também da parte de seus convidados e ex-membros, mediante uma produção sob alto padrão, em termos de áudio e também pela apresentação gráfica e observação de um encarte recheado com fotos e muita informação técnica dessa gravação.

Trata-se de um ótimo álbum ao vivo, de uma grande banda com história e forte currículo, feito com esmero e a honrar não apenas as suas próprias tradições, mas o Rock brasileiro como um todo.

Assista acima, um compacto do show que originou a gravação desse álbum. Filmagem de Bolívia & Cátia.

https://www.youtube.com/watch?v=cr1sxh35LxI


CD Ao Vivo 30 Anos

Gravado ao vivo no Clash Club de São Paulo, em 10 de junho de 2017

Unidade Móvel do Orra Meu Estúdio

Técnicos de Gravação: Gustavo Barcellos; André Miskalo e Ricardo Schevano

Técnicos de mixagem: Gustavo Barcellos e André Miskalo

Técnico de masterização: Heros Trench

Fotos : Edu Guimarães

Arte e lay-out da capa/encarte: João Duarte

Direção artística: Nelson Brito

Produção geral: Golpe de Estado

Golpe de Estado:

Nelson Brito: Baixo

Roby Pontes: Bateria

Marcello Schevano: Guitarra e Voz

João Luiz: Voz



Ex-componentes convidados:

Catalau: Voz e violão

Rogério Fernandes: Voz



Músicos convidados:

Mateus Schanoski: Teclados

Luiz Carlini: Guitarra

Andreas Kisser: Guitarra



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